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História Marcados pelo fogo - Prólogo


Escrita por: Hypnoss_

Notas do Autor


Haôo pessoas. Como vão? Bem, acostumem-se d'agora, eu sempre converso nas notas finais. Inclusive, tenho que falar um pouco sobre o sistema ABO, o que é importante para a fic, então, leiam pf.

Capítulo 1 - Prólogo


Por: Naruto

Acordei e me espreguicei como costumeiramente fazia toda manhã de domingo. Sentia o Sol bater forte em meu rosto e me remexi na cama sem vontade de levantar. Ouvi rodas duma carruagem reclamarem contra o solo de terra batida em frente a meu quarto e aproveitei por dois segundos antes de minha mãe entrar e falar aos quatro ventos para eu me levantar antes que criasse raízes na cama.

Sempre exagerada. Sentei-me na cama e cocei os olhos murmurando algumas reclamações — ainda tinha juízo suficiente para não respondê-la em voz alta. Eu me vestia quando ouvi, mais uma vez, Kushina chamar:

— Vamos logo, Naruto! Acha que tem o dia todo para dormir, garoto?! — Ela era provavelmente a pessoa mais destoante do lugar: um furacão ruivo numa planície calma.

— Calma, mãe, ainda é cedo! — Falei me arrastando até a cozinha. Estava faminto e, por tal, vasculhei o cômodo em busca de algo para comer.

Achei uma maçã num vaso e a mordi enquanto a via pôr chá em duas xícaras e as botar sobre a mesa da sala junto a pão doce. — Entenda, nunca é cedo demais! — Ela falou após isso. — Agora termine logo de comer e vamos…

Minato tinha saído antes de nós, pois ele era o chefe do Conselho da vila e hoje haveria reunião pela manhã.

Tomei o chá com pão doce rápido e saímos juntos. A rua estava movimentada e muitas carroças estavam passando, inclusive muitas que eu não conhecia. Kiba, um garoto moreno de cabelos castanhos chegou perto enquanto eu seguia Kushina em direção à plantação.

— Sabe de onde vem todo esse movimento? — Perguntei a ele.

— Dizem que o Exército Novo invadiu mais uma vila… Acho que estão indo em direção a capital.

Eu sabia que o Império estava em guerra. Ao leste da vila, muito ao leste, alguns clãs antigos e influentes tinham se juntado contra o Imperador e se autodenominado Império Novo, declarando guerra em seguida. Desde que isso ocorrera vez ou outra o movimento aumentava naquela aldeia pacata do interior graças a refugiados da guerra.

Havia algo entre três e quatro meses que um garoto ruivo simpático chamado Gaara tinha parado numa estalagem no centro da vila e traouxera as primeiras notícias da guerra. Pouco depois fora embora e, eventualmente, a estrada ficava movimentada sempre em direção ao centro do país.

Tinha conversado com meu pai sobre aquilo e ele, com toda aquela calma que falta a mim e a Kushina, dissera que jamais se interessariam por um lugar tão pacato quanto nossa vila e que devíamos seguir nossas vidas, mesmo quando a cidade ficava abarrotada de pessoas fugidas.

Eu notara que sempre traziam consigo cheiro de fuligem e fumaça que inebriava o ar puro da vila, mas evitava comentar, pois o humor daquele povo que chegava e saía num espaço de poucos dias já era pesado demais.

Tentei ignorar o lamentar das rodas das carroças e carruagens, que pareciam ranger como as crianças choravam em seu interior, enquanto saía da rua central da vila seguindo minha mãe por alguns caminhos mais estreitos até a plantação que ficava um pouco mais afastada.

O trigal dourado e cintilante era pouco a pouco colhido por muitos ômegas e betas — que costumavam, em sua maioria, cuidar das plantações. O início do campo era elevado em relação ao resto e daquele pequeno morro pude respirar fundo e apreciar a vista. O vento afagava fastuoso o topo áureo dos pés de trigo e mais ao longe os alagados onde se plantava arroz.

Mais um dia eu estava naquele mesmo lugarejo e podia lembrar todo aquele vale ainda verde. Apreciei a sensação até ouvir minha mãe gritar:

— Olha a foice!

Desviei-me desajeitadamente saindo do caminho da foice que, jogada com força, encravou-se na terra. — Quer me matar? — Falei com um quase guincho.

— Não, mas se você vai ficar aí parado feito um Dois de Paus não é má ideia!

— Já vai, já vai! — Disse rendido tirando a ferramenta do chão, o que não fora tão fácil quanto deveria, pois de algum modo ela tinha entrado fundo na terra.

