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História Maldição - Fifhteen


Escrita por: TSky

Notas do Autor


FALTAM QUATRO CAPÍTULOS PARA MALDIÇÃO ACABAR

QUATRO CAPÍTULOS!


~Boa Leitura.

Capítulo 15 - Fifhteen


Um grande pedaço de terra totalmente desmatado, sem uma única árvore, cercado por uma cerca feita de arames farpados (exceto em um ponto, a entrada) e cheia de pedaços de metal e ferro de todos os tamanhos e formas diferentes. Alguns são tão grandes que tenho certeza que sua batida é fatal.

Era para esse lugar que Luna sugeriu que fôssemos.

Poderia ser só uma coincidência, se há muito tempo eu já não estivesse questionando se algo na ninfa alguma vez foi coincidência.

Não foi. Nunca foi.

Não há coincidências.

E se Luna queria que viéssemos, esse lugar deve ter algo de especial. Bom ou ruim.

-Como você achou isso?-Pergunto, minha voz mostrando o espanto que estou sentindo.

-Foi uma coincidência-Ravi diz. Não. Não foi uma coincidência-Eu era o único acordado, pensei que fosse uma boa ideia andar pelo perímetro...

Algo está errado. Não sei o porquê, mas não acredito no que ele disse.

Me viro e olho em seus olhos. Ravi com certeza não está acostumado com mentiras, pelo menos não com mentiras vindas dele.

-Quero que seja sincero comigo, Ravi, e quero que responda me olhando nos olhos. Quem teve a ideia de andar pelo perímetro?

-Luna –Sua voz é baixa, quase um sussurro.

A ninfa. De novo.

-Agora-Minha expressão muda de compreensiva para irada. Meu tom de voz se altera- quero que me explique o motivo pelo qual você tentou esconder isso de mim. O motivo pelo qual está defendendo ela.

-Não estou defendendo a ninfa, Aria, que absurdo! –Ele também parece indignado- Quem você acha que eu sou? Será que se esqueceu de tudo o que conversamos sobre Luna? Eu também nunca confiei nela! Só disse que tinha sido ideia minha porque você anda paranoica! Desconfia de tudo!-Ele para de falar e suspira, as palavras seguintes vem baixas e calmas- Estou fazendo isso porque estou preocupado com você, Aria- Ravi se aproxima- Estou preocupado com você. Que diferença faz quem teve a ideia de andar em volta do acampamento?

-Faz toda a diferença! Toda! Tudo o que nos acontece sempre tem dedo dela! Foi ela quem nos convenceu a ficar na floresta naquela noite, é ela quem praticamente está nos guiando dentro dessa floresta e olha só, é ela quem está colocando seu irmão contra nós!

-Não, Aria! Sim, ela nos convenceu a ficar, e a opinião dela sempre tem peso nas nossas decisões, mas vir dizer que é ela quem está afastando Nathan de nós dois é covardia e uma tentativa de defesa para com ele! Nathan está todo bravinho com nós dois porque ele quer!

Coloco as mãos sobre o rosto e me curvo, respirando fundo repetidas vezes. A velocidade com a qual falar sobre Luna me faz quase explodir de raiva é inigualável.

Ravi se aproxima e coloca seus braços ao redor de mim.

-Você precisa se acalmar, querida. Precisa tentar se controlar quando falamos sobre Luna. Começar a gritar como uma louca sempre que fala dela ou com ela só vai fazer com que o papel de boazinha de aperfeiçoe nela, e o de vilã, em você.

Ele está certo. Tenho que agir de modo diferente. De modo inteligente. Como Luna está fazendo.

-Você está certo- Me endireito e o abraço- Sou uma tonta.

-Não é não. Só é meio briguenta.

Ele ri baixo. Eu também.

-Então, o que acha de irmos investigar a área?- Pergunta Ravi.

-Agora?

-Bem...sim, por que? Tem algo para fazer agora?- Ele me olha desconfiado.

Sei no que está pensando.

Ravi pensa em como eu perguntei sobre Nathan hoje, coisa que nunca fiz antes, já que estava meio brava com ele. Pensa em como defendi Nathan á poucos minutos, colocando a culpa do comportamento dele em Luna. Ele está com ciúmes, o que é estranho, já que não fiz ou disse nada anormal. Talvez eu conheça o príncipe menos do que imaginava.

-Não. Eu só...bem...nada. Vamos, vamos sim.

-Ótimo. Quer ir na frente?

-Mas...E Nathan? Ele deveria estar junto de nós, não? Saber sobre esse monte de ferro-velho. Acho importante que todos saibam.

