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História Maré - Escolhas


Escrita por: HarmonFH

Notas do Autor


Oii nenens!!

Demorei, mas estou aqui!! 

Hoje faz um ano de Maré <3 Amo muito essa historia e quero muito continua-la, mesmo com esse longo tempo sem postar, não vou desistir dela! Logo, logo postarei mais capítulos. Espero que gostem, comentem e compartilhem com quem vocês acham que gostaria de ler. :D

Qualquer coisa @thffreitas ou @HarmonOT5 <3

Beijinhos de luz!!

Capítulo 10 - Escolhas


Senti meus olhos pesados e dificuldade em abri-los. Fiquei aproximadamente dois minutos, se não mais, tentando fazer esse processo. Não consegui dormir muito bem a noite, acordei várias vezes por ter pesadelos com as cenas que haviam acontecido comigo. Lembrei-me de que não estava em casa, o local estava escuro e o silêncio permanecia. Levantei-me e fui até a janela, abri a cortina que continha um blecaute e constatei que já era dia. Abri a janela e recebi o ar frio de fora, arrepiando meu corpo, apesar do sol brilhando no céu e as poucas nuvens, o clima era gelado. Respirei fundo aquele ar fresco que emanava meu oxigênio. De onde eu estava era possível ver várias arvores e um pequeno deck com churrasqueira e pufes espalhados.

Depois de alguns minutos apreciando a paisagem, segui até o banheiro que havia no cômodo. Olhei-me no espelho querendo morrer, eu estava acabada. Meus olhos inchados de tanto chorar, meu lábio superior cortado e meu nariz extremamente roxo com hematomas. Minha cabeça estava dolorida devido aos puxões de cabelo que Ralf me deu. Soltei o ar de meus pulmões exausta.

Após fazer minha higiene matinal, resolvi procurar por alguém, já que eu precisava ir para casa. Sai do quarto avistando um corredor estreito, haviam mais três cômodos, todos com suas portas fechadas e no final havia a escada. Desci a mesma vagarosamente, tendo acesso a outro corredor mais largo, fui até a sala e encontrei Sophia deitada em um dos sofás assistindo Bob Esponja.

- Ei – falei quase que em um sussurro.

A pequena me olhou com os olhinhos arregalados, provavelmente com o susto que levou.

- MAMÃEEEE! – ela gritou.

Imediatamente Sinu apareceu andando com dificuldade em suas muletas e limpando suas mãos em um pano de prato o colocando em seus ombros.

- O que foi Hija? – disse e notou minha presença – Lauren! Que bom que acordou, Camila e eu estamos preparando o café da manhã – disse com um sorriso.

- Quem é ela? – Sophia disse um tanto assustada e Sinu riu.

- Querida, ela é a moça que você ajudou a escolher aquelas flores – falou acariciando seus cabelos – Não se lembra?

- Mas ela estava mais bonita antes – falou sem jeito.

A mulher advertiu Sophia que colocou as mãos sobre a boca, ficando em silencio. Ri com a atitude da menina.

- Tudo bem – direcionei-me a Sinu - Ela tem toda razão. – ri sem graça.

- Venha, vamos tomar o café da manhã – falou – E você mocinha, já para o banho, pois sua aula começa daqui a pouco.

A menina fez uma cara emburrada e se arrastou dramaticamente até o corredor subindo as escadas. Fomos para a cozinha, Camila estava lá terminando de arrumar a mesa. Ao me ver a garota sorriu e puxou uma cadeira para que eu me sentasse. Agradeci e sentei-me.

- Como está se sentindo hoje? – a morena questionou-me enquanto servia-me com café.

- Um pouco cansada, mas fora isso está tudo bem. – agradeci novamente pelo café.

- Alejandro buscou seu carro e já está na garagem.

- Onde ele está?

- Foi fazer umas entregas para um casamento na cidade vizinha – disse Sinu enquanto colocava duas torradas em meu prato.

- Preciso agradece-lo, se não fosse por ele..

- Xiii, não pense nisso querida. Você está bem agora e vamos tomar as medidas necessárias contra quem fez isso. – a mulher acariciou meus cabelos e sorriu serena – Agora coma, precisa se alimentar.

(...)

Após tomarmos café e limparmos a cozinha. Camila me acompanhou até a garagem de sua casa. Estavamos caminhando pelo jardim, conversando sobre coisas aleatórias. Eu não estava tão concentrada no assunto, já que só conseguia pensar em como ela sabia que havia sido Ralf o causador do meu nariz "quebrado".

- Como? – perguntei tentando prestar atenção no que ela dizia.

