História Malfoy,o Salvador do Mundo Potter - Sentindo Falta de Draco

As horas que se passaram se resumira à escutar barulhos num Castelo praticamente vazio.

Harry imaginava como Draco estava e pensava no quanto sua vida tinha mudado, para melhor é claro.

Pois depois de Draco que descobriu o que era viver de verdade, só amá-lo não era suficiente, queria viver para sempre ao seu lado e nada o impediria disso, a menos que morresse na guerra.

Esse pensamento vinha lhe atormentando a muito tempo e se navegava a continuar o raciocínio.

Podia sentir uma atmosfera diferente entre aquelas paredes, velhas conhecidas, uma aura do mal se fizera presente no mundo bruxo, talvez imperceptível para os outros mas não para ele.

Voldemort estava forte e pronto, ele podia sentir e não gostava nem um pouco disso, a morte de seu pais tinha sido apenas uma pequena parcela entre tanta maldade praticada por ele.

Harry não gostava de pensar que teria de destruí-lo mas nos últimos tempos anciava por isso.

Anciava poder libertar o mundo de tanta maldade, queria presentear Draco com um futuro, mesmo que não fosse ao seu lado mas queria lhe dar a chance de viver.

Novamente seus pensamentos voltavam totalmente para seu parceiro, a pessoa mais impressionante que teve o prazer de conhecer, tão inteligente e audacioso que às vezes ainda tinha dúvidas de que o mesmo gostasse de si.

Surreal, assim como a beleza que o facinava cada vez mais, estava sendo uma tortura ficar longe de seu amado.

Pior ainda foi sentir uma dor lancinante no peito, o fazendo ir ao chão, a dor da cicatriz corroendo como ácido.

Se agarrou aos próprios joelhos, forçando a mente no que quer que fosse para enfim ser invadida por imagens sem nexo à princípio, a dor pareceu diminuir então.

-Draco...não!!! - O grito cortou sua garganta.

Sua respiração foi voltando ao normal enquanto teve flashes de um Draco sentindo muita dor na sua frente, o que durou poucos segundos, mas foi o suficiente para perder toda a capacidade de pensar ou se mover.

Ficou aterrorizado com a visão, seu coração falhou algumas batidas.

Seu Draco, seu amor eterno estava sendo castigado por Voldemort, pode distinguir claramente.

Ficou deitado no chão por um tempo indeterminado, quando enfim conseguiu conter as lágrimas.

Não ia lamentar, teria de agir o mais rápido possível.

Ele precisava fazer alguma coisa, mas o que?

Foi correndo procurar Dumbledore, as portas do escritório particular estavam abertas, o encontrou totalmente concentrado num pudim de chocolate.

-Oh..Harry, não acha que está cedo ainda para ir ao Largo?

-Não senhor, não é isso! É o Draco, está sendo torturado por Voldemort!-Harry estava afobado e o diretor ergueu uma sobrancelha em sinal de curiosidade.

-Acalme-se meu jovem, quer um pedaço de pudim? -a tranquilidade do professor era evidente.

-Não senhor, o senhor não entendeu, ele pode morrer!

-Bem..Bem...não entendo essa sua recente preocupação pelo jovem Malfoy, mas creio que deva ter suas razões. -Harry assentiu cabisbaixo e tentou ser mais específico. 

-Por favor Professor, Draco precisa de sua ajuda.Eu tive uma visão, não consigo pensar em mais nada desde então.

-Se é tão importante pra você, pedirei alguma informação sobre ele para alguém que no momento se encontra na mansão dos Malfoys.

-Quem é essa pessoa?

-Meu querido Snape, pelo que soube está em reunião com o Lord das Trevas.Aguarde um instante,sim?

-Tudo bem.

Harry viu o velho escrever um  bilhete no ar com sua varinha, não entendeu oque ele estava fazendo mas ainda nos dias de hoje a magia era fascinante à seus olhos.

Só esperava que recebesse uma boa notícia depois disso, pois estava muito apavorado com o que havia acontecido.

...

Snape se encontrava sentado ao lado do Lord numa comprida mesa entre os Comensais, no momento discutiam ferozmente, distraía-se bebericando um chá quando sentiu um formigamento na palma de sua mão, tentando disfarçar olhou-a por baixo da mesa.

Amaldiçoou Alvo em pensamento por lhe escrever em uma hora tão inusitada.

Podia esperar qualquer coisa menos a menção da tortura do seu afilhado, surgindo em letras miúdas na palma de sua mão, que foram sumindo à medida que iam sendo decifradas.

Ficou imaginando como o velho descobriu sobre Draco, mas deixou pra lá.

Pegou a varinha e respondeu rapidamente, antes que fosse notado.

