1. Spirit Fanfics >
  2. Marauders heir >
  3. Vinte e três - As coisas e pessoas certas

História Marauders heir - Vinte e três - As coisas e pessoas certas


Escrita por: BiancaLBlack

Capítulo 22 - Vinte e três - As coisas e pessoas certas


-Olha isso aqui – Remus pegou as cartas que Dobby estendia e mostrou a Sirius. - A audiência é amanhã.

-Quê? Justo agora que ela está com aqueles malucos?

-Vamos fazer isso sozinhos então.

-Como?

-Talvez eu tenha a solução… - disse Harry, entrando com Rony na sala.

Eles tinham um pote de conserva, com um besourinho dentro. Sirius perguntou o que era aquilo. Com um sorriso Marauder, Rony destampou o vidro e tirou o besouro, murmurando-lhe uma ordem. O animal se transformou em uma mulher que Sirius e Remus conheciam bem. Rita Skeeter. Sirius pegou sua varinha, e Harry explicou sorrindo:

-Ela dirá tudo amanhã, mas acho que já entenderam como ela consegue tantos detalhes sobre as histórias.

-Animagia… - concluiu Remus – como vocês…?

-Pegamos uma reportagem para reler na semana passada – disse Rony – e tinha detalhes demais. As conversas pareciam grampeadas e as descrições eram muito precisas, como se ela tivesse estado lá enquanto as coisas aconteciam. Foi só juntar as peças e BINGO! Ela confessará tudinho no tribunal.

-O que te faz pensar assim, garoto? - questionou Rita, ríspida.

-O nosso acordo – respondeu Harry. - Agora nós temos duas testemunhas muito influentes, por sinal. Volte para o pote, agora.

Contrariada, Rita obedeceu e Harry deu o pote a Sirius, certo de que eles saberiam usá-lo.

***

Logo cedo, eles se aprontaram para a audiência, sem esquecer o pote com o besouro.

-Vai dar tudo certo – Remus abraçou o marido por trás.

Sirius assentiu, encarando o reflexo deles no espelho.

Chegaram ao ministério e desceram até o andar do ministro. O auditório estava quase lotado, reconheceram Lily e James sentados na promotoria.

-Pensei que cuidaria de destacamentos hoje – disse Sirius para seu melhor amigo.

-Isso é mais importante. Aliás, Harry contou a história do besouro e me deram isso – ele entregou um bilhete dobrado aos amigos. -Leiam antes que comece.

Harry James Potter e Ronald Billius Weasley, em sã consciência transferem o acordo firmado com Rita Skeeter para as habilidosas mãos de Sirius Black e Remus Lupin. Isso quer dizer, Ritinha, que você precisa obedecê-los, ou eles vão contar seu segredo.

Sirius sorriu ao ver o que os projetos de Marotos fizeram. Remus pegou o bilhete, pediu licença e saiu do auditório, abrindo o pote para liberar Rita.

-Os meninos mandaram uma carta para você – ele estendeu o papel para ela.

Rita mal acreditou no que lia. Aqueles pestinhas haviam lhe passado a perna! E ela sabia que não havia saída, sabia que se fosse preciso eles cumpririam a ameaça descrita e diriam que ela era uma animaga ilegal – e que lugar melhor para fazer isso do que no ministério da magia?

***

Ela dormia muito, e sonhava também. Sonhava que Harry, Rony e os gêmeos apareciam com o carro voador dos Weasley para salvá-la; sonhava que um lobo e um cão invadiam seu quarto - agora ela tinha um quarto decente, mesmo que ainda fosse no porão - e a levavam de volta para casa. E sempre chorava ao acordar e ver que seus sonhos não tinham tornado-se realidade.

Às oito e meia, ela tomou café com os Mirony, que continuavam tão banais e frívolos quanto ela se lembrava. Às nove, Michael saiu para o trabalho, Eva cuidava da casa e Eladora se dedicava a pilha de deveres que precisava fazer para recuperar o tempo perdido em seu coma, além das listas de verão tradicionais, até a hora do almoço.

