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História Mar - Larry Stylinson - Chegada


Escrita por: Fanfic0

Notas do Autor


Havia excluído essa fanfic, foi uma das primeiras, mas resolvi recorrigir e postar, é diferente do meu estilo de escrita mas espero que gostem.

Capítulo 1 - Chegada


27 de Maio, 2013.

Louis Tomlinson talvez não seja o menino mais amado do mundo, talvez os poucos que já trocaram algumas palavras com ele, o odeiam, e talvez essa doença foi realmente dedicada do universo a ele. De qualquer jeito, isso não importa, Louis nem se quer acredita nessas coisas, e para ele hoje é só mais uma segunda-feira normal, clinica, tratamento, casa, sorvete, cama.

- Acorda meu amor – Johannah, a melhor mãe do mundo para ele, o despertou passando a mão calmamente nos cabelos bagunçados do filho.

- Ahn? – Ele grunhiu esfregando os olhos, enquanto a mãe desligava os aparelhos que o ajudavam a respirar durante a noite. – Mais uma chance para morrer – Louis falou entre bocejos, se levantando devagar.

 – Não fala isso Louis! Toda manhã você já começa chamando o mal para você – Johannah voltara a reclamar da habitual frase do filho.

As dificuldades de Louis, que para ele já não são mais dificuldades, somente mais um processo matinal, tomam sua manhã inteira, escovar os dentes, tomar banho, um coquetel de remédios, que ele costuma chamar de “balas da vida eterna” e o seu tradicional café da manhã, que até os 15 anos era constituído de ovos, bacon e um prato com Waffle transbordando mel, mas já que o câncer tirou dele essas regalias, um suco de laranja e dois sanduiches de verduras, que a mãe coloca no meio alguns remédios, só os piores, que ele realmente não consegue tomar, já está ótimo.

Louis nunca conheceu o pai, o que para ele é uma benção, se o mesmo teve coragem de os deixar antes de ele nascer, não é alguém de muito mérito para Louis, mas mesmo assim ele faz questão de toda manhã escrever um bilhete e guardar em uma caixa nomeada por ele de “possíveis falas do pai”. Depois de 16 anos morando sozinhos em uma casa enorme, Johannah e Louis foram obrigados a se mudar para uma casa menor, de somente 1 andar e sem degraus, as pernas de Louis ainda que um pouco fracas, funcionavam, mas ele não aguentaria uma escada.

- Mãe, que horas o Doutor Charlie marcou amanhã? – Louis perguntou indo para a sala, após tomar seu café.

- Não sei amor, acho que as 4, porque?

- Não quero ficar amanhã de tarde na clínica, eles querem fazer aquelas dinâmicas idiotas.

- São legais filho, você tem que fazer amigos, arranjar alguém para conversar além de mim.

- Eu tenho um amigo, né Doony – Louis chamou o gato siamês dele, o acordando, Doony é velho e nunca correspondeu Louis da forma que ele queria, não que isso diminuísse o amor pelo felino, que o olhou ainda sonolento e virou o rosto.

E as manhãs de Louis seguem assim, um dia após o outro, as dificuldades e limitações da doença com o tempo foram distanciando ele dos amigos, os poucos que tinha, da escola e da sua vida social, que antes da maldição, já era péssima, Louis sempre afastou as pessoas dele, é irônico e arrogante com todos, e fazia questão de humilhar os que passassem por ele, desde sempre teve fama de “bad boy” no colégio, bater nos outros e ameaçar os que o rodeavam era o que ele fazia, e nunca se arrependeu, a não ser por Mary Whoter, na 1 série do ensino médio que ele saiu, ficou com ela e espalhou fotos da menina para o colégio inteiro, mas ele não se arrependeu após o feito, se arrependeu após a polícia bater na casa dele, pelo menos em uma coisa ele é bom, manter as pessoas longe dele.

- Louis, está na hora! – A mãe o chamou da garagem, abrindo a porta do carro.

- Yey! Mais uma ótima tarde com os colegas condenados – Louis riu sozinho da própria piada de mal gosto.

