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História Maldição de sangue - Soldadinho Burro


Escrita por: Bleendy

Notas do Autor


Alguem para a loka?? Olha eu aqui com mais uma fic viajada...
Boa leitura!

Capítulo 1 - Soldadinho Burro


Fanfic / Fanfiction Maldição de sangue - Soldadinho Burro

19 de agosto de 1887: Londres. 

Em uma madrugada aonde apenas a luz da lua clareava as ruas de Londres, Minhyuk caminhava tropeçando nos próprios pés após ter tido uma noite proveitosa cheia de bebidas e sexo fácil, ele ainda cantarolava a última música que havia ouvido, Minhyuk estava feliz, finalmente havia conseguido sentir o prazer daquele jovem estudante ao qual sempre acreditou que nunca daria bola para ele, mas Minhyuk era bom de conversa, e foi preciso apenas alguns minutos de proza para que o jovem já estivesse em um banheiro de boate se entregando aos desejos mais obscenos de Minhyuk. 

Minhyuk estava tão bêbado de whisky barato e felicidade que não prestava atenção​ ao caminho que fazia, entrando por entre becos não notando que algo o olhava em meio a escuridão, algo que sentia o cheiro de vida que Minhyuk exalava, aumentando sua fome, e Minhyuk​ estava tão indefeso, tão vulnerável andando distraído, que ao vê-lo a coisa só conseguia pensar que aquele garoto magro de cabelo loiro seria a presa mais fácil que ela já teve em décadas, cansada de só observa-lo escondida na escuridão de um beco, a coisa resolveu por fim mostrar sua face, e se divertir com aquela pobre vida. 

Minhyuk continuava caminhado, rindo para a lua quando notou alguém parado no fim daquele beco, Minhyuk ficou abismado com tamanha beleza da mulher parada em sua frente, ela usava um belo vestido colado vermelho com um decote que favoreciam seus seios fartos, seus cabelos negros que batiam na cintura voavam com a leve brisa da madrugada, Minhyuk sorriu ao ver a mulher com lábios carnudos pintados de vermelho sorrindo para ela, sorriu mais ainda quando a mesma se aproximou e  o beijou, e Minhyuk correspondeu pois ele estava bêbado demais para se importar com os motivos daquela mulher estranha o beijar de forma tão intensa, ele apenas se aproveitou jogando a mulher na parede e levantado seu vestido, fazendo com que suas mãos brincassem na intimidade daquela estranha, pobre Minhyuk, estava tão distraído com seus hormônios que não notou em seus toques o quanto aquela pele era fria, e somente​ teve noção do perigo quando sentiu uma mordida forte em seu pescoço que causava muita dor, como se sua vida estivesse sendo arrancada de dentro do seu corpo, e somente quando já sentia seu corpo fraco a ponto de quase cair no chão minhyuk olhou dentro dos olhos da bela mulher que se deliciava no sangue que estava em sua boca, enquanto os joelhos de Minhyuk se colidiam com o chão ele se lamentou por não ter notado os olhos vermelhos daquela bela mulher, se ele os tivesse visto teria corrido e não deixado seus hormônios que não negavam sentir o prazer seja la de quem fosse falarem por si, mas agora era tarde de mais, Minhyuk já se sentia fraco e sem forças para lutar, Minhyuk deixou seu corpo deitar de vez no chão se virou para olhar e sorrir para a lua uma última vez, mas nem isso lhe foi concedido, pois a última imagem que Minhyuk teve no fim de sua vida, foram aqueles olhos vermelhos próximo ao seu rosto, prontos para se aproveitarem de seu corpo já sem vida. 

Agora. 

  Em uma pequena  e pacata cidade da coreia Namira esperava na porta de casa seu doce filho voltar do exército, já fazia anos desde a última vez que ela o viu, Namira estava feliz, ela havia preparado bolinhos para quando ele chegasse em casa, bolinhos de arroz eram os preferidos de seu filho, ''mas como ele está demorando'' Namira pensou, pois, o sol já estava se pondo e nada de seu filho aparecer, mil coisas se passavam na cabeça de Namira, mas assim que ela viu a silhueta de seu filho ao longe caminhando por entre a pequena estrada de terra Namira sorriu aliviada, ajeitou seu avental e foi em direção ao filho que ao ver a mãe que a anos não via sorriu e abriu os braços para encaixar a pequena mulher em um abraço cheio de carinho e saudades. 

-Shownu meu filho por que demorou tanto? estava morrendo de preocupação. 

