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História Mais que um jogo - Capítulo Único - Mais que amor


Escrita por: dreamingnabi

Notas do Autor


Olá.
O que será que uma ficwriter faz quando percebe que hoje faz 2 anos que está nessa vidinha? Isso mesmo, escreve mais.
Como minha primeira fic foi uma OS Taoris, achei que seria justo também fazer algo assim nesse dia também. E quem sabe se eu ainda estiver aqui nos próximos anos eu continue a fazer esses "especiais" do couple?
Se estiver procurando lemon, sinto muito. Assim como Décimo Segundo Andar ela será bem simples (até a capa inexistente e a separação das cenas está semelhante q) mas espero que gostem ^^

Capítulo 1 - Capítulo Único - Mais que amor


 Os garotos adentraram a quadra, cada grupo de um lado, aproximando-se em conjunto até que parassem frente a frente, encarando-se daquele jeito dramático que gostavam de encenar, como se estivessem em algum filme.

 

Os paletós do uniforme esvoaçavam com o vento que lhes agitava as roupas. Em cada canto os alunos carregavam um emblema de uma escola diferente junto ao peito. Gostavam de fazer toda aquela cena como se realmente fossem escolas rivais que disputavam entre si, mas, na verdade, eram apenas secundaristas sem muito o que fazer.

 

Zitao, que ia na frente do grupo que entrara pela esquerda, não saberia dizer corretamente quando foi que eles começaram a jogar juntos, sempre com o mesmo time, no fim do dia letivo das sextas-feiras. Ele costumava estudar na escola do time oposto e era amigo daqueles caras, e então quando teve que mudar de escola e fez novos amigos por lá, acabaram se juntando para jogar em um sábado qualquer e de alguma forma virou rotina no dia anterior ao estabelecido.

 

Ele ergueu a mão em punho atrás de sua cabeça e Yifan, o líder do time oposto, fez o mesmo ao sorrir. Eles jogaram os dedos ameaçadoramente no ar no momento seguinte, Yifan ficando com pedra e Zitao tendo a infelicidade de jogar a tesoura. O menor olhou feio para aquele sorriso sacana que despontava dos carnudos ressecados e se aproximou mais um pouco, empurrando a bola contra o peito magro. Odiava quando perdia (o que era frequente, na verdade) e tinha de ver a careta de vitória no rosto do outro, mesmo sendo um jogo simples.

 

Yifan segurou a bola, colocando os dedos por cima da mão de Zitao que ainda estava na bola e acariciou de leve. Sorriu, e o menor podia ouvi-lo claramente dizer “Você não precisa ficar irritado com isso, meu amorzinho, da próxima você começa”, o que lhe deixaria extremamente irritado, então ele apenas puxou a mão o mais rápido possível e se posicionou junto ao seu time do outro lado da quadra.

 

Ambos os grupos tinham apenas cinco garotos: no time de Yifan, Yixing, Chanyeol, Sehun e Joonmyeon pareciam deixar injusta aquela disputa por conta da altura (embora o último não contasse com tal privilégio), enquanto no time de Zitao, Minseok, Jongin, Luhan e Jongdae pareciam destinados à derrota mas, por incrível que pudesse parecer, era sempre o contrário que acontecia.

 

O jogo estava prestes a começar quando os amigos ouviram um grito atravessar a quadra da pracinha.

 

“Vai, amor! Arrasa com esses nojentos!!” Baekhyun, que sempre ficava do lado de fora e com as mãozinhas agarradas na grade para ver bem o namorado, estava acenando e soltando a voz a plenos pulmões.

 

Chanyeol virou para trás com um sorriso bobo estampado e mandou um beijo no ar para ele. Era como se tivesse recebido a energia necessária para jogar.

 

Assim que a partida começou, no entanto, o único amor de cada um foi a bola que deveria ser levada para o seu devido lugar: a cesta.