Johannah já ignora as frases irônicas de Louis, e as besteiras que ele fala, ele sempre foi assim, a doença só o deu mais algumas cartas extras para as brincadeiras. O carro da família, desde o momento que Louis foi diagnosticado, é um hospital ambulante, tudo bem que o mais distante que ela foi com ele depois da doença foi até a cidade do lado, mas ela tende estar preparada para tudo, fez curso de primeiro socorros, comidas saudáveis e sabe de cor todos os aparelhos e medicamentos do filho, ela mais do que ele é a que mais luta contra tudo isso, e serve de ícone para o filho, uma guerreira, e Louis, na medida do possível, deixando a arrogância dele de lado, tenta agradecer a mãe e ajuda-la, e as vezes ignorar a noite o choro dela no quarto ao lado.

- Boa tarde filho, se cuida, qualquer coisa já sabe – Como sempre, ela leva Louis até a sala e se despede dele, o deixando com uma caixinha dos remédios vespertinos e um beijo na bochecha.

- Ta mãe – ele revirou os olhos reprovando como de costume, mas lá no fundo Louis gosta do carinho dela.

O ambiente da clínica nunca agradou a Louis, nem as pessoas que ali com ele conviviam, alguns meninos mais novos que ele, alguns da idade dele e alguns mais velhos, também algumas meninas, nada importa, o máximo de contato que ele faz com alguém foi uma conversa trivial, a arrogância dele não agradara muito aos outros. A única coisa que resta para ele é o vídeo game portátil e a televisão, que ele assiste com muito prazer, até alguém chegar e ele renegar a presença, sobra então a varanda dos fundos, virada para o mar, e nisso sim Louis é fascinado, ele pode ficar o dia inteiro admirando as ondas, a infinidade da água e o movimento que ela faz, o som... tudo isso encanta a Louis , mas são separados por uma cerca de madeira que delimita a clínica, mas sempre que ele pode, vai até a parte rasa da água, se não fosse essa estranha conexão com o mar, para Louis a única coisa pior que as manhãs dele, seriam as tardes.

- E aqui é a varanda – Louis escutou uma voz e passos se aproximando de onde ele estava, seus olhos se viraram para o portal que dividia os cômodos, e uma enfermeira veio dali, apresentando a clínica para um menino tatuado, com cabelo comprido e enrolado.

Louis voltou a olhar para o mar, os ignorando, e ficou ali sentado na cadeira de rodas, que aliás é também uma das únicas partes que Louis gosta da clínica, afinal, ele não precisa caminhar, não que ele precise da cadeira também, mas se dependesse dele, já teria uma, porem o médico sempre fala que ele tem que usar as pernas, o que não o deixa com muitas escolhas, já que o segundo Deus da mãe dele é o Doutor Charlie, com razão, o homem salvou a vida de Louis na primeira e inesperada crise da doença.

- Oi...? – O menino que antes havia passado ali veio cumprimentar Louis, que já praticamente dormia naquela varanda.

- Oi – Louis respondeu se despertando.

- Sou Harry – Falou com um sorriso estampado no rosto estendeu a mão para cumprimentar Louis.

- Prazer, sou o Louis Tomlinson – Louis apertou a mão, mas já não gostando da presença de outro em sua varanda.

- Posso sentar aqui? – Harry perguntou apontando para o banco de madeira empoeirado que ficava encostado na parede.

- Por mim... – Louis deu de ombros, sem outra opção, tentando não ser tão arrogante com o menino de olhos verdes, que logo conhecera.

- Obrigado.

O silencio no ambiente, logo voltou, e a única coisa a se escutar era o barulho das ondas, que logo foi quebrado pelo tatuado, tentando puxar assunto.

- Aqui é legal?

- Não. – Louis virou lentamente para Harry, o fuzilando com seu olhar, respondendo em seco para ele.

- Hum.

- O que você tem?

- Câncer – Louis respondeu já se irritando com o menino.

- Eu também.

