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História Maps - Capítulo I - Fugir para Ser


Escrita por: Paulie

Notas do Autor


Oi pessoal!

Essa ideia simplesmente me veio a cabeça enquanto eu ouvia Maps, do Maroon 5.
História também postada no Nyah (pelo perfil: https://fanfiction.com.br/u/102045) e no Wattpad (https://www.wattpad.com/user/Paulie_Lopes)

Espero que gostem! Boa leitura!

Capítulo 1 - Capítulo I - Fugir para Ser


Capítulo I - Fugir para Ser. 

So I’m following the map that leads to you

—Maps (Maroon 5)

Através da janela do carro, Lily notava as árvores tornando-se cada vez mais borrões indefinidos. Mas ela não ligava: era justamente isso que estava procurando.

A estrada se estendia infinitamente em frente a ela, o asfalto parecendo irradiar visivelmente o calor e os cabelos ruivos voavam e batiam em seu rosto devido ao vento forte que vinha da janela aberta – “bendita hora para não ter um carro com ar condicionado”, a garota pensava.

Não devia estar ali. Devia estar na reunião dos representantes de classe da Hogwarts High: a última reunião do semestre. Porém ela não suportava mais isso. Isso tudo: as brigas sem motivo com Petúnia, agora que ela estava de volta do internato para as férias, a briga com Severus – “como aquele merda pensa que pode falar assim comigo? ” – e a lista continuava.

E, tinha certeza, ninguém a procuraria. Mesmo que sumisse por semanas – meses –, ninguém se dignaria a pensar “Puxa, onde será que a Lily se meteu? ”. Talvez alguns professores, talvez. Ou Dorcas e Marlene. Elas estariam ocupadas babando em Remus ou transando com Sirius em um banheiro nojento para algo a mais do que se perguntar – e mandar alguma mensagem que cairia na caixa postal.

Mas Potter, ele poderia acha-la, se procurasse. Não era como se ela houvesse o escolhido para encontrá-la, ou como se ele se importasse com ela. Afinal, era somente uma – das poucas – que diziam “não” para o incrível James Potter, e por isso ele insistia para poder dizer “Lily Evans? Puf, já peguei”.

Apesar disso, na noite passada, aquela sexta que se iniciara no bar dos Três Vassouras, aquela em que o rapaz estava bêbado e achava que ela também estava, ele tinha sido uma boa companhia.

“Eu tenho vontade de largar tudo isso aqui”, ela comentara. “E porquê não o faz? ” ele disse descontraído “Você tem um carro, deve ter algum dinheiro, e tem um monte de estrada”. Ela se lembra que sorriu para ele, antes que ele perguntasse: “E para onde a senhorita iria? Largaria aqui e iria para onde?”, apesar da voz arrastada, seus olhos brilhavam.

Só ele saberia. E, por isso mesmo, Lily estava tranquila.

Ninguém iria acha-la, ela estava longe de tudo e de todos que havia deixado para trás naquela cidade. Iria para seu refúgio, iria ser Lily Evans.

***

—Ah, qual é, cara! – Sirius jogou o controle do Xbox no sofá, depois de perder uma rodada no vídeo-game. – Você só ganhou porque é dono do jogo, é injusto.

—Não sabe perder, não joga. – James riu do amigo, dando-lhe um tapa nas costas. – E eu só ganhei porque eu sou James Potter.

—Ó grande James Potter, o que planejas para essa noite de sábado tão bela?

—Mary, cara, Mary. – ele sorriu de lado, e reiniciou o jogo, tentando demonstrar que não era nada demais.

Mas era Mary: simplesmente a garota mais gostosa da escola, e ela era boa demais para qualquer um dali, nem mesmo Sirius havia conseguido que a garota saísse com ele.

—A Mary? Aquela Mary que eu estou pensando? A gostosa que tem aqueles peitos que eu babo só de pensar? – Sirius comentou, arregalando os olhos a cada pergunta.

—A própria. – ele deu de ombros, como se não fosse muita coisa, simplesmente reiniciando o jogo.

—Se deu bem parceiro – Sirius praticamente gritou enquanto ria como um cachorro maníaco.

—Sei que é um cachorro por natureza, Padfoot, mas se controla. – James falou como seu amigo Lupin diria, com o peito estufado e aquela voz de responsabilidade. Só para depois começar a rir como uma foca – Eu sou James Potter, o que você esperava?