-Vamos contar para ele. Mais tarde. Agora ele está dormindo, vamos averiguar o local e depois, se ele quiser vir aqui ver com os próprios olhos...

Dou de ombros.

-Bom, você que sabe.

Andamos até a fenda na cerca de arame e quando chegamos lá, Ravi se oferece para passar primeiro. É estranho, quando estávamos longe, eu sentia um pouco de receio em entrar aqui. Mas agora, aqui, tão perto, sinto uma vontade louca de ficar o mais longe possível.

Ravi passa pela fenda. Olha para mim, está tudo bem com ele. Oferece a mão para me ajudar a passar, e quando a pego, sinto uma descarga elétrica dentro de mim.

Vou passar pela fenda, mas preciso fazer algo antes.

-Eu...Espere aqui...Eu...Já volto- Solto sua mão. Ravi me encara, surpreso, mas não me segue.

Corro de volta pelo mesmo caminho que fiz até aqui minutos atrás. As árvores me atrapalham, mas consigo achar o caminho certo numa velocidade considerável.

O acampamento está aparentemente vazio, está tudo em silêncio. Nathan deve estar dormindo, como Ravi disse.

Vou até sua barraca, num local mais afastado e escondido do que as outras barracas e a fogueira. Quando chego, percebo que estava errada, o acampamento não está vazio.

Luna está aqui. Em frente à barraca do príncipe Nathan. Minha adaga erguida em sua mão direita.

-O que está fazendo aqui?- Disparo-O QUE ESTA FAZENDO AQUI?

Sei que tenho que me controlar. Me concentrar no que Ravi disse. Mas não consigo. Não consigo. Ela estava erguendo uma faca contra o lugar onde Nathan estava.

A ninfa denuncia que seus objetivos não eram dos melhores quando joga a adaga para o alto no susto, se vira e olha com uma expressão de terror.

Avanço em sua direção.

-O que você está fazendo? O que você ia fazer?

-Eu...Eu...Nada- Ela murmura, seus olhos se enchem de lágrimas. Falsas lágrimas.

-Por que você não diz a verdade, Luna? POR QUE NÃO DIZ? Estamos sozinhas aqui. Só você e eu. Você nunca foi boa, não é? Nunca quis nos ajudar, não é?

-Não, Aria –Sua voz demostra arrependimento. Afasto o sentimento de pena do meu peito. Luna nunca foi boa- Eu nunca fui boa. Nunca quis ajudar vocês. Me desculpe.

E então, tudo o que eu estou segurando é vapor d’água.

A ninfa sumiu.

Ela nunca foi boa.

Nunca quis nos ajudar.

Estava tentando matar Nathan.

Matar Nathan enquanto eu e Ravi estávamos preocupados demais procurando pistas naquele ferro velho.

Ferro velho. Ravi ainda está lá.

Se ela não puder matar todos, vai querer matar pelo menos um.

Entro na barraca de Nathan, e como Ravi disse, ele está dormindo como uma pedra. Isso também deve ser coisa da ninfa, não é possível que uma pessoa durma tanto e tão tranquilamente. Não com uma discussão acontecendo a um metro de distância.

Preciso correr, então não o acordo. Tiro o pingente escondido no meu bolso e coloco na mão de Nathan, fechando-a em seguida. Sinto que algo vai acontecer, e eu não posso arriscar jogar todo o trabalho que tivemos no lixo.

Me aproximo e encosto minha testa na dele.

-Você foi o melhor amigo que eu poderia ter. Se eu não puder, termine isso por mim.

Saio da barraca, deixando um príncipe dormindo. E corro para tentar salvar o outro.

Dessa vez, o caminho é mais rápido. A adrenalina e o medo de perde alguém, misturados, fazem com que novas qualidades surjam. Qualidades que podem nos ajudar a nos salvar, e a salvar o que está em perigo.

O caminho até o terreno devastado, foi, percebi algum tempo depois, o caminho que percorri mais rápido na minha vida. Ou não.

Ainda do lado de fora, forço meus olhos a procurarem Ravi o mais minuciosamente que possível. Ele não parece estar em lugar nenhum.

Me aproximo mais.

Não o encontro. Forço ainda mais meus olhos. Tenho que encontrá-lo. Encontrá-lo antes de Luna.

Então o vejo. Ele está numa das laterais do terreno. Sendo sufocado por uma barra de ferro envolta de seu pescoço.

