História Make me yours - Appa também te ama

Jimin

Dois dias haviam se passado desde a partida da Sujin e eu ainda não me sentia melhor, parecia que o meu coração havia sido triturado e apenas Jungkook seria capaz de reconstruí-lo... pelo menos eu acreditava nisso. Um suspiro me escapa ao perceber que Bin havia acabado de colocar a mesa, sem esperar mais, Jungkook começa a me servir, sabendo muito bem o que eu gosto e o que eu posso comer devido à gravidez.

- Tente comer tudo, por favor, pequeno. - usou um tom suave, algo que estava se tornando bem frequente desde aquele dia.

Não sentia fome, mas me obrigava a comer pela minha princesa, afinal ela não tinha culpa de nada e merecia nascer saudável. Seguro o garfo e começo a comer, demorando mais que o necessário para mastigar a comida... tudo me parece tão "preto e branco" agora.

Já começo a sentir as lágrimas se acumularem em meus olhos ao pensar novamente naquela maldita pergunta "Por que ela nunca me amou?". E lá estava eu, fraco, inútil, um peso para um alfa tão bom e forte, todos os dias quando eu acordava, pensava que as coisas iriam melhorar... mas a dor continuava ali.

- Venha aqui, meu amor. - ele me puxou para o seu colo, colocando-me de frente para si com as pernas ao lado de seu corpo. 

A barriga de fato atrapalhava um pouco, contudo Jungkook era grande o suficiente para conseguir enrolar os braços ao redor do meu corpo, impedindo-me de cair e mantendo o seu calor em contato comigo.

- Eu não entendo, Jungkook. - minha voz sai mole e chorosa. - O que há de errado comigo? - ergo o rosto e o observo.

- Não há nada de errado contigo, pequeno. - faz um afago em minha cabeça, depois em minha bochecha. - Ela só não soube enxergar a pessoa maravilhosa que você é.

Fecho os olhos e mais algumas lágrimas insistem em descer pelas minhas bochechas, sinto os dedos do meu alfa limpando cada uma e por fim ganho um beijo na ponta do meu nariz. Volto a abrir os olhos e vejo o seu pequeno e ainda assim maravilhoso sorriso, meus olhos se abaixam, focando naquela local onde estava o pequeno ser que logo viria ao mundo.

- Eu não vou ser quem nem ela. - murmuro ao passar as mãos em minha barriga. - Eu vou ser o melhor omma. - choramingo. - Eu vou dar muito carinho, amor e sempre vou dizer como estou orgulhoso de você, princesinha.

Meus olhos ardem devido ao tanto que já chorei nesses poucos dias, respiro fundo e os dedos do meu alfa erguem o meu queixo, fazendo os nossos olhos se encontrarem.

- Eu tenho certeza que você será o melhor omma. - oferece-me uma piscadela e apenas aquele simples gesto já fez o meu coração se aquecer e o meu lobo se acalmar. - Mas você precisa comer, meu amor.

- Eu vou. - assinto e volto ao meu lugar. - Kookie. - viro-me para ele e sorrio levemente.

- Sim? - percebo como ele parecia um pouco mais animado, provavelmente devido ao meu "sorriso".

- Você também será o melhor appa. - comento e sinto as bochechas esquentarem.

- Oh, Amaterasu, como você é fofo! - ele me enche de beijos, fazendo mais uma peça do meu coração se encaixar. - Eu te amo tanto, meu pequeno ômega. - diz por fim ao depositar um beijo em meus lábios.

- Eu te amo muito, mas muito mesmo, meu príncipe. - faço um bico e ganho mais um beijo, Jungkook dá uma risadinha animando ainda mais o meu dia. - Obrigado.

O meu alfa nega um "não precisa agradecer", mas eu me estico e beijo a ponta do seu nariz, fazendo-o arregalar os olhos surpreso e depois sorrir que nem um coelho... do jeitinho que eu mais amava.

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Mais dois dias haviam se passado e posso afirmar que já me sentia um pouco mais disposto, a fome havia voltado com força total e a manha continua tão alta que até mesmo eu me irritava comigo mesmo, apenas Jungkook conseguia me aturar e um dia lhe perguntarei como pôde.

- O que achou do quarto, meu amor? - entramos no quarto da nossa princesinha.

Eu havia desenhado e dito as cores que queria, Jungkook opinou em algumas coisas, mas disse que queria mais a minha vontade... claro que não me opus. 

- Ficou perfeito. - comento ainda chocado com quão bem feito e parecido com tudo que eu havia pedido o quarto havia ficado.

