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História Mais Tempo - Seis


Escrita por: Sugar_Dragon

Notas do Autor


EU DEMORO MESMO PQ SOU UM LIXO NÃO DESISTAM DE MIM

Capítulo 6 - Seis


Fanfic / Fanfiction Mais Tempo - Seis

 

            Era meio dia. Taehyung e Hoseok haviam chegado algumas horas atrás e terminado de resolver o caso pendente com Yoongi. Agora o mais novo estava ocupado discutindo com SoDam sobre qual o melhor restaurante para pedir comida para o almoço. Ambos folheavam o catálogo alimentício, totalmente absortos. Yoongi, assim, aproveitou a oportunidade e chamou Hoseok para o escritório. Quando a porta foi fechada e Yoongi se virou para o mais novo com um olhar preocupado, este não hesitou em deixar claro que já havia entendido tudo:

            ─ Você lidou com isso até melhor do que eu esperava, Hyung. ─ A expressão confusa do mais velho diante de seu sorriso o fez continuar ─ Eu já imaginava que você fosse meio que surtar tendo uma garota estranha morando na mesma casa que você. Você não é conhecido por ser sociável, afinal de contas.

            Yoongi, então, terminou de constatar que não adiantaria nada fazer rodeios sobre a situação. Ele nem ao menos sabia por que pensara que poderia disfarçar para Hoseok o que sentia. Carrancudo, ele desabou numa das poltronas, suspirando.

            ─ O pior é que não é só isso, Hobi. Não é apenas o constrangimento esperado quando se começa a conviver com alguém do sexo oposto. ─ Nesse momento, Yoongi encarou o amigo, que ouvia atenciosamente, os braços cruzados sobre o peito. ─ Tem algo errado com ela. Eu fico tipo... muito nervoso, começo a tremer e a suar toda vez que estamos muito perto. Meu Deus do céu, eu não sei lidar com isso, Hobi!

            Hoseok agora tinha um sorriso enorme estampado no rosto. Se aproximando do Hyung, ele envolveu seu pescoço numa chave de braço carinhosa e afagou seu cabelo.

            ─ Ora, ora, parece que o Sr. Coração de Gelo está apaixonado.

            ─ Quê? ─ Yoongi se desvencilhou do braço do amigo, negando com a cabeça.

            ─ Yoongi, para de se fazer de burro. Todo mundo sabe o que significam esses sintomas que você está sentindo aí.

            Yoongi escondeu o rosto nas mãos, envergonhado, e murmurou por entre os dedos:

            ─ Faz muito tempo desde que eu parei de ter que lidar com isso. Desde... Aquela época.

            O sorriso de Hoseok murchou levemente no rosto. Ele se sentia mal por isso. Sabia perfeitamente que desde que deixara Yoongi, o rapaz passara a se relacionar apenas por diversão e prazer, mas nunca se apaixonara novamente.

“Yoongi... Por favor, não me odeie...” Hoseok murmurou, lágrimas escorrendo pelo rosto. Yoongi suspirou, puxando o amigo num abraço.

“Não tem como eu te odiar, Hobi. Antes de tudo, você é meu melhor amigo. Você... Você foi o primeiro de quem realmente gostei, foi quem me mostrou muitas coisas maravilhosas. Mas, acima disso tudo, sempre foi meu amigo. E vai continuar sendo.” Uma lágrima silenciosa e secreta traçou um risco no rosto pálido do mais velho, enquanto ele se esforçava para se acostumar com a ideia de que estava sendo trocado pelo próprio primo, Kim Taehyung.”

 

Hoseok pôs a mão sobre o ombro de Yoongi, murmurando:

─ Isso é mais um motivo para você não ignorar o que está sentindo. Se ela conseguiu te balançar aqui dentro, ─ Ele levou a mão ao peito do Hyung ─ Alguma coisa de especial ela tem.

Yoongi suspirou mais uma vez. Se recusava a aceitar aquilo. De repente, uma hipótese surgiu: ele poderia apenas estar carente. Fazia um certo tempo desde que ficara com alguém, e talvez isso o estivesse fazendo ter pensamentos e sensações tolas em relação a SoDam.