Eva e Eladora comiam praticamente em silêncio absoluto. Às seis em ponto, Michael retornava e eles jantavam. Tudo muito rotineiro e entediante. Ela quase caiu nas lágrimas quando se lembrou que era apenas o primeiro dia. Depois do jantar, ela foi escrever uma carta para seus pais.

Queridos Sirius e Remus,

Nunca é tarde demais para dizer que estou desapontada por deixarem isso acontecer comigo, é?

Enfim, a semana mal começou e eu já quero que acabe. Com certeza estaria me divertindo muito mais com vocês, mesmo com a audiência para que Rita Skeeter pague pelas mentiras que escreveu – acabem com ela, rapazes!

Entediada,

Eladora Katherina Lupin-Black.

Aproveitou para escrever para George também, perguntando sobre as Gemialidades que seriam lançadas em setembro; e para Harry e Rony (Hey, tenho certeza que a essa hora já teríamos um problema para resolver se estivéssemos juntos), mas a saudade em seu peito não se aliviava. Ela queria estar em Grimmauld Place, tomando chá com seus pais, passando algumas noites nas casas de Harry e Rony, ir ao cinema. Ela queria ter um bom verão, um verão feliz, sem ataques de dementadores ou Comensais da Morte.

***

-A sessão está aberta – anunciou Fudge. - A srta. Skeeter está presente?

-Estou senhor – Skeeter disse, ocupando seu lugar no lado oposto a Sirius e Remus.

-Então comecemos… os senhores Sirius Black e Remus Lupin entraram com uma ação contra a srta. Skeeter por superexposição da vida particular de Eladora Katherina Lupin-Black, estou certo? - Sirius e Remus assentiram. - E esta não é a primeira vez que a processam. Se bem me lembro, foi concedido um mandado de segurança para ela… e ainda assim alegam que Rita expôs Eladora. Como isso é possível?

-Simples Cornélio – disse Remus, com um sorrisinho no rosto -, o mandado impedia Rita de falar com Eladora, não de pisar em Hogwarts. Ela ouviu e viu muitas coisas, não foi, Rita? - a jornalista assentiu, olhando-o direto nos olhos. Rita não era boa em ler as pessoas, ou, pelo menos, as expressões de seus olhos, e os de Remus diziam que ele não ia falar da animagia. Chegou a revirar os olhos com sua desnecessária nobreza. - Como podemos ver, depois da assinatura do mandado, outra pessoa escrevia as matérias, usando as informações coletadas por Rita.

Sendo assim, Fudge decretou que Rita devia indenizá-los em cem galeões.

-Uma quantia modesta, considerando o dano que ela causou – disse Lily, mais tarde, avaliando a bolsa de galeões que Remus tinha nas mãos. - Contem a ela que ganharam. Tenho certeza que fará a semana dela bem mais feliz.

Sirius assentiu, já esboçando a carta que escreveria para ela.

Enquanto isso, George revirava as lojas do Beco Diagonal em busca da joia perfeita. O anel com que pediria Eladora Lupin-Black. Precisava ser maravilhoso, é claro. Algo digno dela. Seria complicado achar algo que fosse tão bonito quanto necessário e que agradasse alguém cujos pais podiam comprar tudo.

Eladora não ligava muito para valor material – ela até carregava em um cordão de ouro um botão velho dado por ele – e que para ser especial, só tinha de ser escolhido com cuidado, mas ele andou o Beco de cima a baixo de duas vezes e não achou nada.

Pensou em procurar um joalheiro e encomendar a joia. Sim, isso ajudaria a tomar a decisão mais acertada, porém não havia joalheiros no Beco Diagonal ou em Hogsmeade. Teria de ir a Godric’s Hollow, rezando para ter um lá, se não teria de recorrer aos trouxas.

Aparatou para o vilarejo apinhado de bruxos e trouxas jovens aproveitando as férias de verão. As lojas ficavam no centro, então não foi difícil encontrar uma portinha singela, com uma placa afixada que dizia: John Jackson------joalheiro-----aceita-se encomendas.