Sem pensar, atravesso a fenda que me dá acesso ao ferro-velho. A sensação que algo vai acontecer e que eu tenho que correr dali me invade, dessa vez com mais forço, mais urgência. Mas a ignoro. Não posso me salvar. Não se me salvar significa deixar que outro morra por mim.

Ravi rapidamente me vê, seu rosto começa a mudar de cor, passando para um azulado, e sei que não tenho muito tempo, se eu não conseguir chegar até ele e desprende-lo em menos de três minutos, perdemos um de nós.

O desespero me invade. O caminho até Ravi é longo demais. Demoraria mais que três minutos só para chegar até ele. E se eu conseguir, o que vou fazer depois? Como vou tirar uma barra de ferro de seu pescoço?

Meus olhos se enchem de lágrimas. Eu quero parar de correr e chorar. Mas não posso. Ravi não desistiria de mim.

Continuo a correr, e percebo que, de repente, estou quase nele. Estou quase lá.

E então estou lá.

A mão de Ravi continua estendida para mim, mesmo sem forças. Estendo minha mão de volta para agarra-la.

E a agarro.

Mas aí sinto sono.

Muito sono. Do tipo que poucas pessoas já sentiram na vida.

A barra de ferro se desenrola da garganta de Ravi. Mas ele não volta a respirar desesperadamente. Não está aliviado, ou com medo. Está com sono, como eu.

O dia fica nublado acima de nós.

Tudo parece cinza.

Talvez seja a hora. A hora de dormir, e, depois de tanto desespero, acordar no Estado Seis e descobrir que tudo foi um sonho. Uma ilusão. Eu nunca conheci o castelo. Nunca tive uma reunião com o Rei. Nunca fui destinada a uma missão para salvar o reino. Não discuti com a princesa Maya, não fiquei amiga do príncipe Nathan, muito menos namorada do príncipe Ravi de Rajaram.

Tudo foi um sonho.

Está na hora de acordar.

 

Definição:/ Hipnos ou Hypnos , na mitologia grega, era o deus do sono. Personificação do sono, e da sonolência; mas não do cansaço no que diz respeito à fadiga. Hipnos é um dos daemons gregos: deuses que interferem no espírito dos mortais. Segundo a Teogonia de Hesíodo, ele é filho sem pai de Nix (Νύξ), a deusa da noite.

 

 

Eu acordo. Mas não estou no Estado Seis.

Estou na floresta. Não sei se na mesma floresta onde estava á pouco, mas numa trilha, no meio de uma floresta, cercada de árvores e flores que balançam com a brisa do vento.

Ravi não está comigo.

Nathan também não.

Quando penso em dar um primeiro passo, sinto meus pés começarem a flutuar. Me deixo ir por alguns segundos, até que a sensação de medo e de que algo ruim vai acontecer volta. Insuportavelmente forte.

Me debato o máximo que posso, mas meus pés não obedecem, continuando a flutuar numa direção contínua. A cada momento, a sensação ruim dentro de mim aumenta, e me faz chegar ao ponto de quase explodir. Tento gritar, uma, duas vezes, mas minha voz não saí, tento de novo, e na terceira tentativa a voz volta, e eu começo a gritar como uma louca, até que a voz some novamente. Olho para frente, estou em frente á uma casa, um chalé de floresta.

Um homem abre a porta. Reconheço seu rosto assim que o vejo. Entendo a sensação de medo. Ele é o homem do meu sonho, o inimigo. Eu não deveria estar aqui.

Meus pés flutuam em sua direção, mesmo contra a minha vontade. Eles voltam ao chão quando chego cara a cara com o homem. Estou sem forças, então caio no chão.

O homem sorri. É um sorriso horripilante.

Ele tira uma pedrinha de dentro do bolso do terno e me mostra.

Uma pedra azul-clara brilhante. Um pingente.

-Olá, Aria. Seja bem vinda! Espero que se sinta confortável aqui! Nós dois bateremos um papo rápido, você vai me dar o que eu preciso e então...eu vou te matar, mas, deixaremos isso para depois. Primeiro, que tal dormir um pouco?

O pingente em sua mão brilha, e eu sinto sono novamente.

 

 

 

 

 


Notas Finais


Fim de ano tá puxado, terei provas essa semana inteira, e simulados na semana que vem! Estou tão estressada com essas provas que não estou tendo inspiração, sorry :(
Tentarei acelerar a postagem dos possíveis últimos quatro capítulos, já que minha família resolveu viajar nesse fim de ano e, não terei como postar durante a viagem.
Não abandonem Maldição.

COMENTEM
~Ate a próxima.


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