1. Spirit Fanfics >
  2. Make You Proud >
  3. Especial: BobJin - I Want You

História Make You Proud - Especial: BobJin - I Want You


Escrita por: LannaBrooks

Notas do Autor


ME PERDOEM PELA DEMORA & LEIAM ESSE RECADINHO:
~ Gente, esse capítulo é todo narrado pelo Bobby e começa no passado, é sobre como BobJin se conheceu e se tornou esse casal fofolindo de hoje em dia.
~ As demoras nas atualizações se dão porque meu notebook queimou ainda no ano passado, então to escrevendo como posso.
~ Prestem atenção na leitura, apesar dessa carinha de filler, tem umas coisinhas importantes no capítulo
~ Sorry se não gostarem, prometo tentar melhorar na próxima, capítulo saindo do forno, então não foi revisado.

Capítulo 12 - Especial: BobJin - I Want You


Fanfic / Fanfiction Make You Proud - Especial: BobJin - I Want You

I WANT YOU

Parei em frente a sala dos representantes estudantis e suspirei profundamente, tentando me manter calmo e parecer legal, mas tudo que conseguia fazer era engolir em seco e resmungar em inglês, eu não acreditava que Hanbin tivesse me deixado a própria sorte no meu primeiro dia de volta a Coreia. Eu tinha deixado minha família nos Estados Unidos e mergulhara de cabeça no meu objetivo de me tornar um idol, eu faria minha família se orgulhar de mim e queria conseguir comprar uma casa pros meus pais. Estava morando com minha tia, ela tinha um restaurante e eu prometi que ajudaria nas horas vagas.

– Can I help you? – Uma voz feminina me tirou dos devaneios. Olhei rapidamente em sua direção, ela era mais baixa do que eu, tinha cabelos escuro, olhos pequenos e cheios de empatia e um sorriso gentil adornando os lábios finos. Imediatamente senti o formigamento no estômago e o frio nas extremidades, ela era tão linda... – Do you need any help? – Insistiu ainda sorrindo, foi quando percebi que ela falava comigo, acho que com meus resmungos no idioma americano ela deduziu que eu estivesse tendo problemas de comunicação.

– Ah! Obrigado, eu falo coreano, só preciso saber quais são meus horários.  –  Pigarreei rouco e desconcertado enterrando ainda mais o boné em minha cabeça. Me xinguei mentalmente. Provavelmente eu estava dando a impressão de ser ingrato e mal-humorado ou de que no mínimo não queria conversar com ela, mas eu não consegui evitar a cara séria e o boné sobre os olhos, constantemente eu fazia isso quando me sentia desconfortável.

– Entendo, me acompanhe, por favor. – Respondeu caminhando ate a porta a minha frente. Ela estava vazia, então cheguei a conclusão de que a moça bonita era responsável por essas informações. – Seu nome.

– Olha, eu não quis ser rude sabe? Desculpe. – Me justifiquei constrangido, a garota riu baixo.

– Tudo bem, eu entendo que o primeiro dia é difícil.

– Mais do que eu imaginei. Eu me chamo Kim Ji Won, mas pode me chamar de Bobby, sou bolsista. – Disse tossindo um pouco apontando pra uma das pilhas de documentos que era rotulada como "Alunos de Bolsa Integral".

– Muito bem, Bobby... – Murmurou começando a procurar meu nome no meio das fichas. – Integral, né? Você deve ser bem talentoso. – Comentou ainda sem me olhar, sorri observando-a por um momento.

– A propósito, você não me disse seu nome. – Lembrei-a e ela corou.

– Yejin, Koo Yejin. – Informou puxando uma das fichas o que acarretou em uma avalanche de papéis caindo. – AH! Droga. – Bufou começando a recolher as folhas, me abaixei para ajudá-la sem conseguir segurar o riso, sua cara de brava era extremamente fofa e encantadora. – Tudo bem Jiwon-ssi, não precisa. – Disse por fim vermelha, não sei se de constrangimento, se de raiva (por eu estar rindo da situação) ou pelos dois motivos.

– Desculpe, eu... – Me interrompi sem conseguir segurar outra risada. Senti que Yejin podia me odiar então prossegui antes que eu parecesse ainda mais inconveniente. – Desculpe, você nasceu em que ano? – Completei já pensando em me aproximar dela.

– 95 e você? – Respondeu reorganizando tudo.

– 95 também! – Minha voz saiu mais animada do que deveria e Yejin me encarou. Pigarreei um pouco desconcertado de novo. – Podemos... Podemos ser amigos, então?

– Amigos? – Ela repetiu arqueando a sobrancelha.

– Sim, falar livremente e essas coisas, somos do mesmo ano até...

– Você riu da minha cara e eu não te matei, isso é um indicativo de amizade. – Respondeu dando de ombros e mais uma vez ela não parecia real, Hanbin tinha dito que algumas garotas da escola pareciam celebridades de algum dorama, mas eu não tinha levado a afirmação tão a sério até aquele momento.

– Se fosse o contrário você riria, com certeza. – Me defendi remexendo no boné sobre minha cabeça, parecia que eu tinha perdido meu timing com Yejin e eu não queria aquilo. – Enfim, obrigado!

– Disponha.

