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História Marcados pelo fogo - Se fora meu, já não o é


Escrita por: Hypnoss_

Notas do Autor


Prefiro explicar lá embaixo. Beijinhos

Capítulo 12 - Se fora meu, já não o é


Por: Itachi

            Um silêncio mortal pairava dentro da liteira, como se o ar tivesse consistência de pedra e as respirações fossem breves sopros sobre uma mesa poeirenta, isto é, agitavam o que há muito estava parado, mas a poeira que dançava pelo ar quando se o fazia eram melancólicas e quase fúnebres.

Seus olhos azuis eram inquietos e procurava em tudo algo, no meu rosto, nas minhas roupas, no bordado das cortinas que fechavam a liteira, no tecido das almofadas, mas, quanto mais seu procurar desenfreado seguia, mais parecia se sentir confuso e desnorteado.

Aquele ômega, cuja frase (“não sou alguém muito fácil de convencer-se”) me causava riso, era digno de pena naquele estado, entretanto era só mais um empecilho que precisava ser retirado. Eu sinceramente compadecia-me de sua situação, Sasuke gostava de arranjar problemas para os outros, ele parecia um bom garoto e poderia ser de um bom campônio depois do exército novo retirar-se, mas graças ao inconsequente ele tinha entrado num jogo muito maior do que podia compreender.

Ele não era nada dentro do reino: filho dum chefe de vila. Meu irmão não poderia ficar com ele, independente de quão gostasse, para minha sorte, ao invés de cativar o ômega ele tinha o destratado. Seria fácil convencê-lo depois de tão fragilizado.

Fui tirado de minhas divagações pelo som de continências sendo batidas e o som de duas lâminas retinindo. Um alto som veio dos guardas que circundavam a liteira enquanto a marcha parava repentinamente:

Fá dáh’sy mê gi! Jô lia nê, fên Itachiw…

Um retumbar que dizia “Você sabe com quem está falando?” naquela voz me fez abrir a cortina e levantar da liteira falando tão repentinamente quanto a marcha parara:

— Não, ele não sabe, Sasuke… — Ele me fulminou com o olhar enquanto eu sorria em sua direção. — E creio que também não saiba o que ele falou… Foram ordens minhas que ninguém entrasse… Kolônas, py íws nê gi dassé…

Os guardas abaixaram as lanças e bateram continência. — Mais calmo agora, irmãozinho?

— Não seja cínico. Meu assunto com o Senhor General é simples: está com algo que é meu. Devolva e vá embora.

— É melhor medir seus modos… — Respondi o analisando de cima a baixo. — Você parece bem cômico daqui. Tão irritado… De qualquer forma, não tenho nada que possa lhe pertencer: vá embora você, mas eu estou indo àquele forte no centro desta vila, que, diga-se de passagem, é meu por direito. Ou devo lhe lembrar de que você é meu subordinado, General?

— Você carr…

— Calado, General! Isso é uma ordem e estará sujeita à punição. — Falei calmamente. — Pessoas não pertencem a ninguém, General, e agora pode voltar à vila. Eu quero você a postos quando minha comitiva chegar…

Obrigado, Sasuke, não poderia deixar minha tarefa mais fácil… Pensei ao ouvir um agradecimento sucinto do loiro. Ele deu as costas e saiu enfurecido atravessando a coluna. Senti que definitivamente adoraria aquela estadia na vila.

Por: Sasuke

Queria com todas as minhas forças fugir de tudo, inclusive do mundo e da vida. Agarrei meus cabelos com força hercúlea e só parei ao sentir uma dor quase lancinante emergir do couro. Breu se conduzia como que conhecesse o caminho sem auxílio para o centro da vila e eu tentava não esporeá-lo para descontar minha raiva, embora por vezes isso acontecesse.

