História Marble Kingdom - Moon Town

P.O.V. Willis

   -Sor Daven, recebemos uma carta de Hatley Castle. - disse Willis Wode, mestre da economia do deserto de Sharkaban.
   -Que diz a carta? - perguntou o mestre da religião.
   -Eles souberam da aliança de Sandspike com Genna e dão-nos uma opurtunidade de impedir que Genna conquiste o trono. - explicou Willis.
   -Como faríamos isso?
   -Impedindo-os de sair da cidade. Matando as aves que chegam de outras cidades, com mensagens para ela. Confiai em mim, teríamos um grande reconhecimento da parte de Lancel e Darlessa. Além disso, sabemos que a rainha Clarisse está como "espiã" no castelo, dando informações ao seu irmão e a Genna. Eles estão a agir bem à nossa frente. - disse Willis, irritando-se.
   -Tenhai calma. Ordenai aos guardas que bloqueiem a cidade. Ninguém sai e ninguém entra em Sandspike. Mandai uma carta para Hatley Castle. Eles precisam de saber que Clarisse está a passar informações para o inimigo. - disse Daven, calmo com sempre.
   -E se não resultar? E se não os conseguitmos impedir de saírem da cidade? - perguntou Willis.
   -Organizaremos um plano para acusar um deles de um crime. Pode ser Sor Mathis, Sor Thomas ou mesmo a própria Genna. Acidentalmente, faremos que uma tragédia destrua o tribunal e mate todos os que lá estejam. Livrar-nos-emos deles todos, facilmente. - disse Daven.
   -Como faríamos essa tal explosão, sem ninguém dar por isso? - perguntou Willis.
   -Não te preocupais com nada. Eu tenho conhecidos que me podem ajudar. Só te teráis que preocupar em culpar um deles de um crime que leve a tribunal. - disse Daven.
   -Será que irá resultar?
   -Confiai em mim, Sor Willis. Não sobrará nada deles. - disse o mestre da religião, saindo da sala, deixando Willis sozinho.

P.O.V. Jacob

   -Harys, estamos a andar à horas! Onde estamos? - perguntou Catelyn.
   -Estamos quase a chegar. - respondeu ele.
   -Chegar onde? - perguntou Jacob.
   -Ao Altar da Vida. Com ele, poderemos ressucitar o Dylan. Mas... Não interessa. - disse Harys, olhando para baixo.
   -Harys... O que se passa?! - perguntou Catelyn.
   -Não é nada! - disse Harys.
   -Harys! Estás a mentir! - gritou Catelyn.
  -Já disse que não é nada! Quantas vezes terei que repetir?! - gritou Harys, acelerando o passo.
   -Acho que é melhor esquecermos o assunto. - disse Jacob, para Catelyn.
   -Mas é sempre a mesma coisa! Ele diz que vai a algum sítio, mas nunca nos diz o que fazer! Se ele nos tivesse dito que iríamos ter um desafio no tempo, talvez Dylan não estivesse morto... - disse Catelyn, de cabeça baixa.
  -Não interessa. Vamos. Temos que o seguir. - disse Jacob, aceperando o passo.
   A viagem que decorreu a seguir foi feita toda em silêncio. Estavam todos demasiado nervosos para falarem. Harys ia mais à frente e Jacob, Luna e Catelyn iam uns metros atrás. Estavam a passar por umas enconstas montanhosas, com cerca de cinco metros de largura.
   Jacob estava com a consciência pesada por causa do Dylan. De certa maneira, sentia-se culpado pela morte dele. Ao mesmo tempo, não conseguia para de pensar naquilo que o Lorde Skelost lhe tinha dito.  "Jacob Vitallis... Um dos últimos vampiros vivos...". Ele estava sempre à procura de encontrar algum deles, mas via sempre apenas plantas e animais. Nada de vampiros. E se houvessem mais vampiros? Será que ficariam do seu lado ou estariam do lado do Lorde tas Trevas? Jacob não podia fazer nada, a não ser esperar.
   A viagem já estava a tornar-se muito longa. Estavam a caminhar à horas.
   -Ainda falta muito?! - perguntou Jacob.
   -Um bocado. - respondeu Harys.
   De repente, ouviram alguém a gritar "Ataquem!". Olharam para trás e viram três homens a correr na sua direção. Mas não eram homens normais. Tinham, da cintura para cima, um corpo humano, mas, da cintura para baixo, um corpo de cavalo. Centauros. Estavam armados com arcos e flechas, que apontavam na direção deles.
   -Centauros! - gritou Harys, lançando um raio na direção deles. Este falhou, acertando numa rocha.
   Um dos centauros atirou uma flecha, que caiu ao lado deles. Segundos depois, a flecha explodiu, fazendo-os desmaiar.