Assim, com essa teoria em mente, na noite seguinte, Yoongi pediu a Hoseok para ir até sua casa e ficar com SoDam enquanto saía um pouco. Ele contara ao amigo o que concluíra no dia anterior, e Hoseok concordara em ficar com a garota, embora discordasse da teoria. Yoongi se sentia meio idiota saindo para uma festa e deixando a garota para trás, mas não via outra solução. Dizer “estou indo ver se beijo umas bocas para parar de sentir coisas por você” estava fora de cogitação, então ele inventou que precisava fazer um trabalho, e, antes de sair, disse a SoDam:

─ O Hoseok vai chegar logo, mas, por precaução, vou te mostrar uma coisa.

Ele a conduziu por um corredor até uma tapeçaria pendurada na parede. Afastando-a, revelou uma porta de metal relativamente camuflada no papel de parede, com uma espécie de teclado numérico sobre a superfície lisa. Yoongi digitou uma sequência de números devagar, para que SoDam a visse e decorasse, e a porta se abriu para um compartimento simples e de aparência fria. Havia um frigobar, uma mesa, com um monitor que apresentava os focos de todas as câmeras espalhadas pela casa, e uma cadeira. No chão, quase invisível sob o móvel, algo que parecia um alçapão.

─ Isso é para último caso. Apenas se você precisar urgentemente se esconder. Só sete pessoas sabiam essa senha. Agora, com você, oito.

SoDam assentiu com a cabeça, preocupada. Yoongi percebeu seu olhar e se apressou em acrescentar:

─ Desculpa, eu não queria te assustar. Nada vai acontecer, estou só sendo precavido, tá bom? Não se preocupe.

Alguns minutos depois que Yoongi deixara a casa, seu celular tocou. Era Hoseok.

─ Suga, eu vou ter que demorar um pouco pra chegar na sua casa. Vou precisar passar na casa dos meus pais primeiro, eles me ligaram agora a pouco pedindo que eu fosse. Não deve ser nada sério, mas é melhor eu ir.

─ Tá bom, só avise a ela. Quando você conseguir chegar lá me manda uma mensagem.

─ Beleza.

 

Yoongi estava sentado ao balcão da boate, encarando a bebida que comprara e se perguntando se deveria realmente ter ido lá. Ele havia esquecido o porquê de não freqüentar festas assim. A aglomeração de pessoas e o barulho realmente o incomodavam. Mas não fazia sentido ficar lá parado agora. Já que estava ali, tinha que fazer o que fora lá para fazer.

Assim, Yoongi ergueu os olhos e os correu pelo local. Seu olhar cruzou com o de uma garota de cabelos compridos e vestido preto sentada na outra extremidade do balcão. Ela o encarava com um sorriso no canto dos lábios. Yoongi retribuiu o olhar. Ela era linda. As pernas quase totalmente expostas estavam cruzadas elegantemente, e ela bebericava de sua taça com lábios vermelhos extremamente atraentes. A moça piscou na direção de Yoongi, e ele sorriu de leve, convidando-a silenciosamente. Ela, então, se levantou e caminhou lentamente nos tamancos também pretos, sentando-se no banco ao lado de Yoongi.

 Ambos se encararam por alguns instantes, até ele se inclinar em sua direção e tocar sua mandíbula com os lábios, num beijo leve. Ele retrocedeu um pouco, mas manteve o rosto próximo ao dela. A moça então sorriu com o canto dos lábios, esticando a língua e lambendo os lábios fechados de Yoongi. Levantando-se do banco, ela agarrou sua mão e o conduziu por entre as pessoas para uma mesinha escondida nas sombras do segundo andar da casa de festas. Fazendo com que ele se sentasse, ela passou as pernas ao redor de seu corpo, ficando sobre suas coxas, e atacou sua boca num beijo voraz. Yoongi levou as mãos até a cintura bem delineada da garota, puxando-a para mais perto e deixando-a explorar sua boca. Suas mãos com dedos compridos corriam pelo peito do rapaz, agarrando sua camiseta e às vezes arranhando sua clavícula. Yoongi sentia calafrios a cada vez que ela mordiscava seus lábios ou suspirava contra sua pele, mas alguma coisa parecia deslocada, fora de lugar.