Comecei a colher junto a Kiba e alguns outros. O tempo passou rápido em meio a risos e o trabalho. Quando menos esperava, já era meio-dia. Largamos as foices encostadas numa árvore qualquer. Limpei o suor que insistia em tentar pingar da minha testa, posto que, além do calor da atividade, o clima estava ensolarado provocando um mormaço.

Tomamos rumo ao velho pé de flamboyant que possuía, sob sua frondosa copa, várias mesas onde eram servidas as refeições àqueles que trabalhavam no trigal. Arroz e peixe foram servidos de almoço e mais tempo se passava enquanto comíamos.

As conversas fluíam calmas, mas um mau pressentimento estava me afligindo desde que passara pela rua principal, como se algo estivesse errado. Ninguém parecia partilhar dessa opinião então preferi mantê-la para mim até Kiba perguntar o porquê de eu ter deixado da comida no vaso em que fora servida. Eu não costumava ter fastio e respondi sincero e sem muito ânimo olhando ainda para dentro do recipiente em que estava o arroz:

— Acho que só estou deprimido com tantas pessoas refugiadas…

— Não é culpa nossa, Naruto…

— Eu sei que tem a ver com o povo do Leste, mas… — Falei olhando para baixo. — Também não consigo tirar Gaara da cabeça. Ele estava indo para a capital, não estava?

— Tira isso da cabeça, vai… — Falou com um sorriso simpático batendo em meu braço de leve. — Não temos o que fazer.

— Será que longe daqui é bom? — Perguntei tirando os olhos do chão e dessa vez mirando o horizonte. — O movimento da capital e toda aquela rapidez com que as coisas acontecem. Papai falou que a corte é bonita…

— Prefiro ficar longe… — Respondeu negando. — Essas pessoas que passam para lá parecem completamente loucas. Não faz meu gênero um lugar como aquele.

— Fico imaginando o porquê de toda essa destruição se a guerra é só contra o Imperador…

— “Homens são os piores animais”. — Ele respondeu e tive de concordar com a opinião do beta.

Por: Sasuke

Eu estava sentado tranquilamente analisando um mapa numa liteira fechada em todos os lados por seda branca e coberta por madeira de ébano trabalhada com detalhes dourados enquanto o exército marchava. Tínhamos acabado de sair de outra vila a que o ataque fora, mais uma vez, sem os resultados esperados. Aparentemente eles queimavam os suprimentos quando viam o Exército Novo e logo, se não tivessem os resultados necessários, teriam de acampar em algum lugarejo próximo.

Senti a marcha constante dos dois homens que me carregavam parar e meu corpo descer junto a liteira até que esta se encostasse ao chão. Devia ser alguma mensagem importante e, por tal, abri a cortina que me separava do exterior deixando emanar meu cheiro pelo ar num tom ameaçador pelo incômodo.

Vi o homem, que estava ajoelhado com o pergaminho, tremer e liberar também sua fragrância pelo ar de forma involuntária. Sorri de canto de forma sádica e satisfeita. Estendi a mão até seu queixo e o forcei a olhar-me:

— O que um ômega faz no meu regimento?

— Vim entregar uma mensagem, senhor. — Falou com a voz trêmula depois de engolir em seco.

Dei um tapa em seu rosto quando ele terminou.

— Quem permitiu a você a palavra, soldado? — Perguntei ainda mais satisfeito com a situação. — Permissão para falar concedida, agora.

— Nin…. Ninguém, General… Per… Perdão! — Ele falou com a mesma tremulação e insegurança na voz.

— Não quero ouvir suas desculpas, soldado. Considere-me misericordioso por aceitá-las, apenas. Agora faça seu trabalho!

Ele estendeu a mão com o pergaminho e eu arranquei de sua mão e levantei-o pelo queixo. — Volte a quem mandou isto e avise que da próxima vez que ele quiser me enviar uma mensagem que mande um alfa.

Contive meu cheiro e pouco a pouco o ar levou-o enquanto o ômega prestava continência e saia marchando mais rápido que os outros a fim de levar a mensagem. Abri o pergaminho:

“Venha a minha tenda quando o regimento montar acampamento. Precisamos organizar o próximo passo do exército.

General de Alta Cúpula Uchiha Itachi”

A noite já estava caindo e eu voltei à liteira para as poucas horas de marcha restante estudando ainda mais atentamente o mapa. Não havia nenhum lugar perto o suficiente que pudesse sustentar toda a brigada de Itachi… Talvez a vila mais próxima, que tinha como líder um homem chamado Uzumaki Minato, pudesse sustentar o meu regimento por um tempo, mas duvidava que aquela pequena vila pudesse aguentar toda a brigada.