 

Parecia que entre eles não havia mais do que a paixão pelo basquete que lhes fazia jogar com afinco, a sede insaciável de vitória que parecia alimentar as almas jovens e orgulhosas – mas naquela quadra havia mais coisas em jogo do que apenas uma aposta de qual time pagaria a saída do próximo fim de semana. Aqueles garotos gostavam de discutir silenciosamente em quadra, apenas com o bater dos corpos e roubadas de bola, assim como os impedimentos de marcar uma cesta, o que deixava o jogo muito mais competitivo e violento que o normal. De seu lugar fora da quadra, Baekhyun mordia os lábios e torcia para que resolvessem aquilo fora dali ou algum dia se machucariam de verdade.

 

Os olhos em chamas de Minseok pareciam fixos em apenas uma pessoa do outro time: Oh Sehun. Quando os outros estavam com a bola ele deixava que fizessem o serviço por ele, mas assim que o Oh tinha a posse da esfera laranja ele parecia virar o bicho empenhado em fazê-lo soltá-la de qualquer forma. Suas ações movidas por raiva deixavam explícitas que tudo o que contava de que já havia superado o término de seu namoro por causa do maior era mentira.

 

Zitao tinha uma pontada de culpa naquilo porque, se não fosse ele a unir as duas escolas, Luhan e Sehun nunca teriam se conhecido e o menor continuaria o seu relacionamento feliz com Minseok.

 

O novo casalzinho que tinha dificuldades de se assumir por conta do estrago que Luhan fizera no mais velho do grupo quase se comia em quadra, principalmente quando um deles estava com a bola, pois o outro ia para cima como se não houvesse mais ninguém naquela praça. E aquilo doía tanto em Minseok, tanto.

 

Talvez os mais calmos daquele jogo fossem Joonmyeon, que nunca revelaria sua paixonite por Sehun após descobrir do quase-relacionamento do melhor amigo; Jongin, que era alheio demais ao mundo para sequer perceber o que se desenrolava ali e Jongdae, que só queria arrastar Minseok dali para que o amigo não se machucasse mais.

 

Talvez, mais uma vez, Zitao tivesse culpa no cartório, pois todos aqueles problemas não teriam ido para a quadra se ele mesmo não tivesse levado os seus pra lá. Como capitães de seus respectivos times, Zitao e Yifan serviam de mau exemplo para seus seguidores ao serem tão agressivos em quadra, principalmente quando estavam brigados por alguma coisa.

 

Sehun foi o primeiro a marcar cesta e soltou um beijo no ar para Luhan que teve de prender o riso. Zitao olhou feio para Yifan, como se o capitão tivesse feito algo de errado, e o Wu apenas deu de ombros.

 

Zitao e Yifan, quando ainda estudavam juntos, encontraram no basquete uma paixão que lhes preencheu e os fizeram se apaixonar tanto pelo esporte quanto um pelo outro. Eles eram tão similares entre si, não só por gostarem do esporte, mas também gostavam do mesmo estilo de música e roupa. Eram como irmãos de pais diferentes, e o relacionamento foi bom enquanto se viam todos os dias. Naquele tempo, o jogo era apenas o jogo e não havia muito o que se resolver em quadra, principalmente quando estavam sempre no mesmo time. Agora a história era totalmente diferente.

 

Com um arremesso certeiro, Zitao marcou ponto e voltou para bater nas mãos de seus amigos, lançando um olhar de vitória para o Wu, quase como se tivesse decidido o fim da partida do dia. O mais alto apenas sorriu e quicou a bola; não se afetava tanto com os resultados dos jogos como o Huang fazia.

 

As brigas só começaram de fato quando Zitao mudou de escola. Em algum momento entre a tristeza de se ver longe do namorado e os encontros só depois da aula, quando Yifan ia buscá-lo para que caminhassem juntos, ou nos finais de semana, e entre as demoras do Wu para responder às mensagens quando estava online que aquilo fora ganhando combustível e, em várias ocasiões, explodia só para voltar a se encher de novo. Porque o motivo daquelas brigas tinha nome, sobrenome e dificuldade com o coreano: Zhang Yixing.