Sem pensar muito, George entrou ali. A loja parecia a de Olivaras, mal iluminada, bagunçada e cheia de prateleiras. O senhor no balcão trabalhava atentamente em um colar, olhando para a joia com um esmero.

-Er… bom dia – George pigarreou e o homem levantou os olhos. - Eu quero encomendar um anel.

-Ah sim, meu jovem. Ouro… prata… que material tem em mente?

-Eu não sei bem.

John chamou George para mais perto e exibiu uma placa de mostruário com amostras de pedras preciosas, como turmalina, esmeralda, rubi e outras, algo que Hermione Granger adoraria ter. Ella não é a Granger. Ella não gostaria dessas coisas. Baixou os olhos, procurando uma forma de expressar o que pensava, mas algo que se destacou para seus olhos. Um anel simples, provavelmente feito de aço inoxidável, com um pequenino brilhante preso. O rosto de George se iluminou. Perfeito.

-Senhor Jackson, por favor, posso ver aquele anel? - ele apontou o anel na vitrine.

-Isso? - Jackson pegou o anel e avaliou-o. - Não é prata, é apenas aço. E nem é um diamante, só vidro. Um dos meus primeiros trabalhos, mas nunca consegui vendê-lo, acho que ninguém o notava no meio das outras joias. - Ou talvez estivesse esperando a pessoa certa.

-Eu fico com ele – George sorria de orelha a orelha.

-Rapaz, perdoe-me a intromissão, mas para quê quer esse anel?

-Dar para uma garota, quero pedi-la em namoro.

O senhor Jackson revirou os olhos. - Sei que a maioria não quer gastar muito em algo que pode não dar em nada, mas eu tenho coisas melhores aqui, que não vão te custar um rim.

-Não é pelo dinheiro – a resistência do homem irritava George. - Ela tem tudo, entendeu? Tudo. Ou pode ter. Só precisa pedir, e os pais dela aparecem com o que ela desejar.

-Tentando agradar uma menina rica com um anel barato? Não vai funcionar. Já atendi muita gente apaixonada, que jurava que o amor superaria as diferenças. Vi gente pobre gastar economias que não tinha para comprar algo para pessoas ricas insensíveis. Então os clientes voltam implorando para pegar o dinheiro de volta, pois precisam dele para comprar comida, e estão com os corações destroçados.

-Ela é diferente – George argumentou.

-Eu já ouvi esse discurso. Ela é uma mulher especial, com quem quer passar o resto da sua vida, mas não. Ela é só mais uma riquinha que vai destruir seus sentimentos. Para você, ela é tudo. Para ela, você é nada.

Nomes podem ser armas úteis, George, o rapaz se lembrou de uma frase que seu pai sempre dizia. Principalmente se forem precedidos por uma boa fama.

-Eladora Lupin-Black – ele disse, olhando profundamente nos olhos de Jackson. - O anel é para ela. O senhor lê jornal? - o homem assentiu intrigado. Onde o menino queria chegar? - Então sabe que ela não é normal.

-Oh, sim. Qualquer um que diga que um assassino sangue-frio é inocente de seus crimes não é normal… mas, já que estamos falando dessa senhorita em particular, tenho uma coisa que Walburga Black encomendou para a neta, mas nunca veio buscar. Veja se lhe interessa.

George suspirou aliviado por finalmente ter convencido o homem a vender para ele. Jackson colocou no balcão de vidro um anel de cobre com uma lápis-lazúli azul clara incrustada. Os cabelos e olhos dela…, pensou George, olhando a joia. Walburga Black fora uma mulher horrível, elitista e preconceituosa – e que, segundo as histórias, tentou obrigar Sirius e Remus a abortar Eladora -, mas tinha bom gosto para joias.

-Vou levar os dois – ele apontou o anel de cobre e o de aço, esquecido num canto. Jackson colocou os anéis em caixas de veludo. - Quanto deu?

-A senhora Black já pagou pelo lápis-lazúli, e o outro é cortesia da casa.

-Sendo assim, obrigado.

Jackson assistiu o ruivo sair da loja, certo de que o anel estava com a pessoa certa.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...