História Mais que desejo - Mudaria Tudo

Regina e Evil se espantaram com aquelas palavras pois há muito, muito tempo tinham ouvido coisas parecidas de um certo cavalariço.

Flashback....

— Ela não vai permitir Daniel, minha mãe não irá permitir nos casarmos! - Dizia Regina com lágrimas nos olhos, aconchegada nos braços de Daniel.

— Regina, olhe para mim! — Pediu Daniel segurando seu rosto entre as mãos - Não importa como, não importa onde, não importa quem tente nos impedir, você será minha mulher, Regina!

Fim do flashback.

Por um instante as morenas se esqueceram de que Emma estava praticamente matando malévola, estavam perdidas nos seus próprios pensamentos e apenas despertaram quando malévola conseguiu lançar uma bola de energia contra Emma, fazendo a mesma voar contra a outra parede.

— QUEM É ESSA LOUCA, REGINA? - Perguntou malévola arrumando as poucas roupas, que incluía apenas roupas íntimas - E POR QUE DIABOS TEM DUAS DE VOCÊ NESSA SALA? Nova fantasia sexual? — Perguntou mais animada do que deveria.

— Cale-se, malévola. — disse Evil Queen indo até Regina que parecia estática.— Eu cuidarei de malévola, Regina, apenas cuide de Emma. — Dito isso, malévola e Regina sumiram na fumaça roxa da rainha, deixando apenas uma loira e uma morena para trás.

Como se finalmente tivesse despertado, Regina vai até Emma que ainda se encontrava no chão.

— Emma? Tudo bem?— perguntou a morena se ajoelhando ao seu lado.

— S-sim — respondeu a loira ficando sentada no chão.— Só minha cabeça que está doendo. — Completou passando a mão entre os fios loiros.

— Ótimo! Levante daí e vá se trocar. - Disse Regina rispidamente.

— Nossa, nada de um "Que bom que está bem Emma" ou um "Graças a Deus está viva pois aquela vaca dragão é muito poderosa". — disse Emma sarcasmo.

— você me largou NUA em uma cama pra vir atrás da gêmea do mal, você queria O QUE, senhorita Swan?— grunhiu irritada- Vá se trocar, estamos perdendo o verdadeiro foco aqui.

— Precisamos conversar Regina, precisamos conversar sobre nós e o que aconteceu.— disse Emma já em pé fitando a morena.

"AMOR É FRAQUEZA, REGINA" as palavras ecoaram pelos pensamentos de Regina junto com as imagens de Daniel tendo seu coração esmagado por cora.

— Não existe NÓS, Emma.— Disse Regina virando de costas em direção à porta de saída - Você queria que eu me entregasse naquele momento, pois bem, eu me entreguei. A culpa não é minha se você enlouqueceu e estragou tudo. Agora acabou! — Saiu em passos largos.

— Mas oq.....— Emma foi atrás de Regina mas essa já havia desaparecido- arghhh eu ODEIO MAGIA!— gritou para si mesma tentando conter a frustração que se apossava do seu ser.

Emma se trocou e começou a vagar pelo castelo. Pouco se importava se alguém a visse, seu coração estava doendo demais para se dar conta de qualquer coisa. No meio do caminho acabou esbarrando com ninguém menos que Henry. E então congelou. Não sabia que aquele era o pai de Regina, mas sabia que ele não poderia se lembrar dela, porém, nem Evil e nem Regina estavam ali.

— Então você é a famosa senhorita Swan? - Disse Henry notando a cara de pavor da loira.

— E você é? - Perguntou desconfiada.

 Até onde ela sabia, apenas Regina, Evil e agora malévola sabia de sua existência naquele castelo.

— Sou Henry, pai da Regina.— disse com um sorriso sutil no rosto.

A expressão de Emma não poderia ser outra se não surpresa. Não tinha pensado que pelo fato da maldição ainda não ter sido lançada o pai da morena ainda estaria vivo.

— Ahh.... Oi, senhor Henry— disse Emma envergonhada.

— Apenas Henry, por favor— disse com a mesma feição calma de quando encontrou a loira.

— Apenas Emma então.— A loira Emma de forma doce.

—Gostaria de tomar café, você me parece cansada! Espero que minhas filhas tenham deixado você dormir! — Disse com um sorriso, malicioso?

Emma mais parecia um pimentão de tão vermelha que estava. Claro que já tinha passado por coisas similares, mas nunca tinha se imaginado em tal situação com Regina. Ela o seguiu sem dizer uma palavra, até por que, o que ela diria? Não dormira mesmo, tudo que precisava era de um bom café da manhã.

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— O que te aflige, Emma? - Pergunta Henry um tanto incerto se deveria mesmo fazer tal pergunta.

—Está tão na cara assim? — Pergunta cabisbaixa. A loira não era de se abrir para ninguém, sequer gostava de expor seu sentimento a qualquer pessoa, mas ela realmente precisava conversar, ouvir um conselho, qualquer coisa que a ajudasse a entender Regina. Quem melhor para isso do que o próprio pai da morena?

