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História Marauders heir - Dois - Dementadores


Escrita por: BiancaLBlack

Notas do Autor


Argh,eu sou muito tonta... semana passada eu postei o mesmo capítulo da semana anterior. Enfim, peço desculpas pelo atraso e pela burrice, agradeço a Pandhenha, Icecream e FanficBoy pelos comentários do cap. anterior (o verdadeiro, não o bugado) e valeu!

Capítulo 3 - Dois - Dementadores


-Como eles estão? Você os viu? - perguntou o homem, colocando café nas xícaras.

-Sim, os vi. Estão exatamente como pensávamos. Ele é meio baixinho, cabelos escuros rebeldes, óculos redondos e…

-Os olhos.

-Os olhos – ele concordou, com um suspiro afetado para a mesinha de café. - Ela está crescida também.

-Com quem se parece mais?

-Ela teve sorte. Com nenhum dos dois.

+++

-Como vocês todos perceberam, depois da busca no Expresso de Hogwarts, a nossa escola passou a hospedar dementadores a pedido do Ministério da Magia. Eles estão postados em cada entrada da propriedade, e enquanto estiverem conosco, é preciso deixar muito claro que ninguém deve sair da escola sem permissão. Os dementadores não se deixam enganar por truques, disfarces ou Capas da Invisibilidade – acrescentou Dumbledore brandamente, e Harry, Rony e Eladora se entreolharam. - Não faz parte da natureza deles atender súplicas nem desculpas. Portanto, aviso a todos e a cada um em particular para não darem a esses guardas razão para lhes fazerem mal.

Uma salva de palmas encerrou a fala do diretor e a comida apareceu nos pratos. Eladora olhou de canto para Jonay, mas ele parecia disposto a ignorá-la. O que teria acontecido durante as férias que ela não sabia? Logo o salão ecoava as conversas, risos e tilintar de talheres, e Eladora ria de uma piada de Fred e George. Depois da refeição, os alunos foram conduzidos a seus quartos.

+++

-Qual é a primeira aula? - perguntou Harry na manhã seguinte, aos bocejos.

-Poções? - chutou Rony, bocejando também.

-Não. Adivinhação – respondeu Eladora, dando uma garfada nos ovos com bacon. - Não sei onde estávamos com a cabeça quando escolhemos essa. Vamos, a Torre Norte é muito longe.

Puseram-se a andar. Por mais tempo que passassem no castelo, sempre aparecia um local desconhecido a ser explorado. Perderam-se duas vezes antes de darem em um corredor sem saída. Harry sentou-se no chão, ofegante. Eladora deu batidinhas na bússola com sua varinha. Não é possível que Hogwarts altere até os pontos cardeais. Aqui é o norte! Como vamos subir?

-Como esperam que cheguemos lá? - Hermione acabara de se juntar a eles. - Uma escada, graças a Deus.

A garota de cabelos crespos particularmente indomáveis empurrou Eladora e subiu pela escada de mão tremulante. Um por um, o Trio de Ouro subiu até o alto da torre, uma sala escura – talvez mais que as masmorras de Snape – e esfumaçava. Eladora tossiu, era alérgica à poeira e aquela sala parecia não ser limpa há muito tempo. Aos poucos, outros grifinórios se juntaram a eles, sentando-se em grupinhos nos pufes, esperavam que um professor chegasse.

-Bem vindos – disse uma voz distante e etérea -, que bom vê-los no mundo físico, finalmente.

Mundo físico?, Rony pensou, os olhos arregalados. Que diabos…

A professora se chamava Sibila Trelawney, e logo explicou o que ensinaria ao longo do ano. Leituras das folhas de chá e mãos. Eladora olhou ao redor. Jonay não estava na sala. Lembrou-se do ano anterior, quando os secundanistas tiveram de escolher as eletivas para o ano seguinte. Ele escolhera Runas Antigas e Aritmancia. Ela sugeriu que cursasse Adivinhação e Trato das Criaturas Mágicas, como ela, mas Jonay simplesmente balançou a cabeça e disse: Bolas de cristal, xícaras de chá e bichos perigosos não são a minha praia, desculpe.

A profa. Trelawney dava instruções para pegarem xícaras, servirem chá, beberem até restar apenas a borra e depois trocá-las com um colega. Eladora, Harry, e Rony obedeceram mecanicamente. Eladora abriu o livro e analisou a xícara de Rony. Tinha uma folha de outono, significava perda ou partida.

-Meu Deus, Ella, que xícara esquisita – disse Harry. - tem um ratinho, um cachorro grande, um lobo e um cervo.

-Na sua tem um tipo de flor. Quer dizer reencontro.

