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História Marauders heir - Vinte e quatro - E apesar de tudo, ainda somos os mesmos


Escrita por: BiancaLBlack

Capítulo 23 - Vinte e quatro - E apesar de tudo, ainda somos os mesmos


Quinto ano dos Marotos – verão.

Remus Lupin dormia tranquilamente. A lua cheia estava distante, não havia nada que lhe tirasse o sono, exceto uma pequena coisa: Sirius Black. Sirius saíra da casa dos Black no meio da noite, e agora estava sob a janela de Remus, atirando pedrinhas para acordá-lo. Depois de algum tempo, Remus finalmente se levantou, foi até a janela, e perguntou, controlando o volume da voz:

-O que faz aqui?

-Pode descer? Preciso de ajuda.

-Para quê?

-Depois te conto. Agora você vem ou não?

Remus titubeou, pesando os prós e os contras. Ir com Sirius seria fazer sabe-se-lá-o-quê, correndo risco de ser pego, mas não ir seria ter peso na consciência, porque se Sirius se metesse em confusão – não era difícil de acontecer, convenhamos -, ele saberia que poderia ter impedido.

Revirando os olhos e respirando fundo, ele trocou de roupa o mais silenciosamente possível e se esgueirou até a porta da frente, com cuidado para não acordar Hope, ao mesmo tempo em que se perguntava como Sirius saíra do subúrbio de Londres e chegara àquela fazenda inóspita.

Quando destrancou a porta e viu Sirius embrulhado em sua jaqueta de couro favorita, mesmo quando estavam no meio do verão, os olhos azuis assustados. Remus trancou a porta atrás de si e correu para ele, abraçando-o com seus braços marcados de cicatrizes, em vez de ser abraçado por seus braços revestidos de couro.

-Eu fugi, Remus. Eu consegui.

-Espera, você fez o quê?

-Deixei a casa. Acabou.

Remus estava com medo por ele, e ainda mais por seu entusiasmo em ser um sem teto.

-Não, não. James disse que me receberia em casa. O problema é chegar à casa sem rede de Floo. Faria muito barulho.

-Então o que faremos? Godric’s Hollow fica muito longe.

-O brilhante Remus Lupin não sabe alguma coisa? - Sirius aproveitou a graça de seu comentário por um momento. - Eu pensei nisso no caminho. Vamos roubar um carro.

***

-Mas que diabos, Sirius! - Remus não parava de dizer por todo o caminho até a cidade. - Não acredito que…

-O.K, Remus – Sirius se virou bruscamente para ele. - Volte para casa. Ligarei quando chegar aos Potter. Vou ficar bem, prometo.

-Não, eu vou com você. Só… escolha um logo e caia fora.

Sirius avaliou suas opções. Carros “mais ou menos”, que davam para fazer a viagem discretamente. Só tinha um problema: Remus não o deixaria trabalhar em paz. Procurou nos bolsos algum dinheiro. Encontrou vinte libras, colocou na mão de Remus e falou:

-Vai na farmácia e compra qualquer coisa. Te encontro lá.

Graças ao poderoso Merlim, Remus foi sem retrucar. Sem as ferramentas certas, o processo seria muito complicado, mas ele precisava tentar, principalmente Euphemia e Fleamont estavam esperando-o – não no meio da madrugada, é claro – mais receptivos e amorosos do que Walburga e Orion jamais foram. Ele finalmente teria uma família que o queria por perto.

Andou pelo pátio deserto. Poderia quebrar um vidro, entrar e ligar o veículo com ligação direta. Mas teria que caprichar para que o vidro parecesse aberto, não quebrado. Enquanto caminhava pelos carros, viu uma pintura desbotada na parede que dizia: Estacionamento do Moe.

Aquilo facilitaria a vida de Sirius. Foi ao escritório da administração – a porta era tão velha que um chute bem posicionado a abriu – e pegou uma chave. O carro que ela abrisse seria o escolhido para cruzar a cidade. Depois ele pediria a Fleamont para devolvê-lo.

Sim, Sirius sabia que era errado roubar, mas ele devolveria o veículo. Seguiu o som do alarme sendo desativado e encontrou um Omega 1990 branco. Graças a Deus, o tanque estava cheio. Dirigiu para fora do estacionamento, e viu Remus com uma sacola pendurada no braço, sob a luz do poste. Parou perto dele e disse:

-Entra aí.

Remus obedeceu, sem dar a si mesmo tempo para questionar se Sirius sabia dirigir bem o bastante para chegarem a Godric’s Hollow em bom estado. Uma vez no banco do carona, tratou de procurar um mapa que apontasse a vila de James. Por sorte, encontrou uma caixinha preta, que lembrava ao rádio de pilha de Hope, que Sirius chamou de GPS.

