Por: Naruto
Quase uma hora depois que ele saíra ouvi uma discussão vinda do corredor e o sotaque arrastado e mais pesado denunciara a presença de Deidara. O som de metal arranhando contra outro metal das lâminas dos guardas sendo descruzadas arrepiou os pelos de meu corpo e logo depois as portas brancas foram abertas.
Eu estava sentado em posição de meditação e abri um dos olhos para encarar o loiro de cabelos longos que se movia faustosamente. Logo depois o segundo olho acompanhou e, após isso, todo meu corpo enquanto me levantava.
— Pensei que só o General tivesse a permissão de entrar aqui…
— Quem disse que eu tenho?
— Ele deve adorar seu comportamento…
— Como a três macacos num galho.
— Oi?
— Nunca ouviu essa expressão? Ora, ignore. Quis dizer que ele não gosta nem um pouco.
— Afinal, o que quer comigo?
— Quero que me siga, e agora, de preferência…
— Por que o faria? — Inquiri com firmeza.
— Normalmente as pessoas não gostam de ficar presas em quarto, mas se insiste, posso ir embora.
Encolhi os ombros e aceitei minhas condições. Ele falou algo sobre ficar perto e os dois guardas trocaram algumas palavras em outra língua que foram rapidamente suprimidas por Deidara com uma ameaça que também não fazia sentido (talvez fosse outra expressão).
Por: Sasori
Aquele cabeça-de-vento ainda me mataria, não achava uma boa ideia e também fingiria não participar daquilo até que o último de meus dedos fosse arrancado. A sala de reuniões com uma grande mesa estava lúgubre enquanto o General lia algo. Uma breve reverência foi seguida de uma rude ordem:
— Fale logo o que tem para falar e saia!
— Alguém esteve no quarto isolado.
— Quem? — Ele virou-se irado e caiu numa morbidez quando começou a massagear a face com as mãos. — E que diabos aconteceu com os guardas?
— Foram encontrados com hematomas em seus peitos, como chutes e seu ômega…
— Não preciso de más notícias agora, então suponho que tenha algo terrível a contar. Prossiga!
— Suspeito de sequestro, não há sangue em nenhum lugar…
— Incompetentes! Todos num raio de sessenta quilômetros parecem completamente incompetentes! Gostaria que isso incluísse esse cretino! — Comentou olhando para a carta e a rasgou. — Acho que posso ignorá-lo por enquanto, quem sabe ele não goste?
— Perdão, mas…
— Não, você não precisa nem pode saber o que é Sasori. — Cortou-me. — Quero três grupos de busca na região, eu serei o quarto.
— Entendido… — Virei-me ainda mais certo que Deidara estava completamente louco.
Por: Deidara
Era noite quando chegamos ao local e o garoto estava calmo. Testar a calma do general não era a real dificuldade, bastava provar que seria incapaz de machucar o outro, o que realmente me preocupava é que ele seria completamente capaz de me machucar. “Bem, lidarei com isso quando for a hora…” pensara.
Os pequenos suprimentos de comida escondida sob uma pedra eram não mais que o suficiente para dois dias, ele não demoraria mais que isso para achar o cheiro do ômega uma vez que não havíamos nos afastado muito.
Uma pequena barraca de pano estava armada e ele ainda estava desentendido sobre o que estava ocorrendo exatamente. Ele sentou-se perto de mim numa pequena doca de madeira com uma canoa que sobrara sem ser queimada ou levada por destroços da pequena batalha.
— De onde exatamente vocês são?
— Viemos do extremo Leste, Sasuke é do vale de Schkae e eu das regiões montanhas de Dente de Dragão. A maior parte de nossos homens sequer falava o Mipán (idioma local) como primeira língua. Se o que quer saber é por que sua vila, bem, nada pessoal, mas vocês são aliados do Rei de Pántian e produtores de trigos, além disso, nosso exército estava perto de passar fome e sua posição foi crucial…
— Tudo não passa de estratégias de guerra na cabeça de vocês, não é? — Disse turvando a agua corrente ao balançar os pés. — Do mesmo jeito que seu general me marcar foi um desperdício. Um menino do campo? Poderiam casá-lo com uma nobre, seria algo mais firme…
— Talvez seja exatamente assim que o irmão dele pense, mas, acredite se quiser, o Sasuke é como uma cópia mal feita do irmão, ele gostaria de ser pedra, mas não é...