--Problema com o voo 

Namira queria acreditar em seu filho, mas uma mãe sempre percebe quando algo está errado, ela via nos olhos de Shownu, via dor, cansaço, tristeza, via todos os sentimentos que somente um soldado em missão sentia, mas ela se calou, não queria perturbar o filho com pergunta as quais seriam doloridas para Shownu responder, ambos caminharam em direção a pequena casa, Namira mimou seu filho de todas as formas possíveis, conversaram tomando café e comendo os deliciosos bolinhos de arroz que Shownu tanto sentia saudades, e ficaram assim ate a noite pintar o céu de preto, Shownu deu um beijo de boa noite na testa de sua mãe e foi para seu antigo quarto repousar o corpo cansado, ele deitou-se em sua cama, como Shownu queria dormir, mas seus pensamentos e lembranças do campo o atormentavam, ele queria esquecer todos os corpos caído no chão, queria esquecer as vidas que ele tirou com os disparos de sua arma, como Shownu queria trazer cada soldado amigo a vida novamente, Shownu por alguns minutos conseguiu fechar os olhos, mas seu pesadelo com aquela pequena criança que ele havia encontrado entre os restos de corpos vitimas de um ataque silencioso e mortal vindo de sua própria equipe os fez acordar suando e ofegante, Shownu vestiu uma camiseta branca, e saiu para fora da casa, ele precisava respirar um pouco de ar puro, ele se sentou em frente a porta velha da casa, e ficou olhando para aquela arvores em sua frente que davam para um floresta, ele sorriu a se lembrar o quanto brincou dentro daquele amontado de arvores, quantas vezes sua mãe foi atras dele com a vassoura e coração na mão. 

Shownu apoiou as costas na porta atras de si, começou a admirar a lua que estava grande e brilhante no céu, admirou as poucas estrelas que piscavam como luz de natal, ele poderia ficar ali até o sol tomar lugar da luz do luar se não fosse o barulho de galhos quebrando vindo da pequena floresta a sua frente, ele tentou ignorar, pois sabia que ali haviam muitos animais pequenos e barulhentos, e só quando um grito feminino ecoou a silencio da madrugada que Shownu se levantou e correu para dentro da casa para pegar sua boa e velha companheira arma, ele saiu novamente correndo em direção a floresta buscando pela dona do grito, mas nada encontrou, ele então se encheu de coragem e foi mais a fundo na floresta chegando próximo ao pequeno lago, aonde viu uma cena que fez seu coração pulsar com mais rapidez, um rapaz magro de cabelos loiros, segurava um corpo morto em seus braços, o rapaz sorria e selava seus lábios nos da mulher morta de cabelos pretos e longos, e lentamente aquele belo corpo feminino sexy e delicado se desfez ao pó, pó esse que foi levado para o céu com a brisa da madrugada, o jovem loiro notou a presença de Shownu que via toda a cena assutado, sem acreditar em como aquilo era possível. 

-Você não deveria estar aqui – O loiro dizia medindo Shownu – Saia daqui, esqueça o que viu! 

-Q..Que merda você fez com aquela garota? 

-Eu a livrei, livrei da maldição de viver eternamente presa em um corpo morto necessitado de vida – O rapaz sumia da visão de Shownu – Vida essa que você tem em excesso, e isso me deixa tonto de fome – Shownu sentia o rapaz sussurrando em seu ouvido, virando se rapidamente dando de cara com o mesmo que a poucos segundos estava do outro lado, como diabos ele se locomovia com tanta rapidez ?– Corra mais do que suas pernas puderam aguentar correr! - O loiro avisava 

 Shownu pouco se importou com o aviso dado pelo loiro, apontou sua arma na cabeça do mesmo, Shownu era um soldado, não iria se permitir ser amedrontado por um mero garoto, mesmo que o que ele tenha visto houvesse lhe causado um frio na espinha, Shownu não o deixaria ir sem saber o que de fato havia acontecido ali, teria o loiro feito algum tipo de ilusão? usado alguma química forte, que fez o corpo daquela jovem mulher se decompor de forma tão rápida? Shownu queria descobri o que diabos seus olhos haviam presenciado, queria saber que tipo de perigo aquele garoto oferecia a pequena cidade. 

 O rapaz a frente de Shownu sorriu de canto deixando nítido aos olhos de Shownu uma grande presa pontuda, os olhos do rapaz tomavam uma cor avermelhada, Shownu se assustou, começou a sentir suas pernas tremer, e em um impulso de se defender da besta que ele não sabia distinguir se era real ou fruto da sua imaginação cansada, Shownu atirou duas vezes no peito do rapaz que apenas olhou os furos feitos em seu casaco preto e sorriu para Shownu, aquilo não lhe causava nenhuma dor. 

-Que tipo de demónio é você? - Shownu perguntava com a voz tremula – O que quer? 