Draco, pelo que sabia estava no quarto se recuperando da Maldição, não tendo nenhuma consequência mais grave.

...

-Ora.Ora..Está tudo bem com ele, pode voltar aos seus afazeres e as 19h....

-Só isso?Como pode ter tanta certeza de que ele está bem?

-Você saberá hoje a noite, ou não?-Harry enrrubeceu, será que ele sabia de alguma coisa?-O velho prevendo a confusão do menor, continuou.-Sim, eu sei de tudo que acontece nesse Castelo.

-Então sabe que eu e Draco nos amamos?

-Creio que essa informação ainda não possuía, mas imaginava algo semelhante.

-E o que o senhor acha que pode acontecer com a gente?

-Harry, você não é mais aquele menino trancado no armário embaixo da escada, tem um futuro brilhante em sua frente assim como o jovem Malfoy que terá seu papel importante.

-O Senhor..o senhor..acha que poderemos ficar juntos depois que tudo isso terminar?

-Oh..não vejo motivos para que seja diferente, se é o desejo de ambos.-Harry ficou radiante com a perspectiva.-Agora vá e me encontre na Torre de astronomia na hora marcada.

-Estarei lá!

...

Draco não soube precisar por quanto tempo ficou desacordado, mas acreditou ter sido por muitas horas.

A cabeça doía assim como seu corpo todo, se sentou na cama e vendo pela claridade da janela devia ser de tarde.

-Está com fome meu amo?Aqui tem sua refeição e...-A elfa domestica foi cortada pela fraca voz do menino.

-A-água.. por.. favorr...

A elfa rapidamente lhe estendeu o copo que ele virou em um só gole, a pressão de sua cabeça começara a se dissipar.

-Obrigado.

-Não agradeça a Pichi senhor, Pichi não merece!

Draco deitou novamente fechando os olhos, queria dormir mais um pouco, sua cabeça dava voltas e seu corpo tremia levemente.

-Meu amo deve se alimentar, vai se sentir melhor, eu prometo senhor!

Com certa relutância sentou-se novamente na cama, mas estava tão fraco que aceitou ser alimentado pela elfa, tomou algumas colheradas de uma sopa um tanto insossa e desistiu.

-Por favor meu senhor, mais um pouquinho.

O sonserino atendeu o pedido da criatura e logo caiu exausto.

-Precisa dormir mais um pouco senhor, quando se acordar estará tudo bem.Pichi vai estar aqui para cuidar do seu sono senhor.

...

Harry não sabia porque o dia tinha que demorar tanto pra passar, tinha ido a cabana de Hagrid, o que tinha sido reconfortante pois o Gigante lhe acalmou imensamente depois de contar sobre Draco.

Se sentia um pouco melhor em relação a isso, apesar de ser tomado por um leve arrepio cada vez que o fato lhe voltava na memória.

Ainda lhe sobravam algumas horas, aproveitou para presentear Dobby com um par de meias Natalinas e recebeu outro em troca, uma meia de cada cor.

Ele fingiu ter adorado o presente deixando o elfo eufórico de felicidade.

Tentou dormir mais um pouco e acabou por ficar chorando o resto da tarde pensando em Draco.

Agora olhava atento para o relógio de pulso trouxa esperando, nem tão paciente, o diretor chegar.

-Harry antes de irmos deve saber que se sair deste Castelo, por mais que eu tente te proteger, um confronto talvez seja inevitável.-Dumbledore tinha a voz tranquila e um pouco triste.

-Estou ciente dos riscos professor.

-Saber dos riscos não é suficiente Harry, você deve estar preparado para enfrentar seus maiores medos, sabe que a Ordem está pronta, você está?

-Sim, se preciso for, enfrentarei Voldemort!

-Só você pode vencê-lo e nenhum esforço será em vão para que triunfe sobre ele.

Harry odiava pensar que o dia da batalha se aproximava, não sabia se temia por isso ou ansiava por acontecer logo esse confronto, mesmo que morresse mas talvez fosse melhor do que aquela angústia pelo inesperado.

Tão contraditório!

-Por favor professor, vamos logo.Preciso ter notícias de Draco!

-Segure minha mão Harry, vamos aparatar.

-Senhor, pensei que não fosse possível aparatar em Hogwarts!

-Bem, sendo quem sou, tenho privilégios. 

Harry fechou os olhos quando a Torre de astronomia começou a rodopiar e os abriu assim que sentiu seus pés novamente de encontro ao chão no hall de entrada do Largo Grimmauld.

O lugar estava exatamente como ele se lembrava, tirando o conhecido cheio de mofo, estava magnifico, minimamente decorado para o Natal.

