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Marcações planetárias 

Se as estrelas chorassem, cairiam lâmpadas do céu? 

Porque eu sempre te pedia o perdão. 

Nossa relação sempre fora conturbada, estúpida e quase egocêntrica em excesso. Afinal, éramos dois estúpidos idiotas, certo? Eu sendo um masoquista ingênuo e você um protótipo de sádico.  

Suas mãos eram suaves para quase tudo o que fazia, mas pareciam abrir uma exceção para contra a minha pele, pois marcavam-na com uma facilidade surpreendente; batiam e batiam, deixando-me vermelho como Marte. E eu não gostava, eu não tinha culpa, eu só chorava e te pedia perdão, embora não fosse certo.  

E você me perdoava.  

E eu sempre pude ver sua boca entortar os sorrisos ao me ver, e isso doía mais do que seus tacos de beisebol contra minhas coxas ou braços. Essas ‘entortadas deixavam minha alma arroxeada como Netuno, isto é, machucada. 

Meus pensamentos ficavam ferventes a cada perdão que eu te pedia, porque talvez isso estivesse errado. E, acredite, estava, mas talvez eu fosse cego de amores por você, ou talvez estúpido e ingênuo demais para ver. 

Assim como abaixo do meu olho esquerdo, há algumas pequenas cicatrizes que você espalhou em meu coração, e elas são branquinhas como as estrelas. E o pior, em si, é que talvez eu esteja me apaixonando por elas. 

Mas eu já não serei mais ingênuo. E suas intensidades já não serão minhas barreira.  

Agora, eu já não implorarei pelo teu perdão, porque és tu que não mereces o meu; não abaixarei minha cabeça perante teus punhos, teus joelhos, cotovelos e objetos; não beijarei teus pés ou falar-te-ei que o amo, porque não mereces o meu amor.  

Eu usarei, de hoje em diante, a adrenalina que sinto bombear meu coração toda vez que vejo-te, como escudo, e me erguerei. Você já não pisará mais sobre mim, porque já não será um problema meu.  

E, infelizmente, eu só percebi isso hoje, deitado nesta cama de hospital. O pior, talvez, seja o fato de que a última coisa da qual me lembro, foi de sentir sua garrafa de vodca contra minha cabeça. 

Mas, hey, adivinhe só, Agust? 

desta vez, eu não te perdoarei.