As paredes num tom amarelo claro com detalhes de flores e borboletas em branco, a luminária redonda que havia pedido também, o berço e muito mais. Não preciso dizer que ao tocar na madeira do berço e balança-lo, comecei a chorar, certo?

- Amor. - Jungkook sempre usava um tom baixo e suave quando os meus choros eram por causa de coisas bobinhas relacionadas a nossa pequena alfa. - Oh, meu Amaterasu, você fica cada dia mais sensível. - dá uma risadinha e eu lhe dou um soco leve no braço. - E bravinho também. - brinca, agora ganhando um olhar mortal meu.

Não que eu conseguisse fazer um olhar mortal enquanto chorava, mas ele havia entendido a minha intenção... sei disso. 

- Pronto... passou. - eu me sentia uma criança quando ele falava desse jeito, mas confesso que gostava de ser mimado desse modo. - Jimin, posso lhe fazer uma pergunta?

- Pode. - digo meio duvidoso assim que as lágrimas me dão uma folga. 

- Você já teve vontade de... sabe... - Jungkook não costumava enrolar tanto as palavras. - Vontade de... bem... ser o ativo?

Minha cara de confusão deve ter sido muito engraçado, porque ele começou a rir bem alto.

- Que raios de pergunta é essa? - ergo uma sobrancelha, completamente esquecido do que acabara de me fazer "abrir o berreiro". - Jeon Jungkook, explique-se.

- Desculpe pela pergunta... mas é que eu tive um sonho meio indecente. - ele fica bem sem jeito, algo inédito. - E você era o ativo e no fim o seu lobo me dizia que esse era um dos seus desejos, e aí com a ligação e a nossa falta de sexo, resultou...

- Pode parar por aí. - seguro o riso e as suas bochechas ganham um tom levemente róseo. - Não se preocupe, Kookie, eu gosto de ser o passivo... além de que não me vejo com jeito para ativo.

- No sonho você tinha uma boa pegada. - deixa escapar e meus olhos se arregalam. - Calei-me.

Abro a boca para dizer algo, contudo não há o que dizer, segundos depois estamos rindo de tudo isso até que escutamos o grito tão conhecido de Kim Taehyung. É... as visitas chegaram, dessa vez até mesmo os pais do Tae vieram, afinal logo mais seria o nascimento da herdeira do trono, não é mesmo?

Tae parecia uma arara gritando que só parou quando nos viu no pé da escada, mas ao invés de vir correndo nos ver, puxou o esposo para mais perto e massageou a barriga do mesmo.

- VAI SER UM ÔMEGA! - ele berra e meus ouvidos doem, fazendo-me choramingar.

- Taehyung. - Jungkook rosna e depois se vira para mim. - Você está bem, meu amor?

- Estou sim. - sorrio pequeno e Jungkook volta a encarar as visitas. - Cadê o meu beijinho, Hobi? - faço um bico.

Hoseok dá risada antes de vir até mim e me abraçar de lado, depositando um beijo estalado na minha bochecha. Depois disso, decidimos conversar na sala e por algum motivo apenas os ômegas ficaram no sofá, os alfas foram até a sala de reuniões... e eu juro que tentei não ficar apreensivo.

- O que foi, Chim? - Hobi indaga ao notar o meu olhar meio assustado.

- Achei estranho eles sumirem assim. - comento baixinho.

- Não se preocupe, Jimin-ssi. - Jin passa a mão em meu cabelo e parte de mim relaxou com aquela demonstração de afeto.

- Eu queria que você fosse minha mãe, Jin hyung. - confesso com um sorriso triste.

- Querido. - ele acaricia as minhas bochechas. - Eu sinto muito pelo que aconteceu... mas saiba que eu adoraria ter você como filho.

Aquilo me deixou realmente feliz.

- Obrigado, Jin hyung. - sinto-me uma criança, mas não ligo.

- Vamos falar de coisas boas agora! - Hobi diz com o seu grande sorriso. - Jin hyung, conte a novidade!

- Novidade? - pisco duas vezes, curioso.

- Eu estou esperando uma menininha, Jimin-ssi. - suas bochechas ficam bem vermelhas enquanto um sorriso surge em seu rosto.

- Parabéns! - eu grito sem conseguir me conter. - Essa notícia é maravilhosa! - bato palmas. - E como o Namjoon reagiu?

- Ele ficou todo bobo. - dá uma risadinha. - E agora deu de me tratar como se fosse de vidro. - bufou, mas ainda sorrindo. - Esses alfas.

- Jungkook deve achar que sou de porcelana. - murmuro com um bico emburrado e os dois riem. - É verdade!

- Nós sabemos. - Jin assente.