-Demónio? Meu nome e Minhyuk e eu não sou um demónio!  

-Pois para mim é o que parece...Me responda o quer 

-Olhe melhor! 

 Minhyuk abria os braços e sorria debochado, Shownu o a analisou e guardou novamente sua arma atrás da cintura da calça, sabia que aquilo seria inútil contra aquele ser que ele julgava existir apenas em filmes e contos de terror, e agora lá estava ele em sua frente, um vampiro, Shownu temeu por sua vida, temeu pela vida de sua mãe que estava dormindo​ tranquilamente em casa, Shownu já estava prestes a correr o mais rápido que podia assim como Minhyuk havia avisado, mas em sua última troca de olhares Shownu viu algo familiar em Minhyuk, viu dentro daquela iris vermelha a mesma dor que os soldados sentiam antes de Shownu atirar sobre suas cabeças, via a tristeza que ele via nos familiares de seus amigos ao receber a notícia que o tão esperado marido ou filho não voltaria mais para casa, viu o cansaço que ele via nos seu próprios olhos quando se olhava no espelho pela manhã, e ver tudo isso naquele monstro a sua frente, fez Shownu se questionar o que ele teria de tão diferente de Minhyuk, talvez a forma que matassem? Já que um matava pela pátria enquanto o outro matava por necessidade, mas assim como Shownu, Minhyuk também parecia cansado dessa vida 

 Minhyuk observava o homem parado em sua frente, não conseguia entender por que ele permanecia parado ali, o encarando, Minhyuk estranhou, já que todos que vissem suas presas e seus olhos corriam como se dependessem de suas pernas para viver. 

-Por que ainda não começou a correr? -Minhyuk perguntou – Por favor vá, seu cheiro me causa fome, e eu não vim aqui para fazer mal a ninguém, mas se continuar me encarando, não irei dominar meus instintos em te atacar! 

-Você já deve ter se alimentado bem – Shownu se encostava em um tronco de arvore - Já que agora pouco estava com um corpo em seus braços! 

-Evelyn não era uma refeição, era minha criadora! - Minhyuk bufou – Talvez aos seus olhos eu devo parecer um monstro, e sinceramente, você deveria acreditar neles, pois é isso que sou, porem...- Minhyuk olhava para a grande lua - … Eu estou cansado, cansado dessa vida que me concederam sem nem ao menos me perguntar se eu queria ela. 

-E por isso você se vingou de sua criadora? Por que ela te transformou? 

-Eu não me vinguei, eu a libertei, tirei de seus ombros uma maldição que assim como eu ela também estava cansada sabe..- Minhyuk media o homem – Soldado! A imortalidade não é tão doce quanto as pessoas vivas acham que são, não e agradável você ver pessoas que ama partir, enquanto você continua perambulando por ai sem motivo algum, sentir fome apenas de uma única coisa...sangue, ver pessoas inocentes implorando pela vida enquanto você os ignora apenas por seu instinto fala mais alta dentro de você, e depois que você tira até a ultima gota de vida, se arrepende ao ver o corpo estirado no chão, então por favor corra, já lhe disse que seu odor me faz ter que lutar contra o monstro que existe dentro de mim 