Me repreendi mentalmente por ter rido enquanto caminhava para fora da saleta, provavelmente eu tinha estragado as coisas com ela, mas não é como se eu controlasse minha personalidade e também seria demais dizer que ri só porque seu rosto bravo era realmente bonito e fofo. Não é algo que você diz de primeira para uma garota na Coreia. Infelizmente. Me conformei começando a ler os horários e os mapas de sala enquanto colocava meu fone no último volume. Descobri que eu tinha que ir para o prédio ao lado para minha aula de Biologia, a escola era realmente enorme estava planejando pedir a Hanbin que me apresentasse tudo, mas depois de conhecer Yejin pensava seriamente em trocar de companhia e pedi-la pra ser minha guia. Quando Beat It do Rei Michael Jackson soou alta não fui capaz de controlar minha empolgação, o que resultou em mim, me estabacando de cara na grama depois de pisar errado. As folhas que eu tinha em mãos voaram enquanto meus fones eram arrancados de meus ouvidos culpa do celular que caiu a uns 3 passos de mim. Meu rosto esquentou de constrangimento e a risada alta e feminina não me ajudava a me sentir melhor. O mais rápido que pude levantei em um salto e juntei as folhas tentando não olhar para os lados.

– Você tinha razão, se fosse o contrário com certeza eu riria. – Yejin informou quase engasgando de tanto rir da minha cara enquanto me entregava meu celular e só então percebi que era ela quem ria o tempo todo, lancei-lhe um meio sorriso ainda vermelho demais. – Não é vingança, eu juro. – Garantiu por fim, tentando controlar as risadas.

– Tudo bem, eu mereço. – Respondi tirando o boné e bagunçando os cabelos. A garota tinha parado de rir e me observava com atenção ao ser notada corou forte e eu sorri novamente, era essa brecha que eu queria. – Mais tarde você pode me mostrar a escola, Yejin-ah?

– Ah... Eu não sei se devia... Quer dizer, hm. – Murmurou ainda mais vermelha, olhando para os próprios pés. – Vou ver se posso, senão mando alguém te ajudar com isso.

– Entendo. Então, a gente se esbarra por aí. – Falei voltando ao tom sério, era claro, pra mim, que ela estava me dispensando ou pelo menos querendo mantendo-se distante. Eu devia saber que alguém com minha aparência não teria a menor chance com ela, é o padrão coreano que estamos falando. Ela não me respondeu. Eu não olhei pra trás.

Passada a chateação, enquanto os professores dissertavam sem parar, eu decidi que ia investir em Yejin ou, pelo menos, eu ia tentar, ela parecia ser legal o suficiente para não se importar que eu era só um garoto feioso do ensino médio, eu queria acreditar nisso porque no fim, fazia tempo que eu não me sentia daquela forma e eu estava decidido a viver todas as experiências plenamente e sem arrependimentos. Na hora do almoço eu fui ao encontro de Hanbin, ele me esperava no refeitório e me deu as instruções necessárias pra encontrar o local e sua mesa, avistei-o de costas pra mim, estava acompanhado de alguns garotos e umas 3 meninas.

– YAY, desnaturado, como você larga seu melhor amigo assim? – Reclamei quando já estava próximo o suficiente para ele me escutar sem ter que dar um grito muito alto.

– Eu já te falei que vou compensar no futuro! – Se defendeu levantando e todos os rostos da mesa se viraram pra mim e lá estava ela de novo, Yejin.

– Yejin-ah? – Falei ignorando B.I por um momento.

– Bobby? – Ela devolveu extremamente corada.

– Os dois já se conhecem?

– Mais ou menos, ela quem me entregou os horários. – Respondi franzido o cenho.

– Ah sim, então deixa eu apresentar vocês formalmente. Jin-ah, este é Kimbab, meu melhor amigo, Kimbab, está é Yejin, minha namorada. – Disse animadamente e eu tentei a todo custo esconder minha expressão de decepção.

[SETE MESES DEPOIS]

Digamos que meus primeiros meses de volta não foram tão recompensadores como pensei que seriam, na verdade, a maior parte do tempo eu estava me esforçando pra não querer a mina do meu melhor amigo ou recebendo comentários ofensivos sobre a minha aparência de um grupinho de veteranos, mas o que é bullying pra quem era o garoto asiático numa escola americana? Só serviu pra me deixar focado no que eu queria para o futuro, pra me fazer escrever boas letras. Sobre Yejin, ela era só uma garota, estava no processo de entender isso, pra tanto resolvi investir  em todas as garotas que estavam na minha, resultado: em sete meses eu já tinha namorado cerca de 20 meninas diferentes e pedido a conta de quantas foram aventuras de uma noite.

– Bobby-ah. – Im Chaeyoung balançou meu ombro de leve enquanto eu fingia dormir. Abri os olhos pra encará-la ostentando um sorriso de falsa simpatia. Chaeyoung era a garota da vez, eu a encontraram na noite anterior em uma balada em Hongdae e depois de três shots de tequila e do primeiro beijo eu já sabia que ela seria um grande problema e que eu era um filho da puta.

– Sim, babe? – Indaguei com a voz aveludada sem perder o sorriso, Chae esqueceu completamente o que queria me dizer por um segundo e sorriu de volta como uma boba.

– Se eu não tivesse namorado... – Ouvi-a sussurrar mais pra si mesma do que pra mim. Ri sentando junto a cabeceira da cama trazendo-a comigo, enquanto pedia, docemente, pra ela retomar o assunto. – Uma tal de Yejin não para de ligar, eu não ia te acordar, mas como insistiram, poderia ser algo sério. – Disse por fim balançando meu celular. Meu sorriso morreu e peguei o eletrônico bruscamente, vendo o nome da garota brilhar no visor.

– Puta que pariu. – Xinguei. Olhando a hora e a quantidade de chamadas perdidas. – Desculpe, Young-ah, eu vou ter que sair agora e você não pode ficar aqui, okay? Você tem que ir embora.

