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História Maledictus Hufflepuff- Interativa - Visões Conturbadoras


Escrita por: Areque

Notas do Autor


O destino de Diggory fica ainda mais difícil.

Capítulo 9 - Visões Conturbadoras


Fanfic / Fanfiction Maledictus Hufflepuff- Interativa - Visões Conturbadoras

Um mês se passou desde a minha entrada a Hogwarts. Meu treinamento para o campo de batalha não parou desde então. Aprendi diversos feitiços e como criar poções. De combates a herbologia. Um mês inteiro de dedicação à bruxaria, minhas pistas pararam depois da minha conversa com a Inquisidora. Tudo o que descobri é que Cedrico Diggory morreu heroicamente após a conquista do torneio tribuxo. A casa lufa-lufa foi vangloriada graças ao meu pai. Mas, o que a história não conta é minha existência, e como eu subitamente emergi das cinzas e parei no distrito 9. Minha mãe era a testemunha por detrás da ocultação da verdade.

Victória e eu paramos a entrada para a sala comunal que está escondida em uma pilha de barris em um canto na ala direita do corredor das cozinhas. Dei um tapinha no segundo barril de cima para baixo, no meio da segunda fileira, no ritmo de Helga Hufflepuff, e a tampa se abre. Sentamo-nos em uma das mesas. Examinamos as pistas.

Tudo que as pistas me levaram era um monte de nada. Zanakab era um anagrama para a palavra Azkaban. Uma prisão segundo Victória.

-Pesquisei um pouco na biblioteca e nenhuma chave dourada foi encontrada nos registros de itens mágicos da escola. Provavelmente fizeram essa chave e a entregaram a Magna. – diz Vic.

-Ótimo. Agora tudo o que temos é um monte de nadas – repondo sarcástico. – Desisto, Vic. – digo sem entusiasmo. – Estamos procurando essas pistas há meses e nada. Talvez seja alguma brincadeira de algum idiota. Droga, odeio admitir uma derrota.

Victória arqueia um sorriso.

-Nem está parecendo você. – ela bagunça meu cabelo. – Consegui uma lista dos prisioneiros de Azkaban. E adivinha o que eu encontrei.

Ela me dá a folha. Olho de relance e digo:

-Impossível. Como conseguiu isso?

-Na verdade eu pedi ajuda. – ela olha para Alice. Ela acena. – Distrito um tem mais influencia que o 6.

-Me desculpe, mas acho a Alice muito suspeita. –disparo, sincero. – Não deveríamos nos aproximar dela. Distrito um são os carreiristas, os vencedores. Não acho compreensível uma aliança com eles. Prefiro mantê-la afastada dos meus problemas. Ambas. – digo olhando para Vic.

-Tudo bem. – diz Vic. – Mas, só dei essa lista para você usar depois do natal. Primeiro, curta o natal. Somos autorizados a voltar para casa durante o natal, então aproveite sua família.

-Ou que sobrou dela. – rebato.

-Bom, eu já vou. Estou doida para ver meus irmãos. – ela sorri como sempre e me dá um abraço.

Aperto-a com meus músculos e deposito um beijo em sua testa.

-Aproveite. – digo e volto a fitar a lista.

Minhas malas estavam prontas. Não tinha muito que levar a não ser meus itens mágicos. O nome que li na lista não sai da mente. Pedro Pettigrew. Será verdade? Não posso fazer nada durante o natal. Teria que criar uma oportunidade para ver este cara. Seria uma viagem longa para o distrito 9 então me agasalhei com o sobretudo preto e o cachecol das cores de minha casa: Amarelo e preto. Dirigi-me a saída da sala comunal.

Durante esse um mês que passou houve mudanças em meu corpo. Os músculos enrijeceram e aumentaram. Os cabelos cresceram de um modo que fica desalinhado e meu rosto de cansado voltou ao normal o que deu destaque aos meus olhos castanhos claros. Nunca poderia imaginar que mudaria tanto em pouco tempo.

 

 

Entro no trem 9 ¾ em uma cabine vazia. Brinco com a chave dourada antes de guarda-la no bolso. Ajeito o cachecol novamente em meu pescoço e suspiro pelo frio. Incrivelmente neva no natal, fito os flocos de gelo rodopiar no ar e deitar sobre o lençol branco lá fora. Desvio o olhar da janela de vidro e vejo meninas da Corvinal, vestindo cachecol azul e prata. Elas passam fazendo gestos enfáticos com as mãos. Uma das garotas para e abre a porta da cabine. O rosto familiar fecha a porta e senta-se a minha frente.

-Will! – ela exclama. – Nossa você mudou tanto.

-Fisicamente sim. Psicologicamente não. – digo soltando um sorriso. – Bom te ver novamente Beatriz.

-Igualmente. Preparado para ver sua mãe?

-Na verdade nem tanto. Mas irei vê-la de qualquer maneira. Já se passou um mês, temos três meses antes do torneio.

-É. A maioria dos carreiristas está na Corvinal. Distrito 4 tem dois deles.

