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História Marauders heir - Doze - A verdadeira menina mimada


Escrita por: BiancaLBlack

Capítulo 12 - Doze - A verdadeira menina mimada


 De nariz torcido, Ella se levantou, foi para fora do salão. Poderia apostar que pediria aos pais para colocar uma horda de aurores atrás de Skeeter. Vou escrever uma carta para casa, justificou-se.

-O que ela não gostou? - Lavender perguntou para Parvati. - Se o meu verão tivesse sido tão divertido assim, eu ia adorar.

-Ella passou o verão conosco, não na França – defendeu Harry. - Skeeter vive de mentir para ganhar fama. Ela inventou tudo isso. Pelas cuecas de Merlim, não tem uma foto da Eladora no restaurante, está cheia de fotos de Ryan, mas nem sinal dela.

-Agora você me lembrou de um detalhe, Potter – Parvati comentou com acidez -, Eladora não poderia fazer isso, porque na época, estava sendo investigada pelo Ministério, POR SER UMA COMENSAL DA MORTE E CONJURAR A MARCA NEGRA! - gritou, quase desafiando-me a agredi-la para calar-se.

Algumas cabeças se viraram para nós, curiosas. Ótimo, se Ella soubesse disso, se mataria. Primeiro, falaram dela pelas costas por ser “filha de um assassino sanguinário marginal”, aí para aliviar, tio James e tia Lily se propuseram a exigir uma retratação formal de Fudge. Ella teve algumas semanas de folga até Crouch acusá-la de ser uma Comensal, quase custou um milhão de galeões calar esse maldito auditor.

-O que todos vocês estão olhando? - McGonagall fez-se ouvir. - Nenhum aluno de Hogwarts deve permanecer nesse salão. Todos para fora.

Recebi olhares confusos de estudantes estrangeiros enquanto saímos. Ah, claro. Eles não entenderam nada quando gritamos a plenos pulmões sobre Comensais da Morte. As portas do salão principal se fecharam às costas de Terry Boot. Minerva ativou um Sonorus na própria garganta e falou:

-O que há com vocês? Acusar uma colega de ser uma Comensal da Morte? Têm noção do que podem pensar os alunos de Beauxbatons e Durmstrang? Se repetirem isso perto de algum repórter que venha cobrir o Tribruxo, receberão mais do que detenções, estão avisados, agora, para as aulas. Potter, Weasley, me sigam.

Obedecemos – quem em sã consciência teria peito para desobedecer McGonagall? Nem o mais corajoso Gryffindor, ou mais astuto Slytherin o faria -, caminhando até seu gabinete. Tio Remus e tio Sirius estavam lá, consolando uma Eladora aos prantos. Assim que entramos, Sirius leu a manchete do jornal em seu colo com expressão cansada.

-Não importa quantas vezes você leia – disse Remus, acariciando os cabelos da filha – o texto continua o mesmo.

-Eu sei – admitiu com pesar e o choro de Ella aumentou. - Vai ficar tudo bem filha, o processo já foi encaminhado e Skeeter vai pagar.

-Não posso terminar os estudos em casa? - ela ergueu os olhos do ombro do pai, onde seu rosto escondia-se.

-Se afastar depois de ser acusada só vai piorar a situação – apontou Harry.

-Eu não ligo de sair daqui com fama de vadia – ela soluçou.

-Não, é mais do que fama de vadia – afaguei suas costas. - Parvati gritou no meio do salão principal que você foi julgada em tribunal pela Marca Negra na Copa – minha amiga murmurou: ainda essa história?, e eu continuei: -, na frente dos alunos de Beauxbatons e Durmstrang.

O choro recomeçou. A questão, meninos, falou Remus, é que nós cogitamos ir à França depois da Copa, mas com a audiência, deixamos de lado a viagem, então Skeeter não criou a notícia do nada, houve uma base real. O que queremos saber é como ela teve acesso a esse plano. Meneei a cabeça. Se o problema não estava na escola, o que eu e Harry estávamos fazendo lá?

Antes que eu respondesse, McGonagall respondeu:

-Eu queria que contassem o ocorrido no salão principal. Agora que já o fizeram, podem levar a senhorita de volta à Grifinória?

Tio Remus e tio Sirius hesitaram em deixá-la ir, mas logo a menina passou o braço por nossos ombros e se despediu dos pais, assim que eles passaram pelas chamas verdes da lareira. Ella ainda fungava, o nariz entupido, o cabelo bagunçado e o rosto inchado. Coloquei sua mão no corrimão e lhe dei impulso para subir a escada do dormitório.