Em algum momento posterior, o outro amigo, Remus Lupin, se juntou a eles. James jogava contra Sirius e Remus no FIFA e – incrivelmente – estava ganhando de 2 a 0.

—Já disse, vocês não deviam ter escolhido Real Madrid. Real sempre perde para o Barça. – comentou sarcasticamente.

—Cala a boca, Prongs – Black murmurou enquanto fazia um gol.

—Evans não apareceu na reunião... Será que adoeceu?

—Não fala isso que o Prongs expulsa a gente só para ir cuidar da dodói. – Sirius dramaticamente comentou.

—Mas eu estou falando sério. Ela nunca falta em nada, você conhece como a Lily é respons...

—Neurótica. – Sirius comentou mais uma vez.

James permanecia calado, estranhamente hipnotizado ao lembrar-se dos cabelos ruivos da garota. De algum modo estranho, podia sentir o cheiro de lírio que eles emanavam perfeitamente, como se ela estivesse ali a seu lado.

***

O vestido vermelho perfeitamente justo delineava o corpo da loira do mesmo modo que o grande decote mostrava seus fartos seios, de modo que James sentia-se em êxtase.

Sentia, antes mesmo da noite começar, que seria uma daquelas. A parte Marota de si – que, ele orgulhava de contar a todos, era muito mais de 99% - havia se inflado.

Era verdade que conversar com ela era insuportável – como ele bem notou uns cinco minutos depois de terem se encontrado – e que seus temas giravam sempre em torno de algo que acabava com James tendo de elogiá-la, dizendo que não era gorda, ou que seu cabelo não estava “simplesmente um horror”.

“Será que a gente pode simplesmente pular essa parte em que tenho de fingir prestar atenção? ”. As mais bonitas, ele pensava, sempre tinham esses assuntos extremamente entediantes. Mas ontem, ontem não parecia entediante.

“Com quem saí ontem mesmo? Devo ter bebido bastante, não me lembro de nada, absolutamente nada”. Enquanto balançava a cabeça e respondia educadamente, tentava se recordar do que fizera na sexta-feira.

Ele não teria ficado em casa: custava a se lembrar de uma noite de final de semana que o fizera. Mas também não havia combinado nada com Sirius, Remus ou Peter.

“Padfoot... Padfoot estava no show dAs Esquisitonas. Sim, isso mesmo. ‘Prongs, irmão, tem certeza de que não quer ir? Eu te arranjo um ingresso. Elas são a melhor banda e, de bônus, todas as garotas de lá são universitárias que não resistem a um bom maroto’. Mas... Eu não fui e...”

—James, você está me escutando? – Mary cutucou a mão de James.

—Uhum – ele sorriu e olhou para a garota – Que tal um sorvete?

Contornando a situação que seria certamente embaraçosa com uma maestria que somente alguém com experiência poderia ter feito, James garantiu os amassos do final da noite – e que amassos.

Não era como se ele fosse aquele tipo de cara totalmente cafajeste – “esse título é do Pad”. Certamente, ele beijava algumas garotas, mas não era do tipo ‘quantas garotas consigo pegar hoje’. Mas, se a coisa fosse “festeiro” ele totalmente era. 

Em casa, deitado em sua cama, pegou seu celular visualizando as – zilhões – de mensagens de Sirius não respondidas, algumas de Peter e de alguns grupos, uma de Remus. Passeando pelos contatos do Whatsapp procurando sabe-se lá o quê (provavelmente só fazendo hora), visualizou a foto de perfil conhecida de Lily Evans.

“Evans não apareceu na reunião”, lembrou do amigo contando mais cedo. Olhando para o sorriso que parecia verdadeiro e para o cabelo ruivo que caía em cascatas pelo rosto, pensou sem querer no motivo de não ter comparecido no evento.

“O que você está aprontando, Lírio?”

***

—Tive um sonho estranho noite passada – James comentou com Sirius depois, enquanto iam para o treino de futebol.

—Por favor, me diga que não vamos virar o tipo de amigos que contam o sonho que teve com aquele garoto lindo que olhou para você no dia anterior – Sirius ridicularizou, utilizando sua melhor voz sarcástica.

—Larga de ser chato.

—Bom, agora conta, já que começou a falar. – ele deu de ombros.

—Então. Era um bar, sabe.

—Muito diferente dos padrões de James Potter, claro. – Sirius arqueou as sobrancelhas, fazendo uma cara de ‘pensador’ – Continue.

