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História Mais uma noite - Desejos


Escrita por: JesusAmaral

Capítulo 2 - Desejos


_ Enigmático - disse Bontemps ao ver a apresentação do projeto - e revolucionário! Sem dúvida uma excepcional forma de ver o futuro de Paris. Seus desenhos são inovadores. Agora eu quero que você desenhe a parte interior.

    Phillipe saiu satisfeito da sala, ao perceber que havia conseguido fazer um bom trabalho. Entretanto se sentia fraco. Talvez os dias de trabalho o tivessem consumido, mas suas noites de sono, pesadas e sem sonhos, estavam deixando preocupado. Sem contar com o fato de que seu apartamento tinha um cheiro permanente de rosas. Ainda que isso não o incomodasse, ele ainda não tinha entendido como o cheiro podia chegar ali! Ora! A lojinha de flores ficava dois andares abaixo.

_ Você parece perdido em pensamentos.

_ Ah! Oi… heeer… senhorita.

_ Sério, juro que vou escrever meu nome na minha testa para você se lembrar! - disse com expressão divertida - É Marie Lagarde! Lembre-se da rainha.

_ Ah, sim. A rainha. Aquela que perdeu a cabeça, né?

_ A própria. Parece que o Bontemps gostou de você.

_ É, ele falou bastante do projeto.

_ Bom, isso não significa muita coisa, porque ele nunca foi econômico com as palavras, ao contrário de você. - completou com ironia

_ Sempre fui calado. Fico perdido no meio dos meus pensamentos sempre. Às vezes acho que não sou normal.

_ Até parece! Só falta me dizer que você vê gente morta!? - sussurou como se estivesse numa cena de um filme

_ Não. - disse sem muita convicção - É sério. Eu sempre fui taxado de louco pelos meus amigos. Eles nunca me entenderam muito bem.

_ Ah, mas você parece ser um rapaz fascinante. Você está é trabalhando demais. Podíamos sair algum dia desses. Já que você é do interior, posso te mostrar Paris! Haverá uma exposição no Museé D’Orsay.

_ Claro. Vamos sim! Deixe-me o número de seu telefone, para que eu possa me contatar com você. - disse querendo encerrar o assunto, mas interessado em alguma diversão. Quem sabe agora não era a hora de criar raízes? Mas antes precisava terminar seu projeto, afinal, com o dinheiro que receberia, poderia comprar um apartamento melhor.

Voltou pra casa perdido nos mesmos pensamentos. Até que algo chamou sua atenção no metrô. Uma mulher loira entrou e ficou de pé, em frente à porta. Ele simplesmente não conseguiu desviar sua atenção durante todo o trajeto. Todos os pensamentos foram varridos de sua mente e aqueles olhos azuis cintilantes, que ele havia visto, ficaram cravados na sua mente. Era como se mais nada existisse. Sentiu-se fraco. Desceu e foi andando até sua casa.

Abriu a porta. Já era noite. A luz da lua entrava pela janela. Foi andando até o banheiro, ao sair lavou as mãos. Ao procurar o interruptor para acender a luz, sentiu o cheiro de rosas e pensou ter ouvido um suspiro. Virou-se de repente. Olhou para a janela, mas não havia nada. Acendeu a luz e resolveu preparar seu jantar.

Acordou de sobressalto, com um barulho forte, como se algo tivesse caído no chão. Seu coração batia na garganta. O que poderia ser aquela hora da madrugada? No relógio marcava 1:50. Ele adormecera sem perceber. Ainda usava a mesma roupa. Quando se sentou na cama, deu de cara com os olhos azuis frente aos seus.

_ Oi - disse a voz.

E ele caiu na cama novamente. Acordou na manhã seguinte com dor de cabeça. Levantou-se e foi tomar banho, com a água quente caindo sobre o seu corpo, percebeu que estava excitado. Algo incomum para ele. O sonho da noite anterior, e ele estava convencido de que fora apenas um sonho, afinal aquilo não poderia ter sido real de maneira alguma, o deixara diferente. Aquela moça não saía de sua memória. Aqueles lábios doces, mas enigmáticos. Os olhos azuis. Os cabelos caindo sobre seus ombros. Lembrou-se então que ela usava um vestido branco, mas não conseguia recordar dos detalhes de seu corpo, aqueles olhos azuis o haviam impactado demais.

Sentiu uma curiosidade em imaginar o que havia por baixo daquele vestido. Ou seria uma camisola? Não! Definitivamente não era isso. A ideia de explorar o que havia, o deixava ainda mais excitado. Seu pênis estava dolorido com aquela ereção matinal incomum. Já fazia três meses que ele não tinha ninguém. Com o extremo trabalho de seu projeto, não conseguira sequer aliviar seus desejos. Resolveu então se massagear, mas pensando se aquela moça, que na certa era uma vizinha, se interessaria por ele. Ele nunca teve dificuldades com as mulheres. Loiro, dos olhos castanhos, sempre praticou esportes. Fez natação a vida toda, mas acabou parando porque tinha que depilar seu peito e aquilo doía à beça. Portanto tinha um corpo com tudo no lugar, como diria sua ex.

Foi deixando o prazer tomar conta, na medida em que começava a movimentar sua mão, imaginando os doces beijos daqueles lábios. Não resistiu. Os beijos foram ficando mais vorazes, as roupas foram desaparecendo, sua avidez aumentou. Ele não conseguia mais se conter. A água quente exalava o calor daquela moça, bem como o cheiro de rosas que estava mais forte naquele dia. Acabou gozando, com aqueles olhos azuis olhando fixamente em sua mente.

Tomou café da manhã e voltou ao trabalho, afinal, grandes projetos não se fazer sozinhos. Era preciso terminar a parte interna do edifício.

Pin! Era uma mensagem em seu celular.

_ Oi, moço! Aqui é Marie. Estou enviando uma mensagem para você salvar meu número.

_ Ah, oi, Marie. Agora não vou mais me esquecer do seu nome. Está salvo. Um beijo.

_ Finalmente! Hahaha O evento que mencionei para você, será daqui a 15 dias. São retratos do século XVIII.

_ Ótimo! Será bom ver rostos humanos depois de tanto tempo desenhando prédios.

_ Até!

_ Até.

    Ele percebeu que fora frio com ela, mas não podia ser diferente. Mal sabia o nome dela, não podia criar um laço afetivo. Talvez com o tempo as coisas mudassem. Ou não. Afinal, aqueles olhos azuis não saíam de sua mente.

    No fim do dia foi ao mercado comprar o que precisava e passou na loja de flores. Ao entrar percebeu que cheiro que sentia era bem diferente do seu apartamento. Não se parecia, de maneira nenhuma, com aquele cheiro suave e doce que o encantava. Subiu as escadas pensativo. O cheiro era diferente e aquela moça ele nunca mais a vira na janela. Será que fora apenas a sua imaginação? Bom. Não havia tempo a perder. O show não pode parar e ele ainda tinha que terminar uns cálculos, antes de fazer os desenhos das áreas internas do prédio.

 



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