 Shownu olhou para a lua, e suspirou, pensou em falar mais alguma coisa para aquele ser, mas ele já havia sumido do seu campo de visão, sendo assim Shownu não tinha mais o que fazer ali a não ser voltar para a casa, se perguntando a todo momento porque a besta o poupou, e por que ele mesmo havia se arriscado a ponto de puxar conversa com um vampiro, Shownu julgou que estava ficando louco, e que talvez nada do que acabara de acontecer fosse de fato real, talvez ele estivesse sonhando e logo acordaria dessa loucura toda, Shownu subiu os degraus da casa indo em direção ao quarto mas parou para ouvir a tosse forte que vinha do quarto de sua mãe, uma tosse pesada que deixou Shownu preocupado indo até o quarto da mesma ver se ela precisava de ajuda, ao chegar notou as janelas abertas e pensou com ele que a brisa fria que por ali entrava fosse a causadora de tal mal estar, caminhou até as costuras brancas tentando não esbarrar no pequeno criado mudo que havia em baixo da janela, Shownu fechou os vidros barulhentos que fizeram sua mãe se mexer na cama, mas por sorte a mulher não acordou, Shownu​ olhou ao seu redor, nada ali tinha mudado desde que ele saiu para servir a pátria, tudo continuava no mesmo lugar, tirando pelos vários remédios em cima do criado mudo, tais remédios não existiam no tempo em que ele abitava aquela casa, ele olhou caixa por caixa notando que alguns eram para controlar dores, mas os outros não sabia quais eram sua serventia, mas com o passar dos dias shownu descobriu a verdade por trás daqueles remédios, exatamente seis dias após sua chegada Namira contou ao filho que sua vida estava no fim, que o câncer em sua mama já estava muito avançado e que os médicos lhe deram somente mais alguns meses de vida, Shownu se viu  repleto desespero jurou para si mesmo que encontraria uma solução para sua mãe, a levou nos melhores médicos que ele conhecia, recebendo sempre a mesma resposta, de que o caso de Namira estava em um estágio muito avançado e que nada mais poderia ser feito, mas Shownu não queria desistir, ele não deixaria sua mãe morrer sem lutar, mas conforme as semanas passavam Namira ficava pior, cada vez mais debilitada pela doença, Shownu que teria que voltar para seu trabalho pediu dispensa do mesmo, ele não conseguira voltar para o campo sabendo que a qualquer momento sua mãe partiria, ele não a deixaria sozinha em seu último suspiro, Shownu passou noites e noites procurando uma solução, até a noite em que viu sua mãe pior do que os outros dias, ele sabia que aquela era a ultima noite ao qual ele a veria com vida novamente, pois ela já se despedia dele, dizia com a voz falhada, mergulhada em dor o quanto amava Shownu, o mesmo visando aliviar sua dor lhe deu mais remédios e ela adormeceu minutos depois, então o filho desesperado se apressou, vestiu seu casaco e correu mais do que as pernas aguentavam até o centro daquela floresta, chegando próximo ao lago aonde ele havia visto aquele ser imortal, nem mesmo Shownu queria acreditar no que estava prestes a fazer, mas seu desespero e medo de ter que enterrar sua mãe pela manhã o fez estar ali, em frente ao lago gritando o nome do vampiro que viu meses atras, rezando para que ele o ouvisse, mas nada aconteceu, a única coisa que surgiu foi o brilho forte da lua no céu, SHownu já estava perdendo a voz de tanto chamar por aquele que ele julgou um dia ser apenas uma ilusão de sua cabeça, Shownu sentou no chão e pôs – se a chorar, ele não sabia mais o que fazer, ele estava perdido e se sentindo sozinho, e mais uma vez ele se culpou, mas uma vez ele seria obrigado a ver alguém morrer bem diante dos seus olhos, e pior...a mulher que ele mais ama em toda essa vida. 

-Doi não é mesmo?  

 Shownu ouviu a voz familiar ecoar a noite silenciosa, ele se levantou rapidamente olhando para todos os lados procurando por ele. 

-Eu estou aqui – Minhyuk sussurrava ao ouvido de Shownu que no susto se virou para traz rapidamente ficando cara-a-cara com o ser de olhos vermelhos. 

-P..Pode parecer loucura, mas você é real certo? - Shownu perguntou rezando para que sua pergunta tivesse uma resposta positiva. 

-Infelizmente sou! -Minhyuk respondia de forma seca – Por que me chamou? 

-Eu preciso de ajuda! Minha mãe esta morrendo e... 

-Esse é o ciclo da vida soldado, você nasce cumpre sua missão na terra e morre! - Minhyuk caminhava lentamente de um lado para o outro na frente de Shownu – Eu sei o que você quer, sei que acredita que possa salvar sua mãe...mas não posso!  

-Não pode? -Shownu parecia decepsionado com a resposta de Minhyuk – Por que? 

-Por que é a hora dela soldado, e a única coisa que eu poderia fazer por ela, e transforma-la no que eu sou! 

-Se ela for viver! -Shownu respondeu de forma rápida, fazendo Minhyuk buffar e olha –lo de forma repreensiva. 

-Não seja egoísta! - Os olhos de Minhyuk ficavam mais vermelhos que o normal e suas presas ficavam a mostra – E nisso que você quer transformar sua mão - Ele batia no próprio peito – Em um monstro, acredita mesmo que ela terá uma ''vida'' se tornando o que eu sou, não ira...ela ira sofrer a cada dia, outras dores irão tomar lugar da dor física que ela sente, ela ira matar para essa dor sessar, é isso que você quer soldado? Sua Mãe matando pessoas inocentes? Assim como eu...como você? 