P.O.V. Theon

   A viagem até às High Mountains foi agradável. Caía pouca neve, mas era linda e voava com o vento, lentamente, como penas.
   -Lorde Theon, a partir daqui, teremos de usar cavalos treinados que escalem as montanhas. - disse Sor Raymund Vyman, o seu escudeiro. Era um homem com cerca de cinquenta anos. Tinha cabelos negros, com algumas madeixas brancas, e os seus olhos eram azuis como o mar. - Há ali uma estalagem. Será melhor comermos algo e arranjarmos a nossa montada.
  -Com certeza. - concordou Theon. Theon era um homem com vinte e quatro anos, herdeiro da Fortaleza Cinzenta, o castelo real da cidade de St. Victorian. Ele era alto e tinha cabelos negros, típicos da família Dayne.
   A estalagem estava repleta de gente. Haviam homens a gritar e a beber loucamente. Mulheres a servir às mesas, sendo constantemente apalpadas por homens bêbados. Theon colocou o seu capuz. Não queria que ninguém o reconhecesse. O que pensariam dele se soubessem que ele visitara um lugar daqueles?
   Sor Raymund foi até ao senhor que estava num dos balcões. Disse algumas palavras, que Theon não conseguiu ouvir devido ao intenso barulho dos homens.
   Sor Raymund chamou-o ao balcão.
   -Meu lorde, este senhor oferecer-nos-á três "cavalos da montanha". É como eles chamam às montadas nesta região. - disse Sor Raymund, com o seu sorriso habitual, que ia quase de orelha a orelha.
  -Três?! Mas nós somos apenas dois. - disse Theon, indignado.
   -Meu lorde, se me permites, gostaria de enviar a minha filha, Janna Castle. - disse o homem do balcão.
   Foi então, que apareceu uma rapariga, vinda da cozinha. Era linda. Tinha cabelos longos e castanhos e olhos verdes como folhas. Parecia ter cerca de vinte anos. Janna Castle, pensou Theon, uma bastarda. Em Marble, todos que possuiam o apelido Castle, eram bastardos.
   -Ela é uma excelente guia. Já viajou centenas de vezes pelas High Mountains. Ela ajudar-vos-á, com toda a certeza. - disse o homem.
   -Sua alteza, espero que estejas preparado para escalar estas montanhas. Tanto podem ser lindas, como traiçoeirasSerais capaz de as enfrentar? - perguntou Janne.
   -Claro que estou. - disse Theon.
   Despediram-se do homem da estalagem e puseram-se a caminho, pelas montanhas.
   No início, a viagem foi fácil e simples. Mas, cerca de meia hora depois, Theon começou a sentir brisas desagradáveis. Janne tinha razão. Aquelas montanhas eram locais horríveis para se estar. A encosta por onde caminhavam era muito pequena. Tinha cerca de dois metros de largura, e a falésia que estava por baixo estendia-se por mais de cinquenta metros de comprimento. Era morte certa.
   O grupo começou a aproximar-se de uma gruta.
   -Aquela é chamada de Gruta do Diabo. Muitos desaparecem nesta gruta. - disse Janne.
   -Porquê?! - perguntou Theon, tentando parecer corajoso.
   -Ninguém sabe. Talvez sejam os Clãs que habitam estas montanhas. - disse a rapariga, com um sorriso malandro.
   Quando atravessaram a gruta, Theon ficou maravilhado. Foram dar a um vale. As montanhas que o cobriam eram tão altas que quase tocavam nas nuvens. Lá em baixo, o vale era coberto por relva, flores e arbustos. Mais lá ao fundo, Theon observou uma cascata. Era enorme. Parecia ter vinte metros de altura e caía num pequeno lago.
   -Este é o Vale Paraíso. Dizem que foi aqui que nasceram os primeiros Homens. E aquela cascata é conhecida como Lágrimas de Ladrisse. Reza a lenda que Ladrisse era uma bela rapariga que encantava multidões. A rapariga mais bela que Marble já vira. Mas ela usava essa beleza para roubar. Até que um dia, o Deus da Luz castigou-a, dizendo que só a libertava assim que as suas lágrimas inundassem todo o mundo. - explicou Janna, continuando a andar pela encosta.
   Algum tempo depois, chegaram a uma torre. Janna gritou "Abram" e deixaram-os entrar. Acolheram-nos e ofereceram-lhes comida.
   -A partir daqui, teremos que ir a pé. A encosta é muito pequena. - disse Janna.
   Eles continuaram o caminho pelas montanhas, que mais pareciam um inferno gelado. O vento gritava aos seus ouvidos e a neve quase não o deixava  ver o caminho.
   Pouco tempo depois, quando chegaram a uma pequena elevação, Janne parou.
   -Chegámos. - disse ela - Moon Town.
   A cidade era inacreditável. Ficava num pequeno vale, protegido dos nevões, pelas montanhas. As casas e as árvores estavam repletas de neve e gelo. Nas encostas das montanhas que cercavam a cidade, haviam muitas árvores, nuas e cobertas por camadas de neve. As casas eram construídas nas encostas das montanhas , umas por cima das outras. Muitas delas estavam interligadas pelas próprias encostas da montanha mas havia algumas que tinham pontes de madeira a ligá-las a outras casas. Que medo, pensou Theon. Lá no fundo, havia um pequeno castelo, todo feito de pedra. Castelo Solitário, pensou Theon. Tinha uma grande torre e uma pequena ponta que a ligava ao resto da cidade. Deveria ser onde ficava o Lorde Tuwin, Senhor de Moon Town, Lorde do Castelo Solitário e Protetor das High Mountains
   -Vamos. - disse Theon, descendo pela montanha, gelado pelo frio, mas determinado.