 

O chinês era um intercambista que chegara um pouco antes de Zitao sair da escola. No começo, juntaram-se pela semelhança de descendência, muito embora Yifan e Zitao tivessem sido criados na Coreia e não dominassem o mandarim, mas um dia antes do Huang ir embora ele já não simpatizava mais com o chinês.

 

Yixing se colara como um carrapato nas costas de Yifan e o seguia até ao banheiro quando se distraía em uma conversa com ele, mal se importando se o loiro estava do outro lado da cabine e ele, do lado de fora, falando empolgadamente enquanto Yifan tentava não se envergonhar com a situação. O Zhang não tinha nada de tímido e contara ao Wu sobre os seus sentimentos para com ele assim que principiou a senti-los, mesmo sabendo do relacionamento que mantinha com Zitao.

 

Era claro que Zitao tinha informantes (lê-se: Byun Baekhyun) que o deixaram por dentro de tudo, e o estopim foi quando em uma festa Yixing colara seus lábios doces contra os recheados do capitão Wu, uma atitude movida pelo efeito do álcool mas que o chinês afirmara, quando sóbrio, que não se arrependia do ato.

 

Yifan tentou se explicar logo após repreender Baekhyun por ser tão tagarela, mas Zitao nunca aceitaria que ele não tinha culpa na situação. Ficaram um mês sem se falar, e somente a falta que o outro fazia levaram o Huang a lhe desculpar, embora aquilo tivesse afetado sua segurança naquela relação. O beijo não tornou a acontecer mas as brigas estavam longe de cessar, uma vez que Yixing parecia disposto a conquistar o outro.

 

A terceira cesta foi de Jongdae e logo em seguida Luhan marcou ponto, fazendo um movimento com as mãos pro lado de Sehun enquanto se aproximava de seu rosto e o resto comemorava ao lado. O Oh apenas riu da vitória alheia e fingiu bater palmas quando o outro se afastou.

 

Naquela sexta-feira fazia uma semana que eles não se falavam novamente, tudo por causa de uma foto que Yixing postara no Facebook, os lábios colados na bochecha de Yifan ao que o Wu sorria em um cenário noturno – Yixing só chamara ele para o cinema e estavam na rua de sua casa quando sugeriu a foto. Não ocorrera nada demais, mas Zitao nunca acreditaria naquilo. Yifan sabia que daria problema desde que recebeu o convite, mas não deixaria de sair com seu amigo por causa do namorado. Deixara as coisas bem claras para o Zhang e o outro afirmara entender, mesmo que suas ações não dissessem o mesmo.

 

Wu Yifan nunca sabia se devia informar Zitao sobre aquelas saídas ou deixar que o outro descobrisse por parte de Baekhyun. As duas reações eram ruins, então ele preferia revezar entre uma e outra sempre que ocorria.

 

Os paletós já haviam sido jogados em cima de Baekhyun quando a quinta cesta foi marcada. O suor escorria pelos corpos determinados que queimavam embaixo do Sol, as peles sem a devida proteção que provavelmente reclamariam depois e os pés que formigavam no sapato apertado compunham o estado dos alunos que mal haviam almoçado e já gastavam a energia acumulada nos corpos ativos.

 

Eles continuaram a jogar até que as pernas estivessem moles e as garrafas d'água já tivessem sido espremidas entre as mãos desesperadas, os peitos subindo e descendo em ritmo acelerado ao que Baekhyun gritava que já era o suficiente por aquele dia. Luhan saiu da quadra sendo auxiliado por Sehun por ter se machucado e Minseok correu para segurar seu outro braço como se, ao mesmo tempo que quisesse ajudar, não desejasse se aproximar muito do Oh.

