História Mais uma Vez - Despedida

     "E o vencedor do MasterChef é... Leonardo!" - Ana Paula anunciou, dando fim a segunda temporada do reality. Logo após revelar, gritos, palmas, chuva de papel picado, todos se abraçando, uma tremenda confusão. E no meio daquela confusão, Paola estava com os olhos marejados ao pensar que talvez aquela seria a última temporada ao lado dos amigos. Um em especial.
     Olhou para Jacquin e sorriu, logo depois para Fogaça, a sua direita, estendendo a mão para ele, que segurou, e o puxando para um abraço rápido, porém, cheio de sentimento. Aquele momento era tão bom que parecia que nada estava acontecendo a sua volta, que estavam apenas os dois ali. 
     "Vou sentir saudades de vocês!" - Ana exclamou, já no camarim, onde jurados, diretores e produtores estavam presentes. 
     "Esses meses que passamos juntos, foram ótimos. Mui obrigada pelos momentos que vocês proporcionaram." - se dirigiu a todos, abraçando Ana que estava ao seu lado. 
     Todos fizeram suas "declarações", e ao terminar, Paola entristeceu-se novamente ao lembrar que voltaria a sua rotina de antes. Mesmo com a agenda puxada tendo que gravar os episódios de MasterChef, gostava daquilo. Agora, teria que cuidar de Francesca e dos restaurantes sozinha, pois Jason estava viajando, em Londres, para resolver seus compromissos. 
     "E Fogaça, já foi?" - Paola perguntou minutos depois ao perceber que ele não estava mais no camarim. Nem tinha percebido que ele havia saído. 
     "Acho que já" - Jacquin respondeu, arqueando as sobrancelhas e olhando para a porta. 
     Queria pelo menos ter se despedido dele, já que não sabia se teria outro episódio do reality. Despediu-se de todos que estavam ali e caminhou pelos estúdios até chegar ao estacionamento, onde estava seu carro. 
     Enfiou a chave e girou para abrir a porta enquanto, olhando para os arredores do local, tinha esperança em encontrá-lo ao menos para se despedir. 
     "Procurando por mim?" - Fogaça disse, aparecendo ao seu lado de repente, fazendo com que Paola desse um pequeno pulo.
     "Aí! Mas que susto" - levou a mão ao peito - "Sí, sí, estava. Queria me despedir!" - " falou sem graça depois de ter se recuperado do susto. 
     Paola não gostava de se expressar muito, era tímida, introspectiva, ainda mais quando se tratava dele. Então, Fogaça teve que tomar atitude e puxa-la para um abraço. Ele afundou o nariz em seus cabelos, inalando seu doce perfume. O toque dele em sua cintura fazia com que estremecesse e cada cabelo de seu corpo se arrepiasse. 
     "Foi bom trabalhar com você esses meses. Espero que nos encontremos de novo logo" - falou quase que num sussurro. 
     Os dois afastaram-se lentamente, e Paola, com um sorriso bobo nos lábios, abriu a porta de seu carro e entrou, ainda o olhando nos olhos. Arrancou e saiu com o carro em direção a saída do estacionamento. 
                          *
     Já em casa, Paola abriu a porta e foi recebida por Francesca, que dava vários beijos em seu rosto.
     "Hola, mamá!" - disse depois de Paola a ter pego no colo, retribuindo o carinho da pequena. 
     "¿Dónde está María, Fran?" - perguntou pela mulher que a ajudava, cuidando de Fran enquanto trabalhava. 
     Francesca apontou para a cozinha. Paola caminhou até lá e cumprimentou Maria.
     "Olá!" - largou Francesca, que foi brincar no quarto - "Vou tomar um banho e descansar um pouco Maria, tudo bien? Hoje o dia foi cheio" - largou a bolsa na cadeira.
     "Tudo bem dona Paola, deixa tudo comigo." - Paola respondeu com um sorriso e foi até o banheiro.
     Abriu o zíper do longo vestido e deixou cair no chão do banheiro. Entrou no box e ligou o chuveiro, deixando a água quente percorrer por seu corpo. Estava precisando daquilo, e como! 
     'Espero que nos encontremos de novo logo' a frase ia e vinha na sua cabeça, e sorria cada vez que acontecia. Por que ficava assim com qualquer coisinha envolvendo Fogaça? Sinceramente, não sabia.   
     Depois de alguns minutos aqui, se secou e foi direto para sua cama. Deitou-se e ficou olhando para o teto do quarto, até que adormeceu, afinal, o dia seguinte seria cheio.