– O quê? – Ela quase gritou contrariada enquanto eu entregava as peças de roupa pertencentes a ela.

– Me desculpe, de verdade, Young-ah, essa não era minha intenção. – Murmurei um pouco desconcertado e finalmente atendi a Koo vendo Chaeyoung se vestir a contragosto. – Jin-ah...

– Você esqueceu. – Acusou a voz séria.– Esqueceu ou tava fodendo alguém.

– Eu não esqueci. Na verdade eu já estou no meio do caminho. – Menti vestindo a box azul que encontrei ao pé da cama.

– É mesmo? – Ela riu sem humor. Ouvi Chaeyoung abrir a porta pra ir embora e não me virei pra me despedir, mais um vez eu merecia o prêmio de filho da puta do ano. – Então, porque a namorada do Cha Min Jong está saindo do teu quarto com cara de puta mal paga? – Minha espinha gelou e eu virei em direção a porta sentido o corpo dormente e paralisado de constrangimento. Chaeyoung também estava petrificada junto a porta, segurando a maçaneta enquanto encarava Yejin. – Desculpe atrapalhar a foda matinal, querida.

Chaeyoung ainda virou em minha direção antes de desaparecer corredor a fora.

– Yejin...

– Não! Nem comece com as desculpas baratas e as mentiras, eu devia saber! Não dá pra contar com você, não dá! – Ela me cortou com um sorriso irônico e a voz calma. Ela estava muito puta comigo, eu sabia porque Yejin era exatamente como eu. O mesmo sarcasmo comedido. O mesmo sorriso debochado. Eram essas coisas que deixava minha tarefa de não ter um crush nela ainda mais difícil. – Você não leva nada a sério, você é sempre impulsivo e irresponsável, nem sei porque eu tentei, devia ter pedido ajuda pro Hanbin desde o início. – Eu não sabia porque ela estava tão irritada com isso, mas agora eu também estava. Estalei a língua dando um sorriso de lado enquanto caminhava até ela.

– Então, por que você não foi até ele? Por que você sempre vem até mim? – Murmurei. Essa também era uma questão que me intrigava, eu sentia que ela também estava no mesmo dilema que eu, que a ligação instantânea que eu senti não era unilateral. Não podia ser. Entretanto, no fim das contas, ela ainda era a namorada do meu melhor amigo de infância e eu não queria trair nossa amizade. Bro Code. Mas naquele momento a raiva tinha consumido meu cérebro e a proximidade dos nossos corpos não me ajudava. – Isso não é um pouco errado? Ou você acha que pode ter dois namorados? – Completei roçando nossos lábios.

– Seu idiota. – Chiou de afastando de mim enquanto socava meu rosto com força suficiente pra eu sentir o incômodo na mandíbula. Depois saiu marchando pra fora do quarto. Vesti uma bermuda em tempo record e corri atrás dela.

– Hey! Hey! Yejin, desculpa. – Disse afoito alcançando-a junto a porta da saída. – Eu não devia agir dessa forma, eu só...

– Que forma? Como um cretino? Você usou a Chaeyoung pra se vingar do Minjong, eu achei que você fosse bem melhor que isso.

– Eu não usei a Chaeyoung, eu nem sabia que eles eram namorados até  a gente já ter ficado, mesmo assim, bem feito pra ele, gosta de me  humilhar, mas a namoradinha dele parece ter uma ideia diferente sobre mim. – Tentei me defender mesmo que parte de mim estivesse mentindo, era óbvio que depois de saber que a garota era a namorada do meu nêmesis escolar meu interesse nela aumentou.

– Agora sou eu quem tem uma ideia diferente sobre você.

– Você está sendo injusta, me julgando por uma besteira mesmo sabendo como eu me sinto, eu sei que você sabe. – Rebati um tanto ofendido. – Então, ou você está sendo dura comigo ou está com ciúmes.

– Eu não estou com ciúmes. – Murmurou raivosa, como se estivesse sufocando com a frase. – Eu amo o Hanbin, você vai ter que lidar com isso.

– Yejin, você é muito presunçosa se acha que o que eu sinto por você seria mais importante que minha amizade com Hanbin, você não é tudo isso. Só estou querendo que você pare de agir como alguém da Santa Inquisição, me julgando férrea e injustamente quando eu nunca dei motivo nenhum pra isso, pelo contrário. – Repliquei irritadiço. Yejin me olhou em uma mescla de ultraje e ressentimento, depois saiu a passos rápidos para longe.

– Jiwon, isso não pode continuar, ou você toma jeito ou não vai mais morar aqui. – Minha tia advertiu, eu nem percebi que ela estava na sala, mas provavelmente ela quem deixou Yejin subir e ainda deve ter visto Chaeyoung ir embora. Ela continuou brigando comigo, mas eu sinceramente não a ouvi, tu o que eu pensava era nessa pequena discussão e no que Yejin tinha dito "Eu amo o Hanbin, você vai ter que lidar com isso", aquilo martela na minha cabeça insistentemente, eu já sabia disso, mas mesmo assim não deixava de ficar magoado.