-Ela vai ficar bem – disse Harry. - Eu acho.

-Vamos pra aula de Feitiços, por favor? Estou farto de drama.

Harry estranhou eu ter pedido por favor para ir a uma aula, mas fomos a sala de Flitwick como se nada tivesse acontecido. Patil, Granger e Brown agruparam-se, rindo com maldade. Aposto que ajudaram Skeeter a escrever, resmunguei e Harry concordou.

-Elas nem sabem que Ella está lá em cima chorando -disse ele.

-E nem saberão, O.K? Não quero que saibam o mal que causaram.

A aula de Feitiços foi interessante, sobre feitiços convocatórios. Depois que o tempo acabou, andamos pelo corredor, enrolando para entrar no salão principal, e Caleb nos chamou, pronunciando nossos nomes com dificuldade. Vocês virram a Elle?

-Elle? - indaguei, a sobrancelha erguida.

-Me ajudou no Beco Diagonal – ele dizia Diagonal como se tivesse dois ou três Ls.

-Ah, a Ella – Harry falou, sabendo que eu não gostava de interagir com o francês.- E-L-L-A. Tenha cuidado para não errar na frente dela.

-Terrei – garantiu, distanciando-se.

Sem que Harry esperasse, arrastei-o para um armário de Filch. Eu acho que Caleb está traindo a Ella.

-O quê? Como?

-Ontem à noite, no jantar, ele disse o nome dela perfeitamente, e hoje, a chamou de Elle. Você não acha isso suspeito?

-Manteremos os olhos abertos de qualquer forma, agora… estou morrendo de fome.

***

NARRADORA

-Vous avez pris (Você demorou)

-Excusez-moi, j'ai eu des revers (Desculpe-me, tive contratempos)

-Revers. J'espère que vous ne deviendrez pas plus important que nous(Contratempos. Espero que não se tornem mais importantes que nós).

-Ne Jamais. Il sentait la nostalgie? (Jamais. Sentiu saudade?)

-Oui. Nous avons vu le rapport? (Sim. Viu a reportagem?)

-Un ami m'a montré. (Um amigo me mostrou)

-Vous Vous engagez? (Você concorda?)

-Je ne sais pas, je ne suis pas là pour le voir. (Eu não sei, não estava lá para ver).

***

Sirius, a audiência será em 1° de dezembro. Sei que Eladora estará em Hogwarts, então se ela não puder ir, vocês terão que atestar a mentira de Skeeter sozinhos.

-Kingsley Shacklebolt.

Sirius deu um risinho de canto ao ler o bilhete deixado em sua mesa. Obrigado King. Veremos se ela pode ir. Até dezembro -Sirius O. Black III, respondeu, pegando o telefone em seguida, e discando o celular de Remus.

-Oi amor, pode atender?

-Claro. O que aconteceu?

-King mandou um recado com a data da audiência. 1° de dezembro.

-Perfeito. Graças a Merlim, não terei plantão nesse dia. Ah, chegou uma carta de Minerva.

-Pode ler?

-Senhor Lupin, a menina chorou por horas e matou aula o dia todo. Talvez devam levá-la para casa enquanto isso se resolve. O que acha?

-Ela tem razão… esta noite?

-Assim que meu plantão acabar, daqui duas horas, vou buscá-lo.

-Te vejo mais tarde, então. Eu te amo.

-Eu te amo.

Desligaram e Sirius desabou em sua cadeira, como a filha fizera na noite de trinta e um de outubro e encarou a pilha de relatórios à sua frente. Mesmo depois de anos trabalhando, o homem não entendia porque tanta burocracia. Black, chamou Dawlish, seu supervisor. Soube que está processando Skeeter.

-Fiz o que qualquer bruxo devia ter feito há anos. A mulher fez minha filha parecer uma vadia de bar.

-Vai processar Rita por falar a verdade? Tem fotos dela beijando o trouxa.

-Não – rosnou o animago. - Tem fotos de alguém que ela jurou nunca ter visto. E minha filha não mente.

Dawlish revirou os olhos e dando de ombros, saiu. Sirius não se alterou ou enervou mais. Lembrava-se muito bem de quando seu casamento “formal” saiu na capa do Profeta Diário. O texto era baixo e sujo, dizendo que Remus só tinha interesse na fortuna de Sirius e que era um mestiço imundo. Mesmo acostumado com insultos a respeito de ser lobisomem, Remus chorou ao ler as palavras tão duras. Não estão me chamando de sangue de cão, lamuriava-se, mas sim de aproveitador e interesseiro. Não é verdade, Ella, ele brincou com a mãozinha da filha. Papai ama o papai de verdade, com cada pedacinho do coração dele. Sirius assistiu tudo, escondido atrás da porta, achando tudo adorável. Quis abraçar Remus, consolá-lo, dizer que ficaria tudo bem, e que Skeeter pagaria por tudo aquilo. Até que enfim esta hora chegara.