- Aliás, o Tae chorou quando soube que iria ter uma irmãzinha. - Hoseok o entrega. - Mas ele diz que era só um cisco.

Então nós três desatamos a rir, nossos alfas eram tão engraçados, eles podiam ser considerados os lobos mais fortes e poderosos das quatro províncias, mas ainda sim eram marias-moles quando se tratavam dos seus ômegas.

- Do que estão rindo? - Namjoon senta ao lado do esposo, depositando um beijo na bochecha do mesmo e apoiando uma das mãos em suas coxas.

Eles são o casal perfeito e eu gostara muito que mesmo depois de anos... eu e Jungkook nos amássemos assim também.

- Estávamos falando sobre o cisco no olho do TaeTae. - Hobi estava claramente segurando a risada.

- Eu não estava chorando! - Tae cruza os braços e se recusa a sentar ao lado do esposo, vindo ao meu lado. - Vou ficar perto do ChimChim que não me trata mal.

Ele simplesmente me abraçou, fazendo a minha cabeça deitar em seu ombro e começou um afago nos meus fios de cabelo, e posso afirmar que aquilo me deixou mole. Até mesmo fechei os olhos e me deixei aproveotar daquele carinho, mas arregalei os olhos ao ouvir o rosnado alto e forte do meu alfa.

- Kim Taehyung. - falou pausadamente. - Tire as suas patas do MEU ômega!

Os dois começaram a correr pela sala, o Kim pedindo por ajuda e tentando se desculpar com o Jungkook, que mais parecia um cachorro louco. Permiti-me rir e segundos depois estava sentado de lado no colo do meu alfa, que mantinha um olhar mortal em cima do primo.

- Príncipe. - beijo o seu pescoço, ganhando assim a sua atenção. - Carinho. - faço um bico e posso sentir o seu lobo se acalmar.

Com delicadeza, uma mão acaricia as maçãs do meu rosto enquanto a outra dedilha a minha cintuta. Eu realmente gostaria de dormir, contudo o meu lobo parecia agitado e só fui entender quando senti uma forte pontada em minhas costas.

Abri os olhos e arrumei a postura, Jungkook me olhou preocupado, tentei dizer que estava tudo bem, contudo uma segunda pontada me veio, só que dessa vez mais forte fazendo um grunido de dor me escapar.

- Amor? - todos os presentes me encaravam. - Onde está doendo?

Tive que esperar un segundos até a dor sumir, suspirei aliviado e umedeci os lábios antes de dar a notícia.

- Eu acho... que a nossa princesinha está vi... - deixo um grito escapar e os olhos de Jungkook se arregalam. - P-Pegue a b-bolsa.

Enquanto eu tentava lidar com as contrações, Jungkook correu buscar a bolsa da bebê, Hobi mantinha o seu marido calado e sentado, impedindo-o de me atormentar. Por Amaterasu que havia alguém experiente naquele recinto, Jin se mantinha ao meu lado, ajudando-me com a respiração e até me deu uma almofada onde eu poderia descontar a dor.

- Respire devagar e fundo. - instruia enquanto me mostrava como fazer. - Isso, continue assim.

Finalmente Jungkook apareceu, pegando-me no colo com cuidado, gritei enquanto estávamos no caminho até o carro, fazendo o meu alfa se desesperar.

- Jeo Jungkook! - rosnei para ele que me olhou com os olhos arregalados. - Entre nesse maldito carro e me leve para a droga do hospital ou eu juro que nunca mais teremos outro criança!

Depois disso, o caminho foi até que bem rápido, claro que as contrações me faziam ter vontade de sair esmurrando e chutando o primeiro desconhecido que visse pela frente. Mas eu tentava me concentrar no exercício de respiração e no cheiro do meu alfa, esse que estava quase desmaiando de preocupação e ansiedade.

Assim que chegamos no hospital, Jungkook pediu que chamassem a minha médica e sem demora as enfermeiras me levaram para a sala de cirurgia, e eu juro que estava tentando não gritar, mas parecia que o universo estava tendo o "Bigbang" dentro da minha barriga.

- Eu estou aqui, meu amor. - Jungkook mantém nossas mãos entrelaçadas enquanto sua outra mão passa um pano em minha testa, limpando o suor. 

- Estou com medo. - sussurro ao escutar a movimentação da médica e das enfermeiras no quarto.

- Não precisa, pequeno. - oferece-me um sorriso reconfortante. - Você é um ômega forte, lembre-se disso.