 

Joonmyeon parecia passar mal. Naquele ponto as camisas já estavam fora de todos os corpos, e Chanyeol e Jongdae o abanavam no canto da quadra enquanto o Kim parecia sofrer de enjoo e tontura. Baekhyun se pôs ao lado deles para gritar que haviam exagerado no tempo de partida, que estava com fome e queria chegar logo em casa.

 

Jongin apoiou as mãos nos joelhos e afirmou que para ele estava bom por aquele dia, chamando Yixing para ir embora. O chinês olhou para o casal que permanecia na quadra; os corpos seminus estavam um de frente para o outro, meio curvados, e Zitao quicava a bola de um lado para o outro, os olhos felinos fixos nos profundos do Wu. Ele não queria ir embora naquele momento, mas seu corpo também estava cansado então ele resolveu seguir o resto do grupo para fora de quadra.

 

“Tao! Vamos embora! Já é o suficiente!” Baekhyun gritou, ficando para trás para chamar os dois remanescentes enquanto o resto já caminhava pela rua em direção à sua casa, onde costumavam se reunir após os jogos.

 

“Depois eu alcanço vocês. Pode ir, Baek!” Gritou de volta, ao que o Byun revirou os olhos e resolveu deixar pra lá.

 

Eles ainda jogaram por muito tempo. Enfiavam a própria alma naquela bola e faziam com que entrasse na cesta diversas vezes, os corpos saltando no ar e os dedos se entrelaçando no ferro da cesta de vez em quando, ficando presos como macacos antes dos pés tocarem o chão pesadamente.

 

Aquilo era mais que um jogo para eles, e sempre seria.

 

Mesmo quando não havia questões pessoais entrelaçadas por entre os arremessos, aquilo era mais que um jogo. Cada partida era o jogo de suas vidas, como se em cada uma delas algum profissional da área estivesse assistindo para ver quem seria convidado para um time oficial.

 

Os garotos sempre sonharam grande, acreditando que tinham potencial para aquilo. E, mais do que potencial, havia amor naqueles passos que almejavam vitória, e talvez um dia fossem tão grandes quanto aquele sonho, porque o amor movia mais do que a bola para uma cesta, mas também uma pessoa até um futuro brilhante. Era no que acreditavam.

 

O Sol já se punha e o clima já ficava mais ameno quando Yifan pensara em desistir, só o fazendo de fato quando começou a escurecer. Ele parou no meio da quadra, as mãos nos joelhos e a respiração ofegante, o colar balançando no ar abaixo de si enquanto as pernas inexistiam e os pulmões pareciam multiplicar o trabalho. Ele se jogou no chão, e a bola que Zitao arremessara na cesta saíra quicando para longe deles.

 

“Eu desisto! Você venceu, Tao.” Esparramou-se na quadra, os membros espichados enquanto tentava normalizar a respiração. Todo o corpo parecia formigar, e ele encarou o céu com aquela sensação boa que parecia correr junto ao seu sangue sempre que terminava uma partida.

 

No momento seguinte, o que ele encarava era os olhos de Tao que havia montado em si enquanto ofegava. Os membros ficaram ao lado do corpo do maior, as costas curvadas escorriam suor e o couro cabeludo encontrava-se empapado com o mesmo. O mesmo colar de cruz que repousava no peito do Wu pendia de seu pescoço, o material queimando um pouco a região por conta do calor que absorvera e transmitia.

 

“Você e Yixing foderam muito ontem? Ou foi hoje mesmo, no banheiro da escola? Porque eu sei que você aguenta muito mais.” A voz era ríspida e a irritação era clara.

 

As mãos grandes seguiram para a cintura nua, apoiando a pele gelada pela transpiração.

 

“Tao…”

 

“Porra, Yifan! Você não vê que ele quer separa a gente?”

 

“E o que você quer que eu faça, huh? Ele é meu amigo e não vai tentar mais nada. Caramba, como que você ainda tem gás para discutir?”