- Eba! É bem legal né? – Ironicamente falou Louis, deixando Harry, ao seu lado, desconfortável. – Se você não se importa eu gosto de ficar sozinho aqui, pelo menos em silêncio se for possível.

- Ok... – Harry falou pausadamente, se aquietando.

Alguns minutos depois Harry saiu do recinto, Louis não ligou, e continuou seu cronograma de olhar o mar pelo resto da tarde, até sua mãe vir o buscar.

Louis chegou em casa cansado, como sempre ele tomou um banho, e deitou em sua cama para assistir televisão, e tomar seu sagrado pote de sorvete de morango com baunilha, e uma esplendida cobertura de chocolate com remédios.

- Boa noite filho – Johannah ajudou a colocar os aparelhos, e o deu um doce beijo na testa, e como toda noite, Louis fecha os olhos e reza, mas não reza para agradecer a Deus, reza para questiona-lo, o motivo de tudo aquilo e por que ele o puniu.

28 de Maio, 2013.

Na manhã seguinte tudo ocorreu normal, a mesma rotina de sempre, de tarde a mãe o deixou novamente na clínica, mas hoje para Louis é um dia especial, ele tem que inventar alguma forma de fugir das por ele, odiadas dinâmicas, geralmente ir para o banheiro e sair em silêncio para varanda dá certo, mas ele sempre corre o risco. A chamada das enfermeiras foi a sua deixa, ele saiu devagar e foi até o banheiro, o segundo passo foi fácil, quando a faladeira começou ele esperou um pouco e saiu de mansinho do banheiro, e rapidamente, já estava na porta para varanda.

- Louis!? – Ele escutou alguém a chamar seu nome, o que já trouxe a ele um profundo desgosto de missão não cumprida, e ao virar para trás, vê o menino, o mesmo de ontem, a o chamar.

- O que você quer? – Louis falou desanimado.

- A dinâmica, é em duplas, não quer fazer comigo? – O menino que Louis se quer lembrava o nome, o convidava animado.

- Que? Alguém te viu vindo aqui?

- Não, porque?

- Então volta pra lá, eu não quero fazer isso, é uma idiotice.

- Ah... eu acho que seria interessante, para fazermos amizade.

- Não cara, sai daqui a gente vai morrer a qualquer instante, o que você quer com amizade, essas coisas, essas dinâmicas são uma ilusão pra tentar nos dar esperança mas....

- Harry, Louis, vamos! – Louis foi interrompido por enfermeira que veio buscar os dois e leva-los até a sala, o corredor foi o bastante para Louis olhar fixamente para Harry, o desaprovando.

Por falta de escolha, os dois tiveram que sentar juntos, e o jogo era simples, conversar, pelo mais fácil e casual que seja, Louis odiara a proposta.

- Ok... – Harry, puxou e leu as placas que uma enfermeira deixou na mesa. – Acho que esses assuntos são chatos... então.... Quantos anos você tem Louis?

- 17.

- Legal! Eu também, você faz 18 esse ano?

- Sim.

- Hum... eu não, que dia é o seu aniversário?

- 24, dezembro. – Louis desanimado respondia no automático o que seu colega o perguntava.

- Eu faço dia 1 de fevereiro... – Harry falava animado.

- Olha... podemos só não fazer isso? – Louis o interrompeu.

- Ta... o que você gosta de fazer?

- Assistir televisão, em silêncio.

- E que programas você gosta?

- Documentários, você tem alguma coisa que não te permite parar de falar? – Louis desabafou, agressivamente.

- Não, só quero fazer alguma amizade.

- Ok, mas eu não, se liga, nós somos condenados e você quer ter um “amiguinho”?

- Se você tem tanto problema com a sua vida e com os outros por que não se mata? – Harry o respondeu perdendo a paciência, surpreendendo Louis, que ficou sem argumento por alguns segundos.

- Pela minha mãe.

- Ah?

- Eu não me mato por causa da minha mãe – Louis respondeu sério, calando Harry e criando um clima terrível sobre eles.

- Olha, eu não deveria ter falado aquilo Louis – Harry se desculpou com vergonha.