XXX

Por um mês inteiro eu sumi da vida dos dois, naquele momento eu achei que era o acertado a fazer, na primeira semana Hanbin tentou falar comigo todos os dias, com o passar dos dias a frequência diminuiu até que ele parou totalmente, gradativamente com Yejin foi o contrário. O que estava me deixando mais pirado. Em casa os problemas continuavam, afinal eu estava faltando aulas e saindo todos os dias, eu me senti péssimo por chatear e preocupar minha tia e eu sabia que hora ou outra ela iria falar com meus pais (se ela já não tivesse falado), então eu decidi que não tinha como continuar daquela forma, fugindo dos meus problemas como um covarde, sendo um péssimo sobrinho, filho, irmão e amigo. Esse não era o legado que eu queria, aquele não era eu. Não poderia simplesmente me esconder. Eu não ia passar o resto da vida daquele jeito. Por mais que fosse machucar um de nós, eu tinha que ser sincero com Hanbin. Com Yejin. Eu tinha que ser sincero comigo mesmo. Religuei meu celular, depois de um mês fugindo o sentimento de tentar me reconectar era bizarro. Mandei um email para a coordenação a fim de marcar um encontro com o diretor da Escola de Artes e salvar minha bolsa. Depois liguei para Hanbin. Minha espinha gelava a cada vez que o celular chamava, eu simplesmente exclui B.I de tudo que dizia respeito a mim de tal forma que depois de um tempo tentando falar comigo ele desistira, eu o tinha magoado, eu sabia disso e aquilo me machucava também. A ligação caiu na caixa postal.

– Hanbin... Eu nem sei o que dizer. Sou um babaca e um péssimo amigo... mas me liga quando receber isso, okay? Quero te encontrar. – Murmurei depois que a voz eletrônica e pré-gravada do Kim atendeu. Era constrangedor e eu me sentia um lixo. Mordi o lábio ainda ansioso. Não tinha acabado afinal.

Yejin era a próxima. Meu coração vacilou uma batida enquanto eu olhava para a foto e o número da garota. Resolvi que precisava de uma dose de cafeína antes de falar o que eu deveria pra ela e talvez alguns conselhos femininos.

Tomei uma ducha quente e depois uma boa xícara de café antes de ir pra aula, seria a primeira vez depois de semanas e eu não sabia muito bem como eu estava me sentindo. Quando cheguei na escola procurei imediatamente por Hayi e Soohyun, elas eram um casal que tinham se tornado boas amigas pra mim depois de um trabalho juntos, então sempre que tinha qualquer dúvida que envolvesse garotas eu as consultava.

– Bobby? Quanto tempo, cara. – Jinhwan me abordou antes que eu encontrasse uma das meninas.

– Jinan, estou de volta, sinto falta de treinar com vocês. – Respondi com um meio sorriso desconcertado. – Viu HiSuhyun? Preciso falar com elas.

– Pelo jeito você não soube, elas terminaram e Soohyun saiu do colégio, parece que foi estudar no SOPA junto do irmão. – Informou em tom de segredo.

– WOW, isso é... tenso. De qualquer forma se eu encontrar só a Hayi-ah já me ajuda bastante. – Respondi um pouco chocado franzindo o cenho, Jinan sorriu e me indicou a sala de prática em que a garota provavelmente estava.

– Bobby. – Ele chamou quando me virei pra ir embora.

– Sim?

– Não suma mais, okay? A gente sente sua falta.

Apenas sorri assentindo e caminhei para longe sentindo o coração aquecido, Jinhwan tinha se mostrado um bom amigo tanto pra mim, quanto pra Hanbin, éramos um trio infalível, Triple Kim, como nós chamavam, era uma denominação legal e brincávamos com isso, mesmo depois que Junhoe, irmão mais novo da Yejin, Yunhyeong e Donghyuk se juntaram a gente nos treinos, algumas pessoas continuavam nos chamando assim.

Antes de chegar ao meu objetivo fui empurrado bruscamente para uma sala vazia por uns garotos da turminha do Min Jong.

– O quê? Vocês querem morrer? – Gritei me soltando deles. Cha Min Jong estava sentado em cima do birô a minha frente, deu um pulo levantando enquanto gargalhava indiscriminadamente, seus amigos acompanharam e eu fechei ainda mais a cara para ele. – Eu tenho muito o que fazer pra ficar perdendo tempo olhando as mocinhas rindo.

– Você sabe o que você fez? – Ele perguntou repentinamente sério, me dando um soco no estômago rápido demais para que eu pudesse prever.

– Do que você está falando, seu idiota? – Fingi não entendesse a situação, Chaeyoung deve ter aberto a boca pro namorado, agora ele queria me cobrar satisfações e não podia haver um momento pior do que esse para isso.

– Não adianta bancar o desentendido, feioso, eu já sei de tudo. Como você fica pegando a mulher dos outros? – Rebateu estalando os dedos. – Mas esperar o que de um filho da puta que não respeita nem a namorada do melhor amigo.

– Não coloque a culpa em mim ou traga Yejin pra isso, ninguém tem culpa se a Chaeyoung me acha melhor que você. – Riu debochando.

– Filho de uma puta... – Gritou tacando um soco no rosto. Senti o gosto ferroso de sangue, mas tudo o que fiz foi gargalhar alto demais do descontrole de Minjong, talvez eu tivesse finalmente enlouquecido de vez. – Saiam daqui, esse assunto vai ser resolvido só entre nós dois. – Mandou olhando para os amigos. – Fiquem lá fora e me avisem quando alguém vier.  Estão esperando o quê? AGORA! – Gritou por fim.

– Está estressadinho, Jongas? Sinto dizer, mas não tenho tempo pra isso agora. Fora que, eu não tenho nada a ver com você, está fazendo DR com a pessoa errada.

– Eu não gosto de você, nunca entendi o que um verme como você quer debutar como eu, nem um milagre salva essa sua cara, Barbie, eu só estava te ajudando a achar seu lugar, mas aí você vai lá e mexe com o que é meu? Você não tem senso comum? Existe uma coisa que o homem carrega chamada orgulho, acha mesmo que pode pisar desse jeito em cima de tudo isso? – Falou se aproximando aos poucos.