-Tenho uma carreirista também em Lufa-Lufa. – digo passando as mãos sobre os cabelos. – Há também na Grifinória.

-Depois que sairmos por aquela porta, nossas vidas se passarão na frente das câmeras.

Dou de ombros.

-Então o melhor a se fazer é não fazer merda na frente das câmeras.

Bea riu.

 

 

Passamos a viagem em silencio. Beatriz lê o jornal enquanto eu observo a neve. O ranger dos trilhos ganha velocidade e a fumaça se estende lá fora. Demorou mais ou menos uma hora para chegarmos ao distrito 9. Desembarcamos com as malas e uma multidão se forma no pátio dos tributos. Somos aplaudidos. Vangloriados. Venerados. Nossa entrada no torneio tribuxo é uma honra para qualquer bruxo. Mas não é assim que tenho a visão das coisas, isso não passa de uma diversão sádica alimentada durante anos e anos. Examino a multidão com os olhos e não vejo minha mãe. Beatriz me cutuca de leve e somos escoltados por um punhado de guardas em serviço.

Vejo a mesma construção de pedra cinza. Toco a maçaneta hesitante. Será que minha mãe gostaria de me ver? Giro. Parte da casa estava escura, e a outra, as lâmpadas piscavam dando uma má iluminação. Passo pela sala, cozinha e quarto. Nada dela. O que será que aconteceu? Algum imprevisto? Uma mudança? Procuro por um bilhete, qualquer coisa que possa me dizer onde ela possa estar. Mas não encontro nada.

Ela vai voltar tenho certeza. – penso.

Troco de roupa e volto ao uniforme monótono do distrito 9. Roupas cinza. Elas ficaram mais coladas pelo crescimento dos meus músculos. Caminho até a cozinha em busca de algo para comer. Inexplicavelmente encontro ervilhas e pedaços de frango congelado. Aquele tipo de refeição era um verdadeiro luxo. Normalmente comíamos sopas feitas pelos grãos colhidos nas lavouras.

Cozinho as ervilhas no fogão e descongelo quatro pedaços de frango. Faço um guisado rápido e me sirvo. Deixo um pouco do cozido para minha mãe, na esperança de ela voltar para casa.

Ao termino da refeição lavo o prato e a colher e os deixo sobre a pia. Respiro fundo e o cansaço da viagem invade minhas pálpebras, estavam tão pesadas que mal posso enxergar. Esfrego os olhos e me dirijo a minha “cama”. Como não tenho condições de comprar uma cama, durmo sobre um colchonete rasgado, tão fino que consigo sentir o frio do inverno sobre meus ossos. O lençol também não é aquelas luxuosidade toda. Encolho-me para aquecer-me.

Adormeço.

 

Novamente o rosto dos meus sonhos invade minha mente. Aquele rosto enrugado e cansado. Encolhido no mesmo canto feito um rato, mas dessa vez há alguém fora da cela falando com ele. A silhueta entrega-lhe algo, uma varinha? O homem rir pela façanha e agarra as barras de metal. Posso ver suas unhas longas e desuniformes agarrar os cabelos pretos da pessoa.

-Você quer que eu o mate novamente? – ele indaga em uma voz excitada.

-Sim. Ele está interferindo novamente. Tenho que impedi-lo. E como trouxa não posso cometer tal proeza. – diz a voz familiar. – Pettigrew, preciso que você mate o meu filho.

O sonho começa falhar o rosto fora da cela olha em minha direção austera. Posso reconhecê-la. Como não poderia? Os mesmos cabelos pretos, os mesmos olhos verdes, a mesma pele morena. Por que ela estaria com ele? Por que ela quer me matar?

 

Acordo ofegante e minha cabeça dói. Uma dor forma-se em meu peito. Agarro a camiseta em direção do coração e amasso-a, uma bola forma-se em minha garganta e o grito fica oculto nas minhas tristezas.

Minha mãe está tentando me matar. Será que foi apenas um sonho? Ou será que não?

 

No dia seguinte acordo e vou direto para a colheita. Ao que parece minha mãe não voltou para casa. E o sonho que tive não sai da minha cabeça. Carrego um saco de feijão que deve pesar uns 45 quilos e descanso-o sobre o caminhão de exportação do pai de Beatriz. O senhor Valdez Salvatore é um homem exemplar e trabalhador, Bea deveria ter orgulho dele.

Empilho vários sacos de feijão. Volto ao depósito, várias mulheres trabalham separando os grãos cuidadosamente. Todas concentradas. Beatriz vem em minha direção sorridente.

-Então – ela começa. – Qual é o problema?

Agarro-a pelo pulso e sem falar nada a conduzo até floresta.

-Por favor, me diz que eu não estou louco. – falo num impulso.

-Percebi que você está com sérios problemas. Sinto falta das suas piadinhas. – ela cruzou os braços. – Me diga o que lhe aflige e eu lhe direi se está louco ou não.

-O.k. – digo e olho em volta a procura de câmeras. Tudo em ordem. – Tive um sonho maluco. Sonhei com o Pettigrew.... – pigarrei. Esqueci que Bea não tem conhecimento de minhas pistas.