—Eu não entendo ela, sabe? Ela fica comigo e é a melhor noite que já tive na minha vida e no dia seguinte ela finge que nada importante aconteceu, quando eu sei que foi importante para ela, eu sempre sei o que se passa com ela!

—Você sabe que ela já amou uma vez, não sabe? — Emma confirma e ele continua— Mas tudo acabou de uma forma trágica. Eu sei que ela tem um namorado no tempo de vocês, também sei que ela não é completamente feliz ao lado dele, mas, olhe pelo lado dela. Se ela não o ama completamente e se por acaso ele se for, ela também não vai sofrer completamente, entendeu? Ela gosta dele, isso é um fato, mas não o ama e nem quer amar, simplesmente por não querer sofrer se algo acontecer. Acredite, algo sempre acontece! –Henry suspirou.

Emma estava atordoada, nunca tinha parado para pensar por esse lado. Sempre soube que Regina sentia profundamente, de uma forma que ninguém mais sentia. Mas nunca pensou que ela se protegesse do amor dessa forma.

— Ela só não entendeu ainda que, quando ela encontrar a pessoa certa, essas coisas que certamente virão, serão vencidas pelo amor que ela e a outra pessoa traz consigo!— ele diz agora fitando Emma. — Ela acreditava nisso com Daniel, mas depois que ele morreu, ela passou a ignorar tal fato. Não podemos escolher quem estará do nosso lado, Emma. Por mais que a gente ame as pessoas e esse amor seja verdadeiro, nem sempre será aquele para a vida toda. Se você acredita ser esse amor na vida de Regina, vá em frente, mas se não for forte o suficiente para ultrapassar as barreiras de espinhos em volta de seu coração, nem tente, irá se machucar atoa!

Eles ficam um bom tempo em silêncio até que são despertados por um barulho. Um barulho de celular. Emma vê no bolso de sua jaqueta seu celular dando os primeiros indícios de bateria fraca. Ela pensava que ele teria pifado ou teria sido jogado fora.

— O que é isso? — Pergunta Henry assustado.

— Isso se chama celular, é um aparelho que usamos para nos comunicarmos no nosso mundo. — Disse Emma achando um tanto engraçado ter que explicar isso.

— Interessante. — Disse curioso.

De repente Emma teve uma ideia, uma que parecia louca para o momento, mas, sabia que futuramente serviria de grande valia.

— Senhor Henry— disse Emma se aproximando. — Vamos gravar um vídeo!

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Emma andava pelos corredores do castelo a procura de Regina, precisava conversar com a morena, precisava tentar tê-la para si não só por uma noite, mas para todo o sempre. Deteve-se quando ouviu vozes vindas de uma sala, era Regina, Regina e Evil aparentemente discutindo.

— QUANTAS VEZES EU VOU TER QUE REPETIR PRA VOCÊ ENTENDER, QUEEN? — Dizia Regina exaltada.

— QUANTAS FOREM NECESSÁRIAS PARA EU ACREDITAR, MINHA CARA! - Respondeu Evil exasperada.

— Eu amo Robin Hood, o amo com todas as minhas forças e, o que aconteceu entre mim e a senhorita Swan foi UM momento. — gritou.— Eu matei um desejo que tinha dentro de mim, apenas. Ela não significa nada para mim, é apenas a mulher que roubou o meu filho! — Completou tentando acalmar o tom de voz.

Regina e Evil ouviram um barulho, era o celular de Emma no chão e a mesma estática diante da porta.

— Snow não te ensinou a não escutar atrás da porta, senhorita Swan? - Disse Regina, mais friamente que pode.

Emma apanhou seu celular do chão e saiu de lá o mais rápido que conseguiu.

— Sabe Regina, você me disse que está diferente agora, que encontrou o amor e realmente mudou, mas a única coisa que vejo é uma rainha má brincando de casinha, fingindo ser feliz!— Evil disse amargamente.

— E o que sabe sobre felicidade, Queen? Nunca tivemos isso!

— e se depender de você, jamais teremos! — Evil deu as costas para Regina que permanecia imóvel. Estaria ela levando uma lição de moral da RAINHA MÁ? — Espero que não se arrependa das suas ações, odiaria saber que a dor que sinto agora será eterna.

Dito isso Evil sumiu pelo castelo. Estava à procura de Emma, precisava saber se ela estava bem. Evil Queen já não se reconhecia mais, por que diabos estava fazendo isso? Ela dizimou reinos inteiros, cometeu tamanhas atrocidades, por que estava nesse exato momento indo atrás da filha de SNOW WHITE? E por que achava que era a coisa mais certa a se fazer? Desde quando fazia a coisa certa?

Evil Queen encontrou Emma em sua macieira e a mesma a esmurrava sem dó nem piedade. A raiva lhe subiu, ninguém se quer tinha permissão de toca-la e aquela loira abusada a estava esmurrando, ela iria pagar, com certeza!

— TIRE SUAS MÃOS IMUNDAS DA MINHA MACIEIRA OU EU ESMAGAREI SEU CORAÇÃO!!

Emma continuou e Evil surtou. Foi para cima da loira adentrou a mão em seu peito.