 

O loiro menor se sentou na barriga lisa do outro, jogando os cabelos para trás e olhando para o céu. Queria esbofetar a cara de Yixing, mas o garoto era tão calmo que provavelmente ficaria parado e só o encheria ainda mais de raiva.

 

“Eu não confio nele, Yifan.”

 

O Wu apertou a cintura magra, chamando-lhe a atenção.

 

“Então confie em mim, Tao.”

 

O Huang o encarou por alguns segundos antes de assentir lentamente, coisa que mal deu para perceber. Yifan sorriu, entrelaçando a mão do namorado antes de puxar-lhe para cima de si.

 

Os peitos se colaram e as respirações se chocaram; Huang ergueu os dedos para acariciar a face alheia e estendeu os lábios para que pudesse tocar nos ressecados do maior.

 

Os dentes deferiam leves mordidas em plena calmaria antes que as línguas se juntassem, esfregando-se em desejo ao que as salivas se misturavam.

 

Amor.

 

Eles também tinham amor um pelo outro e, assim como no basquete, aquele amor os permitiria ir longe.

 

 

~

 

 

Os amigos entraram com grande barulho na casa do Byun, quase derrubando o que viam pela frente em meio ao desespero de se jogarem no primeiro sofá que vissem. Sorte que a casa era equipada com dois daqueles grandes e havia espaço para mais gente nas poltronas.

 

Luhan foi colocado em uma das poltronas com certa dificuldade pelos dois que tentavam driblar os móveis até que a bunda do loirinho estivesse apoiada no estofado.

 

“Obrigado. Não precisava disso tudo, logo vai passar.”

 

Sehun ignorou totalmente as palavras do menor e deixou que os olhos corressem no ambiente, repousando-os no dono da casa que fechava a porta e jogava os paletós no sofá mais próximo.

 

“Baek, gelo.”

 

O garoto assentiu e saiu apressado na direção da cozinha. O Oh se abaixou próximo à poltrona e acariciou a mão do outro ao que recebeu um sorriso em resposta. Minseok apenas observou tudo em silêncio; os olhos haviam se grudado naquele gesto com afinco e lhe custara desviá-los, rindo soprado de sua própria tolice ao que sentia mais um corte em seu coração. Jogou o corpo no sofá que havia logo ao lado, deixando que as orbes se fixassem no lustre bonito entre os sofás.

 

Joonmyeon tinha os olhos fechados, estirado do outro lado do sofá. Havia vomitado durante o caminho e ainda não se sentia nada bem. Jongin acariciava-lhe os fios como que para consolá-lo de algo, esperando que ele melhorasse. Baekhyun pensou que quando todos comessem tudo ficaria bem, então voltou à sala rapidamente e entregou o gelo na mão do Oh, que o posicionou gentilmente na região fraturada do loirinho que se encolheu um pouco. Ao sair, pediu que Yixing o acompanhasse na preparação dos sanduíches e ele aceitou de bom grado. Enquanto isso Chanyeol procurava alguma solução para o problema no Google.

 

“Tá dizendo aqui que é infarto! Joonie, você não pode morrer!”

 

Jongdae revirou os olhos, levantando-se de seu lugar para roubar o celular do outro.

 

“Me dá isso aqui.” Correu os olhos pela tela, deferindo um estalo no braço do maior em seguida. “Você não terminou de ler a matéria. Diz aqui que é comum após esforço físico exagerado; não se preocupe, não tem infarto nenhum.”

 

Joonmyeon abriu os olhos e sorriu para os amigos. Não estava tão preocupado assim como os outros estavam, uma vez que aquilo já lhe acontecera algumas vezes, mas achava adorável o modo como cuidavam dele.

 

Jongdae devolveu o celular para o Park e lhe lançou um olhar atravessado por assustar todo mundo daquela forma. O grandão se encolheu e resolveu ligar a televisão para que se distraíssem até o namorado voltar com o lanche.