Apesar de estar se sentindo fisicamente incrível, alguma coisa o fazia repreender a si mesmo por estar ali. Ele tentava espantar essa sensação quando sentiu os dedos da moça sobre a pele nua de seu abdome. Ela deslizara as mãos por sob a camiseta do rapaz e agora corria suavemente as unhas compridas pelo seu corpo, fazendo seu coração palpitar de excitação. Yoongi acabara de afastar os cabelos negros da moça e beijava seu pescoço gracioso, quando sentiu o celular vibrar no bolso da calça. Teve que resistir com todas as forças à tentação de ignorar a ligação. Por fim, afastou gentilmente a garota, que cruzou os braços com uma expressão mal-humorada no rosto deslumbrante de lindo. Yoongi viu o nome de Hoseok na tela do celular.

─ Oi, cara. Pode falar.

─ Suga! ─ A voz de Hoseok soou como um grito ofegante ─ Eles estão indo pra sua casa!

─ O quê? Quem? ─ Yoongi exclamou, se endireitando no assento e fazendo a moça se levantar de seu colo, resmungando.

─ Lembra daqueles caras do tráfico que a gente tinha conseguido rastrear e estávamos vigiando? O Jungkook acabou de me ligar, ele ouviu a conversa deles pelo grampo e eles estão indo pra sua casa! A gente não sabe de onde eles conseguiram a informação, mas...

─ Puta merda ─ Yoongi quase gritou quando se levantou da cadeira e saiu correndo, deixando a garota confusa e irritada para trás. ─ Onde você tá?

─ Eu tô no caminho, saí assim que ele me ligou, mas a casa dos meus pais é longe, você tem que ir logo pra chegar antes. O resto dos caras também está indo.

─ Tá, eu tô indo pra lá agora.

 

SoDam abria a porta do abrigo atrás da tapeçaria com os dedos trêmulos, enquanto segurava Holly com o outro braço. Ouvia os homens batendo com força na porta, tentando arrombá-la. De alguma forma eles haviam burlado a segurança do portão, e a campainha diferente programada para tocar quando isso acontecia alertara SoDam. Ela olhara pela janela e vira quatro homens corpulentos e armados indo em direção à escada que dava para a porta da frente. A garota correra até o escritório de Yoongi e pegara a pasta com os planejamentos para a “operação mala”, agarrara o gato preto que dormia numa das poltronas e correra para o corredor onde agora estava, mal podendo acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo.

Por fim, quando entrava no cômodo, ouviu um barulho mais alto, como um tiro abafado, e percebeu que a porta tinha ido abaixo. Rapidamente trancou a porta por dentro. Pelo monitor, podia ver os homens entrando na casa. Eles rumaram para o escritório, jogando papéis no chão e quebrando coisas. Passaram muito tempo tentando arrombar o cofre, sem sucesso. Quando já haviam esvaziado todas as gavetas e jogado a maioria dos livros para fora das estantes, dois dos homens saíram do cômodo e começaram a vasculhar o resto da casa. SoDam não conseguia tirar os olhos da tela quando eles se aproximaram da tapeçaria no corredor. A peça de tecido estampado era um dos poucos itens de decoração na casa inteira, e SoDam imaginou que a curiosidade sobre o seu valor fora o fator que levara os homens a arrancarem-na da parede, expondo a porta, que foi recebida por eles com um olhar estupefato.

SoDam sentiu um aperto na garganta e, sem pensar duas vezes, se abaixou e abriu o alçapão sob a mesa, começando a ouvir as tentativas dos homens de violar a porta. A moça se espremeu no espaço estreito de fuga, encontrando com os pés uma escada quase vertical. Ela desceu os degraus tropeçando, apertando o gato contra o peito. O bichinho tinha os olhos arregalados e assustados, mas não emitia nenhum som. Esticando o braço, SoDam puxou a porta do alçapão para baixo, fechando-a com força. Tateando, encontrou uma trava e a acionou, trancando a si mesma sob o chão. Logo em seguida, ouviu um estrondo e sentiu tudo ao seu redor tremer. Eles haviam explodido a porta. Tateando as paredes estreitas, ela deu passos trôpegos para frente, no escuro. Andou em linha reta por alguns metros, torcendo para que os homens não percebessem o alçapão camuflado sob a mesa, quando tropeçou em mais degraus, caindo de joelhos. A escada era ascendente desta vez, e ela subiu os degraus quase de quatro, tanto pelo tamanho do túnel quanto pela falta de visão. Então, em determinado momento, ela bateu a cabeça no teto do túnel. Apalpando-o, localizou algo semelhante a um trinco, e o acionou, fazendo força para cima em seguida. A portinhola se abriu para cima, fazendo o ar frio da noite penetrar no túnel abafado. SoDam saiu de lá, e percebeu que estava nos fundos da casa. Atrás de si havia uma parede com uma escada vertical instalada, que levava ao teto. A moça fechou o alçapão de novo e se dirigiu à escada, apertando sob o braço a pasta com os arquivos cruciais para o serviço da mala. Ela subiu a escada com dificuldade, carregando o gato consigo, e, ao chegar ao telhado, encolheu-se atrás da chaminé.