-Oh! Por Merlin, Harry!O que você faz aqui?-Sirius estava com uma expressão horrorizada na face, mas relaxou um pouco ao notar a companhia de Dumbledore. -Alvo! -Agora sorria e abraçou o afilhado ternamente, assim como o diretor.

-Padrinho!Que saudade!

-Espero não termos nos atrasado para o jantar.-murmurou o velho.

-Claro que não, estão todos na reunião da Ordem, Harry vá lá para cima, Rony e Hermione te esperam no quarto!-Disse Sírius puxando Harry pelo braço, analisando para ver se estava tudo bem com o menino.-Tem certeza de que é seguro estarem aqui Alvo?

-Nunca saberemos, mas vamos aproveitar esta noite!-Disse o velho se encaminhando para a sala de reuniões.

-Sim, é claro!

-Padrinho, preciso falar urgente com o Senhor.-Cochichou Harry.

-Agora?Estamos no meio de uma reunião importante, tenho certeza que pode esper..

-Não!Tem que ser agora!-gritou Harry.

-Calma Harry!Ok, vamos até a cozinha!

-Monstro, nos deixe a sós!

O elfo saiu resmungando, dando espaço para Sírius puxar uma cadeira e indicar outra para que Harry se sentasse.

O Eleito desandou a chorar com as mãos em frente ao rosto.

-Harry!O que houve?

-Padrinho, não estou aguentando, eu preciso vê-lo, saber como ele está... ele foi... ele foi torturado!

-Calma Harry!Quem?Quem foi torturado?-Sirius levantou alcançado um copo de água ao menino.

-Draco, padrinho!... foi torturado por Você-sabe-quem!

-Espera Harry... Malfoy?! Não estou entendendo nada!-Sírius suspirou fundo e continuou as indagações.-Como você sabe  o que aconteceu com ele e como foi que isso te deixou assim tão aflito?

Tentou se controlar, bebeu mais um pouco de água e respirou fundo para então explicar à Sírius.

-Bom, eu senti que ele foi torturado.Porque nós estamos ligados pelo amor que sentimos, estamos namorando.

-Puxa, isso me assustou de verdade!Me passe o copo de água!

-É verdade!Estamos juntos agora!

-Harry ele é um Comensal!-Gritou Sírius. -Um maldito Comensal!E ainda por cima é um homem!

-É claro que ele é um homem padrinho!Mas ele não quer mais ser Comensal, por isso foi torturado e agora está sofrendo!

-Espera, você tem certeza do que está me dizendo Harry?-Ponderou o padrinho.

-Sim, ele mudou muito este ano, não faria mal a uma mosca e não cumpriu ordens expressas do Lord.

-Então ele corre um grande perigo nas mãos de Você-sabe-Quem!

-Estou apavorado!-Confessou Harry, apertando os dedos contra a toalha da mesa.

-Se acalme, daremos um jeito nisso.Se ele estiver mesmo do nosso lado vamos fazer o possível para ajudá-lo e sobre esse suposto namoro de vocês, que de fato não me agrada em nada, pensamos depois.

-Nós combinamos que ele viria para cá hoje á noite mas nas atuais circunstâncias que ele se encontra, não sei como poderá vir.

-Vamos esperar mais um pouco, se ele não chegar vou conversar com a Ordem e formar uma equipe de busca para trazê-lo, por mais arriscado que isso seja, vejo que não descansará até vê-lo, não é?!

-Obrigada padrinho, eu sabia que poderia contar com você!

-Claro Harry!Sempre! -Abraçou o afilhado com ternura.-Vou voltar para a reunião, suba agora para ver seus amigos.

...

Bateu na porta e abriu devagar, se surpreendeu ao encontrar não só seu casal de amigos como também Fred, Jorge e Gina numa roda conversando.

-Harry!-Mione correu para lhe abraçar.

-Oi, que fazem aqui?-Todos responderam ao cumprimento ,até Gina, apesar de seu visível desconforto.

-Harry, não sabia que andava sem sua doninha a tiracolo?-Fred Debochou.

-Boa pergunta irmão, será que não teremos o imensurável prazer de vê-lo?-Jorge mostrava os dentes maliciosos.

-Sim..talvez mais tarde!-respondeu o Eleito cabisbaixo. -Rony, Mione, posso falar com vocês a sós?

Foram para um canto e Harry contou sobre a tortura de Draco e também da conversa que teve com seu padrinho.

-Isso será um suicídio Harry, a Ordem não vai permitir que se desloque um grupo para buscar o Malfoy!-Rony disse preocupado.

-Acho que Rony está certo Harry, ninguém vai querer se arriscar.-Mione coçava a cabeça.

-O que eu faço?

-Vamos seguir oque Sírius disse, vamos esperar, quem sabe ele consegue vir.

-Tem razão Mione, não há nada que eu possa fazer!Só esperar por ele.