 Shownu ouviu tudo calado, de fato Minhyuk estava certo, ele deixou seu desespero chegar ao ponto de desejar que sua mãe se tornasse um monstro, Shownu não havia pensando nas consequências daquilo que ele achou a ultima saída, ele tentou aceitar a derrota, deu as costas para Minhyuk sem nem ao menos dizer uma palavra e voltou para a casa, voltando para o quarto de sua mãe ficando ao lado dela, a observando dormir, se lembrando de tudo o que ela fez e foi para ele, de tudo o que ela o ensinou, de todo amor que ela deu a ele, Shownu se despediu de sua mãe com beijo na testa depositando sobre ela todo amor que ele tinha pela mesma, e quando Namira deu seu ultimo suspiro, Shownu prometeu a si que não choraria, que iria ser forte, pois ele sabia la no fundo, que ela havia parado em fim de sofrer, no enterro todos os amigos e conhecidos de Namira davam seu apoio emocional, e se despediam dela de forma carinhosa, mas Shownu falhou em sua promessa pois assim que o primeiro punhado de terra foi jogado em cima do caixão de sua mãe ele chorou como criança, pois ele sabia que ali era realmente o fim para ela, ele nunca mais a veria novamente, e dela só restaria as lembranças. 

Depois do enterro Shownu voltou para casa, subiu para seu quarto, ele queria apenas dormir e foi exatamente isso que ele fez, e não o fez só por um dia, Shownu havia se trancado dentro daquela casa, abandonou seu trabalho, acabou com todas as garrafas de bebida que haviam na casa, Shownu estava um trapo, e ele não se importava, ele não via mais sentindo em nada, não via mais sentindo em salvar a pátria, em sair daquela casa e beber com os sobreviventes de um ataque silencioso, Shownu estava sozinho, e ele só ansiava para que tudo acabasse logo, mas parecia que esse dia nunca chegava, e ele estava cansando de esperar a morte bater em sua porta, então depois de quatros meses esperando por ela, ele decidiu ir de encontro a morte, pegando sua arma e apontando para a própria cabeça, e quando ele já estava prestes a apertar o gatilho, sentiu uma força insana o jogar contra a parede fazendo ele soltar a arma e gemer da dor que sentiu com o impacto de suas costas com a parede. 

 Shownu olhou em volta para saber o que havia feito aquilo com ele, e la estava ele próximo a janela, com um olhar enfurecido para Shownu, ele se perguntou varias vezes como Minhyuk havia entrado ali. 

-Veio me matar? - Shownu ria nasalado - Faça isso rápido! 

-Idiota! - Minhyuk caminhou até ele que estava caído no chão, e se abaixou em frente a Shownu – Tirar a própria vida? Acha que isso ira resolver o que soldado burro? 

-Eu quero acabar com a minha dor, e por que você esta aqui, não e você mesmo que diz que esse é o ciclo da vida?  

-O quanto dói? -Minhyuk se sentou e cruzou as pernas – Me conte, quero imaginar sua dor. 

-Sinto como se todos os ossos do meu corpo estivessem quebrados, como se meus orgãos não me obedecessem mais, um vazio que doi por saber que não pode ser preenchido. 

-Ela não ia querer ver você assim, neste estado deplorável, me pergunto se foi para isso que ela cuidou de você, se ela imaginou que você tentaria contra a própria vida quando ela te colocou no mundo...será que era essa sua imagem decadente que ela queria ver? 

 Shownu não disse nada, apenas deitou no chão do quarto e adormeceu, deixando Minhyuk o observando, o odor de Shownu ainda fazia os instintos de Minhyuk gritarem dentro dele, mas ele já havia vivido tanto, conhecido varias pessoas, Shownu era só mais um que passaria por sua vida, mas ele não conseguia entender por que aquele resto de homem fazia ele sempre voltar para essa pequena cidade, o porque Minhyuk passou meses o observando de longe, observando seu sofrimento, Minhyuk queria entender por que diabos ele sentia necessidade em ajudar aquele soldado que pouco se importava com a própria vida, e só quando Minhyuk analisou tudo o que fez até agora que Minhyuk se deu conta, ele estava criando sentimentos por aquele soldado burro, Minhyuk sorriu, para ele isso não era algo ruim, mesmo que fosse ver Shownu envelhecer e morrer, ficou feliz por sentir algo assim de novo. 

 Depois de pegar no sono por um tempo no chão duro de seu quarto Shownu se levantou ainda com dor nas costas por conta do surto de fúria de Minhyuk, e ao lembrar do vampiro de olhos vermelhos ele olhou ao redor e não o viu, procurou pelo seu corpo marcas que ele acreditava que Minhyuk tivesse feito enquanto ele estava vulnerável, mas nada encontrou, pensou com ele em como Minhyuk era burro, ele nunca mais teria uma refeição tão fácil em sua não vida como teria se tivesse se aproveitado da guarda baixa que Shownu se encontrava a minutos atrás. 

-Já alimentou adequadamente ou eu que não satisfaço seu paladar sofisticado? 