- Você não está mesmo prestando atenção no que digo, não é?

- Desculpe – disse, colocando as mãos dentro do bolso de minha jaqueta.

- Duas moedas por seus pensamentos.

- Só duas? – brinquei chorosa.

- Devem ser muito valiosos para custar mais do que isso – a garota brincou fazendo uma careta.

- Ah ok, nem tanto. – ri sem graça – Estava pensando em como você sabe que o causador disso – apontei para meu nariz – É o Ralf..

Camila pareceu pensar olhando para seus pés, ficou em silencio por um tempo enquanto caminhávamos em direção a garagem.

- Eu não queria ter essa certeza. – falou e parou em frente ao meu carro. – Eu vi como ele saiu da pizzaria indo pra cima de você com o carro, conheço ele muito bem pra saber que ele seria capaz disso.

- Como o conheceu?

- É uma longa história.. – Camila disse um pouco desanimada.

Não quis insistir no assunto, já entendi que ela sabia mais coisas sobre Ralf do que eu imaginava. Só de pensar na proximidade entre os dois, meu estomago começava a reclamar. Não sei como Camila tem coragem, ou o que leva ela a querer ser próxima de pessoas como aquele desgraçado. Mas quem sabe, um dia eu descubro esse motivo.

- Preciso ir..

- Você está chateada? – Camila questionou-me.

- Com o que?

- Não sei, parece estar chateada com alguma coisa.

- Não, eu só.. – soltei o ar preso em meus pulmões – Nada.

- Tem certeza?

- Não precisa tirar satisfações com ele.

- Por quê? – questionou séria.

- Não quero que se meta nisso, e bem, vocês são amigos.

Camila me encarou pensativa, mas sua cara não parecia nada boa, riu sarcástica e balançou a cabeça negativamente.

- Ok, se é isso mesmo que você quer..

- Desculpe, só não quero que se incomode com esse assunto.

- Quando se trata de você não é incomodo – a morena disse aproximando-se - Lauren, eu não quero que nada de mal ocorra com você. Ainda mais por minha culpa! Ralf não é nada meu para determinar com quem eu ando ou deixo de andar e ele precisa saber disso!

- Camila..- a morena aproximou-se mais.

- Me deixa cuidar de você?

E foi com essa frase que nossos corpos se encontraram e vi o brilho naquelas olhos chocolates, nesse momento, meu coração não parecia estar mais em meu peito. Meu estomago parecia estar em uma roda gigante e minha mente apaixonada por aquele sorriso gravado nela. Nossos lábios se tocaram com delicadeza, senti a macies de sua língua pedindo passagem para encontrar-se com a minha. O calor do nosso beijo instantaneamente esquentou meu corpo todo. Demorou a cair minha ficha de que eu estava beijando Camila, senti as mãos da morena de encontro a minha nuca, logo me prontifiquei de colocar as minhas sobre sua cintura. Colei nossos corpos como se fosse possível unirmos em um só.

Senti uma pontada em meu nariz, o que fez com que me encolhesse em dor. Camila notou meu desconforto e logo se afastou. Olhei para a morena um pouco envergonhada pelo estado em que me encontrava.

- Oh me desculpe, ainda está bem dolorido não é?

Fiz uma careta olhando para meu nariz e Camila deu uma gargalhada. Fiz um sinal positivo e a garota sorriu com os dentes entre a língua e depositou um beijo em meu nariz.

- Acho que agora irá melhorar – falou.

- Eu acho que ainda não – fiz bico – Talvez precise de mais um beijo..

Não demorou muito para a morena enlaçar seus braços em volta de meu pescoço e começarmos novamente um beijo intenso e caloroso. Encostei a morena no capô de meu carro. O calor aumentava a cada movimento de nossas línguas. Senti as unhas de Camila arranhar levemente minha nuca. Mordi seu lábio inferior deixando o clima ainda mais intenso. Nos beijávamos vorazmente, senti Camila sentar no capô do carro e sua perna abraçar minha cintura.

Estávamos tão concentradas no nosso mundo que não ouvimos quando o portão da garagem começou a abrir. Só nos demos conta do ocorrido quando o ambiente ficou mais claro. Paramos o beijo imediatamente e nos olhamos assustadas.

- Opa, acho que abri o portão sem querer – Camila riu, tirando o controle do bolso de trás do seu short.