-O quê? Me explique melhor.

 

Passei cerca de minutos explicando para Beatriz sobre as pistas: A chave, o bilhete e o sonho. E a lista dos prisioneiros de Azkaban e como Pettigrew estava ligado ao meu passado. A morte do meu pai, mas ocultei o fato de eu ter morrido e ressuscitado ao mesmo tempo. E sobre a minha terrível ligação com a imperfectus. Esse era um segredo que eu só podia compartilhar comigo mesmo. E mais ninguém deveria estar ciente deste risco.

Ela parecia analisar os fatos. Beatriz era esperta e inteligente. Não era a toa que ela foi selecionada para a Casa Corvinal. Ela mordeu os lábios e pousou a mão sobre o queixo.

-Hum. – ela começou. – Sonhos não tornam a se repetir. Talvez o que você esteja vendo pode ser algum tipo de visão, visto que você viu Pedro Pettigrew duas vezes. Vocês devem ter um tipo de ligação muito forte. Acredito porque ele foi o mentor da morte do seu pai.

Fico em silêncio.

-Will, tem haver com “aquilo”? –ela murmura.

Encaro-a. Beatriz deve estar se referindo ao teste de aptidão, na qual a imperfectus se manifestou.

-Queria que você fosse menos esperta. – retruco brincalhão.

De repente minha cabeça dói e minhas pernas balbuciam. Droga! A visão turva-se e encaro um chão cinzento e escuro. Ao fundo janelas rodeadas de vidros e madeira. Agora consigo ver claramente o rosto de Pettigrew, o nariz pontudo e o rosto enrugado. Ele ergue as mãos segurando a varinha como se fosse um rato. Cheirando o ar e procurando algo no corredor. Uma capa preta se estende ao final do corredor em frente à vidraria. “Quero que o mate” – exigiu a voz de Vladimir.

-Droga! – digo com as mãos segurando a cabeça que parece que irá explodir. – Merda! – caio de joelhos, sinto a dureza do chão.

-Calma, Will! – diz Beatriz preocupada.

Minha pele está dolorida e formigante e intensamente vulnerável. Meu braço direito não para de ficar inquieto. Ele tremula e Beatriz se assusta. Nenhuma objeção cruzou meus lábios. Beatriz não era obrigada a não se impressionar pela manifestação da imperfectus. Ninguém poderia culpa-la por sentir medo do desconhecido. Além do mais, não queria que ninguém se envolvesse com essa magia negra. Tão ludibriante quanto o veneno de uma teleguiada. Como eu estava sendo drenado por essa magia. O único resto de humanidade em mim ia se esvaindo. E eu podia senti-lo, mas não poderia se quer para-lo. É algo que realmente me irrita.

Diante da afirmação da Beatriz eu só poderia concordar. Agora o que acabou de se passar não era um sonho. Era uma visão. De algum modo estou ligado a Pedro Pettigrew, afinal ele era o responsável pela minha morte. Uma confusão mental formou-se em mim. Primeiramente minha mãe que almeja minha morte, segundo, Pedro Pettigrew que foi libertado de Azkaban e terceiro os torneio tribuxo. E eu teria que suportar esse fardo sozinho. Engoli a tristeza e voltei a caminhar em direção do armazém.

-Will. – chama Bea atrás de mim. – Está tudo bem?

-Melhor impossível. – digo em tom solícito.

É engraçado pensar nas coisas a que nos apegamos, nas coisas de que lembramos quando tudo acaba. Ainda consigo ver o sorriso de minha mãe a me ver, e recordar do seu abraço caloroso quando era criança. Das inúmeras brincadeiras, das irritações e do mais importante acontecimento. A proteção. Lembro do cheiro da água salgada permeando o ar e grudando na minha pele, e o som de suas risadas, como se a tempestade na casa de praia fosse uma aventura emocionante em vez de um pesadelo. Tudo era inocente quando criança. Mas, essa inocência se perdeu ao longo dos anos. Para mim, e para ela.

O crepúsculo vespertino ganha intensidade ao longe. Estou no meio de um penhasco, tudo a minha volta não passa de um lençol verde. Vejo patos sobrevoarem o céu. O vento ameno balança a vegetação a minha volta. Preciso de um tempo antes de voltar para casa. Encarar minha mãe depois daquilo será algo difícil. Droga!

Ao longe avisto uma sombra vindo do céu. Ela faz um voo demorado, mas para logo atrás de mim se metamorfoseando em um ser humano. Ou pelo menos eu achava que era.

-Williamsom Diggory. – ele começa. – Sua vida medíocre acabará aqui. – revela.

Rio de canto.

-Pedro Pettigrew se acovardou tanto que mandou um subordinado?

-Ora, então você tem conhecimento de que o rato está livre? – indagou surpreso. –Há uma hierarquia em nossa irmandade. E garanto que Pettigrew não passa de um mero neófito. Existem muito mais de nós do que imagina.

-Comensais da Morte?

O homem rir e saca a varinha.

-Estupefaça! – ele berra.


Notas Finais


^^...


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