– Me poupe desse discursinho de traído, Jongas, já falei: não tenho culpa se você não dá conta e sua namorada vai ter que ir atrás de outros. Bola pra frente, acho que sair por aí falando que eu peguei sua garota fere mais ainda esse seu orgulho fajuto. – Rebati sem paciência.

– Seu cretino! – Esbravejou.

A partir daí foi uma chuva de socos, cotoveladas e xingamentos trocados enquanto rolávamos no chão da sala. Não era bem isso que eu tinha planejado pra minha manhã de retorno e eu não sabia como ia encarar Yejin todo machucado, eu queria fazer as pazes e eu sabia que ela odiava quando eu me metia em confusão gratuitamente. Entretanto naquele momento tudo o que eu queria era quebrar todos os dentes de Minjong e estragar um pouquinho aquela cara bonitinha de idol que ele tinha.

– Hyungnim, sujou. – Um dos amigos dele bateu na porta. – Hyungnim!

– Isso ainda não acabou. – O Cha advertiu quando o soltei.

– Espero que não. – Repliquei limpando o sangue que escapava pelos meus lábios. Caminhou a passos largos e sumiu porta a fora, aproveitei o momento pra me sentar e respirar um pouco, eu não estava sentindo nenhuma dor, afinal meu sangue ainda estava quente, mas provavelmente isso me incomodaria mais tarde.

– Por que eu tinha certeza que Cha Min Jong fugindo com os amiguinhos era um indicativo de que você estava por perto? – Yejin perguntou recostando-se na parede ao lado da saída. Estremeci ao ouvir sua voz depois de tanto tempo.

– Talvez você seja um vidente ou uma xamã, quem sabe? – Brinquei tentando quebrar a tensão que já existia, parece que aquele dia não ia sair nada como eu pensei que seria, mas talvez fosse melhor assim.

– Você não tem jeito, né? – Suspirou caminhando até mim. Sentou ao meu lado e pegando meu rosto em mãos analisou meus machucados. – Como você está?

– Estou bem. – Menti lançando meu melhor sorriso brincalhão pra ela.

– A quem você quer enganar? – Ela deu um risadinha sem vontade acariciando cuidadosamente meus cabelos. – Chaeyoung te dedurou pro Minjong, não é?

Assenti tombando a cabeça em seu ombro.

– Yejin-ah… Me desculpe por agir como um babaca, me desculpe por sumir, por me meter entre você e o Hanbin, mesmo que sem querer, por te acusar com meias palavras e por toda essa merda que aconteceu esse ano, nunca foi minha intenção me apaixonar por você, nem continuar nutrindo sentimentos mesmo sabendo que era errado... – Sussurrei tentando manter o tom de voz tranquilo, mas foi impossível continuar, então eu me interrompi.

– Jiwon, olhe pra mim. – Neguei com um aceno de cabeça enterrando mais ainda o rosto na curva de seu pescoço. – Jiwon, eu quero falar isso olhando para você. – Disse gentilmente levantando meu rosto com as mãos.

– Cada coisa que você faz comigo. – Brinquei de novo pra tentar esconder o quanto eu estava desconcertado.

– Você estava certo, por isso eu fiquei tão chateada naquele dia, eu simplesmente não queria encarar a verdade, que alguma parte de mim estava achando que eu podia ter os dois e não teria problema, sim, eu estava com ciúmes da Chaeyoung e de todas as outras meninas antes dela, eu te deixei carregar esse fardo sozinho, eu te fiz pensar que estava fadado a um sentimento egoísta e unilateral, eu também fui babaca, então, eu sinto muito. – Yejin confessou deslizando os dedos sobre a tez do meu rosto. Arfei.

– Não me diz isso, por favor, Yejin. – Implorei aos sussurros pousando minhas mãos em seu rosto enquanto colava nossas testas, nossas respirações se mesclavam e aos poucos eu me sentia suncubir.

– Dizer o quê? Que eu te amo? Desculpe, mas eu amo você, Kim Jiwon. – Ela roçou o nariz no meu, murmurando a frase que eu mais queria (e temia) ouvir. – Eu amo cada coisa em você. Amo o modo que encara tudo sorrindo e como seus olhos se fecham completamente enquanto você faz isso, amo o quanto você é apaixonado, seja pelas pessoas que você preza, seja pelo seus sonhos, amo como você tentar fazer todos se sentirem bem, como você é altruísta e sempre pensa nas pessoas que gosta, amo sua força de vontade e como você luta pelo que quer, o quanto você é fiel, mesmo agora, enquanto eu digo isso, eu sei que o seu cérebro está se policiando porque você não quer trair a confiança do Hanbin...

– Ele é como um irmão pra mim, Yejin, eu não posso fazer isso. – Interrompi-a, tentando convencer mais a mim do que ela.

– Eu não terminei ainda. Sabe o que mais eu amo? Quando você me olha, como agora, meu corpo inteiro se sente entorpecido. Quando você me abraça, parece que nada de ruim pode me alcançar. Meu corpo inteiro responde ao seu e, Deus, como eu senti falta disso, de te ter por perto todos os dias e da sua risada que é capaz de acalmar meu coração mesmo quando isso parece impossível. Eu sei como você se sente porque nós somos tão parecidos e acredite, ninguém lamenta mais do que eu por machucar o Hanbin e eu sei que se eu continuasse como estava o machucaria ainda mais, por isso eu terminei tudo com ele, Bobby, nós não estamos mais juntos, então, por favor, não me afaste mais, okay?