O celular do Black vibrou, anunciando a chegada de uma mensagem.

Remus <3: Estou no saguão (18:30)

Sirius B.: Descendo (18:31)

Sirius pegou o elevador para o saguão e viu o esposo parado na multidão, esperando-o. Sorriu-lhe e pegaram o carro. Sirius pediu para dirigir, fazendo a “carinha de Padfoot caído da mudança”: Ah Moony, você usa o carro para trabalhar todo dia…

-Tudo bem – Remus entregou-lhe a chave. - Só não me mate.

Riram ao colocar os cintos, chegaram ao limite de Hogwarts após uma hora de viagem e desceram do carro.

-Sirius! Remus! - Minerva os cumprimentou.

-Olá Minerva – responderam. - Como está nossa menina?

-Harry e Rony a convenceram a jantar no salão, mas ainda assim…

-Eladora Katherina Lupin-Black! - a chamada alta de Crouch interrompeu a fala de Minerva e fez com que os olhos da vice-diretora se arregalassem. Remus ia perguntar o que acontecera, mas um turbilhão de gritos o impediu.

-NÃO FUI EU! - gritando Eladora, tentando sobrepor a voz ao barulho. - EU NÃO PUS MEU NOME NAQUELE MALDITO CÁLICE!

ELADORA

Harry e Rony disseram que Minerva tinha “dado um jeito nos idiotas”, e me convenceram a jantar com eles, no salão principal. Vamos Ella, disse Harry, o Cálice vai sortear os campeões hoje. Gemi, se era um evento do Tribruxo, Crouch estaria presente. Segui meus amigos, que tinham a expressão carrancuda, a fim de afastar qualquer um.

Escolhemos lugares na mesa vermelha e dourada. Os alunos tinham os olhos atentos à mesa dos professores, onde estava o Cálice de Fogo. Logo após a refeição, Dumbledore anunciou o sorteio, e cheio de pompa, Crouch esperou o primeiro nome saltar do Cálice. Dois segundos depois, veio o primeiro selecionado.

-A campeã de Beauxbatons é Jean Caleb Monadier! -anunciou o homem, e o garoto foi aplaudido. - O campeão de Durmstrang é Vitor Krum! - Harry deu com o punho na mesa, gritando de felicidade. - O campeão de Hogwarts… - fez-se silêncio absoluto no salão, todos os sonserinos, lufanos, corvinos e grifinórios estavam calados – Cedric Diggory!

Era isso, os campeões estavam decididos pelo Cálice. Bagman e Crouch se prepararam para discursar, mas um fragmento de pergaminho voou até os pés de Crouch.

-O cálice escolheu um quarto campeão – prenunciou, fazendo um suspense (ou será que ele estava assustado?). - Eladora Katherina Lupin-Black – ele chamou, mas eu estava estática demais para me mover.

Sussurros tomaram o salão e olhos me fuzilaram, acusando-me silenciosamente. Tive vontade de chorar mais, como passara a manhã fazendo. Eu tinha problemas atrás de problemas. Crouch atravessou o salão até mim, agarrou meus ombros e disse: O que você fez? Tentei explicar que eu nunca chegara a dois passos do Cálice, mas ele logo emendou outra pergunta: Como foi que colocou seu nome? Pediu a um aluno mais velho para colocar?

-NÃO FUI EU! - gritei, tentando sobrepor a voz ao barulho. - EU NÃO PUS MEU NOME NAQUELE MALDITO CÁLICE!

Meus pais irromperam pelo salão, olhando fixamente para mim e eu tremi um pouquinho. Era o que faltava para meus problemas se completassem.

***

De repente, eu estava em uma sala com o conselho do Tribruxo, os jurados, e meus pais, aos berros. Alguns diziam que eu dera um jeito de burlar as regras, e outros me defendiam. Os que mais gritavam eram Karkaroff e Crouch – contra mim -, e meus pais – a meu favor -, e não chegaram a lugar nenhum. Madame Maxime, até aquele momento, calada, se levantou e berrou: Ela é uma crriança, seus estúpidos! Tudo o que podemos fazerr é mudarr as tarrefas parra que ela nom se machuque. Karkaroff me olhou feio e disse:

-Esse não é o único problema. Criança ou não, ela é uma campeã a mais para Hogwarts. Isso dá uma vantagem à escola, não?

