História Maracujás - YoonSeok - [25]

Era sexta-feira, e faltavam menos de doze horas para seu primeiro encontro realmente romântico.

Encontros com as garotas que ele não gostava eram sempre os mesmos; saíam de moto, assistiam um filme, se pegavam e voltavam para casa, fingindo que não se conheciam no dia seguinte.

No entanto, com Yoongi, ele queria que fosse um encontro diferente. Nada de fingir sentir algo para agrada-lo e conseguir o que queria; ele ia fazer de tudo para que os dois se divertissem muito naquele sábado que, de acordo com a previsão do tempo, seria de chuva.

Separava as roupas que usaria no dia seguinte, escolhendo calmamente, mas ainda assim um pouco nervoso. Não sabia se ia de camisa social colorida e calça jeans ou calças skinny pretas com a cintura alta e camiseta branca, acompanhado de suspensórios. Não tinha ideia de como se arrumar, e aquilo o frustrava; antes, quando ia sair com as garotas, colocava uma roupa qualquer e que se dane, mas, agora, se sentia necessitado de escolher roupas realmente boas e bonitas. Ouviu alguém bater na porta do seu quarto.

— Quem é? — perguntou, esperando uma resposta rápida. A porta do seu quarto vivia trancada, pois não gostava de confusões envolvendo os pais; pais esses que não faziam ideia de como andava a vida do filho naquelas últimas semanas. Ouviu alguém responder "Sou eu, Hoseok", e foi abrir a porta revirando os olhos. Encostou-se na porta — Oi, mãe.

A mãe dele entrou no quarto devagar, sentando-se sobre sua cama, ao lado das roupas. Eram parecidíssimos; o nariz arrebitado e os lábios cheios eram idênticos.

— O que são todas essas trocas de roupas? — perguntou a mãe, passando a mão na camisa social com desenhos de estrelinhas — Nossa, você comprou roupas bonitas...

— Tenho um encontro amanhã. — disse, enfiando uma bala de iogurte na boca após pegar mais uma camiseta no guarda-roupas — Qual das duas é melhor, Omma?

— Eu gosto mais dessa. — apontou para a camiseta que Hoseok segurava. Hoseok pareceu pensativo.

— Ok, então vou usar a outra. — sorriu, guardando a camiseta mais uma vez. A mãe riu baixinho — O que você quer falar comigo?

— Como assim, o que eu quero falar com você, filho? — perguntou, ainda sorrindo.

— Bem, a senhora só aparece quando tem alguma coisa muito séria para falar comigo. — disse, sentando-se em cima da tampa do baú do guarda-roupas — E, na maioria dessas vezes, senão a totalidade delas, tem a ver com aquele homem que você chama de meu pai.

A mãe sorriu fraco, segurando uma camisa de Hoseok e cheirando a gola.

— Cheira a perfume feminino. — disse — Se eu fosse você, não usaria essa; a menina pode ficar com ciúme por não ser o cheiro dela.

Hoseok pegou a camisa de estrelas, cheirando a gola; a última vez que usara foi num encontro com uma menina que, agora, ele não se lembrava quem, mas era um perfume floral exagerado.

— Acho que vou ter que escolher outra então. — disse, simplista, jogando a camisa no cesto de roupas sujas.

— Seu pai marcou sua primeira consulta no psicólogo. — disse a mãe, sorrindo, vendo Hoseok franzir o cenho — Nós estávamos conversando, e decidimos que seria legal que você conversasse com alguém sobre...

— Espera, espera. — interrompeu a mãe, levantando de onde estava sentado — Achei que ele tivesse dito que, a partir dos meus dezessete, seria eu a comandar a minha vida. Que merda é essa?

— Pois é, mas ele disse que você ainda está na casa dele, então, quem manda é ele. — ela disse, simplista — Ele só se preocupa com você, Hoseok, e você sabe que não está tudo bem...

— Tá tudo ótimo! — se exaltou um pouco, passando a mão no cabelo, tentando se acalmar — Eu não preciso ir em merda nenhuma de psicólogo!

— Precisa ir ao psicólogo sim! — ouviu a voz forte do pai na porta do quarto, e já sentiu as costas se arrepiarem, virando para trás lentamente — Primeiramente, não grite com sua mãe, é só por causa dela que voce ainda não apanhou. Por causa desses seus amigos, você não obedece mais a gente! Você está se tornando um desses bostinhas, Hoseok, é isso que você quer pra sua vida?

— E é isso que você quer pra minha vida, pai? — disse, tentando expulsar os dois do seu quarto — Quer que eu seja como você? Prendendo uma mulher dentro de casa, fazendo ela acreditar que está tudo bem quando claramente não está? Eu não quero seguir esse plano de vida de bosta de vocês dois! Eu vou fazer o que eu bem entender porque a vida é minha, e querer me virar do meu jeito não me torna louco, me torna melhor que vocês.

Bateu a porta e trancou-a, depois de colocar os pais para fora. Encostou-se na porta.

— Hoseok, abra essa maldita porta agora, senão...— o pai rosnou, mas Hoseok ouviu a mãe intervir.

— Yah, querido, deixe ele pra lá! Deixe o garoto! Vamos, vamos, vamos jantar, hm?

— Cale a boca, mulher, não se meta.

Hoseok bufou, mexendo nos cabelos, nervoso.

Não ia deixar aquilo estragar seu encontro com Yoongi. Mesmo que não tivesse mais vontade pra nada, sabia que Yoongi o animaria.

Yoongi realmente era a única pessoa que ele poderia contar agora, com exceção de TaeHyung.

Ele só queria Yoongi naquele instante.