História Malfoy ou Snape? - Capítulo 06.

POV Severus

Ela havia caído no sono novamente, eu voltei a me sentar na cadeira e por fim, desabei, as lágrimas que eu segurei no momento em que ela acordou finalmente caindo livremente por meu rosto. Ela não se lembrava de mim! Não se lembrava do homem que ela dizia amar. Como isso pôde acontecer com minha doce Hermione? Por quê?

– Se-senhor? – sua doce voz me fez erguer a cabeça em sua direção, com meu coração dolorido. – Porque está chorando?

– Sinto muito, eu... – suspirei. O que dizer quando se é pego no flagra? – Eu estou feliz por você ter acordado! – forcei um sorriso – Você estava dormindo a um bom tempo, querida.

– Desculpe-me – ela sussurrou. – Não queria preocupá-lo. Eu não me lembro do que aconteceu, senhor.

– Meu nome é Severus... Severus Snape – eu disse lentamente, na esperança de que ao ouvir meu nome, ela se lembraria. Não foi o que aconteceu. – E o seu? Sabe me dizer qual seu nome? Do que se lembra? – ela pareceu pensativa e eu mordi meu lábio – Não precisa se apressar, querida.

– Tudo bem, eu... Eu me chamo Hermione Jean Granger e sou uma bruxa nascida trouxa, estudo em Hogwarts e... – ela suspirou, para em seguida arregalar os olhos. – Oh! E-eu... não, esqueça o que eu disse, eu...

– Tudo bem, você está em Hogwarts. Sou  um bruxo, não um trouxa – balancei a cabeça, entendendo o nervosismo dela ao revelar que era uma bruxa.

– Ufa... – ela sorriu de canto e então o sorriso morreu – Isso é tudo o que me lembro.

– Você se lembra em que ano está?

– Hm... seria 2000?

– Já é o suficiente – assenti e me levantei. – Chamarei seus amigos agora. Talvez eles possam ajudá-la a se lembrar.

Ela assentiu e eu retribui o aceno. Depois de um leve aperto em sua mão e um beijo casto em sua testa, sai da Ala Hospitalar atrás de Papoula, a encontrando em seu escritório ali dentro mesmo.

– Professor Snape! – ela sorriu e eu suspirei, cansado demais para tentar sorrir-lhe de volta. – Em que posso lhe ajudar?

– A senhorita Granger acordou – ela abriu um enorme sorriso e eu balancei a cabeça. – Ela não se lembra de quase nada, Papoula! Ela só se lembra do nome e do fato de estudar em Hogwarts e ser uma bruxa nascida trouxa. A parte boa é que ela se lembra do ano em que estamos, então possivelmente se lembra da Guerra e de acontecimentos passados, porém não quis forçá-la. – passei a mão pelos cabelos, nervoso. – Eu vou chamar os amigos dela. Talvez ela se lembre de algum deles e isso a ajude a se lembrar de todo o resto.

– Certo, certo! Quer que eu avise a professora McGonagall? – assenti e Papoula imitou meu movimento, saindo de seu escritório rapidamente, enquanto eu me movia lentamente até o Salão Principal, depois de constatar que estava na hora do almoço.

Ao chegar ao Salão, encontrei Harry Potter, Neville Longbottom, Gina e Ronald Weasley em uma mesa almoçando em silêncio enquanto Luna Lovegood estava olhando para o teto iluminado sem tocar em sua comida e Draco Malfoy e Blásio Zabini estavam na mesa do canto, conversando baixo. Ergui minha varinha e a levei até meu pescoço, murmurando um Sonorus depois de pigarrear.

– Senhores Potter, Logbottom, Weasley – falei com a voz elevada magicamente –, Malfoy, Zabini e Lovegood, me acompanhem por favor.

Retirei a varinha do meu pescoço e murmurei um Quietus, me virando e saindo do Salão sem realmente prestar atenção se os alunos chamados estavam me seguindo. Logo notei passos e conclui que lá estavam eles. Dirigi-me até a Ala Hospitalar e parei na porta, me virando para eles.

– Senhores, foram chamados até aqui, pois a amiga de vocês, a senhorita Granger, acordou finalmente – todos começaram a comemorar, mas eu pigarreei e eles pararam e voltaram a me olhar. – Sinto lhes informar que apesar de ter acordado, a senhorita Granger não se lembra de quase nada – Ao menos não de mim, acrescentei mentalmente. Pares de olhos arregalados me olhavam, todos ficando tensos de repente – Tudo o que ela sabe consiste em seu nome, o fato de ser uma bruxa nascida trouxa que estuda em Hogwarts e que estamos em 2000, ponto final – suspirei de cansaço e então continuei. – Eu conversei brevemente com ela e disse que ia chamá-los, mas deixe-me avisar que a situação é extremamente complicada, portanto, nada de tentar embaralhar mais ainda a cabeça da garota. Sem gritaria, sem empurrões, sem palhaçada de nenhum tipo. Se espalhem e conversem com ela em pares se for necessário. Se apresentem, perguntem se ela se lembra e se ela disser que não, não se atrevam a insistir. Podem contar coisas que aconteceram tanto com ela quanto com vocês quando ela estava presente. Dêem dicas para que ela descubra quem são por si só. Entenderam? – sete cabeças acenaram um rápido sim e eu assenti. – Ótimo. Entrem!

Eu abri a porta para eles e estava me preparando para sair quando ouvi a voz de minha doce Hermione, meio assustada dizer:

– Malfoy?

Não aguentei. Ela se lembrava do Malfoy e não se lembrava de mim! E a culpa é toda minha por tê-la ignorado por todo esse tempo. DROGA! Sai da Ala e bati a porta sem me importar com o que estava acontecendo lá dentro. Rumei para o meu dormitório, tomei um banho bem demorado e me deitei depois de colocar um pijama. Minha cabeça latejava e eu só conseguia chorar. Será que eu perdi minha Hermione para sempre?