História Manicômio (Imagine Park Jimin) - Capítulo 8

CAPÍTULO 8 

— Tudo bem... - Seokjin faz uma cara estranha assim que dou minha desculpa por estar sem camisa. - Pode entrar. - Ele dá as costas e se senta em sua cadeira, e faço o mesmo. - Bom, o assunto que temos para discutir é bem sério, senhor Park... - Cruzo minhas mãos uma em cima da outra sobre a mesa e tento parecer sério, as cenas do que havia acontecido dez minutos atrás não saem de minha mente. - É sobre _______. - Engulo em seco e me aproximo um pouco mais dele. 

— ________? O que foi que aconteceu? - Ele cruza os braços. 

— Pelo o que entendemos, ela está pior do que antes. - Franzo a testa. Não, isto não está correto, para mim o ela continua a mesma. - Não sei se ficou sabendo, mas ela tomou um vidro de Escitalopram antes de dormir. - Arregalo os olhos. Meu Deus, não acredito nisso... - Ela estava completamente violenta quando fomos entregar seus remédios diários e acabou pegando tudo para si. Graças à Deus que não fez o mesmo com os outros medicamentos... - Ele coloca uma mão sobre a testa e respira fundo. - Cheguei a conclusão de que ela está tendo pesadelos com o passado. - Arregalo os olhos de novo. Sim, eu já sabia que ela estava tendo isso, porém eu não sabia que o efeito desses pesadelos seria tão chocante assim. 

— E isso já aconteceu alguma vez? - Ele respira fundo, negando com a cabeça. - Então não sabem como conter isso? Não acha que deveríamos fazê-la passar por mais exames, sei lá, aumentar a dose de medicação, ou... - Ele estende uma mão em minha frente e se levanta, indo até as grandes gavetas de arquivos e pegando uma pasta branca, totalmente desconhecida para mim. 

— Eu não disse que isso nunca aconteceu antes... - Ele me entrega a pasta, me deixando completamente intrigado. O que ele quis dizer com isso? - Digamos que algumas situações por aqui são completamente inaceitáveis, portanto são escondidas de muitas pessoas. - Ele me encara sério e se senta novamente. - Este aí é o arquivo confidencial de ________. - Deixo a boca semiaberta, surpreso por algo assim ser encontrado neste manicômio. - Sua paciente sempre foi considerada difícil, mas isso é apenas setenta por cento do que você e a maioria dos psiquiatras que passaram com ________ sabem. - Fico paralisado com tal informação. - O único que sabe sobre os trinta por cento restantes também é o único vivo que temos contato. - Meus olhos são voltados para a pasta. - Nem eu mesmo sei o que está aí, nunca tive coragem de ler, até porque esse não é o meu trabalho. 

— Onde eu posso encontrar esse outro psiquiatra? - Ergo meu olhar para Seokjin. - Poderia me passar o endereço, nome e telefone dele? - Recebo um pequeno sorriso e meu chefe se levanta para observar a vista pela janela, ficando de costas para mim. 

— O nome dele é Kim Taehyung. - Ele olha para mim por cima de seu ombro. - Se quiser visitá-lo, é só ir para a ala C, quarto 125. - Arregalo meu olhos. Então o tal do psiquiatra também pirou? 

— Ok... - Digo um pouco assustado e Seokjin volta a me encarar. - Será que... O senhor teria alguma camisa para me emprestar? - Ele sorri um pouco e logo pega uma social preta. - Obrigado. - Me viro de costas para me trocar, porém meu chefe dá um suspiro de susto. Me viro novamente para ele, encontrando sua feição de horror. - O que foi? 

— O que aconteceu com suas costas, senhor Park? - Franzo a testa. - Você está com arranhões horríveis nela, algum animal te atacou? - Oh, não! Os arranhados que ________ me dera realmente me machucaram feio. Sinto meu semblante começar a corar, e fico meio sem graça. 

— Ah, você sabe... Mulheres são terríveis. - Ele dá um sorriso um tanto malicioso para mim e segura sua risada. - Eu vou indo. - Dou as costas para ele assim que pego o arquivo de minha paciente, correndo até a ala C. 

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Assim que chego no lugar determinado, pergunto para um dos seguranças sobre o quarto 125, e quando coleto todas as informações, sigo até o quarto que estava praticamente custando minha vida, já que eu talvez iria descobrir muitas, muitas coisas interessantes a respeito de minha paciente. 