Shownu gritava para ninguém sua injúria, ele só queria acabar com sua dor, e nem para isso aquele maldito vampiro servia, Shownu desceu as escadas da casa ainda praguejando palavras contra Minhyuk se dirigiu a cozinha aonde encontrou o loiro sentado na mesa que estava farta de comida, Minhyuk lia um dos livros preferidos de Namira com tanta atenção que não percebeu Shownu entrando na cozinha com um olhar confuso e se sentando a mesa junto a Minhyuk. 

-Queria poder dizer ''sinta-se em casa'' mas parece que você já fez isso! 

-Coma e pare de reclamar -disse Minhyuk sem tirar atenção do livro 

-Da onde conseguiu tanta comida? – Shownu olhava abismado a quantia de refeição sobre a mesa. 

-Me alimentei dos vendedores de uma pequena venda que tem aqui próximo e peguei tudo isso de lá! 

+Mentiroso!- Shownu ria nasalado- A venda aqui só abre quando o sol está no céu, e ainda é noite, e pelo que eu vi nos filmes vampiros não podem com a luz do sol. 

-A claro! – Minhyuk colocava o livro em cima da mesa -Nos também brilhamos antes de morrer e temos uma pequena briga com lobisomens, quantos anos você tem para acreditar nisso? 

-26 e você -Shownu mordia uma maçã – mil? dois mil anos? 

-63 anos! 

-Só? -Shownu fazia pouco caso da idade de Minhyuk- ainda cheira a leite nesse ramo não é mesmo? 

-Parece que seu humor voltou não é mesmo? 

Shownu deu um sorriso de lado e começou a se deliciar na comida que a besta havia trazido, ele já não tinha mais nada a perder e mesmo que tudo isso fosse apenas uma armadilha de Minhyuk para ataca-lo de forma sorrateira ele já não ligava mais, Shownu já não tinha mais com quem se preocupar, nem mesmo um emprego Shownu tinha, ele não tinha mais motivos para temer por sua vida, ele estava sozinho no mundo e percebeu que Minhyuk também deveria ser sozinho já que ele estava ali na casa de Shownu o olhando comer, parecia que Minhyuk podia ser o gosto da comida só de olhar para Shownu visando pelo sorriso satisfeito que Minhyuk tinha no rosto. 

Shownu se arriscou a perguntar mais sobre o vampiro e como era seu mundo, como era viver por tantos anos com a mesma imagem de si, perguntou sobre as lendas que via no filme, Shownu estava curioso sobre os mitos e verdades que eram ditos quando o assunto era vampiro, Minhyuk não se importou em contar tudo nos mínimos detalhes, contou que não verdade ela podia dançar e pular com a luz do sol, que ele tinha uma imagem em frente ao espelho, e que diferente do que todos achavam que um vampiro morreria com bala de prata ou alho, na verdade era tudo uma grande lenda, apenas o sangue do criador ou da própria cria poderia matar um vampiro, e foi exatamente por isso que Evelyn havia passado a maldição para Minhyuk, para que um dia ele pudesse livra-la de sua maldição, Shownu ficou mais curioso quando Minhyuk citou sua criadora pediu para que o mesmo contasse mais sobre ela. E Minhyuk contou sem pestanejar, contou em como ela ficava quando o instinto falava mais alto, mas quando o mesmo estava controlado ela era doce e gentil. 

-Voces devem ter aproveitado bem as noites tediosas – Shownu tinha um sorriso malicioso no rosto. 

-Eu a via como minha mãe! 

Shownu engoliu a resposta a seco e olhou para Minhyuk que tinha um olhar perdido em um ponto da mesa, eles não eram diferentes em nada, ambos mataram pessoas inocentes e sofriam com isso, também tiveram que ver suas mães partirem, ambos estavam sozinhos. 

Os dias foram se passando e todas as noites Minhyuk aparecia no quarto de Shownu sempre o incentivando a continuar a viver sempre o alimentando, Shownu logo pegou afeto por aquele pequeno vampiro ao qual ele não conseguia mais chamar de besta ou de monstro, Minhyuk estava longe disso, e com o apoio de Minhyuk Shownu voltou para o exército exercendo um cargo inferior ao que exercia antes, mas ele agradeceu, pois naquele cargo ele não corria risco de atentar contra a vida de mais ninguém, voltou a cuidar da casa que era de sua mãe, e evitava beber, Shownu estava vivendo novamente estava se erguendo de sua queda e tudo graças ao vampiro de estimação que ele havia arrumado, e como ele se apegou a Minhyuk, a sempre ouvir suas experiências sobre as vidas que passaram por  ele, se apegou ao fato de Minhyuk ter tirado a sensação de estar sozinho que Shownu sentiu quando sua mãe partiu, a única coisa que o incomodava era o sentimento estranho que Minhyuk causava nele, um sentimento de desejo, de querer tê-lo para sempre, Shownu acreditava que tal desejo era errado além de vampiro Minhyuk também era um homem, e tal sentimento não deveria existir entre dois homens, Shownu também acreditava que mesmo que não fosse errado tal sentimento. nunca seria correspondido, já que Minhyuk o chamava de “soldadinho burro” Shownu tinha certeza que esse era a única forma que o Minhyuk o via, Shownu tentava se satisfazer apenas com a companhia do vampiro todas as noites, e ao menos a certeza de que sua companhia era agradável para Minhyuk ele tinha 