Enquanto ia a frente, em função de chegar à vila antes dele, a marcha da coluna prosseguia fastiosa e impenetrável. O ritmo articulado e moroso de pés batendo na terra em simultâneo, o cheiro das gramíneas pisoteadas preenchendo o ar havia pouco puro e o costumeiro odor de fuligem que acompanhava o exército negro me traziam más lembranças. Naquele dia fora eu quem comandava a fileira cidade adentro, agora é ele quem comanda. Naquele dia fora eu quem tomara o ômega, agora é ele quem toma.

Engenhoso, decrépito e inescrupuloso. Não possuía qualquer noção do que era moral e tomava o que queria para si à força ou não, se voltara para a vila é porque tinha alguma novidade. Qual novidade era o que me preocupava, mas eu preferia fingir-me de desentendido.

Quando passei pelo pequeno pórtico que havia numa das estradas de entrada. Uma placa jazia ali, dependurada nele e na qual se lia em letras garrafais “N’ÊSôna dên vés”. Nunca tinha reparado que a vila se chamava Sôna. Mas o que me interessou ali fora o loiro de cabelos longos encostado tranquilamente. — O Sasori me contou do seu show, General. O que houve?

— Não se faça de desentendido, Deidara… Você sabe o que há melhor que eu!

Parei o cavalo quase sobre ele de modo que Breu bufou e, com tal ato, soprou ar quente em seu rosto. Ele limpou a face com a mão e afastou o focinho do cavalo de si. Embora se controlasse mais que Gaara ele parecia querer rir e ia falar alguma coisa, mas o cortei antes:

— Não vai me convencer que o ômega que conseguiu chutar tão forte aqueles guardas.

— Sasori me falou que os hematomas foram no peito, poderia ter sido a murros, General.

Olhei-o com o canto dos olhos. — Claro, foi também apenas coincidência isso acontecer justamente quando Itachi chegou, não? Você não é tão bom, Deidara. Agradeça aos seus deuses por Itachi estar a caminho e peça a eles também que ele demore aqui.

— Não pode me punir sem provas, General.

— Eu vou achá-las. Quanto a isso, não se preocupe.

— Boa sorte. Uma vez que não tenha feito nada, não há provas a se achar… — Cruzou os braços e suspirou farto.

Esporeei breu e segui para a fortaleza. Ao passar pelo portão com breves palavras ordenei que Sasori recebesse Itachi e fui direto para o quarto. Aquele maldito recinto estava impregnado com o também maldito aroma de limão siciliano inerente ao loiro, com sua voz e sua face. Com seu rosto em silêncio pacífico enquanto meditava e em sorrisos cada vez mais raros quando trocávamos algumas palavras mais longas. Ele era como um sol e aquele lugar parecia mais fúnebre e negro sem sua aura.

Abri, pela primeira vez, as cortinas e janelas, mas ainda assim era como se estivesse mais escuro que o normal. Minha visão também estava borrada, como se houvesse um líquido qualquer a embaçando e eu preferia acreditar que estava chovendo dentro do recinto fechado ao invés de admitir que eu chorava. “Sou Sasuke Uchirra, General do Exército Novo, Príncipe do Novo Império, futuro Senhor do Centro-Sul. Perder um ômega é irrisório”. Mas a chuva dentro do quarto negava-se a cessar.

Olhei para a cama bagunçada, sentei nela e debrucei-me sobre meu próprio corpo com as mãos na cabeça. Solucei e me amaldiçoei. Prendê-lo ali fora a maneira que tinha achado para não permite que fugisse, que deixasse de ser meu, mas tornou-se justamente o que o tirara de mim… “Se fora meu, já não o é”.


Notas Finais


A quem achou que eu tava morto, bem, quase acertaram. hahahaha. Gente, por que ninguém me falou como era o segundo ano antes? Estou literalmente sem tempo de pensar. E minha escola adora inventar projetos que não valem ponto, mas tiram se não fizer --'. Então, eu moro na Bahia, né, estou de recesso agora. Pretendo postar uns dois a quatro cap dentro de quinze dias, talvez.
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