– Eu te amo demais pra me afastar agora e o Hanbin vai ter que me perdoar, porque eu não poderia nem se eu quisesse. – Anunciei minha sentença de rendição antes puxá-la para um beijo calmo, suas mãos agarram as mechas do meu cabelo e continuamos assim até que o ar nos faltasse.

XXX

Pelas duas semanas seguintes minha vida parecia o “E viveram felizes para sempre” dos contos de fada, Hanbin estava na Itália, visitando a irmã que estudava lá, o que me deixava de mente limpa para curtir meu romance com Yejin, Junhoe não gostou muito da ideia no início, ele era um grande fã do Hanbin, mas os outros meninos pareciam tranquilos com isso. Até que o Kim voltou, ele não poderia ficar na Europa pra sempre e a culpa voltou a me atingir novamente. Eu tinha que conversar com ele e explicar como as coisas eram, mas me faltava coragem.

Então o próprio me buscou por respostas. Yejin e eu estávamos curtindo a tarde juntos quando meu celular começou a tocar insistentemente.

– É o Hanbin. – Informei olhando rapidamente para ela, eu não podia negar que parte de mim estava apavorado.

– Atente. – Mandou, mas eu hesitei. – Anda, Jiwon, atende logo.

Assenti engolindo em seco.

– Hanbin... Eu... Hanbin eu não... – Falei nervoso, o que eu devia dizer exatamente? "Desculpa aí por roubar sua namorada, a gente ainda é irmão, né?"

– Vamos treinar.

– O-o-o que? – Tossi confuso.

– Vamos treinar juntos hoje. – Repetiu no mesmo tom gélido e sucinto. – Meu professor de boxe teve um imprevisto e não pode me dar aula, me encontra no ginásio às 17hs.

– Mas, Hanbin...

– Você não entendeu? Não é um convite, Kim Jiwon, é uma intimação. Apareça ou eu mesmo vou te encontrar.

– Okay... – Concordei, mas o mais novo já tinha desligado.

– O que Hanbin disse? Aconteceu alguma coisa? Bobby?

– O Hanbin... Eu... Eu...Yejin, eu to muito fudido.

Não é como se eu achasse que ia levar uma surra dele, na verdade era mais fácil o contrário, mas pelo tom de voz do Kim era óbvio que ele estava com ódio de mim e eu não tiraria a razão dele, eu tinha sido o babaca do rolê, mesmo que eu não tivesse pedido por isso, eu tinha me apaixonado pela garota que ele gostava e me tornara o motivo de término dos dois. Era óbvio que se eu pudesse escolher eu nunca teria me apaixonado por Yejin, acredito que ela também escolheria não gostar de mim, sendo assim eu nunca teria machucado uma das poucas pessoas com quem eu realmente me importava. Eu conhecia Hanbin desde sempre, nós éramos amigos de infância e pensar que por minha causa ele estava tendo um tempo difícil ou o fato de ele estar querendo me matar fazia com que eu me sentisse menos que lixo.

Eu nunca fui tão pontual na minha vida e pouco antes das 17hs eu já estava no ginásio, cumprimentei rapidamente meus conhecidos do time de basquete, as Regionais os obrigaram a treinar quatro vezes mais que o convencional e isso me deixava aliviado, se algo esquentasse entre mim e B.I teríamos quem nos separasse. Atravessei a quadra e subi até uma pequena construção sobre os vestiários que era usada por alguns alunos pra ter aula de artes marciais. Respirei fundo antes de entrar na sala, Hanbin não percebeu minha chegada e continuou socando ferozmente um dos vários sacos de areia em uma compenetração absurda. Pigarreei calçando as luvas, não consegui um jeito melhor de anunciar minha presença.

– Você chegou? – Disse formalmente enquanto limpava o suor que descia da testa até as têmporas. Confesso que surpreendi com a calma gélida dele, o que me levou a conclusão de que ele estava se esforçando para parecer indiferente ao me ver.

– Hum... – Assenti tirando os sapatos e fazendo uma reverência antes de pisar no tatame. Eu estava completamente travado, mal conseguia olhar para ele. – Sparring¹?

– Estava pensando mais em Sparring Bobby². – Eles rebateu de imediato e se estivéssemos em outra situação com certeza estaríamos rindo disso. Confesso que contive o sorriso para que Hanbin não achasse que eu estava fazendo pouco caso dele. Assenti respirando fundo. Bati as luvas uma na outras e dei dois pulinhos me armando. Hanbin já estava em posição, com a cara fechada. Ele era bem melhor no boxe do que eu, o que naquela hora, finalmente me pareceu uma desvantagem preocupante. Eu tinha mais força, mas B.I tinha mais habilidade. Ele bateu na minha luva indicando que íamos começar e veio com tudo pra cima de mim depois do ato, eu quase não consegui me esquivar e manter a guarda alta. – Você está lento hoje,a culpa de ter me traído está te distraindo ou está querendo alguns machucados para Yejin cuidar depois?

– Eu não queria que as coisas fossem assim. – Respondi tentando acertá-lo sem muito sucesso, eu queria começar meu pedido desculpas que eu planejara mentalmente desde que beijara Yejin pela primeira vez, mas Hanbin simplesmente não me dava espaço avançando pra cima de mim como um touro furioso.