Assinto sem jeito e faço uma careta ao sentir mais uma contração, Amaterasu do céu, elas estavam ficando piores! Vejo Jungkook colocar aquela touca e o avental para que possa acompanhar a cesariana, e eu gostaria muito de rir do seu estado, contudo a dor fazia questão de me lembrar do meu estado.

Foram minutos dolorosos e sofridos, mas tudo valeu a pena ao ouvir o choro da nossa menininha, e logo eu estava chorando enquanto Jungkook pegava a nossa filha no colo, mostrando-a para mim. 

- Ela é linda. - murmuro com a voz chorosa.

O meu alfa me deixa segura-la em meus braços e não posso impedir o grande sorriso que contorna os meus lábios, ela era tão pequena e gorduchinha... já era apaixonado antes agora então. E Jungkook não estava diferente de mim, até mesmo posso dizer que vi algumas lágrimas lhe escaparem, sinto um beijo em minha testa.

Meu corpo começou a relaxar e meus olhos pesaram, só que eu me sentia estranho, entreguei a nossa bebê de volta ao meu alfa que me olhou confuso, então o meu mundo se escureceu.

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Jungkook

Eu nunca achei que aquela simples frase poderia ter tanto efeito, a médica simplesmente havia dito "estamos perdendo o ômega" e aquilo me acertou de uma maneira. Não pude nem ficar no quarto, fui arrastado para fora e sem poder levar a minha filha, e como doía saber que os meus dois amores estavam naquela quarto, um deles quase morrendo e eu não podia fazer nada.

- Você precisa se acalmar, meu filho. - meu appa também havia ido até o hospital, na verdade, praticamente o castelo inteiro mais a família Kim estava aqui.

- Mas, appa... - senti meu coração se apertar e meus olhos foram até a porta do quarto onde Jimin estava. - Algo está acontecendo com o meu ômega!

Foi necessário que três alfas me segurassem para que eu não arrombasse a porta do quarto, mas eu me descontrolei de verdade quando vi uma enfermeira vindo com uma seringa, provavelmente querendo me sedar. Rosnei para a mesma que petrificou no lugar, dizer que o meu lobo estava puto... era pouco.

- Me deixem ver o meu ômega! - rosno e começo a me debater.

Mas então eu o sinto, seu lobo me dá um sinal de que ele está bem, debilitado, mas vivo. Suspiro aliviado e meus músculos relaxam, os alfas me soltam devagar, suspeitando da repentina mudança, dou uma risadinha nervosa e me desculpo com os mesmos que apenas sorriem.

- Eu te entendo, sobrinho. - Namjoon coça a nuca e depois vai até o meu tio. 

- Se serve de consolo, eu tive que ser sedado duas vezes quando você nasceu. - meu appa assobia e depois se retira indo se sentar com os outros.

- Eu acho que vou me controlar melhor. - Tae murmura e lhe dou um soco no ombro. - Aish, precisava dessa violência?

- Quer mesmo que eu responda? - jogo-lhe um olhar mortal e em menos de um segundo ele some da minha frente.

Volto a encarar a porta do quarto, agora um pouco mais tranquilo, mas ainda morrendo de ansiedade de poder rever os meus amores. Respiro fundo e consigo sentir o cheiro de ambos, aquilo ajuda a acalmar o meu lobo.

- Jungkook. - a voz da médica é uma benção para os meus ouvidos. - Vamos transportar o Jimin para um quarto mais adequado, mas você pode ficar com a bebê enquanto isso.

Assinto ansioso e uma enfermeira vem até mim com a minha pequena alfa enrolada no cobertor rosa que compramos para ela. Fico todo bobo e sigo a médica até o quarto onde iriam colocar o meu ômega, sento na poltrona e fico esperando o mesmo enquanto a nossa bebê mantém os olhos fechados, parecia estar num sono tranquilo.

- Precisamos colocar uma roupa em você, minha princesinha. - comento baixinho com medo de atrapalhar o seu sono. - Está frio e o seu omma pode me castrar se ver você apenas de cobertor. - brinco e ela continua dormindo como um anjo.

Levanto e meus olhos buscam pela sua bolsa, logo a achando em cima de uma mesa especialmente designada para trocar os recém-nascidos. Coloco-a deitada na mesma e pego um macacão azul claro, visto-a devagar e prestando atenção em cada detalhe, ela é tão gordinha, oh céus, quero mordê-la.

- Chegamos, papai coruja. - a médica entra e logo um enfermeiro vem empurrando a maca do meu amor, que já tinha os olhos abertos. - Vou trazer o leite dessa princesa e a comida desse meu paciente fofo.

