História Make me - Capítulo 41

Sam estava em casa fazendo o jantar, esperava que Dean chegasse mais cedo só que como o mesmo não deu noticias, provavelmente foi pego por seu chefe de surpresa mais uma vez. Para ficar mais um pouco. 

 O alfa costumava chegar exausto e faminto desses contra turnos. 

 Sam desligou o fogo do molho que preparava e ouviu a campainha tocar. Secou as mãos numa toalha de prato e foi para a porta. Primeiro olhando o olho mágico, mas não viu ninguém. Sam franziu o cenho contrariado e foi até a janela, olhar por uma fresta da cortina, todo cuidado era pouco e se fosse Dean, já teria entrado. 

 - Winchester?! - Uma voz grossa desconhecida, surgiu do lado de fora. 

 Sam se afastou da janela e apagou a luz, receoso. 

 Assim que se afastou um pouco do hospital, Dean tomou um atalho para chegar em casa mais rapido. Se embrenhou dentre uma mata e para apressar, tomou sua forma de lobo em poucos segundos, deixando roupas e tudo que carregava para trás. 
 A porta da casa era quase esmurrada. Sam começa a tomar pose de defesa, seus olhos e dentes já transformados. O Ômega só conseguia pensar em defender sua cria.

 Do lado de fora da casa estava Joseph. Um vizinho de meia idade, que fazia parte do grupo de segurança do bairro. Ele estava ali para avisar o ocorrido e dar instruções de como se defender desse tipo de ocorrência. 

 O homem rodou a casa toda, arrumando um jeito de falar com quem morasse ali, mas parece que estava sendo ignorado. Ele estava prestes a desistir de bater, quando ouviu um barulho vindo de dentro da casa e prosseguiu a chamar. Mal sabia ele que toda essa pressa e desespero só piorava ainda mais as coisas.

  Dean assim que se aproximava mais sentia o cheiro de Sam, mais forte e diferente. Algo não estava certo. 

 Assim que o Alfa viu o que atormentava seu Ômega. Um homem desconhecido com uma lanterna e arma no cos da calça. Não pensou duas vezes e pulou sobre o agressor, o derrubando no chão de bruços.

 Sam, tinha a mão na maçaneta para abrir e atacar o que fosse quando começou a ouvir gritos e rosnados então foi voltando a forma humana novamente para ver o que estava acontecendo. 

 Dean mordia e rasgava o homem embaixo de si, enquanto o mesmo apavorado gritava por socorro, engasgando com o próprio sangue e sem poder reagir ao ataque. 

 - Dean!! - Gritou Sam ao ver o que estava acontecendo. 

 Assim que o homem parou de se mover, Dean saiu de cima do mesmo, ainda com expressão raivosa e todo banhado em sangue. 

 Sam sentiu seu ar faltar e seu coração disparar, nunca havia visto seu Alfa em sua forma híbrida. Era um lobo com pêlo cinzento, que sobre as quatro patas chegava até um pouco acima de seu quadril e tinha grandes olhos penetrantes e verdes.

 O Ômega o olhava embasbacado. E ao mesmo tempo fascinado, mas a única coisa que conseguiu fazer foi dar passagem para Dean entrar, e sobre o tapete da sala ofegante e entre alguns rosnados,  enquanto sua estrutura óssea voltava a forma humana e seus pêlos caiam, surgir seu irmão outra vez. 
 Sam fechou a porta, negligênciando o corpo do homem ao lado de fora e foi até Dean que se colocava de pé com dificuldade. 

 - Dean... - indo até o irmão e o levando até o sofá, enrolando o mesmo numa manta a seguir. 

 - Você esta bem? - Perguntou Dean urgente, segurando o rosto de Sam com as duas mãos para o olhar nos olhos. 

 - Estou... - Respondeu rapido para aliviar o desespero do mesmo.

 Dean abraçou Sam forte, como se seu abraço fosse um campo de força para afastar qualquer tipo de mal contra eles e Sam retribuiu ainda se perguntando internamente o que estava acontecendo. 

 - Precisamos nos livrar do corpo Dean... - Temendo o que podia acontecer se alguem visse algo. 

 - Eu faço isso. - Disse Dean soltando Sam - Arrume nossas coisas, precisamos sair daqui. 

 - Por que? - Perguntou aflito.

 - Azazel esta perto, muito perto Sam. 

 - Como sabe disso? - Sam toca a barriga instintivamente. 

 - Olha só, tudo vai ficar bem. Okay?! - Disse Dean o passando conforto e se levantando. - Só pegue o necessário.

 Sam espera seu cérebro assimilar tudo por alguns segundos e então vai até o quarto. 

 Dean sai da casa, apos vestir uma bermuda para tapar suas partes íntimas e vira o homem para si, não nada pra identificar porque o rosto e cabeça estavam borrados de sangue e cheio de machucados e cortes. Dean enfiou a mão dentro do casaco do mesmo e pegou a carteira, para checar os documentos. 