Entretanto, se seguissem direto até a cidade mais próxima e grande o suficiente para recebê-los passariam fome antes de chegar… Quando o exército parou a marcha e começou a montar o acampamento eu ainda não tinha achado uma solução, mas segui as ordens de Itachi.

Eu entrei em sua tenda e um cheiro forte demais infestava todo o recinto. Eu rosnei para ele que prestava atenção em qualquer coisa fora da tenda e resmunguei para o próprio:

— Se continuar passando assim seus cios vai acabar morrendo de vontade ou causando algum acidente durante um ataque, Itachi…

— Simpático como só você sabe ser, Sasuke. — Ironizou se virando para mim e ficando apoiado numa mesa cheia de papeis.

— Onde estão os outros dois?

— Não os chamei…

— Por quê?

— O assunto a ser tratado é entre nós. Seu regimento, amanhã, se separará da brigada.

— Para onde devo ir? — Perguntei descrente. Ele quer me expulsar do exército?! Canalha!

— Você vai para a vila mais próxima, é pequena mais vai sustentar os seus homens. Eles são mais numerosos que o resto, se continuarem conosco passaremos fome antes de chegar num lugar grande…

— Depois de saquear a vila, o que faço?

— Monte acampamento e espere minhas ordens…

— Você só pode estar brincando, Itachi, eu não vou!

— Estou fazendo do jeito gentil, Sasuke. Estou pedindo para ir com seu regimento, tomar aquela vila e esperar!

— E eu estou dizendo que recuso o pedido.

Ele se endireitou e pegou uma insígnia dourada na mesa. — Eu sou seu General e Supervisor, portanto, você vai querendo ou não! Caso contrário será preso e perderá seu posto e honras!

Retesei o rosto desgostoso com aquilo que tinha ouvido. — Você sabe me convencer, não é…?

— Claro! — Sorriu cínico.

— Desejo, General, que o senhor acabe seu cio montado na ou no ômega mais podre do exército. — Falei irritado. — Assumirei a frente do regimento amanhã e nos separaremos na entrada três milhas a frente.

— Obrigado pelo seu desejo… — Disse ainda cinicamente. Seu período havia apenas começado, logo não teria tanto controle de suas ações. — Agora pode ir…

— Boa noite e passar bem, General. — Falei carregado de ressentimento, prestei continência e saí da tenda. Ele está me expulsando da coluna principal!

Na porta da tenda estava um escudeiro e ordenei antes de seguir:

— Eu quero Breu no meu regimento amanhã cedo, selado e alimentado!

Breu era o cavalo que eu gostava de usar para ataques noturnos. O homem saiu de perto e vi outros fazendo o mesmo, deduzi que devia estar exalando uma quantidade enorme de cheiro por causa de minha raiva e frustração e, provavelmente, esse também era extremamente ameaçador para quem passava por perto.

Aquela vila iria sofrer por algo que ela não tinha culpa. Mais do que cumprir ordens eu queria descarregar minha frustração em algo e seria lá que eu faria.


Notas Finais


P.S.: Os capítulos são maiores (Um pouco), esse foi um prólogo.
Bem, gente, o meu sistema ABO é "biológico", então, nada de "presença"/"magia", cada indivíduo dispõe de um cheiro. Alfas e Ômegas possuem cheiros mais fortes que os identificam e Betas tem um cheiro mais fraco e também reconhecível. O cio é mensal para os ômegas e bimestral para os alfas.
Alguns detalhes:
O cheiro é liberado de acordo com a vontade da pessoa, então se alguém quiser esconder seu cheiro é possível, exceto em situações de estresse, de sentimentos extremo ou cio.
O cheiro de muitos ômegas no cio num mesmo lugar pode deixar os Alfas confusos.
Cheiros de alfas podem deixar o ômega excitados ou apavorados.
A marca funciona com mordida no pescoço e em cópulas de muito prazer a vontade do alfa de marcar o ômega é, quase, irresistível
Morte por marca: Na ausência do toque do parceiro durante um período muito longo (entre quatro e cinco semanas) o outro definha até a morte por trombose (Tem uma explicação biológica por traz, mas acho bem chato botar isso).
No geral é isso meus queridos. Socialmente a posição de cada um será explicado durante a fic.
Beijinhos, babys


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