-Todos os outros foram voluntários, senhor Karkaroff – disse Bagman. - Algo ou alguém obrigou Eladora a participar.

Todos os membros do conselho assentiram e me senti grata pela existência deles – ok, talvez eles estivessem sob influência de meus padrinhos Os olhos de todos se puseram sobre mim, me avaliando, pensando se eu sobreviveria aos testes que eles haviam escolhido. Meus pais me olhavam com preocupação. Acho que eles não sabiam o que pensar de mim, que sendo filha de Marotos, poderia ter criado um ou dois truques sozinha, e também era atriz boa o bastante para fazer cara de inocente na frente das pessoas, mas eu só queria sair dali. Madrinha passou seu olhar para mim, sem me analisar nem criticar. Como Madame Maxime, ela só queria ajudar.

-Certo, senhores, garanto que encontraremos uma explicação lógica, mas amanhã os repórteres chegarão e Eladora precisa descansar. James, Remus, Sirius.

Os três a seguiram e Crouch fez sinal para que eu o acompanhasse. Hesitante, caminhei a seu lado até as escadas para a torre da Grifinória em silêncio. Nunca estive nessa parte do castelo. Era da Sonserina. Estalei a língua,desinteressada. Ouça, Eladora, eu sei que não gosta de mim pela questão do verão.

-Com razão – apontei. - Sabe o que a “questão do verão” me causou, senhor Crouch? Pessoas olhavam para mim com medo de eu ser uma Marcada. Me fez chorar por dias, meus pais não sabiam o que fazer. Você quase destruiu minha família. Não vou deixar que me machuque ou a eles, nem a qualquer um que eu ame.

-Cuidado senhorita Lupin-Black. Está beirando a paranoia – declarou, saindo.

Senti uma mão segurar a minha e procurei seu dono. Era Jonay, enlaçando seus dedos aos meus.

-Acha que eu estou doente? Paranoica?

-Não. Acho que você é totalmente sã. Crouch é que é maluco. Se seus pais o ouvem falando dessa forma com você…

-Nós ouvimos – garantiu Remus, saindo debaixo da Capa da Invisibilidade, seguido por Sirius, James e Lily. - Sim, sabíamos que Crouch falaria com você, para tentar consertar a imagem que você tem dele, afinal em algumas horas você verá repórteres saindo dos degraus dessas escadarias e se disser uma palavrinha sobre algum mau juízo que tenha de Crouch…

-Eu acabo com ele – logo conclui, com um sorriso.

Pegou o espírito, marotinha. Temos que ir e você precisa descansar, Sirius beijou minha testa. Boa noite. Jonay e eu subimos a escada – que não era bem uma escada, e sim uma rampa, já que os degraus se aplainavam quando Jonay estava perto – e fomos para nossos quartos, separando-nos com um “Boa-noite” rápido. Lavender e Hermione já dormiam, então apenas repousei a cabeça no travesseiro e dormi.

-Fiz o que me pediu, mestre – disse a voz sussurrante do meu sonho.

A pessoa se ajoelhou em frente a um móvel escuro que parecia um berço.

-Muito bem meu jovem – elogiou uma voz frágil e delicada, mas ainda grosseira. - Vá e termine sua tarefa. Seja bem-sucedido e será meu favorito.

-Sim senhor – afirmou o homem, assentindo com veemência. - Eu não falharei.

-Meu menino, meu bom menino… me faça orgulhoso.

Com a respiração entrecortada, levantei-me e segui para o café da manhã, tentando gravar cada detalhe do sonho na minha memória para sempre. Por alguma razão, sentia que não devia esquecer aquela visão. Encontrei Fred e George na mesa da Grifinória e eles tinham um pacote para me entregar.

-Achamos que você poderia estar com febre – disse George. - Trouxemos um pouco de Febricolate, já que se deu tão bem com o Nugá Sangra Nariz. Mesmas regras, espere uma febre passar para pegar outra dose e um tablete é o bastante para uma dispensa, entendeu?

-Entendi – assenti, guardando o chocolate no bolso.

-A propósito, parabéns pelo lance do Tribruxo. Nem nós conseguimos pensar em algo para enganar o Cálice.

-Não fui eu, está bem? O conselho me prometeu uma investigação, mas até lá… estou presa a isso.

-Presa! Como se fosse ruim competir no Tribruxo antes de ter idade para isso – comentou Draco Malfoy, que passava com seu séquito de sonserinos. - Se não colocou seu nome no Cálice, como conseguiu entrar? Seus papais pagaram para você? Aposto que Dumbledore e o conselho se venderiam por qualquer pilha de galeões.