— “Pedra”? — Perguntei confuso.
— Acho que vocês usam outra palavra pra isso… É como “sem sentimentos”.
— Ah, usamos “frio”.
— “Gostaria de ser frio”?
— Exatamente.
— Definitivamente estranho, mas sim, é isso.
— Pode não ser, mas não parece ser um problema o parecer bastante quando fala comigo…
— Ele se sente como se estivesse acima de você, eis o problema.
— Isso não é um problema, é mais como uma verdade trágica. — Falei esboçando um sorriso tristonho.
— Não, é um problema com o qual estou lidando agora mesmo. — Disse com um sorriso e me recostei sobre meus braços.
— E posso saber como estaria fazendo isso? — Disse descrente.
— Ah, claro, sequestrando-o… Ou vocês acha que estamos num passeio pelo campo? — O ouvi murmurar “mais essa” enquanto o ignorava e continuava a falar. — Enfim, não se preocupe, está seguro comigo.
— Você não parece alguém que inspire segurança, sabe disso, não é?
— Acredite em mim, ou fuja… — Apontei para uma direção. — Para lá achará uma estrada. Seguindo eventualmente acabará na capital, mas lembre que todos que ama estão na vila e que… Sei onde estão seus pais e não sei para que serviriam vivos sem você…
— Cada um mais calculista que o outro.
— Não se engane, loirinho. — Respondi. — O Sasuke jamais será como eu, mas eu jamais serei como G. Itachi… Dê-se por sortudo que nós termos chegado nessa vila, ou provavelmente seu destino seria bem pior…
Ele bufou. — Agora vamos comer algo. — Me levantei. — Espero que coma carne…
Por: Sasuke
— O que você sabe e ainda não me contou, Tenente? — Parei Sasori no meio do corredor quando não achei Deidara no forte. — Não adianta fingir que não sabe, sei que tem dedo de sua ômega loira e imbecil nisso!
— Quem? — Olhou ainda assustado com minha aparição repentina.
— Deidara, seu inútil!
— Ele faz parte de um dos grupos de busca, General… Há quase meia hora que saíram. — Disse e arrastou os olhos impaciente.
— Maneire seus gestos. — Disse respirando fundo e impaciente. — E acho melhor você contar, porque se eu achar um dedo dele nisso e você não me contar, Tenente, não gostará do resultado!
— Já disse o que tinha de ser dito. — Respondeu honroso.
— Me poupe, Tenente! A merda do cheiro de vodca dele é mais velho que meia é mais velho que meia hora em todos os lugares, e “lugares” inclui seus corpo!
— Deveria maneirar nas suas ins…
— Não estou insinuando coisa algum, estou afirmando. — Respondi me recostando na parede. — Já está pronto para dizer onde sua ômega está?
— Ele é um alfa…
— Bom para ele!
— Se quer saber, o grupo de busca dele saiu para o Sul, acho que sobrou o leste para você…
— Vou para o Sul.
— Mas General…
— Estou cansado de seu teatro, Sasori. — Falei e virei às costas para o ruivo.
Topei com uma mesa e, ao invés de seguir, chutei a perna da mesma tão forte que se desmontou fazendo com que alguns vasos de porcelana se quebrassem no chão.
— Limpe isto! — Ordenei sem me virar novamente para ele.
A carta me deixava nervoso, a ausência do cheiro dele me deixava nervoso, Deidara me deixava nervoso. Ah, se ele tiver dedo nisto vai se arrepender como nunca antes…
A porta do forte que dava para o Sul era simples e de madeira. Guardas bateram continência enquanto passava com expressão de poucos amigos. Breu (cavalo dele) me esperava como a noite. Solícito e quieto, lúgubre e formal. Não havia sinal algum do cheiro do ômega do lado de fora do forte e amaldiçoei Deidara mesmo sem saber ao certo que fora ele.
(Leiam as notas do autor, é importante).
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