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História Marcados pelo fogo - Cheiro de Sangue


Escrita por: Hypnoss_

Notas do Autor


Pois é... Desisto de dar explicações. Só saibam que meu ano tá mais corrido que os cem metros rasos das olimpíadas kkkk.

Capítulo 11 - Cheiro de Sangue


Por: Deidara

            A aurora chegara demasiado rápido para meu gosto, e não vi sinal de nenhum dos batedores do exército. Sasuke devia ter procurado por toda a noite a nós e nada do outro… Era bom que se apressasse ou a carta que me mandou e o traço que planejamos seriam completamente inúteis.

            Sentei-me perto da fogueira que morria em suas últimas brasas e joguei terra sobre ela com as mãos. A voz sorrateira e acanhada do meu acompanhante repercutiu quando o fiz:

— Sempre fico pensativo quando vejo fogo morrer, sabia? — Falou e eu tive de procurá-lo com a cabeça até o achar sentado numa pedra plana quase um metro e meio acima. Ela ficava perto da doca, por conseguinte, perto do acampamento e ele parecia tomar sol, pois estava recolocando a camisa quando o olhei.

— E por quê? — Não estava realmente a fim de criar conversa com ele, mas seus comentários poderiam ser interessantes ou, ao menos, me manteriam distraídos por um tempo.

— Me lembra dum coração deixando de pulsar; a cada brisa ele ganha um vermelho vívido, mas no intervalo disso fica quase cinza, como se o sangue começasse a coagular. Acho que esse pensamento faz ainda mais sentido para você, um guerreiro.

— Quando se luta, aprende-se a valorizar menos a vida alheia e mais a sua.

Ele suspirou e refletiu. — Acho que nunca seria capaz de entender sua linha de raciocínio. Valorizar a sua ou a alheia não é o ponto da reflexão, mas sim a fugacidade. Se eu cravar algo em seu coração, quanto tempo deve levar para morrer? E em quanto tempo seu sangue coagularia? Mesmo, quanto tempo seu corpo levaria antes de perder toda carne?

— Isso é mórbido até para mim.

— É o tipo de coisa que se pensa quando se passa muito tempo preso num quarto escuro. Falou que sabia onde estavam meus pais. Conte mais.

            — Minato é o líder do conselho, ou era, pelo menos; Kushina cuidava do estoque da vila como um todo. São duas pessoas cruciais, Sasuke jamais tiraria os olhos deles.

— Disse-me que não sabiam onde estavam.

— Tem medo de perdê-lo…

— Quem?

— Exatamente. Essa é a pergunta que você precisa responder…

Deitei-me na grama e olhei para as nuvens frondosas no céu. Estava escuro e parecia que uma garoa se aproximava. Olhei mais uma vez para o sul e esperei uma resposta, mas ela não veio dele, que pareceu estar consternado com os meus dizeres, mas duma brisa fria, que arrepiara os pelos da nuca e trouxera pensamentos indecentes sobre o Sasori que rapidamente foram reprimidos.

Quase dormi novamente deitado na grama enquanto ouvia galopes. E depois disso, cerca de uma hora depois, começou a poder se ver a trilha de poeira que se levantava da estrada por onde o Exército Novo passava. Era ele que havia me mandado a carta e logo estaria ali, mas alguém não gostaria nada do novo integrante da “corte aldeã”.

Por: Itachi

            O balanço da liteira sempre fora nauseante para mim e me incomodava muito que em viagens sem um fim de batalha fosse de extrema baixeza um governante cavalgar. Cavalos sempre foram mais confortáveis para mim. Sentia cada pequena colina como se meu exército andasse sobre um mar furioso e as ondas me fizessem ir de cima a baixo. Diferente, entretanto, do que induziria este pensamento, adorava navegar.

            Estávamos quase chegando, segundo meus batedores em menos de uma hora estaríamos no ponto de parada, perto do rio, junto ao troféu louro que almejava. Tive duas ou três vezes a vontade de vomitar, se tivesse comido, provavelmente a vontade teria se concretizado. Quando senti a liteira parar e se apoiar no chão esperei algum tempo até que eu me recompusesse. Ao sair senti minhas pernas ainda bambas enquanto o rio cruzava indiferente a planície. Sentei-me perto deste para esperar Deidara, que já tinha avistado de longe.

            — Será uma bela surpresa para meu irmãozinho… — Comentei comigo mesmo em tom calmo e sádico.

Por: Naruto

            Antes de Deidara me dizer, enquanto ainda andávamos em direção ao regimento, soube que o homem vestido em carmesim era o tal Itachi. O cheiro de sangue que ele emanava era no mínimo desconfortável; de fato seu cheiro combinava com sua personalidade se ele era tudo aquilo que haviam me dito, acontece que eu resolvera desconfiar de todos e até que ele se provasse ruim para mim não o julgaria assim por certo.