– Mas elas são assim. – Ele chiou raivoso me dando um uppercut no estômago e em seguida um gancho no queixo, me fazendo desequilibrar e cair de costas. – De. Todas. As. Garotas... – Ele continuou me socando ferozmente sentado em cima de mim enquanto falava cada palavra em pausas. – TINHA QUE SER LOGO A MINHA? – Bradou por fim ainda sem me soltar. Hanbin finalmente explodira perdendo qualquer compostura. Por um curto espaço de tempo não consegui impedi-lo de descontar toda a raiva em mim, acho que algo em meu cérebro concordava que ele precisava disso e eu me sentiria menos culpado depois disso.

Felizmente logo meu instinto de autopreservação voltou a funcionar e eu comecei a estudar uma maneira segura de fazê-lo parar com essa fúria homicida e capturar sua atenção para o que realmente era importante. Precisava que ele me ouvisse, que ele entendesse como eu estava me sentindo um pária. Aproveitando que o Kim era menor e mais magro que eu, usei meu corpo pra empurrá-lo pra frente e sentei sobre ele, sub-julgando-o para que parasse de me bater e começasse a me escutar.

– Hanbin... Kim Hanbin, olha pra mim. Você acha que eu, logo eu, escolheria te machucar assim? – Chamei encostando minha testa na dele. –  Você acha que eu escolhi isso? Acha que se eu pudesse mandar nos meus sentimentos eu ia me apaixonar por ela? Eu nunca planejei isso, Yejin muito menos, eu tentei me manter afastado, mas não consegui e eu sinto muito por isso, eu realmente sinto, se eu pudesse impedir de sentir o que sinto ou se eu pudesse te proteger disso, eu juro que faria, você tem que entender ela foi a melhor coisa que me aconteceu em anos, eu sei que estou sendo egoísta, mas eu não consegui deixar pra lá…

– Sai de cima. – Mandou me dando uma cabeçada e me empurrando pro lado. Massageei o local olhando pro teto forrado sem dizer mais nada, Hanbin fazia a mesma coisa, só nosso ofegar era audível e eu comecei a me perguntar se o silêncio dele poderia ser um bom sinal.

– Você me perdoa? – Arrisquei perguntar depois de um tempo, ainda sem olhá-lo a possibilidade do não estava me inquietando a cada segundo que ele demorava a responder.

– Kim Barbie, você é idiota? – Replicou minutos mais tarde, sentando. Fiz o mesmo encarando-o. – A priori, quando eu penso sobre isso tudo o que eu quero é quebrar a sua cara, mas alguma parte do meu cérebro que gosta de você fica me forçando lembrar como você estava segurando minha barra quando tive tempos difíceis e que no fim, essa merda toda não é exatamente culpa sua. Não vou fingir ou dizer que está tudo bem, porque não está, não espere felicitações ou sorrisos meus, porque enquanto eu me sentir assim, eu não vou conseguir torcer genuinamente por vocês. Não vou afastá-los de mim porque Yejin é uma garota legal e você, bem, você é teoricamente meu melhor amigo, não é mesmo?

– Não só na teoria, Kimanbin. – Reforcei tentando esconder minha euforia.

– Que seja, não fica vacilando na minha frente, eu ainda tenho alguns ganhos e diretos guardados pra dar na sua cara. Mas sim, eu vou te perdoar. – Sentenciou levantando. Sorri pra ele e Hanbin desviou pro olhar tentando esconder um sorriso torto, mas o canto de seus lábios o denunciaram. – De pé, eu ainda não acabei com você, Barbie.

[UM ANO DEPOIS]

Jinhwan e eu chegamos juntos no refeitório e procuramos onde o resto do Team B estava sentado, no entanto só consegui enxergar Hanbin sozinho olhando distraidamente para um ponto fixo. Nos entreolhamos sorrindo maliciosamente antes de chegarmos por trás do líder, assustando-o um pouquinho. B.I pulou no banco e nos fitou com irritação, seu rosto era carmim puro.

– Olhando pra mesa da Lee Hayi de novo, Hanbin? – Nani provocou rindo maldoso.

– “De novo”? Kimabin está a fim da minha amiguinha? – Fingi surpresa, mesmo eu tendo passado mais tempo que o planejado nos Estados Unidos com minha família, os meninos do Team B já tinha comentado comigo sobre a nova paixonite dele. – Quando isso começou?

– YA! Parem com isso, seus idiotas, não é nada disso! – O Kim mais novo mandou baixinho, completamente constrangido.

– Desde que o semestre começou? Não tenho certeza. – Jinhwan continuou em tom de fofoca.

– OHHHH. Você aproveitou que eu não estava aqui pra virar o pegador do colégio? Que traição, Hanbina, que traição. – Fiz minha melhor cara dramática antes de gargalhar.

– Vocês são inacreditáveis. – B.I bufou enfiando uma colherada cheia de arroz frito na boca.

– WOW, quem é aquele garoto, ele parece com o Yunhyeong, não parece? – Mudei de assunto rapidamente ao ver um rosto novo no refeitório.

– Que garoto? – Jinhwan indagou com curiosidade, tentando seguir meu olhar.

– Aquele na mesa da Hayi e da Hanna, se ele não for o clone do Yunhyeong, alguém pulou a cerca. – Respondi rindo apontando discretamente para o menino citado. Hanbin engasgou tossindo ruidosamente enquanto Jinan explodiu em gargalhadas. – Hey, o que é isso? – Falei confuso olhando diretamente pra Hanbin vermelho.

– Jung Chanwoo, ele entrou esse ano. Lee Hayi pediu pessoalmente pra Hanbin cuidar dele e o que B.I tá fazendo? Obrigando a criança a fazer todas as tarefas e trabalhos da gente. – O hyung acusou ainda rindo.

– Hanbina, você não tem vergonha nessa cara de pau?