Harry folheou o livro, em busca do significado dos quatro animais, mas não achou nada. Eladora observou o cão na xícara, lembrava o animal que vira antes de partir.

-Oh céus, o Sinistro! - exclamou a professora, tomando a porcelana das mãos de Harry.

Agora todos os alunos fitavam Eladora, surpresos. Ela ia perguntar o que queria dizer tal figura, mas Lavender logo sussurrou-lhe: agouro de morte. A profa. Trelawney encerrou a aula e a turma seguiu para Transfiguração. Harry e Rony tinham os braços em volta de Eladora, que caminhava por puro instinto de fazê-lo. Ela nunca recebera um sinal de morte como aquele. Geralmente, eram destinados a Harry.

-Ella, algum dia você viu um cão como aquele? - questionou Rony.

-No dia em que fugi – ela se sentou, debruçando a cabeça sobre os braços na carteira.

-Você não vai morrer – confortou-a Harry. - Sobreviveu aos desafios da pedra filosofal e à câmara secreta. Nada pode matar você.

A aula de Transfiguração foi sobre Animagia, a capacidade de se transformar à vontade em um animal. A própria profa. McGonagall era uma animaga, que se tornava uma gata malhada com marcas de óculos em volta dos olhos. A sala aplaudiu-a quando fez a demonstração.

--Tornar-se um animago não é simples -dizia ela. - Além de estudar muito o comportamento da espécie escolhida, é preciso ser aprovado em um exame do Ministério para ingressar nos registros.

-Professora? - Hermione levantou a mão. - Existem animagos não registrados? Ilegais?

-Onde há normas, há brechas, e das brechas, alguns se aproveitam para seus fins particulares. Dispensados.

Harry puxou Eladora para fora da sala e murmurou: Foi impressão ou McGonagall sugeriu que poderíamos ser animagos ilegais? Eladora deu de ombros e continuou caminhando para a aula de Trato das Criaturas Mágicas. O Trio de Ouro estava um pouco inquieto, seria a primeira aula de Hagrid, e ainda por cima seria em dupla com a Sonserina. Dementadores, um agouro mortal, uma insinuação muito suspeita e a Sonserina logo no primeiro dia. Esse ano vai ser ótimo, pensou Eladora, revirando os olhos. Hagrid arrumou a turma em meio círculo, em volta de um picadeiro. Todos trocavam olhares, ansiosos. Não sabiam o que viria, mas pressentiam perigo. Hagrid era conhecido em Hogwarts por seu gosto anormal por criaturas potencialmente perigosas, como Fofo, o cão de três cabeças, e Aragogue, a acromântula.

Hagrid trazia um cavalo muito estranho. Tinha olhos dourados, asas compridas e pontudas, e era coberto de penas, além das pernas dianteiras terminarem em garras de galinha. Explicou que era um hipogrifo, e como deveria ser tratado. Sempre reverenciar primeiro. Esperar que retribuam. Se retribuírem, pode montar. Se não, pode correr, Eladora anotou em seu caderno. Achara o hipogrifo majestoso, e elegante, como um cervo. Talvez Hagrid também gostasse de criaturas não mortais, para variar.

Em seguida, o professor perguntou quem queria montar em Bicuço, e Eladora logo se ofereceu. Fez conforme Hagrid orientava e por fim, pôde montá-lo. O professor a colocou sentada no lombo do animal, que abriu as asas e alçou voo. Ela colocou os braços em volta do pescoço de Bicuço, sem apertar. Voara poucas vezes na vida – apenas durante as aulas obrigatórias de voo no primeiro ano -, mas pelo que se lembrava, uma vassoura era muito mais confortável que um hipogrifo, porém, conseguiu adaptar-se a ele como uma amazona a um corcel selvagem. Subiram mais e mais, e Eladora até criou coragem para abrir os braços quando passaram pelo Lago Negro. A turma a aplaudiu na aterrissagem.

--Muito bem Ella, uma proeza e tanto – disse Hagrid, ajudando-a a descer. - Cinco pontos para a Grifinória.

-Não deve ser tão difícil – disse Hermione, empurrando alguns colegas para chegar ao hipogrifo. - Se ela conseguiu…

Bicuço avançou para a menina, Hagrid tentou conter o animal, mas ele lutava para chegar a ela. Quando Hermione menos esperava, Bicuço enfiou o bico no pulso da menina, que chorou de dor. Hagrid dispensou a turma e escoltou Hermione para a ala hospitalar. Enquanto os alunos iam embora, Bicuço corria em volta do picadeiro em direção ao lago negro. Instintivamente, Eladora correu atrás do animal, tendo a prudência de não gritar. Tentou pular em seu lombo, mas acabou em suas asas. Vamos Bicuço, seja bonzinho e me deixe montá-lo, pediu silenciosa. O hipogrifo atendeu seu pedido, e logo, ela estava “cavalgando-o” perto do Salgueiro Lutador, no limite da propriedade. As palavras de Dumbledore surgiram na mente da menina: Eles estão postados em cada entrada da propriedade… Não faz parte da natureza deles atender súplicas nem desculpas. Portanto, aviso a todos e a cada um em particular para não darem a esses guardas razão para lhes fazerem mal. Sentiu a aproximação de um dementador, e tentou guiar Bicuço de volta ao castelo.

