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História Mais uma Maria - Mudanças


Escrita por: PequenaMaria

Capítulo 2 - Mudanças


Por mais trágica que estivesse sendo a fase infantil da vida de Maria, seu sorriso estava sempre estampado no rosto. Prevendo que Fernando não saberia como lidar com a criação da filha, Suzi o propôs que fossem morar em sua casa, assim, ela poderia cuidar de seu filho e neta. Fernando não hesitou,pois estava acostumado a ter alguém que fizesse tudo o que pedia, não havia pessoa melhor que sua mãe para esse papel.Dois meses se passaram e Maria estava aparentemente mais conformada com a perda de sua madrasta. Estava entusiasmada com o dia dos pais, era o primeiro que passara com ele desde que sua mãe faleceu. Em um pequeno caleidoscópio, guardava a foto de quando era bebê nos braços de Dayse, na parte superior daquele pequeno tesouro, estava escrito:

"Te ter em meus braços, é um sonho. Acordar, seria um crime."
Ao voltar da escola, a garota trazia um cartaz com desenhos e pinturas chamativas, correu em casa à procura de Fernando, que acabara de chegar do trabalho.

-Pai! pai!

-para de gritar, Maria. Estou na cozinha.

-Olha o que eu fiz na escola, esse aqui é você

O desenho era um tanto rupestre, mas compreensível. Maria correu até o quarto do pai e colou o cartaz na cabeceira de sua cama, Fernando veio em seguida, fechou a porta e sentou na cama. "Onde está a vovó? quero mostrar pra ela" , perguntou Maria.

-Foi à feira com seu avô, mais tarde você mostra pra eles. Não vai tirar essa blusa? tá fazendo calor...

-Não,pai ,depois me troco, hoje é sexta-feira.

Sabendo que não conseguiria convencer a menina de se despir, Fenando resolve agir, segura seu braço e diz que ela precisa tirar aquela roupa, pois o dia estava quente demais. Maria não entendia porque seu pai estava fazendo aquilo e porque a ignorava quando dizia que ele a estava machucando. 
-ai, você tá apertando meu braço, pai!

- Deixa de manha, menina. Nem tô te machucando...

Maria estava confusa, com medo, seu desespero foi se agravando cada vez que Fernando deslizava as mãos sobre seu corpo frágil, até que chegou a sua calcinha.

-Para! o que está fazendo? Me solta, por favor!

- Calma, é bom, tu vai ver, menina...

O choro de Maria não o fazia mudar de ideia, tapou sua boca para que não gritasse. Por hora, ela estava no canto da cama, chorando enquanto seu pai se vestia dizendo: "não foi tão ruim, uma hora acostuma. Só dói no começo, tu vai ver."

-Eu...que...quero minha avó.

a menina trêmula tocava no sangue entre suas pernas. Sua angustia era inevitável, não sabia o que pensar, não conseguia gritar. Estava absolutamente perdida.

-Agora, preste atenção, Maria; Ninguém pode saber, é um segredo meu e seu. Se por acaso, vovô e vovó souberem, eu mato os dois e mato também, sua amiguinha Alice e todo mundo que você gosta, entendeu?

A menina não queria olhar em seus olhos. De cabeça baixa, apenas confirmou.

-Ótimo. Agora, tome um banho e vá dormir.

Maria correu para o banheiro, tomou banho e se trancou no quarto até que sua avó chegasse. Ela estava vivendo sob os olhos de Fernando, cada passo que dava, era monitorado. 
Fernando estava indo todas as noites ao quarto da menina desde então, até que em uma das visitas encontrou a porta fechada. Na manhã seguinte, esperou que a menina se arrumasse para ir à escola e se prontificou de leva-la. "tenho boas notícias", disse Suzi.

-seu pai falou que vai te levar pra escola hoje!

-Não!...

Antes que terminasse de falar, Fenando apareceu na porta da cozinha e ao olhar para Maria, a fez estremecer dos pés a cabeça.

-Não, eu ainda não terminei de me arrumar...

-Ah, haha...que susto menina, pois vá logo, para não se atrasar.

No caminho para a escola, Maria andava rápido e de cabeça baixa, não via a hora de chegar na escola. Fernando resolve quebrar o silêncio e fazer o que pretendia.

-Vou ser curto e grosso. Não quero aquela porta fechada, você me entendeu?!

-sim...

-Você não deve ter medo de mim... o que fazemos é normal.

Ela apenas confirmou com a cabeça e seguiu caminho. Seus olhos já não eram mais os mesmos, foi obrigada a amadurecer.

Alguns meses se passaram e Maria nunca desejou tanto que as férias acabassem, não suportava mais ter noites interrompidas, ser ameaçada, ser violada, nunca desejou tanto matar alguém como naquele momento. Na escola, Jane, sua professora, decidiu chamar Suzi para uma reunião, pois não conseguia interagir com a ela há muitos dias. Sua avó entendeu que a menina ainda estivesse sofrendo com as perdas passadas. Pediu que fosse dado mais tempo para que ela pudesse se encontrar, entender tudo aquilo, pois ainda era uma criança.
O tempo passava e ninguém desconfiava do que se passava naquela casa, Alice sabia que o pai de Maria bebia, se drogava, achava que  apenas a batia. De todas as pessoas que conviviam com a menina, sua amiga, era seu porto seguro.



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