  Dean esperava ler Azazel, ele queria, ele precisava ler Azazel, mas para seu infortúnio era o vizinho, que dizia bom dia todas as manhas. 

 O loiro tapa a boca e fecha os olhos com o erro. Se recusando a encarar o corpo do homem por enquanto.

 - Merda... - Disse o loiro jogando a carteira em qualquer canto e pegando o corpo para se livrar dele. 

 Sam juntava tudo que precisava o mais rápido possível e enfiava nas bolsas. 

 John retornou para os filhos assim que sua investida fora fracassada. O homem passa tambem em frente a casa de Benny e Chuck agora com pouco movimento, mas a faixa de segurança indicando  que algo trágico teria acontecido ali, só que o mesmo não deu muita atenção. Focando somente, chegar até os filhos.

 - Sam... Dean - chamou John saindo de sua caminhonete e indo a casa.

 - Papai? - parou Sam de arrumar as malas e foi em direção a voz do velho. 

 Sam abriu a porta e foi recebido por um John que vira poucas vezes. John abraçou o filho na mesma intensidade que Dean fizera a pouco e Sam o trouxe para dentro, para o mesmo não ver as marcas do ataque recente do lado de fora da casa. 

 - O que esta acontecendo? - Perguntou se afastando um pouco.

 - Filho... Eu sinto muito, mas ainda temos tempo. - Disse entrando e John se depara com algumas bolsas prontas. 

 - Ja estamos indo, o senhor vira conosco não é? - Perguntou Sam esperançoso. 

 - Sim, com certeza filho. - Disse John sem exitar. 

 Dean chegou na sala ofegante e não pode acreditar em seus próprios olhos ao ver John. O alfa bambeou no lugar e tocou o batente com olhos fixos no velho que sorriu de lado vendo seu primogênito, que apesar do estado, estar ali era a unica coisa que importava, depois da conversa emocionante. 

 - Dean - disse John tomando a iniciativa e indo até o filho, o recebendo em seus braços com tanta feição como antes. 

  Dean abraçou seu pai emocionado, mas sem dar um pio. Escondendo o rosto na curva do pescoço do velho, depositando toda sua aflição e medo. 

 - Sshhhiii, Deano - afagando o cabelo loiro do rapaz e deixando uma lagrima rolar - Esta tudo bem, esta tudo bem... Meu filho. - Passando a mão nas costas de Dean para aliviar a dor do mesmo.

 - Eu... Eu... - disse ainda escondendo o rosto e segurando forte o casaco surrado de John. 

 - Não precisar mais bancar o forte. Vamos conseguir juntos. - Falou beijando um pouco desajeitado a testa de Dean que ainda derramava lagrimas. 

 Sam se senta no sofa assistindo tudo, ainda confuso quando sente uma pontada forte na barriga.

 - Papai não pode brincar agora, Brie - disse tocando a barriga sobre o casaco, ja tinha virado costume conversar com ela. 

 Mais uma pontada é sentida por Sam, que faz expressão de dor e serra os punhos. 

 Dean sente o incomodo de Sam e se afasta de John que ainda o consolava. 

 - O que foi? - Perguntou John olhando no rosto do loiro que segundos depois vai até seu Ômega. 

 - Sam? - tocando seu ombro e se abaixando para olhar o rosto do moreno.

 - Dean... - Tocando a mão do loiro ainda sobre seu ombro e se encolhendo.

 John se aproxima preocupado. 

 - Esta na hora? Foi culpa minha?... Eu sinto muito, amor - dissr com olhos nervosos sobre o Ômega. 

 - É uma contração, nada mais - respirando fundo repetidamente. 

 John engole seco com o apelido carinhoso mas se nega a ter qualquer reação contraria, se forçando a continuar ali. 

 - Sua mãe se deitava quando sentia essas dores - disse tirando almofadas do sofá e ajudando Sam a deitar. 

 Dean tira os sapatos de Sam e o acomoda com a cabeça apoiada em sua coxa. 

 - Abra os olhos, Sam - instruiu John brando - Olhe para o seu Alfa. Vai ajudar.

 Os dois o olham com o olhar um tanto surpresos e Sam levanta o olhar para Dean, que ainda olhava John e depois olhou nos olhos do irmão e sorriu tranquilo.

 - Repire outra vez, vou fazer com você - dissr Dean segurando a mão de Sam. 
 
 Sam assentiu ainda com uma expressão de dor mais amenizada agora e John se sentou na beira do sofa, segurando a mão que estava livre. 

 Sam sorri fraco com a atitude do pai e sentiu um beijo de Dean em sua testa, logo depois um selinho.

 - Vamos la, Sammy - respirando fundo devagar e repetindo nove vezes seguidas. O Ômega assentiu e repetiu com seu Alfa.

  John observava atento tudo que acontecia só querendo que o filho melhorasse logo. 

 Aos poucos entre picos de dor, ranger de dentes e gemidos sofregos, Sam foi melhorando e relaxando, até ser livre de dores por completo. 

 - Muito bem, Sam - falou John aliviado. 

 Dean acaricia sua bochecha também mais leve.