- Ok, nada que eu já não tenha falado para alguém.

O péssimo clima se estabilizou sobre eles, mas isso não faria Harry desistir de fazer uma amizade.

- Quando você foi diagnosticado? – Harry tentou refirmar uma nova conversa.

- 10 de Janeiro de 2011.

- Com?

- Leucemia Aguda – Louis respondeu com desanimo, Harry se manteve em silencio, por algum motivo Louis olhou discretamente para o lado, e continuou a conversa com seu colega. – E você?

- 2009, pela metade do ano, câncer pulmonar – Respondeu Harry cabisbaixo.

- Hum.... Quando veio para cá?

- Começo do mês, meus pais gostaram da cidade, não é agitada, tem bons médicos....

- Que bom....

Uma atípica conversa se estabeleceu entre os dois, e quando o Doutor Charlie foi busca-lo, pela primeira vez em anos, Louis também foi impaciente com quem o separara da conversa com um possível amigo.

5 de Junho, 2013.

Há duas semanas Harry e Louis conversam, e em anos, Louis pode considerar ter um amigo, que seja pelo menos só para conversas triviais, porem somente o fato de alguém conversar com Louis já é um grande avanço.

- Ok, a próxima pergunta é... cite três melhores amigos de infância – Harry perguntou empolgado com o jogo que ele e Louis jogavam, é a segunda vez seguida que Louis participa da tarde de dinâmica.

- Eu não tinha melhores amigos na infância – Louis falou pensando.

- Mas você tem que ter melhores amigos na infância... – Harry contestou.

- As pessoas não costumam gostar de mim Harry – Louis riu.

- Também, elas têm motivo né Louis.

- Talvez....

- Ok, me conta, porque você é tão odiado? Eu não tenho nada contra você, apesar de ser meio grosso as vezes... – Harry acabou a frase rindo.

- Eu acho que porque talvez batia nelas, e costumava a fazer brincadeiras que elas não gostavam... essas coisas.

- Brincadeiras tipo...?

- Apelidos, pintar o armário, pegava o dinheiro delas... coisas assim.

- Meu Deus! Isso é roubar, Louis.

- Eu não roubava... eu pedia e elas me davam.

- Pedia ou ameaçava?

- Depende do seu ponto de vista.

Harry riu com a fala de Louis, mas também se surpreendera com ele, arrogância e ironia para Harry era só algumas características ruins dele, mas o que acabou de escutar vindo dele o perturbou.

- Por isso você é assim, Louis, não tem paz de espirito, precisa se desculpar.

- Eu não preciso me desculpar, não me arrependo de nada e assim como?

- Assim irritado com tudo e todos, e não precisa se arrepender pra se desculpar, quer dizer, precisa mas, mas acho que você fica mal por ter causado mal para as pessoas, iria se livrar de um peso enorme na consciência se fizesse isso!

- Não começa com essas suas conversas astrais Harry.

- Será que podemos sair daqui amanhã à tarde? – Harry já exalava empolgação.

- Claro que não podemos.

- E se nós sairmos?

- Eu não quero sair, Harry.

- Por que?

- Porque nós podemos morrer ai fora!

- Nós não vamos morrer lá fora Louis.

- Como você pretende sair daqui?

- Pela porta da frente.

- Tem umas vinte enfermeiras aqui dentro Harry.

- Vamos tentar Harry, vai ser uma aventura!

- Não sei.... Minha mãe já está me esperando lá na frente, eu tenho que ir.

- Pensa, amanhã me responde.

- Ok.

Um abraço de despedida que Louis nunca gostou, mas Harry faz questão de fazer acontecer, Louis não quer que sua mãe veja Harry, pois sabe o escândalo que ela iria fazer se descobrisse que ele tem um amigo, com certeza já iria querer levá-lo para casa, almoçar, jantar e ter uma programação diária com Louis, é tudo muito novo para ele, a duas semanas ele não falava com ninguém, hoje ele ganha um abraço de outra pessoa além da mãe.



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