Bato na porta duas vezes e logo Taehyung me atende. Ele estava completamente jogado, roupas do dobro de seu tamanho, a cara amassada e o cabelo bagunçado por completo. Seus olhos sonolentos correm pelo meu corpo e meu rosto, e no fim recebo um dedo do meio e a porta é fechada na minha cara. Respiro fundo e bato na porta novamente, a mesma é aberta e desta vez apenas o mesmo dedo do meio aparece, e a porta se fecha. Eu iria bater de novo, porém a voz do antigo psiquiatra me cortou. 

— Sabe, cara, quando você recebe um dedo do meio, significa que a pessoa não está a fim de olhar pra você. - Arregalo os olhos. - Eu já disse pro merda do Seokjin que não quero ter consultas com psiquiatras, eu só quero sair daqui e voltar pra minha casa. - Ele dá um soco na porta. Fico em silêncio, e assim que escuto o barulho da cama se mexendo, abro a porta lentamente. - Sério que você não vai me ouvir? - Suspiro alto e entro por inteiro, fechando a porta atrás de mim. 

— Eu não vim aqui para consultar você, Taehyung. - Dou alguns passos. - Vim fazer perguntas sobre ________. - Ele arregala um pouco os olhos e sai da cama, indo se sentar em uma das cadeiras. 

— Você é o psiquiatra novo dela? - Afirmo com a cabeça e me sento a sua frente. - Como... Como é que ela está? - Seu tom de voz se abaixa um pouco, e ele parece realmente preocupado. 

— Na minha visão ela está bem, mas para Seokjin... - Ele revira os olhos e murmura algo que não consigo entender. - Eu realmente preciso da sua ajuda, Seokjin me contou que você sabe de muitas coisas que nem ele mesmo sabe. - Ele suspira alto e afirma com a cabeça. - Ele também me deu essa pasta... - Entrego para Taehyung e o mesmo a fica encarando de queixo caído. 

— Então ele finalmente entregou isso para alguém... - Ele analisa enquanto acena com a cabeça. - Sabe, eu que escrevi tudo isso aqui... Então eles acharam que eu estava pirando e me jogaram nesse maldito quarto. - Ele suspira alto. - A única coisa que fiquei sabendo sobre ________ depois de vir aqui é que uma psiquiatra, Hyuna, estava maltratando ela, e muito. - Ele me encara. - Estou pelo menos aliviado por aquela monstra não estar mais cuidando do caso de _______. - Afirmo coma cabeça e relaxo minha têmporas. 

— Vai me ajudar? - Ele me encara por um tempo até que afirma com a cabeça, me fazendo dar um sorriso de canto. - Obrigado. - Ele revira os olhos. 

— Sério mesmo que você está louco pela ________? - Arregalo os olhos e meu sorriso some do nada. - Eu sei como é, aquela garota é sensacional e sabe mesmo mexer com um homem... - Ele coloca as mãos sobre a testa. - Eu quase cai nos feitiços dela, mas como eu acabei descobrindo coisas sobre ela, a mesma perdeu todo o encanto e começou a me tratar mal. - Arregalo os olhos. - Então se prepare, ela não vai gostar nada de saber que você sabe sobre o que realmente aconteceu com ela no passado. - Meus ombros ficam tensos. Então ele sabe? Sabe tudo sobre ela? 

— E o que foi que aconteceu? - Chego mais perto dele e coloco minhas mãos sobre seus ombros. - Me diz, eu preciso realmente saber! - Ele dá um sorriso de canto e dá uma risada baixa. 

— Bom, já que você não está colaborando nada relando em mim, nós vamos fazer um joguinho. - Ele tira minhas mãos dele e me encara com ironia. - E eu também estou achando que preciso de um pouco de companhia, então... - Ele passa a língua sobre os lábios e me encara divertido agora. - Você vai ter que vir aqui todos os dias para saber das coisas. A cada dia, eu vou te contar alguma coisa ou dar alguma dica sobre. - Dou alguns passos para trás, não acreditando no que ele estava para fazer comigo.  

— Mas... Eu preciso saber disso agora! - Digo um pouco nervoso, indo pegar a pasta de volta, porém Taehyung a jogou longe. 

— Aquela pasta vai ficar comigo agora. - Fecho meu semblante e o encaro um pouco irritado. - Tudo para nossa brincadeira ficar mais divertida ainda. - Ele sorri com escárnio. - Bom, no final desse joguinho, como você vai estar me devendo uma já que eu teria te contado muita informação de ouro, você vai ter que fazer de tudo para me tirar daqui. - Ele continua sorrindo, eu precisava me segurar para não socar sua cara. - É pegar ou largar, amigo, você que decidi. - Ele ergue uma mão em minha frente, sem tirar o maldito sorriso que estava me irritando. 

