História Malfoy,o Salvador do Mundo Potter - Mente Conturbada de Draco

   Como já era de se esperar, o boato do casal mais improvável de Hogwarts havia se espalhado.

   Então quando  Draco entrou no Salão para tomar café da manhã, o silêncio preencheu o ambiente e instantaneamente todos os olhares se voltaram para si, fato um tanto constrangedor.

   Mas além disso, ainda possuía um pouco de orgulho bem Malfoy e seguiu até seu lugar na mesa Sonserina, de cabeça erguida sem nem dar atenção aos burburinhos, seguido de olhares maldosos.

-Não pode ser verdade..

-Foram vistos juntos..

-Juro que é verdade, eu mesmo vi..

-Eles se beijaram na boca, te falei..

   Draco captava algumas frases que saíam mais altas de alguns alunos.

   No fundo estava tão absorto em seu próprio mundo perfeito com Harry e lembrando daquele corredor escuro, que nada daquilo desmanchava seu sorriso do canto da boca e o apetite voraz que o acometeu pela manhã.

   Repetidas vezes lhe vinha a memória de como seu corpo tinha entrado em perfeita sincronia com o do moreno, enquanto ouvia ele sussurrar seu nome constantemente, o deixando tonto de tanto prazer.

   Ah! Tinha sido mais do que perfeito!
  
   Tocar aquela pele macia, vê-lo se derreter diante às suas carícias.

   Harry era seu par, seu amigo e seu amante!

   E esse termo caía perfeitamente na relação que possuíam, eram cúmplices de uma conexão insana, talvez um pouco doentia, envolta de entrega e possessividade por parte de ambos.

   Harry ainda não estava no Salão e isso lhe deixou um pouco inquieto, imaginando o quão aflito ele ficaria ao se tornar mais uma vez, o assunto correndo dentro daquele Salão.

   Harry passava longe do garoto que clamava atenção, que ele supunha a um tempo atrás, era tímido e totalmente inocente, bem isso era questionável, mas apenas para ele, na qual se fechasse os olhos ainda podia sentir o moreno rebolando e lhe tirando toda a sua decência.

   Devia rapidamente mudar sua linha de pensamentos, pois começava a sentir um formigamento em seu membro, o mesmo que o fez se desmanchar em seus dedos, logo de manhã ao se acordar com o gosto de Harry em seus lábios.

   Não se orgulhava disso, mas estava se tornando cada vez mais frequente, um fato que lhe transportava para uma realidade onde queria ter Harry todas as noites no conforto de seus braços.

   Um pouco mesquinho e egoísta de sua parte, mas afinal, não suportaria passar nem um dia sem vê-lo, isso era a mais incrível certeza que já tivera.

   Incomodado com a demora do Eleito, começou a tomar seu café da manhã despreocupado, achando ligeiramente cômico aqueles comentários sobre seu namoro, sigiloso até 24h atrás.

   Então quando reparou no trio de ouro entrando, sabia que receberiam a mesma reação das pessoas, um estranho cumprimento de boas vindas, por assim dizer.

   E não se enganou é lógico, mas ficou muito preocupado quando viu Harry encolher os ombros e adquirir um aspecto de ratinho acoado atrás de Rony.

   Ele tinha que conter sua vontade de ir consolá-lo, acariciar sua face corada, dizer que tudo ficaria bem e se pudesse cruciar alguns pelo caminho, ficaria bem satisfeito.

   Não sendo necessária tomar uma atitude pois o ruivo à sua frente encarou a todos com uma carranca digna de um carrasco pronto para decepar o pescoço do primeiro que ousasse fazer alguma piadinha ou demorar demais encarando o moreno.

   'Ele tinha bons amigos!'-pensou.

   Os olhares seguiam de um lado a outro do Salão esperando alguma novidade que pudesse ser percebida entre os dois e Draco resolveu dar esse gostinho a todos.