—Eu não sei muito bem, parecia estar um pouco bêbado e...

—Se é “um pouco” é algo bom. Você normalmente está nos níveis não aceitáveis de embriaguez e...

—Vai me deixar contar ou quer adivinhar o sonho?

—Quanta frescurite aguda... Conta. 

—Eu só lembro de ouvir algumas frases soltas. Alguém dizendo algo sobre fugir, sobre ligar o som do carro no máximo numa estrada vazia e depois fomos em algum lugar, não me lembro bem onde.

—Resumindo: você não lembra nada do seu sonho além de coisas que você sempre faz? – Padfoot colocou a mão no queixo, na clássica pose dO Pensador.

—Resumindo, você é um filho da mãe. Mas, sim, exatamente isso. E também me lembro de vermelho, borrões vermelhos.

—Estamos torcendo para que seja batom vermelho e não alguém sangrando até a morte, certo?

—Não podia estar mais. – sorriram em cumplicidade, já se aproximando do local do treino.

***

Moony

Dorcas me mandou mensagem agora (20:07)

Lily não vai em casa desde o dia da reunião (20:07)

Padfoot

Ui, tá podendo eeeein (20:09)

Wormtail

O q dizer sobre isso (20:10)

Moony

Comentários sobre a Lily estar desaparecida que é o IMPORTANTE nada né? (20:10)

Prongs

Como assim ela ‘não vai em casa’? (20:11)

Padfoot

Tipo “ela não vai em casa”. Tão difícil assim de entender? (20:11)

Acho q Mary te passou a burrice dela (20:12)

Pena q não passou a beleza (20:12)

Se não até eu te pegava (20:12)

Wormtail

Isso foi tão gay (20:12)

KKKKKKKK (20:12)

Moony

Então, Prongs, a mãe dela ligou pra Marlene e pra Dorcas (20:13)

Perguntando se estava com elas (20:13)

Porque só deixou um bilhete (20:14)

[FOTO] “Estou bem” (20:15)

Prongs

M e D ñ sabem onde ela pode estar? (20:16)

Moony

Celular caindo direto na caixa-postal, sem novos tweets, nada no Whatsapp ou no Face, muito menos no Instagram (20:18)

 Wormtail

Que mania irritante de usar pontuações acentos e letras maiúsculas como se tivesse na escola Remus (20:18)

Moony

Foda-se Pettigrew (20:22)

A propósito, faltaram algumas vírgulas na sua frase (20:23)

Padfoot

[Áudio – 1:29] (20:24)

Manda um beijo pra Marley (20:25)

Prongs

Ninguém vai ouvir esse áudio, e vc sabe disso Pad (20:25)

Será que dá pra pensar na Lily? (20:25)

Padfoot

Evans é bem grandinha (20:26)

Sabe se cuidar (20:26)

Não precisa do cavaleiro Potter (20:26)

Relaxa (20:26)

***

James desligou a tela do celular e bufou, jogando-o na cama. Lily não era alguém que fazia isso: sumia e não dava satisfação a ninguém. A “santa” Evans, como diria Padfoot, era o exemplo de filha perfeita, de amiga perfeita, de pessoa perfeita.

Não sabia a razão, mas sentia que devia algo a ela. Sentia que devia fazer algo em relação ao “sumiço” de Lily. E, misteriosamente, mesmo sempre sendo rejeitado pela ruiva, sentia-se próximo a ela.

“Sabe, James, você não é tão mal assim. Essa sexta acabou saindo melhor do que o esperado”, uma Lily bebendo uma dose de tequila apareceu para ele. Seu sorriso, embaçado diante da visão embriagada de James, era atraente. No fundo, a característica placa com três vassouras estava pendurada atrás do balcão.

Balançou a cabeça, despertando dessa memória repentina.

‘Então, eu estava com ela na sexta...’, ele pensou. Pegou novamente o celular – verificando que a discussão ainda acontecia no grupo – e clicou novamente na foto de Evans.

‘Eu vou te encontrar, Lírio’. 


Notas Finais


Espero que tenham gostado!
Volto em breve com o próximo capítulo, e aguardo vocês nos comentários!
Beijinhos,
Paulie.

PS - Estou lá no Twitter pelo @Im_Prongs Novidades e spoilers da fic serão postados por lá. Aguardo vocês ;)


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