 

 

Todos já jaziam com os corpos estirados no estofado e colunas arriadas, as mãos apoiadas nos estômagos cheios. Na mesa de centro a bandeja que outrora abrigara todos os sanduíches de presunto, queijo, alface e frango estava cheia de farelos e alguns pedaços das bordas do pão que alguns não gostavam, assim como dois lanches remanescentes que esperavam por seus donos.

 

“Eu acho que eles não vão vir. Será que posso comer?” Chanyeol estendeu a mãozorra na direção da bandeja e elas logo foram enxotadas pelo Byun. O maior fez uma careta triste que pareceu cômica para sua figura.

 

“Acho melhor irmos embora. Em breve seus pais chegam e vão ver esse monte de homem pelado na casa deles. Vão acabar te repreendendo, Baek.” Joonmyeon, que já estava muito melhor, sugeriu.

 

“Eu vou com o hyung.” Jongin ergueu a mão, bocejando em seguida.

 

“Não tem problema se quiserem ficar mais. De verdade.” Baekhyun afirmou, convicto, levantando-se ao reparar que os dois já juntavam suas peças de roupa.

 

Naquele momento, quase como se o casal tivesse planejado aquilo, a campainha tocou. Baekhyun seguiu até a porta e, quando a abriu, deu de cara com o semblante sonolento de Zitao e um sorriso de Yifan.

 

“E aí? Chegamos!” Anunciou, abrindo caminho para entrar na sala.

 

Os olhos de Yixing desceram imediatamente para as mãos dadas e o Wu notou aquilo.

 

“Já estamos de saída. Onde estiveram esse tempo todo?” Joonmyeon questionou.

 

“Ficamos na pracinha, mas os mosquitos começaram a picar a gente. Estamos mortos de fome.” Respondeu, saindo correndo na direção do sanduíche quando o avistou na mesa. Deu uma grande mordida que preencheu-lhe a boca e Tao fez o mesmo, revirando os olhos por finalmente estar ingerindo alguma coisa.

 

“Eu acho que vou com vocês.” Minseok se levantou.

 

“Gente, espera!” O Park berrou, apontando para a tela, e todos focaram em seu dedo esticado no ar. “Vão descobrir o assassino agora.”

 

Todos fizeram um som de surpresa quase em uníssono e grudaram os olhos na série que vinham assistindo. Alguns segundos depois, Kim Minseok desviou sua atenção para o mais novo casal ao seu lado.

 

Sehun estava sentado de lado no colo de Luhan, as pernas para fora do braço da poltrona. Havia adormecido em algum momento entre um assassinato e outro, derrubado pelo cansaço, a cabeça apoiada no ombro do loirinho impedindo-o de se mover, mas despertara com o barulho da chegada dos amigos.

 

“Sehun.” Minseok chamou, coisa que surpreendeu o adolescente mais alto que nunca ouvira a voz ser dirigida para si. Luhan ficou em alerta, como se qualquer coisa ruim pudesse surgir daquela primeira troca de palavras. O Oh o encarou e, por um momento, foi como se faíscas pulassem dos olhos grandes, alcançando os seus espremidos que tentavam se acostumar com o brilho do local, como se fossem duas espécies diferentes que não poderiam se encarar por muito tempo. No momento seguinte, Minseok suspirava e todo aquele ar de tensão se desfazia. Já havia admitido sua derrota. “Cuida dele.”

 

O maior ficou surpreso de primeira, mas logo assentia, concordando. Entendia os amplos significados daquele “cuidar”, mas não era como se tivesse qualquer intenção ruim com o loirinho; apenas não tivera a oportunidade correta de se entregar quando o outro ainda estava ligado ao ex, com medo de machucá-lo ainda mais.

 

“Min hyung…”

 

Minseok sorriu.

 

“Não faz essa cara, Lu, você não é a última bolacha do paco-”

 

“AHHH! EU SABIA!” Baekhyun berrou, apontando um dedo para a tela, e um novo barulho inundou o ambiente, com direito a berros e mais berros na direção da televisão. “Parece que alguém vai ficar pobre; ein, Yeol?”