-Vamos Bicuço, vamos!

Bicuço não se afastou rápido o bastante, e então Eladora sentiu-se como no trem. O ar gelou, os gritos desesperados começaram e em seguida, sentiu que caia. Quando enfim atingiu o chão, teve um vislumbre de um cervo, que aproximou-se, cheirou-a e correu.

+++

-Eladora? - chamou alguém, sacudindo-a. - Você está bem , senhorita?

-Professor Lupin? O-onde eu estou?

-No chão, perto do Salgueiro. Pensei em levá-la a ala hospitalar, mas você odeia, não? - ele tirou do bolso um pedaço de chocolate e ofereceu para ela.

Ele a ajudou a ficar de pé. Eladora procurou por Bicuço, que estava deitado a alguns metros de distância. Eladora acariciou a cabeça penosa de Bicuço e fitou prof. Lupin. Estava calado, entretido com sua varinha, mas seus olhos diziam: Sei que não tenho nada a ver com isso, mas precisaremos de uma história para quando voltarmos.

-Está bem… o hipogrifo fugiu, eu fui buscá-lo. Sai voando e depois de encontrar um dementador, fiquei apagada por…

-Duas horas – Lupin manteve o tom de voz calmo, mas um pouco elevado, preocupado. - Os professores estranharam você não ter aparecido nas aulas, principalmente quando é uma aluna modelo. Seu histórico…

-Calma lá! - Eladora ergueu as mãos, as palmas para cima. - Tem um hipogrifo aqui, o que prova minha história, e para quem se importa com isso, o dono dele, isso bastará. E como pode saber do meu histórico? É professor há um dia, essas informações deveriam ser confidenciais.

Lupin tentou acalmá-la, dizendo que Minerva contara-lhe no dia anterior sobre Eladora, a grifinória perfeita. O tempo fechara e parecia que choveria, como de fato aconteceu. Lupin calculou que voar no hipogrifo seria a úncia forma de chegar ao castelo em menos de quarenta minutos, mas a ideia de montá-lo o assustava.

-Me diga que sabe conduzi-lo – ele indicou Bicuço com a cabeça.

Eladora assentiu, murmurando sobre ser a terceira vez que o faria na vida. Propôs um acordo: ela o levava de volta ao castelo em segurança, e em troca, Lupin o ensinaria a combater dementadores. A chuva apertou.

-O quê? Por quê?

-Eu desapareci por duas horas porque um dementador veio para cima de mim. Ouço um homem gritar, cada vez que eles chegam a dois metros de mim! Preciso saber afastá-los, e você sabe fazer isso, porque quando você vem, os dementadores somem! - Eladora estava aos berros. - Mas você não pode me seguir para todo lado, então tem de haver outro jeito. Me ensinar é o outro jeito.

-Certo, certo. Eu te ensino. Agora vamos voltar, devolver o bicho ao seu dono e amanhã falamos sobre suas… aulas extras, fechado?

-Fechado – Eladora sorriu. - É um prazer fazer negócios com você.

Como uma amazona valente, ela subiu em Bicuço e ajudou o professor a fazer o mesmo. Segure-se, orientou Eladora. Não sei como ele voa na chuva. Lupin se perguntou como o animal seria capaz de voar na chuva, visto que era coberto de penas. Eladora não pareceu se importar com isso, apenas fez o possível para deixar Lupin confortável ao interagir com Bicuço, era óbvio que o cavalo-ave assustava o homem. Ele tinha as mãos apoiadas nos flancos de Bicuço, e tentava não deixar transparecer o nervosismo. Após os dez minutos mais longos da vida de Lupin, pousaram.

Em vez de deixá-la seguir para a Grifinória, ele a escoltou para a sala dos professores. Tenho de provar que a achei, explicara ele. Bateu a porta, dizendo: Minerva, encontrei a menina. A professora correu até eles e começou a dar sermão, sobre como ela fora irresponsável e deixara todos preocupados.