Em uma noite de inverno aonde a neve branca tomava conta da rua, Shownu voltava para a casa, ele acreditava que Minhyuk já estaria lá mexendo em alguma coisa ao qual não foi lhe dado permissão, ou jogado em algum comodo da casa com cara de tédio, mas ao entrar em casa Shownu se deparou com tudo em pleno silencio, andou pelos cómodos e nada da presença de Minhyuk, ele esperou mais algumas horas, talvez Minhyuk em fim tivesse arrumado algo de útil para fazer, as horas se passaram Shownu jantou sem a presença do amigo, começou a se sentir preocupado, mesmo sabendo que praticamente nada faria mal a alguém que já estava morto, mas ainda sim, a preocupação com Minhyuk não saia de seu ser, quando o relógio anunciou a madrugada, Shownu chamou por Minhyuk. 1,2,3 vezes sem obter nenhuma resposta, e quando pela ultima vez Shownu o chamou, mais alto, mais rouco, mais desesperado, ele ouviu uma voz falha no fundo do quarto, escondido na sombra que a luz do luar fazia dentro do comodo escuro. 

-O que quer Shownu? 

-Minhyuk? -Shownu deu dois passos e tentou enxergar se aquela silhueta escondida na sombra era de seu amigo – Você esta bem? 

-Não chegue perto – Minhyuk gritou – Por favor, não se aproxime de mim. 

 Minhyuk ainda não havia percebido que Shownu não atendia suas ordens, em nenhum momento desde o dia em que se conheceram e não seria agora que Shownu iria atender, ele se aproximou mais de Minhyuk e sentiu seu coração sair pela boca ao ver o amigo, mais branco que o normal, com os labios rachados, magro, fraco, um resto de corpo. 

-Minhyuk por Deus o que aconteceu com você - Ele correu para ajudar o amigo, que rapidamente saiu de perto indo para o outro canto do quarto. 

-Por favor Shownu, se você se aproximar demais, eu vou te matar, você entendeu? Estou com fome, e nem aqui eu deveria estar. 

 Fome...Shownu então se tocou, que desde que Minhyuk decidira perder tempo com ele, não havia se alimentado, vivia tentando controlar os instintos de sua maldição, e agora a sua frente estava o resultado de tal esforço, Minhyuk estava definhando de fome, e Shownu sentiu-se culpado pelo amigo estar nessa situação, e mesmo já quase virando pó por conta de sua necessidade Minhyuk se esforçou para atender os chamados de Shownu, mais uma vez estava usando a pouca força que tinha no corpo para não deixar seus instintos falarem mais alto, e ataca-lo, e com toda a coragem que só ele tinha, mais uma vez ignorou a ordem de ficar longe de Minhyuk, tirou sua camisa de manga longa deixando a parte de cima de corpo nu, vendo Minhyuk se contorcer em dor ao sentir o cheiro de vida que Shownu exalava, Shownu o puxou de forma rapida para próximo de seu corpo, Minhyuk já não tinha mais forças para controlar sua necessidade, sua sanidade foi para os ares com o cheiro do sangue que corria nas veias daquele soldado, então Minhyuk cravou suas presas no ombro de Shownu, que o apertou mais ainda contra seu grande corpo por conta da dor que sentiu, Minhyuk estava sedento, e aquele doce sangue que agora estava correndo também por suas veias era tão bom, tão satisfatório que ele o tomava com desespero, desespero de alguém que estava a meses sem comer, a meses sofrendo com sua maldita necessidade, Minhyuk sentiu as mãos pesadas de Shownu sobre o topo de sua cabeça, sentiu o rosto de Shownu se encaixando em seu pescoço, sentiu também...as lagrimas de Shownu molharem seu pescoço, e foi então que ele percebeu que estava indo longe demais, Shownu já estava fraco em seus braços, Minhyuk estava tomando a vida de seu amigo, de seu amado, ele tirou suas presas do ombro de Shownu sessando por fim sua alimentação, ele acreditou que Shownu cairia de fraqueza no chão, mas ao encarar o amigo, notou que não havia ido tão longe assim, pois Shownu sorria aliviado ao ver que Minhyuk estava bem, ambos ficaram se encarando abraçados por alguns segundos, e quando se cansaram Shownu limpou o canto da boca de Minhyuk que estava sujo de sangue com o dedo polegar, notou que Minhyuk havia fechado os olhos ao sentir seu toque, e sem medo de consequências, Showunu colou seus lábios aos lábios frio de Minhyuk sentido o gosto de seu próprio sangue na língua do loiro que tocou a sua quando o mesmo pediu passagem, Shownu envolveu Minhyuk em um abraço mais apertado, e o beijo de ambos que havia começado leve e inocente, se tornou mais necessitado mais perverso com as pequenas mordidas que Minhyuk dava nos lábios carnudos de Shownu, e não demorou muito para que ambos estivessem nus em cima da cama, se amando como se não houvesse amanha, Shownu memorizou em seus toques cada detalhe do corpo magro e frio de Minhyuk, o beijou intensamente, e como Minhyuk estava amando sentir o corpo quente e vivo de Shownu contra o seu, a respiração ofegante dele contra seu pescoço, Minhyuk conclui que ele amava aquele soldado burro, e não pestanejou em dizer isso a ele quando ambos chegaram ao fim de seus desejos, Shownu sorriu ao ouvir tal palavra da boca de Minhyuk, e ele retribui envolvendo Minhyuk em seus braços, deixando seu corpo quente esquentar a pele fria de Minhyuk, ele queria viver aquilo por toda a eternidade, e um pedido maluco que saiu de sua boca fez Minhyuk se assustar. 

