História MALEC Amor e saudades - Tudo o que eu preciso é você

  - Magnus, você está bem? - perguntou Catarina se ajoelhando ao meu lado e colocando a mão em meu ombro, apenas assenti - não acha melhor pegar outro vôo?

- eu tô bem - tirei a mão dela do meu ombro com cuidado - Só estou recuperando meu fôlego - ela sorriu carinhosa e se levantou

- Magnus... eu sinto muito - disse Ragnor com um olhar meio desesperado

-  esquece, Ragnor, não vai mudar nada mesmo - disse me levantando, quando ele abriu a boca pra falar o táxi chegou - acho que isso é um adeus - digo depois de colocar as coisas no porta-malas

-  mande notícias - disse Catarina me abraçando - lembre-se que pra qualquer coisa que precisar...- a cortei

- eu vou ficar bem - digo nos separando, ela deu um sorriso triste - fica longe de encrenca - digo para Ragnor que ri

- o mesmo serve pra você - diz apertando meu ombro esquerdo 

-  vocês vão ficar bem? - digo com receio antes de entrar no táxi, de repente bateu um sentimento de que os estava abandonando, e Ragnor foi o primeiro a entender meus pensamentos 

- vai atrás dele, Magnus, ficaremos bem - sorrio e vou pro aeroporto.

(...)

Dei sorte de ter chegado no aeroporto em 15 minutos, mas o taxista me cobrou o preço de um rim por te-lo feito correr boa parte da cidade antes das duas da manhã... mas valeu à pena, qualquer coisa vale à pena por Alexander.

Fui caminhando até a ala 2 de embarque. Meu avião ainda estava saindo da garagem, então teria alguns minutos antes embarcar. Resolvi tomar um café na Starbucks, não entendia muito como uma Starbucks poderia sobreviver em um aeroporto, fala sério, o café de lá é horrível. Mas como essa era minha única opção, teria que ser lá mesmo.

Enquanto caminhava até a Starbucks pude observar que muitas pessoas estavam se apressando para alguma chamada de vôo que a secretária estava fazendo, mas sinceramente eu não prestava atenção em nada a não ser na música que estava ouvindo em meus fones e no meu café. 

Andei em direção à uma mesa até que percebi que a chamada de vôo que estavam fazendo não era, nada mais, nada menos, que o MEU vôo, comecei a correr em direção à ala de embarque novamente quando esbarrei em alguém, me fazendo derrubar todo o líquido quente em minha blusa.

- Droga - resmunguei - você não olha por onde anda não? - digo para o cara parado em minha frente 

- você que estava correndo e a culpa é minha? - disse o cara meio irritadiço, fui responder, porém, quando ele me olhou melhor (pelo menos foi isso o que pareceu) ele mudou o tom de voz - olha, quer saber? Eu pago outro café pra você como um pedido de desculpas, que tal?

O encarei bem e percebi que ele era bonito, não era um Alexander, claro, mas também não chegava a ser feio. Ele tinha cabelos platinados e olhos castanho-escuros, quase negros. Usava uma calça jeans preta e um moletom azul-marinho. Tinha um sorriso até que bonito, mas alguma coisa em seu olhar me dizia para não confiar muito nele. Obviamente, como sou idiota o suficiente para não confiar em meus instintos, ignorei esse pequeno sinal de alerta.

- não precisa, até porque fui eu quem esbarrou em você - disse enquanto secava minha blusa com uma toalha de rosto que sempre deixava numa parte da mala de fácil acesso.

- bom - sorriu e colocou as mãos nos bolsos da frente - pelo menos me deixe ajudar com sua mala.

Não queria dar falsas esperanças para ele, o único que me importava era Alexander. Mas, como vi que ele não iria aceitar um "não" como resposta, acabei aceitando.

Caminhamos  silêncio até a ala de embarque quando a moça do balcão anunciou o meu vôo pela última vez.

- você ainda não me disse seu nome - disse ele depois de eu dar a passagem para a moça que já se encontrava impaciente por não ter embarcado ainda.

- Magnus, e o seu? - não estava interessado em saber seu nome, estava apenas sendo educado. Quando ele foi me responder a moça do balcão me cutucou meu ombro.

- O senhor precisa embarcar, agora - a olhei por cima do ombro. Mas quando olhei para frente novamente, o rapaz não estava mais lá. Dei de ombros e embarquei.