— Nunca duvide da rainha má! Se eu disser que vou esmagar seu coração, não tenha dúvidas disso!

— V..você já o fez!— disse Emma num fio de voz.

 Somente naquela hora Evil percebeu as lágrimas no rosto da loira e aquela imagem lhe quebrou.

— Você o fez naquela sala!

Evil ficou em choque, não só pelas palavras da loira, mas por alguém ainda ser capaz de gostar dela e esse alguém ser justamente a que ela mais fez sofrer.

—Por que? — pergunta Evil num sussurro sendo ignorada por Emma — POR QUE? — grita exasperada.

—POR QUE EU A AMO! Por que não importa para onde eu corra, ela sempre esta lá, mesmo que seja apenas na minha mente! Porque mesmo ela sendo insuportável eu não consigo suportar o mundo sem ela!

— ELA TENTOU MATAR A S-U-A MÃE!- grita Evil. — ELA ROUBOU A SUA OPORTUNIDADE DE TER UMA FAMÍLIA, ELA ROUBOU A OPORTUNIDADE DE VOCÊ TER VIVIDO COMO UMA PRINCESA! COMO VOCÊ PODE GOSTAR DE  ALGUÉM ASSIM? COMO, EMMA?

Evil não conseguia entender, aquilo tinha que ser alguma armação de Snow, uma vingança ou qualquer outra coisa. Ninguém era capaz de amar uma pessoa que lhe fez tanto mal.

— SE ELA NÃO TIVESSE FEITO ISSO NÃO TERÍAMOS HENRY!- Emma respira fundo e completa.— Nenhum título e nenhum reino me deixaria mais feliz que ouvir a voz rouca dela de manhã, quebrar a cozinha dela tentando cozinhar e ser incinerada por ela, porque você sabe, ela odeia bagunça. Eu não me importo com as coisas que ela fez no passado, mas isso não quer dizer que ignoro o passado dela. Eu sei que ela cometeu atrocidades e não concordo com isso, mas eu simplesmente a perdoei. Todos merecem uma segunda chance, e depois de tudo que ela passou, depois de tudo que ela sofreu. Eu, no lugar dela faria muita coisa ruim. Não sei se seria tão forte e destemida como ela para amaldiçoar um reino inteiro, mas eu com certeza faria mal para muita gente. O erro das pessoas é acharem que ou você é bom ou você é mau, mas ninguém é completamente bom, da mesma forma que ninguém é completamente mau. Regina pode não ser a pessoa mais agradável do mundo, mas sei que se você conseguir alcançar o coração dela, ela será a pessoa mais doce e sincera que já conheceu. Quanto mais espinhos existem no caminho do coração de uma pessoa, maior a capacidade de amar! 

Evil estava com os olhos marejados. Definitivamente não acreditava que um dia alguém iria amá-la dessa forma. Ela achava que não merecia tal amor, não depois de tudo que fez, mas lá estava ela, diante do fruto do amor verdadeiro que estava completamente apaixonada pela Rainha má. Evil tirou a mão que ainda se encontrava atravessada no peito de Emma e aproximou seu corpo da loira. Emma a olhou nos olhos tentando decifrar essa Regina que se dizia tão má e fria, mas, diante da loira parecia ter muito mais sentimentos do que gostaria dentro do seu coração; parecia estar a procura de alguém pra curar suas feridas. Evil pegou as mãos de Emma e as levou para seu rosto, em seguida curando-as. Olhou nos olhos da loira que lhe traziam tanta paz. Paz essa que não conhecia há muito tempo. Aproximou seus lábios da loira, que mantinha suas mãos no rosto de Evil.

— Você teria coragem de beijar a Evil queen, Emma?

— Sim.

—Por que? Você sabe que não sou a Regina que você ama!

— Esse é o ponto. Você está lá, em algum lugar do coração dela, você ainda está lá! - Emma suspira— eu amo todas vocês, mas eu amo todas vocês dentro dela! Porque o conjunto é o que a torna tão especial.

— Então você não teria coragem de me beijar aqui e agora. - Diz Evil tentando o máximo se afastar, porém, seu corpo não reagia.

— Por que quer tanto? Ela ama o Hood! — Diz Emma aflita. — Você não deveria gostar de mim!

— Esse é o ponto! Quando ela o menciona, eu não sinto nada, nem amor, nem ódio! Apenas...nada — suspira Evil colando sua testa na de Emma. — Mas quando é você, eu sinto vontade de te bater, te torturar, te matar, te beijar, te jogar na cama e te amar! Isso tem que significar algo. Eu preciso saber o que é! Pois até onde sei, meu amor verdadeiro é Robin Hood.

Emma nada falou, apenas fechou a distância de suas bocas.

Era como se descobrisse o significado de beijar. Evil se sentia livre, sentia como se nada mais importasse no mundo. Aquele momento era o mais mágico de sua vida desde Daniel e com esse pensamento ela se afastou de Emma e sumiu em sua fumaça roxa.

— Eu já disse que odeio magia? — Pergunta Emma a macieira, irritada e frustrada. Será que o seu destino era ter Regina sempre recuando após um beijo?

E aquele beijo iria mudar tudo.