            Minha marca doeu um pouco e ouvi Deidara comentar:

— Acho que sabe que ele é o irmão de seu alfa…

            — Agora sim “sequestro” me parece uma palavra decente para a ocasião. — Sorri irônico.

— Seu humor é misteriosamente bom. — Falou rindo de mesmo modo.

Atravessamos por um pequeno aglomerado de pedras onde o rio, já fastidioso por natureza, se arrastava ainda mais lentamente. O General se levantou calmamente e parecia pálido, mais que o irmão, e por um momento pensei ler nele uma nota de enjoo.

— Então este é o famoso Naruto…

Ele se inclinou em minha direção fazendo assim uma breve reverência. Enquanto isso Deidara fincou os dois pés no chão firmemente e bateu continência pronunciando um breve e bruto “General”, que foi respondido com um simples “Dispensado”.

— Então, Naru, si vous me le permettez, pode me acompanhar?

Decidi que sair da companhia de um para o outro era como deixar de ser cozido para ser frito… Isto é, no fim não faria grande diferença, então aceitei o braço que ele me havia estendido. Parecia muito gentil, ao menos.

— Claro, General.

— Soube que anda preso num quarto durante todo o dia… Não acha que devíamos pôr fim a isso, Naruto?

— É uma situação bastante incômoda de fato.

— A questão é: não dê importância para as criancices de meu irmão, posso dar um jeito nisso.

— Longe de mim o dizer…

Pegou um anel de aço de dentro da roupa, mostrou-me, e jogou na água em ações seguidas, fluídas e sem interromper o passo. Depois me fitou profundamente com um olhar sincero. — Aquilo era a formalidade. Não quero que seja meu prisioneiro, o convidei como amigo.

— Desculpe, General, mas não é uma palavra fácil de se aceitar.

— E eu concordo com você, afinal, meu Exército invadiu sua vila. — Ele continuava andando e eu atrás dele. — Acho que precisarei provar que não sou um inimigo, correto?

Tentei analisar seus gestos, mas não achei nele expressão de falsidade. Àquela altura, estávamos próximos a uma liteira e ele desvencilhara-se de meu braço para me oferecer a mão em ajuda para subir nesta. Aceitei a mão e retruquei num gesto conjugado:

— Precisará sim, e não sou alguém muito fácil de convencer-se.

Ele sorriu discretamente como se achasse graça em algo no fundo de sua mente, mas não externou a piada.

— Pois começarei por libertá-lo. Ninguém mais vai prendê-lo e tem minha palavra disso. — Ele me acompanhou dentro da liteira e senti-a subir e começar o seu caminhar bambo.

— Acho, então, que me resta agradecer e dizer que espero uma amizade vindoura.

— Que esta cresça como um trigal. — Disse levantando a mão, como se fosse um gesto que eu deveria conhecer – mas não conhecia – e completou com um tom meio baixo. — e que do trigo se faça pão.

Não sabia se devia significar algo. Ouvi-los falando minha língua às vezes me fazia pensar se aquilo ainda era Mipán, pois, por vezes, tinha simplesmente de parar e pensar profundamente no que eles queriam dizer com uma palavra específica.

Por: Sasuke

Retesei por completo quando, do lombo de Breu, pude fitar a primeira tremulante com o rubro e o negro. O javali morto com muitos corte e sangue que anunciava o Primeiro Regimento anunciava também a presença de Itachi.

Como que lendo meus sentimentos Breu também retesou e brevemente relinchou; tudo se ligara ao meu pensamento. Ele corria perigo e o outro estava mais seguro que nunca… Ignorando todos os meus instintos de autopreservação e toda a repulsa que sentia por meu irmão direcionei para a fileira que estaria, no máximo, a quinze minutos se corresse. Murmurei algumas palavras de incentivo para meu cavalo e o pus a cavalgar.

Tinha medo do General e tinha ainda mais medo do que sua mente sombria planejava… Alguém o avisara, não seria coincidência do destino que ele visitasse aquela vila. Itachi odiava cidades pequenas e também não era a pessoa mais fraternal que existia, isto é, não era como se ele realmente quisesse fazer uma visita amorosa a mim.


Notas Finais


Nota: o “si vous me le permettez” do Itachi (Em pt.: “Se você o permite a mim”) era, na verdade, “Êek tehvi kástu a may…”, ou seja, ele falou em kãaki, como ela era considerada uma língua muito fluida e delicada eu optei por usar o francês em seu lugar para ajudar, também, na fluidez do texto.
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