– Ele tem 178 de Q.I. – O mais novo tentou se defender.

– Nosso líder se tornou um tirano explorador de crianças indefesas, que feio.

Logo os outro meninos se juntaram a gente na mesa e o bullying continuou até o tal do Chanwoo se aproximar. Ele parecia um filhotinho de pinguim fofo e realmente parecia uma versão mais nova e bochechuda do Yoyo, o garoto vinha equilibrando várias casquinhas de sorvete nas mãos e eu tinha a impressão de que a qualquer momento tudo ia despencar no chão. Junhoe levantou pra ajudá-lo e pegou metade da pequena carga enquanto Chanwoo corava.

– A-a-anyeonghaseyo, hyungs. – Murmurou sorrindo. – Eu trouxe pra vocês. Jiwon hyungnim, eu não sabia o que  você gostava, então trouxe o mesmo que sempre trago pro Hanbin hyung. – Completou me entregando o sorvete preferido do B.I.

– Yeaaaaaah, chococone~, nice timing, Chanuya. – O Kim mais novo parecia uma criançona enquanto saboreava a sobremesa.

– Hummm… Chanumon, sente aqui ao lado do hyung. – Chamei batendo no assento vago ao meu lado. O garoto assentiu fazendo o que eu pedi. Passei o braço por seu ombro, como se fossemos velhos amigos e indiquei Hanbin com um menear de cabeça. – O que acha do Hanbin com a Hayi, eles seriam legais juntos?

– Eu… Acho que sim… – Ele respondeu confuso sutilmente se desvencilhando do meu toque. – Hanbin hyung, falando nisso… Bem, a Hayi noona quer saber sua resposta.

– Resposta? Que resposta? – Yunhyong riu debruçando-se sobre a mesa.

– É que a Hayi noona chamou o Hanbin hyung pro cinema. – Chanwoo respondeu e Hanbin imediatamente o olhou.

– Caralho, cala essa boca, Chanu! – Bufou constrangido.

– Desculpa hyung.

– OMG, é isso mesmo que eu to pensando? – Zoei balançando os ombros do Hanbin.

– Não comecem, eu não sei se o lance vai continuar.

XXX

[DIAS ATUAIS]

– Hyung… Terra chamando Hyung. Alô? – A voz de Junhoe me despertou do devaneio que eu entrara. Escolher alianças de noivado me deixara nostálgico e acabei por relembrar como minha história com Yejin tinha começado de forma conturbada, mas no fim, anos depois, ainda sentíamos amo um pelo outro.

– O que você disse mesmo? – Perguntei finalmente.

– Pensei que tinha colapsado. – Ele riu. – Perguntei se você falou sobre a cláusula de namoro quando leu o contrato.

– Ah, sim! Falei, mas não tem muito jeito, todos nós vamos ter que assinar, mas pelo que eu entendi eles não ligam pra isso contanto que não nos atrapalhem, nem vaze na mídia. “Não me importa o que você faz fora das paredes da sala de prática e nem me interessa saber, mas não faça com que sejamos forçados a expulsar você”, foi basicamente o que ele me disse, então, vamos ter que ser muito mais cuidadosos agora. – Expliquei pegando o par de alianças que eu achei que combinava conosco.

– Que chato, mas eu entendo. – June suspirou tamborilando os dedos sobre o balcão de vidro.

– E você?

– Eu o quê?

– Não vai comprar nada pra Haeun? – Ri da cara de confuso que ele fez.

– Ah! Eu deveria? – Respondeu desconcertado. – Quer dizer, eu quero comprar, mas eu não sou muito bom nisso, pode me ajudar, hyung?

– Claro, não precisa necessariamente ser um anel, pode ser um colar, por exemplo. – Sugeri. Ele escolheu um delicado com pingente de coração e eu tinha certeza que Haeun adoraria. – A propósito, June, como a Haeun ta lidando?

– Com o que exatamente? – Rebateu entregando o colar para a atendente.

– O Hanbin me contou que os pais deles voltaram e estão morando juntos de novo, quer dizer, a mãe do Hanbin não odiava ela e tal? – Aclarei em um suspiro.

– Ela me disse que as coisas estão bem e que a madrasta dela parece bem arrependida, por enquanto está tudo bem, mas acho que a Haeun vai acabar saindo de casa para evitar futuros possíveis conflitos. Estávamos vendo os preços dos quartos e empregos de meio período. – Ele respondeu com um sorriso desanimado.

– Essas questões familiares são foda, mas a nossa Haeunzinha vai tirar isso de letra. – Sorri balançando seu ombro.

– Obrigado, Hyung. Foi legal sair com você hoje. – Ele disse por fim enquanto pegávamos os embrulhos, finalmente eu senti que conquistei completamente a amizade do meu cunhado e isso aquecia meu coração, afinal, Junhoe era alguém que eu admirava bastante.


Notas Finais


¹Sparring é uma espécie de treino mano a mano.
²O Hanbin fez um trocadilho com o Sparring Bob (um boneco de tnt sem braços que os lutadores treinam os golpes) e o stage name do Jiwon, ou seja, ele queria fazer nosso bunny de saco de pancadas.
Quem tiver curiosidade sobre o colar que june comprou: https://sc01.alicdn.com/kf/HTB1ix7vKXXXXXbJXFXXq6xXFXXXn/Delicate-simple-14k-gold-brushed-tiny-heart.jpg
Sobre as alianças: https://http2.mlstatic.com/alianca-ouro-branco-18k-750-5grpar-noivado-casamento-D_NQ_NP_17959-MLB20146714586_082014-F.jpg


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...