 

O Park tinha o semblante derrotado.

 

“O que vocês apostaram?” Zitao perguntou de boca cheia. Conhecia os amigos.

 

“Ele vai pagar tudo do próximo encontro, inclusive tudo o que eu quiser comprar.” Sorriu, vitorioso.

 

Os últimos minutos do episódio se findaram e alguns dos garotos se prepararam para ir embora.

 

Enquanto os amigos se dirigiam para a porta enquanto ainda faziam barulho ao trocar ideias da próxima saída, Sehun se virou para o menor abaixo de si e selou sua bochecha. Já havia feito aquilo muitas vezes até cair no sono, mas daquela vez descia para o pescoço e sugava a pele alva entre os lábios.

 

“O que está fazendo, Hunnie?”

 

Os dentes soltaram a epiderme após castigá-la um pouco e a boca seguiu para próximo do ouvido, selando atrás do lóbulo.

 

“Namore comigo, Luhan, e eu prometo ser a cura de suas fraturas.”

 

O loirinho riu, fingindo pensar um pouco antes de assentir. Sehun beijou-lhe a bochecha rosada e então os lábios de mesma cor, um estalo que chamou atenção de Yifan e Zitao, mas eles mal se importaram.

 

“Não sabia que você podia ser fofo.” Comentou entre risos. “Agora se levante que eu não sinto as minhas pernas.”

 

O mais novo o obedeceu, sorteando a sua camisa e a do outro em meio as que sobraram, sequer se importando se era a dele mesmo ou não. Voltou para a poltrona e jogou a peça para que o outro vestisse.

 

“Vamos para casa.”

 

Zitao terminou seu sanduíche primeiro, engolindo o bolo com dificuldade.

 

“Só porque nós chegamos…”

 

Jongdae revirou os olhos.

 

“Os pais do Baek já estão vindo, então é melhor ir.”

 

Os dois mais altos concordaram e foram vestir as próprias camisas também. Sehun se ajoelhou de costas para a poltrona e Luhan montou, entrelaçando o pescoço do outro enquanto sentia as mãos firmarem suas coxas.

 

“Vocês também já vão?” Baekhyun perguntou, meio perdido. Havia acabado de levar os outros até o portão e o outro grupo já saía. “Parece que só o Yeol vai ficar. Onde ele está?”

 

“Atacando a sua geladeira.” Yixing pronunciou e o pequeno rolou os olhos. “Até mais, Baek.”

 

“Até, Xingxing.”

 

Os outros amigos terminaram de se despedir do anfitrião e logo já estavam na rua, achando o caminho até o portão por si mesmos.

 

Sehun caminhava com Luhan em suas costas mais à frente, querendo chegar o mais rápido possível antes que sua coluna se destruísse e – pensava – ficasse corcunda para sempre, enquanto o resto ia atrás. Yifan procurou no ar a mão calorosa de Zitao e a enlaçou, sorrindo para ele em seguida.

 

“Vocês já estão bem de novo?” Jongdae perguntou, sentindo-se até aliviado quando o casal assentiu.

 

“Sempre voltaremos a estar de bem.” Yifan pronunciou e se aproximou para beijar o pescoço do menor.

 

Ao seu lado, Yixing observou tudo em silêncio. Se não conhecesse o Wu, poderia muito bem dizer que aquilo era uma indireta, e sorriu.

 

Zhang Yixing ainda tinha seis meses para amar Wu Yifan, mas Zitao tinha toda a eternidade… porque aquilo também era mais que amor.


Notas Finais


Ai, olha que gay shuahsau observem a minha tentativa de fazer só Taoris e acabar enfiando outros couples no meio. Trágico.
Tadinho do menino Yixing, né? Mas ele não se abate e parte pro ataque mesmo. Adoro.
Obrigada a você que leu até aqui. Beijo no coração e tchauzinho~


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