Na fileira de bancos em que se encontrava o "meu" lugar havia uma velha senhora que dormia, ou ao menos foi o que pensei já que quando fui sentar no meu banco ela deu um pulo de susto, me assustando junto com o movimento tão repentino. Pedi desculpas e me sentei.

Sinceramente, eu pensei que ela falaria comigo sobre sua vida durante o vôo inteiro. Seriam 7 horas de pura falação, mas não... ela apenas assentiu e voltou a dormir. Não sei se achei isso bom ou ruim, já que ela roncava muito e muito alto.

Estava deitado no banco ouvindo música e esperando as horas passarem, enquanto pensava em Alexander e que, em breve, poderia estar em seus braços novamente. Finalmente a espera acabaria, bom... pelo menos era isso o que eu pensava.

*Flashback*

- um dia vamos nos casar, comprar aquela casa que você tanto ama e eu vou te fazer o homem mais feliz do mundo - disse Alexander fazendo carinho com os dedos em meu braço. Estávamos deitados na cama, ambos sem blusa.

- Alec, eu já sou feliz só por ter você comigo - ele sorriu tímido - eu te amo - ele beijou minha testa

- eu sinto muito por não ter me assumido pros meus pais ainda, eu juro que no jantar de sexta eu vou contar.

- tudo no seu tempo, meu amor, tudo no seu tempo 

- ou podemos fugir - o encarei surpreso

- fugir? Alexander Lightwood, eu sabia que você era louco, mas não achei que fosse tanto - disse rindo - nós não podemos fugir, você tem sua família e a empresa do seu pai pra cuidar... não pode simplesmente jogar tudo pro ar e ir embora.

- eu não ligo pra aquela empresa, não quero cuidar de nada daquilo. Meu pai controlou a minha vida inteira, estou cansado de seguir as regras pelo bem de todos, achando que tudo ficará bem. Eu sei que não vai - disse com algumas lágrimas nos olhos, as enxuguei com o dedo.

- sinto muito que tenha que passar por tudo isso, mas é a sua família, Alec, você não pode simplesmente esquecer que ela existe.

- Robert não faz parte da minha família, ele traiu minha mãe e ela o perdôou, mas eu não, nem Izzy, nem Jace - disse cerrando os punhos

- mas ele continua sendo seu pai - coloquei minha mão por cima da sua e apertei de leve - eu entendo sua raiva, eu nunca conheci meu pai e, sinceramente, acho que foi melhor assim. Ouvi dizer que ele era um cretino - Alec riu fraco

- acho que nenhum de nós teve um pai decente - me deu um sorriso triste - só espero não ser igual a ele quando for pai.

- não vai, você é melhor que ele - acariciei seu rosto - em todos os sentidos - ele riu fraco - eu amo seu sorriso...

- e eu amo você - sorriu envergonhado e me beijou.

*Flashback off*

Senti algo quente escorrendo por meu rosto e abri os olhos.

" Foi apenas um sonho, uma lembrança de quando ainda estávamos juntos "

Sequei as lágrimas e respirei fundo. Olhei pela janela e vi aquela imensidão azul, cheia de nuvens brancas e sorri com isso. O azul era do mesmo tom dos olhos dele.

Por quê tudo o que eu via e pensava me fazia lembrar dele? Será que me tornei tão dependente dele assim? Eu sabia que se um dia ficasse sem ele, meu mundo desabaria, mas jamais imaginaria que estaria indo de mal a pior... como agora.

Já se passaram dois anos e nunca tive notícias dele, ele nem mesmo deixou uma carta de despedida. Não seria melhor eu simplesmente esquecer tudo o que aconteceu e deixa-lo ir? Será que assim eu conseguiria seguir com a minha vida? Talvez não, porque ele era minha vida. Até agora tudo o que me fez seguir em frente é  pensar que poderia vê-lo de novo, e agora que eu poderia finalmente encontra-lo eu não iria desistir.

"  Estou aqui segurando as pontas novamente

Eu sei que estou a um só passo de dar a volta por cima.

 Eu queria conseguir deixar isso de lado

Mas eu sei que estou à apenas um  passo de dar a volta por cima.  "

O avião pousou e fui pro hotel. Resolvi descansar um pouco antes de começar a prpcura-lo.