Dou risada enquanto meus olhos apenas se focam no meu ômega, Jimin parece cansado, mas continua sorrindo com o olhar preso ao pacotinho que estava em meus braços. Assim que a médica sai, vou ao seu lado e lhe entrego a nossa princesinha, Jimin fica praticamente sentado apoiado nos travesseiros com um dos seus sorrisos mais lindos estampado no rosto.

- Eu já te amo tanto, princesa. - ele diz com a voz um pouco rouca. - Mas eu também te amo tanto, papai. - ele brinca e faz um bico, esperando por um beijo meu que não tardo a lhe dar.

- Eu amo muito vocês, meus pequenos. - beijo-o mais uma vez e puxo um banco para ficar ao seu lado. - Eu a troquei direitinho, você viu? - estava me sentindo uma criança que precisava mostrar as suas conquistas.

- Eu vi, príncipe. - ele ri e posso perceber agora como está cansado. - Estou orgulhoso de você. - brinca, tratando-me como a criança que eu agi.

- Eu também estou orgulhoso de você, meu pequeno ômega. - seus olhos se enchem de lágrimas. - Não chore, meu amor. - mas aquilo foi o mesmo que dizer "pode chorar". - Ohhh, meu ômega dengoso. - abraço-o com cuidado fazendo um cafuné em seu cabelo e ouvindo o seu choro começar a abaixar.

- Eu estou muito feliz. - ele choraminga e logo limpo o seu rosto. - Eu consegui. - murmura.

- Sim, meu amor, você conseguiu. - beijo a sua têmpora e Jimin se aconchega em meus braços enquanto a nossa princesinha ressoa bem baixinho. - Você precisa descansar, pequeno.

- Eu sei. - sussurra baixinho, só evidenciando o seu cansaço. - Mas eu quero dar a mamadeira. - faz um bico e ergue o rosto.

- Oh meu Amaterasu. - brinco e ele morde a minha bochecha. - Aigo, amor!

Então nós dois paramos de falar e encaramos a nossa filha que abre os olhos bem devagar, e de repente abre um sorriso sem dentes enquanto nos olha... a coisa mais adorável do mundo.

- Ela é linda. - Jimin confessa enquanto faz um afago em suas bochechas rechonchudas.

- Assim como você. - comento e ele me dá um olhar envergonhado. - É sério, ela se parece com você... toda fofa. - faço um bico.

- Olha só, princesa, o seu appa está com ciúmes. - sua voz é doce e me faz querer deitar ao seu lado e conforta-lo em meus braços.

Já estava pronto para responder quando a porta do quarto foi aberta, revelando uma enfermeira com algumas mamadeiras, que ela deixou na minigeladeira que havia no quarto e entregou uma para mim.

- Qualquer coisa me chamem. - sorriu e saiu do quarto.

Entreguei ao meu ômega a mamadeira, então ele testou na própria pele para ver a temperatura do leite, algo que foi simples, mas me fascinou de uma maneira. Então sorriu indicando que a temperatura estava boa.

- Você está com fome, não é, princesa? - com cuidado, arrumou-a em seus braços e deu de mamar a nossa alfa, que parecia bem esfomeada. - Que fominha, hein, minha linda? 

Jimin estava radiante, eu imaginava que ele seria um ótimo omma, só não imaginava que seria tão hipnotizando e emocinante vê-lo cuidar da nossa bebê. Talvez eu estivesse com vontade de chorar, mas só talvez mesmo.

- Kookie. - pisco duas vezes e volto toda a minha atenção para si. - Quer tentar?

Mordi o lábio e assenti um pouco receoso, Jimin riu do meu nervosismo e me explicou como deveria segura-la, com muito cuidado apoiei-a de modo que ficasse confortável para ela tomar o leite e não se engasgar. Foi um momento indescritível, vi o meu ômega sorrindo para mim enquanto seus olhos quase se fechavam.

- Gostou? - indagou ainda sorrindo.

- Sim... a sensação é muito boa. - observo a pequena beber afoitamente enquanto seus dedinhos gordinhos tentam segurar a mamadeira, mas ela ainda não tem a coordenação necessária. - Já vi que vai ser arteira, não é, princesa do appa? 

Fico tão entretida com a nossa filha que só percebo que Jimin dormiu quando a mamadeira acaba, observo-o por um tempo e deposito um beijo em sua testa. 

- Também está com sono, princesa? - balanço de um lado para o outro, vendo-a lutar contra o sono, mas sem sucesso.

Seus olhos se fecham assim como as suas mãozinhas, seguro-me para não mordê-lo ou aperta-la todinha.

- Bem vinda a família, Jeon Jiweon. - beijo a sua testa e ouço um murmurinho baixinho vindo de si. - Appa também te ama.