-Minerva – Lupin interveio -, Eladora só estava tentando cuidar do hipogrifo. Depois do que aconteceu com a srta. Granger, Eladora não quis que Hagrid tivesse mais problemas.

A diretora da Grifinória revirou os olhos.

-Está bem. Lupin, acompanhe a senhorita até a torre da Grifinória, se faz o favor – ela lançou um olhar torto para o casaco que Eladora usava.

Ela ficou tão corada que tirou o casaco e dobrou-o no braço, para disfarçar. Seguiu o professor até o retrato da Mulher Gorda e empurrou o casaco dobrado para seus braços.

-Boa noite, professor.

-Boa noite, Eladora.

+++

-Eladora! - chamou Harry, acenando. - Por que matou aula?

-Longa história, mas resumindo, eu fui atrás de Bicuço e fui atacada por um dementador, por isso sumi.

Rony juntou-se a eles, com sapos de chocolate nos bolsos.

-Force Lupin a ensiná-la o feitiço que ele usou no trem! - disse ele, oferendo um sapo.

Eladora meneou a cabeça, aceitando o chocolate. Disse que já fizera um acordo com ele a esse respeito. Ele é um cara muito legal quando não está gritando e tem medo de hipogrifos, disse ela, obtendo sorrisinhos maldosos dos amigos. Ah, dudes. Não me olhem assim, ele é meu professor.

-Tecnicamente ainda não. Você faltou a aula dele de manhã- opinou Harry, pegando um doce de Rony. -E você estava com o casaco dele.

-Você pode por favor, ouvir minha história em silêncio? - pediu Eladora, grosseira. - Estava chovendo e Lupin me ofereceu o casaco. Muito cavalheiro, se querem saber. Vocês fariam o mesmo por Gina ou Hermione Granger.

Harry e Rony arregalaram os olhos. Depois de Eladora, Ronald Weasley era a pessoa que Hermione Granger mais desprezava, o que fazia com que o menino negasse veementemente sua queda por Hermione, mas para Eladora, que era muito observadora, tudo era claro. No caso de Harry, todos sabiam que Gina era apaixonada pelo moreno de olhos verdes, mas que a recíproca era verdadeira… Eladora prometera guardar segredo.

-Golpe baixo! Traição! - gritou Rony, pulando enfaticamente. - Eu gostar da Granger? Não!

-Agora aceitam que eu e Lupin não temos nada a ver? Eu tenho treze anos e ele é um cara decente, seus tapados!

Uh, sei. Disse Harry, olhando para a janela. Naquele momento, Bichento passou, carregando um rato na boca.

-Scabbers! - exclamou Rony, jogando um livro na cabeça do gato. - GRANGER! Seu gato quase matou Scabbers!

-Bichento esperto – Hermione fez carinho na cabeça do animal. - Gato esperto…

-Esperto? - vociferou Rony. - Assassino, isso sim.

Essa discussão vai longe… pensou Eladora, se afastando para o quarto. Lavender deitava-se em sua cama, rindo maliciosamente. Eladora perguntou qual era a piada, e a garota simplesmente respondeu, enrolando o cabelo negro cacheado em um dedo. Fiquei sabendo que você desmaiou no jardim. O que você e o prof. Lupin estavam fazendo lá?

Eladora calmamente respondeu que não devia satisfação de sua vida a Lavender, e entrou no banheiro. Fora um primeiro dia muito catastrófico.

+++

Harry e Rony decidiram seguir Eladora onde quer que fosse no dia seguinte. Não vamos deixar que sua ficha se manche mais, justificara Rony quando questionado.

-Até parece – Eladora estalou a língua. - Você só quer ficar atrás de mim porque sabe que Granger e sua bola de pelos infernal me evitam. Não podemos nos atrasar para a aula de Poções.

Marcharam até as masmorras. Hermione Granger estava ao lado de Lavender, com a mão enfaixada. Eladora percebeu que Hagrid deveria estar com problemas em relação a Bicuço. Primeiro o bicho ataca uma aluna, some e só volta duas horas depois, pensou ela, apanhando seus materiais. Vou passar na casa de Hagrid mais tarde. Snape, com seu mau humor de sempre, disse, encarando Eladora:

-Espero que não mate minhas aulas também, senhorita, principalmente se for para dormir no jardim.

Alguns sonserinos riram e Eladora afundou na carteira, Snape deu algumas instruções para realização da poção, e ela as copiava atentamente, sem olhar os colegas ao redor. A história correra Hogwarts durante a noite, e é claro, os terceiranistas da Grifinória sabiam que Eladora faltara às aulas no dia anterior. A aula acabou logo, o que foi um pequeno alívio para Eladora até Harry anunciar que a próxima aula era Defesa Contra as Artes das Trevas.



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