Espelhos a remetiam ao mar. Talvez isso se deva ao fato de que seu coração se encontrava como um oceano em fúria naquele instante. E a todo instante, cada vez mais forte, sentia a correnteza dançar dentro de si.
Infelizmente, dessa vez a correnteza não traria sentimentos bons. Enfim, trouxe a dor, a dor de ter que por um fim em tudo. Trouxe perda, perda de si, de tudo o que julgava certo antes de se envolver com a plena escuridão, “A troco de quê?” era o que se perguntava ali, em frente ao espelho, encarando a morte em seu reflexo.
Fazer o que? Uma simples substância toxica que, quando a viu, chamou, com todo seu encanto momentâneo, mas que depois se mostrou maligna, quando já não havia volta. Abandonada. Já imaginava que acabaria assim, afinal haviam tentado de tudo para trazê-la novamente.
Ali, encarando as pílulas, as últimas pílulas, e a última tentativa, a vontade de rir a tomava. Rir do que se permitiu vir a ser, rir do medo que a consumiu quando perdeu as forças para continuar. Tudo por causa de uma maldita falha na mente desgastada, a falha que não pediu, mas que não tinha devolução.
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