-Eu não posso fazer isso, você quer se tornar no que acabou de ver, é essa dor que você quer sentir Shownu, não me peça isso! 

-Sim é isso que eu quero, eu não quero viver sabendo que um dia eu vou morrer e você vai voltar a ficar sozinho no mundo! 

-Eu já me acostumei com isso, por favor – Minhyuk tinha os olhos tristes – Continue vivo, quente do jeito que esta!  

-Você sabe que se continuarmos assim, você me matara um dia, vamos ser sinceros Minhyuk, eu não vou aguentar te ver sofrer de fome, e sempre vou ceder meu sangue a você, uma hora... 

-Eu sei! - Minhyuk abaixava a cabeça - Tem certeza disso? 

-Eu não tenho mais nada a perder Minhyuk! 

 Minhyuk não queria acabar com a vida de seu soldado, mas também não queria ter que perde-lo um dia, então pela ultima vez, Minhyuk sentiu o corpo quente de seu amado voltando ao ato de puro desejo, beijos quentes e caricias, e no meio do ato prazeroso Minhyuk cravou mais uma vez suas presas no ombro de Shownu, ouvindo o arfar do mesmo, pois por incrível que pareça tal dor para Shownu naquele momento era prazeroso, Minhyuk tomou a ultima gota de vida de Shownu, sentiu o peso do corpo que logo começaria a esfriar sobre seu corpo, e sem muita demora, cortou sua mão com a própria presa, e com o sangue que saia dela, fez de alimento para o corpo morto de Shownu ganhar uma nova não vida, demoraria algumas horas, para que aquele sangue amaldiçoado fizesse algum efeito e enquanto o tempo passava Minhyuk ficava ao lado do corpo de Shownu, vendo sua pele morena começar a desbotar, seus labios ficarem roxos, e só quando viu que Shownu começou a se contorcer de dor, que ele teve certeza que agora Shownu fazia parte de seu mundo amaldiçoado, e mais uma vez Minhyuk se feriu para alimentar a fome que Shownu sentira ao abrir os olhos, a dor o consumiu quando os dentes de Shownu, que agora eram duas presas bem afiadas fincaram em seu braço, mas Minhyuk sabia bem a quantia necessária de sangue para Shownu, e quando essa quantia ja estava prestes a chegar ao limite, Minhyuk o afastou de perto de seu corpo, Shownu olhou assustado, seu olhos não eram vermelho iguais ao de Minhyuk, era negros como a noite, lindos...foi o que Minhyuk pensou ao vê-los. 

 Minhyuk queria dizer que estava feliz por agora ter seu pequeno soldado por toda a eternidade, mas ele não estava, ele sabia de todas as coisas ruim que ele já fez nessa maldita vida, ele sabia que Shownu seria obrigado a fazer, Minhyuk prometeu a si mesmo, que quando Shownu se tornasse um monstro, ele o mataria...mas também permitira que Shownu o matasse, pois agora ele tinha alguém para tirar a maldição sobre ele. 


Notas Finais


Então, eu não tive muito tempo de revisar muitas vezes então perdoa os erros e nao me abandona...<3


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