Remus apertou o botão on/off e o aparelho iniciou. Ele acessou a função navegação e digitou Godric’s Hollow, agradecendo pela vila também ser habitada por muitos trouxas. Deixou a “voz de comando do GPS” encher o ambiente e fingiu que não estava no carro, apesar de não conseguir desviar os olhos do motorista por muito tempo.

Sirius dirigia bem, considerando que a estrada estava vazia. Quase duas e meia da manhã, chegaram a uma parada de caminhoneiros. Sirius estacionou, tirou o cinto e se inclinou para beijar Remus.

-O quê? - Remus murmurou, entre os beijos.

-Não o cumprimentei devidamente na sua casa.

Remus acariciou o pescoço de Sirius, enquanto o despia e distribuía beijos por seu corpo. Desajeitados, fizeram amor nos bancos dianteiros de um carro roubado.

DIAS ATUAIS…

ELADORA

Era a última noite. Só mais algumas horas e eu estaria livre. Não conseguia descansar nem dormir. Só conseguia pensar que logo estaria de volta a “meu lugar de direito”, por assim dizer. No fim das contas, agradeci por estar acordada quando o celular vibrou como louco. Atendi, sem saber quem ligava.

-Quê? - perguntei, grogue.

-Ella, oi! Er… pode sair? Estou aqui na porta – era George.

-Deixe ver… está com o Ford azul do seu pai, me esperando para ir para casa?

-Tinha planejado jantar antes. O que acha?

-Eu topo. Estou subindo.

Peguei minhas coisas e rabisquei um bilhete. Minha carona chegou mais cedo. Isso não é um tchau, é um adeus. Eladora K. Lupin-Black. Mais uma vez, sai pela porta da frente, tendo certeza que não voltaria. George pegou minha mão, beijou-a e me abraçou. Entrei pela porta do carona e conversei um pouco com George no trajeto.

-Como meus pais estão?

-Estão bem. Quero dizer, eu acho. Sabia que estou hospedado na sua casa?

-Sério? Que maneiro.

-Mas as circunstâncias em que cheguei lá foram bem suspeitas. Você só vai entender quando ver com seus próprios olhos.

Resguardei um sorriso. Grimmauld Place podia ser bem assustadora quando queria. Sim, na minha mente, a casa tinha vontade própria. Paramos em um bistrô chique do centro. George foi muito legal naquela noite. Reservou para nós uma mesa no terraço panorâmico, a vista era maravilhosa.

As entradas foram pãezinhos com queijo, presunto e molho de tomate. Depois vieram as bebidas, batidas com Vodka – ele tentou melhorar a imagem que eu tinha da Vodka depois do Natal, claramente – e frutas. Até que eram boas, eu tinha que admitir.

O prato principal foi a realização dos meus sonhos gastronômicos. Um prato de capeletti com carne, linguiça picada, salada, tudo coberto com ketchup e mostarda. Dei uma risadinha quando o garçom colocou meu prato.

-Acho que não tem isso no cardápio.

-Convenci o chef a preparar esses especiais.

Esfreguei o polegar no indicador e médio várias vezes, e ele negou sorrindo.

-Dei kits Gemialidades para os filhos dele.

-Usando crianças inocentes. Que coisa feia, senhor Weasley.

-Foi por uma boa causa – ele pegou o guardanapo e limpou o rosto.

-Então deve ter uma ótima razão para me trazer aqui quando podíamos ir a uma lanchonete qualquer.

-Você está certa. Tem uma grande razão para virmos aqui, além da vista maravilhosa. Mas primeiro, tenho que contar uma história. Não sei bem quando começou, mas acho que foi depois que você conseguiu provar que Sirius era inocente, mas eu passei a admirar você, pela sua força de vontade de provar o argumento dele. “Quando você trabalhou conosco só para contrariar Ronald, o que só aumentou a consideração imensa que tinha por você. E então, o Tribruxo. Sabe por que dávamos festas após as tarefas? Porque eu estava aliviado por você ter sobrevivido a todas as provações. Depois da terceira, não entendi o que aconteceu e ninguém disse nada a nós.

“Pensei que tivesse te perdido para sempre, então seu pai veio até mim e explicou que éramos almas gêmeas ligadas por um fio vermelho do destino. E foi no St. Mungus, você desacordada e entubada, que eu percebi que te amava, não apenas admirava.

“Aí eu revirei o Beco Diagonal e Godric’s Hollow em busca de algo bom o bastante para isso – ele colocou uma caixa de veludo na mesa e a abriu, revelando um anel de cobre com uma pedra azul. - Posso ser seu namorado?”

Eu coloquei meu cabelo para trás da orelha, com um grande sorriso. Assenti, permitindo que ele colocasse o anel em meu dedo. Demos o beijo mais longo de nossas vidas até aquele momento, comigo sentada no colo dele, e suas mãos percorrendo minha coluna, fazendo carinho.



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