Tirei um pouco de tempo para cogitar na ideia do que ele estava me propondo. Aquilo realmente era loucura, eu estava praticamente trocando informações sobre ________ escondido dela pela liberdade de um cara que eu nem conheço direito. Será que é realmente certo fazer isso? Ele nem vai me dar respostas concretas, tenho certeza disso, vou ficar igual um bobo tentando entender o que ele for me contar. E se ele me der respostas falsas? E se, talvez, ele me contar que ________ sofria algo em sua casa na infância e não for verdade? Não tem como confiar nesse cara! 

Eu realmente sou um idiota... 

Ergo minha mão e completo o aperto de mão, fazendo o sorriso de Taehyung se estender ainda mais, me tirando ainda mais do sério. Suspiro alto e puxo minha cadeira mais para frente, assim eu conversaria de uma forma melhor com o antigo psiquiatra e, se for o caso, posso socá-lo com mais facilidade se for necessário. 

— Agora sim, estamos falando na minha língua... - Ele cruza as pernas e apoia seu queixo em sua mão, inclinando sua cabeça e me encarando sério. - Antes de qualquer coisa, eu preciso saber se você sabe da mesma coisa que eu... - Franzo a testa e ele semicerra os olhos, como se tentasse me instigar. - Você já ouviu as pequenas músicas de _______? - Engulo em seco. Então ele também já ouviu? - Era exatamente isso que eu pensava. - Ele dá um pequeno sorriso vitorioso. 

— Por que você precisa saber se eu sei disso? - Ele ri um pouco e inclina a cabeça para o outro lado. 

— Ela faz isso apenas para as pessoas mais especiais para ela. - Ele molha os lábios. - Quantas você já ouviu? 

— Cinco. - Ele sorri enquanto nega com a cabeça. 

— Bom, antes de eu te contar qualquer coisa, eu vou te falar os versos mais uma vez. Presta bastante atenção... - Ele arruma sua postura. - "Eles vão te encontrar... Vão te pegar... Vão te esfaquear... E seus gritos ensurdecedores todos iram escutar...". - Ele respira fundo. - "Ninguém pode saber... Sua mente com certeza irá tremer... Seu corpo irá me temer... Porém eu continuarei a lhe ter..." - Fecho os olhos. - "Adorava com você pela praia passear... Muitas vezes você poderia até me machucar... Mas mesmo assim eu sempre irei te admirar... Por mais ingratos que nossos comandantes fossem nos tratar...". - Suspiro alto para tentar me concentrar um pouco mais, como o antigo psiquiatra havia pedido. - "Pela primeira vez fui trocada... Alguém ficou no meu lugar de pessoa mais aconchegada... Ele, tão inocente, foi caindo em sua jogada... E eu apenas fiquei mais isolada...". - Taehyung se aproxima mais para ditar os últimos versos. - "Lhe confiei todo o meu amor... E você me fez passar essa dor... Me trocou por alguém, foi um horror... Será que pode parar de me machucar, por favor?". - Ele termina e me encara sério, vendo minhas expressões. - E então? - Nego com a cabeça. 

— Aonde você quer chegar com essas músicas? - Ele bufa e me olha sem paciência. 

— Cada música conta sobre alguém do passado dela. - Ele cruza os braços e fico de queixo caído, ligando os pontos para entender.  

Então... ________ estava me passando uma mensagem esse tempo todo? Estava me dando pistas sobre o passado dela com essas músicas? As respostas estavam embaixo do meu nariz o tempo todo, e eu nem ao menos notei. 

— Mas... - Ele ergue um dedo antes que eu terminasse. 

— É, eu sei, você tinha pistas o tempo inteiro e nem notou. - Ele revira os olhos. - Bom, cada um realmente representa alguém. Eu não vou te contar o porquê, mas eu vou te contar quem são... - Chego mais perto para ouvir. - A primeira, ________; A segunda, Namjoon; A terceira, Yoongi; A quarta, Hoseok; E a última, Jungkook. - Arregalo meus olhos. Não era possível. - Agora, por favor, vá embora. Amanhã nós podemos conversar mais. - Ele sai de sua cadeira e abre a porta para mim. 

Me levanto e nem me despeço de Taehyung, saio do quarto e vou o mais rápido possível para casa. 

Eu estava chocado. Completamente chocado.