-Saia daqui Malfoy – mandei. - Ou vai se arrepender de ter mexido comigo.

-Ui, a gatinha tem garras – ele se fingiu assustado. -Skeeter estava errada, você não é a vadia rica que Rita pintou. Mas temos de admitir que ela acertou em um ponto. Você sempre consegue o que quer, independente do que tenha de fazer para isso, não é Ella? Skeeter tentou mostrar um pouco do que você era e então você como a garotinha mimada que é, correu para a barra da calça dos seus pais e choramingou até eles processarem Skeeter. Não foi isso, Ella? Porém, adivinhe: Eles não conseguiram! O Profeta conseguiu recorrer do julgamento e o processo não vai acontecer. O que foi? Ficou decepcionada? - disse condescendente, ao ver minha expressão espantada. - Aposto que eles não te contaram nada para evitar outro ataque de nervos da sua parte. Talvez a próxima manchete do Semanário das Bruxas seja sobre eles, que criaram a menina mais mimada de todas.

-Você vai ver a verdadeira menina mimada – rosnei, jogando-me para cima dele.

Não sei bem o que pretendia fazer uma vez sentada no peito de Malfoy. Contudo, no momento seguinte, eu estava no chão com uma doninha albina correndo em minhas pernas. Pegue-o, Eladora, disse Moody, e eu agarrei o animal com as duas mãos enquanto o professor se aproximava de mim aos trancos. Agora pode soltá-lo. Assim o fiz, e Moody controlava-o como fizera com a aranha na aula sobre Maldições Imperdoáveis. Você vai aprender a não falar mal… das pessoas…, murmurava enquanto fazia a doninha quicar alguns metros acima do chão.

Se o objetivo de Moody era me fazer rir, ele conseguiu. Eu, Harry, Rony, Jonay e os gêmeos gargalhávamos e minha barriga até doia.

– Prof. Moody! – chamou uma voz chocada.

A Profa Minerva vinha descendo a escadaria com os braços carregados de livros.

– Olá, Profa McGonagall – cumprimentou Moody calmamente, fazendo a doninha quicar ainda mais alto.

– Que... que é que o senhor está fazendo? – perguntou a professora seguindo com o olhar a subida da doninha no ar.

– Ensinando – respondeu ele.

– Ensinan... Moody, isso é um aluno? – gritou a professora, os livros despencando dos seus braços.

– É.

– Não! – exclamou ela, descendo a escada correndo e puxando a própria varinha, um momento depois, com um estampido, Draco Malfoy reapareceu, caído embolado no chão, os cabelos lisos e louros sobre orosto agora muito vermelho. Ele se levantou, fazendo uma careta.

– Moody, nunca usamos transformação em castigos! – disse a professora com a voz fraca. – Certamente o Prof. Dumbledore deve ter-lhe dito isso?

– É, talvez ele tenha mencionado – respondeu Moody, coçando o queixo displicentemente –, mas achei que um bom choque...

– Damos detenções, Moody! Ou falamos com o diretor da casa do faltoso!

– Vou fazer isso, então – disse Moody, encarando Malfoy com intenso desagrado.

O garoto, cujos olhos claros ainda lacrimejavam de dor e humilhação, ergueu o rosto maldosamente para Moody e murmurou alguma coisa em que se distinguiam as palavras “meu pai”.

– Ah, é? – disse Moody em voz baixa, aproximando-se alguns passos, a pancada surda de sua perna de pau ecoando pelo saguão. – Bom, conheço seu pai de outras eras, moleque... diga a ele que Moody está de olho no filho dele... diga-lhe isso por mim... agora, imagino que o diretor de sua casa seja o Snape, não?

– É – respondeu Malfoy cheio de rancor.

– Outro velho amigo – rosnou Moody. – Estou querendo mesmo conversar com o velho

Snape... vamos, seu... – E segurando o garoto pelo antebraço saiu com ele em direção às masmorras.

A Profa Minerva acompanhou-os com um olhar ansioso por alguns momentos, depois apontou a varinha para os livros caídos fazendo-os subir no ar e voltar aos seus braços.

– Não falem comigo – disse Rony em voz baixa para mim e Harry, quando fomos cercados por alunos excitados por todos os lados que comentavam o que acabara de acontecer.

– Por que não? – perguntou Hermione surpresa.

– Porque quero gravar isso na memória para sempre – disse Rony, com os olhos fechados e uma expressão de enlevo no rosto. – Draco Malfoy, a fantástica doninha quicante...  



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