   Encarou Harry, até este levantar timidamente o olhar para si, então sorriu e mandou-lhe um beijo descarado, divertindo-se com as mais inusitadas reações :

   Harry corou imensamente, se engasgando com o café, Mione e Rony riram enquanto o resto da multidão aumentou o volume das conversas e alguns abriram a boca espantados, mas a melhor de todas foi Ginny, que se levantou imediatamente e saiu porta a fora.

   Os professores cochichavam entre si, o loiro podia sentir a vontade de interferir junto aos alunos, mas nada disseram, consentido mesmo que involuntariamente com aquela algazarra.

-Já chega Dray, você quer que ele tenha um ataque do coração?Não tá vendo que ele tá envergonhado demais.

-Mas Pan, foi ele mesmo que insistiu pra gente ir nessa festa.Era óbvio que isso iria acontecer, não? Ele já devia estar preparado.

-Pelo que eu vi, ele não é um sem-vergonha pervertido como você, que nem vermelho consegue ficar!

-Não sei porque isso não me ofende! -os dois riram. -Não pense que vai escapar de me contar o que aconteceu entre você e Blaise depois que saíram da festa!

-Ah.. foi legal, nos beijamos.. -Disse a garota de maneira triste.

-Não foi só isso, pelo que estou vendo.

-Na verdade, foi maravilhoso mas ele deixou bem claro que nunca tentaria algo sério comigo.

-Eu não entendo, por que ele diria algo tão duro depois de te beijar?

-Eu também não entendi essa parte Dray, mas ele deve ter seus motivos, imagino que ele não me ame.Então vou tratar de esquecer aquele maldito beijo.

   Draco concordou mas intimamente queria esfolar seu amigo, como ele podia ter tratado Pansy dessa forma?

   Ela até poderia se esquecer, mas o loiro como bom Sonserino que era, não iria deixar barato.

   Faria Blaise explicar direitinho e ainda pedir umas boas desculpas para sua amiga.

    ...

   Já estava perto da hora marcada por seu pai em que deveria abrir o armário da sala precisa e Draco estava mais do que nervoso, pois ainda não tinha certeza do que fazer.

   Apenas a idéia de que morreria pelas próprias mãos do Lord vinha repetidamente em sua cabeça, nada confortador.

   Andava de um lado para o outro do cômodo, suando frio.

   Ele tinha medo por seus pais e por Harry, se o fizesse estaria condenando muitos inocentes à morte.

   Mas seus pais estavam a mercê daquele insano.

   Não tinha a menor idéia de como proceder e seu namorado não havia ajudado nem um pouco com aquele papo de que devia simplesmente esquecer o assunto e deixar as coisas acontecerem.

   Ao certo Harry, no seu lugar, faria exatamente isso, mas ele de maneira alguma conseguia relaxar diante das circunstâncias.

   Estava condenado!

   Sentou-se na cama, encolhendo a cabeça entre os joelhos, deixou que brotassem lágrimas de seus olhos a rolar pelo fino tecido do uniforme.

   Não era todos os dias que dias que desobecia uma ordem direta do Lord e ficava vivo pra contar a história.

   Talvez devesse pensar numa despedida com o moreno, pois se sentia à beira da morte, fosse pelo Lord ou pela dor que sentiria se perdesse alguém importante para si.

   Mas um bilhete lhe salvou, pelo menos por enquanto, iria manter seu pescoço no lugar.

   Tinha esquecido de sua conversa com Severo, com certeza ele também estava se arriscando muito para poder protegê-lo dessa forma.

   Secou os olhos na manga de camisa e procurou acalmar sua mente, afinal sentia sua cabeça latejar do esforço em procurar uma saída onde praticamente não existia.

   "Avisei seu pai de que não poderá fazer o combinado, sendo que a sala precisa está em constante vigia."

   Voltou a respirar normalmente depois de ler mais uma vez o bilhete do padrinho, resolveu então arrumar suas coisas para voltar à Mansão, mas precisava falar com Harry antes de embarcar no trem dia seguinte.