Yoongi ligava para o celular de SoDam enquanto dirigia. Já ligara dezenas de vezes e sempre caía na caixa postal. Ele não tinha como saber, é claro, que a bateria do aparelho se esgotara no momento em que SoDam ouvira a campainha do arrombamento tocar.

─ Merda! ─ Gritou ele dentro do carro, batendo no volante. Acabara de ser obrigado a parar atrás de uma fileira de carros, num sinal vermelho. Angustiado, esperou o sinal abrir, pois havia uma viatura policial parada ao seu lado.

Quando finalmente chegou em casa, não encontrou nenhum carro parado nas proximidades. O portão estava aberto e a porta arrombada. Yoongi correu até o corredor do abrigo e estacou, ao se deparar com a porta em frangalhos no chão. O interior do cômodo estava vazio, e o monitor jazia quebrado no chão.

─ SoDam! Park SoDam! ─ Yoongi berrou, correndo por toda a casa e a encontrando completamente vazia. Voltou correndo ao abrigo, chamando o nome da moça. Sua voz desafinava com os gritos e o desespero. Ele puxou o alçapão, mas nada aconteceu. Então ele puxou do bolso uma chave e destrancou-o, uma pequena fagulha de esperança de encontrar SoDam escondida no túnel se acendendo em seu peito. Ele tropeçou pelos degraus antes de acender a luz com o interruptor que sabia se encontrar no alto do lado direito da parede. Quase caiu. O interior do túnel também estava vazio. Ele começou a sentir um nó se formar em sua garganta, e correu até o fim do túnel.

SoDam vira os homens saírem, e tentava decidir se devia ou não descer do telhado, quando viu outro carro se aproximando. Ela não reconheceu o carro de Yoongi, e do telhado não pôde ver quem descia do veículo. Quando ouviu a voz do rapaz chamando seu nome, andou até a beirada do telhado, vendo-o emergir do alçapão, o rosto vermelho e a voz trêmula.

─ Suga! ─ Ela gritou, finalmente soltando Holly e permitindo que ele pulasse do telhado, para em seguida descer a escada com a pasta nas mãos. ─ Tá tudo bem, eu peguei os plan...

Sua frase foi interrompida. Yoongi correu até ela, tomou a pasta de suas mãos, atirando-a ao chão e envolvendo o corpo da moça com os braços, puxando-a contra seu peito. SoDam prendeu a respiração, estupefata. Yoongi suspirou, o rosto enterrado no ombro de SoDam. Depois de alguns instantes, afastou-se, mas manteve as mãos em seus ombros.

─ O que você fez? ─ murmurou ele, a voz ainda ofegante e trêmula ─ Por que o abrigo estava daquele jeito? Você foi para lá? ─ Yoongi derramou as perguntas que entalavam em sua garganta.

─ Eu fui, mas saí pelo túnel quando eles começaram a tentar entrar. ─ Ela se abaixou e pegou a pasta do chão, estendendo-a novamente ─ Tirei os planos do escritório antes.

Yoongi olhou para a pasta, como se só agora tivesse realmente notado a presença do objeto. Pegou-a.

─ Obrigado ─ ele disse, baixo ─ Você agiu muito bem. ─ Yoongi se agachou e afagou as orelhas de Holly, que se esfregava em suas pernas. Ao fazer isso, percebeu que os joelhos das calças jeans de SoDam estavam rasgados e sua pele sangrava.

Apesar disso, ele estava tonto de alívio. Não conseguia expressar o que sentia naquele momento, por SoDam estar viva e bem, então pegou-a pelo pulso com leveza, conduzindo-a para dentro da casa.

─ Precisamos sair daqui. Vamos cuidar do seu joelho e ir embora.


Notas Finais


Brigada por terem lido <3


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