Rimos com a situação e constatamos que era melhor eu ir para casa. Camila ainda tinha que ir até a faculdade e eu iria para Half Moon Bay. Nos despedimos com mais um beijo e combinamos de nos ver mais tarde. Camila prometeu que não falaria com Ralf sobre o assunto, mas que caso ele voltasse a me perseguir ela não pediria minha permissão para fazer o que na cabeça dela, deveria ser feito.

(...)

- Como assim? Aquele filho da puta te perseguiu e fez isso com você? – Verônica dizia andando para lá e para cá na sala de nossa casa.

- Lauren, você precisa denuncia-lo!! – Ally falou enquanto fazia carinho em meus cabelos.

- Como? – disse levantando-me de seu colo.

- Indo até a delegacia, mostrando seu belo rosto que no momento está uma droga e relatar o ocorrido! – Veronica dizia irritada.

- Vocês esqueceram que o querido delegado dessa cidade é pai do Ralf?- Ally e Vero me olharam pensativas – Ele acoberta tudo que o queridinho filho faz..

- Puta que pariu, por isso que esse desgraçado vende drogas sem medo algum.

- Exatamente!

- Calma gente, acho que deve ter outra forma de fazer com que ele pague por isso. – A mais nova falou pensativa.

- Sua mãe! – Veronica disse empolgada – Ela é advogada, pode ajudar.

- Não, não.

- Porque Laur? Aposto que ela não ficará nada feliz em te ver assim.

- Eu mal voltei a falar com ela, não vou deixar ela entrar tão fácil assim na minha vida e..

- Branquela – Vero interferiu – A questão não é ela entrar na sua vida, até porque ela nunca saiu, sempre foi sua mãe mesmo você não querendo! A questão é, ele te feriu fisicamente, psicologicamente e quase abusou de você sexualmente! Se você deixar por isso mesmo, é capaz dele terminar o serviço que começou.

- Ei, ei, ei! –Ally disse levantando-se e indo em direção a Veronica – Não é bem assim, vamos com calma Verô. É uma situação delicada, não vamos deixar Lauren com mais coisas na cabeça do que ela já esta!

- Estou apenas dizendo a verdade - minha melhor amiga sentou-se emburrada no sofá.

Eu entendia a preocupação de Veronica, lembro-me de quando estávamos no colegial e um garoto tirou sarro de mim quando cai na educação física, porque um de seus amigos colocou o pé para que eu tropeçasse. Veronica ficou tão brava que pulou em cima do garoto e tirou sangue de seu nariz fazendo o mesmo chorar. Nós sempre protegíamos uma a outra e não seria diferente em uma situação como esta.

- Veronica tem razão Ally- falei – Vou me encontrar com minha mãe para terminarmos o assunto que tivemos e falarei com ela sobre isso.

Na verdade, eu só queria encerrar o assunto e deixar Veronica mais aliviada, já que eu temia que ela fosse até o Ralf  fazer justiça com as próprias mãos.

(...)

POPLAR BEACH - HALF MOON BAY, CA, EUA - 3:00PM

Estacionei meu carro no estacionamento da Poplar Beach. Ao sair do veiculo, pude ver dois quiosques da Surf Contest com faixas e propagandas infláveis. Aproximei-me do local e continha poucas pessoas por ali. Observei que a maioria delas estavam apenas pedindo informações. Esperei alguns minutos até constatar que um dos quiosques já estava vazio, então fui até lá.

- Boa tarde, meu nome é Alexa em que posso ajudar? – a moça morena de cabeços longos sorriu.

- Oi Alexa, meu nome é Lauren, gostaria de me inscrever para a Mavericks Surf Contest.

A morena encarou-me curiosa e sorriu de lado, pegou alguns papeis e digitou algo em seu notebook.

- Pois bem, Lauren. Aqui estão todas as regras e requisitos do evento. Você deverá ler todos os procedimentos e assinar aqui – informou com uma caneta – Deverá preencher essa ficha de inscrição e esse termo de responsabilidade – mostrou-me mais alguns papeis – Depois que preencher tudo e entregar, você receberá um e-mail, ao qual estará todos os procedimentos médicos que irá se submeter e data da sua primeira avaliação com o 5º Comitê do evento e por ultimo a avaliação com o 7º Comitê que será o responsável por sua aprovação no evento.

- Wow! – ri nervosa – Não achei que fosse tão burocrático assim.

- Sendo bem sincera – a garota falou sorrindo simpática – É uma grande loucura querer participar desse evento, assinar esses papeis é cavar sua própria cova. Realmente, deveria ser burocrático não?

- Não sinto que seja dessa forma, sinto que seja desafiador.

- Disso eu não tenho duvidas. Mas vejo que você está bem certa de sua escolha.

Olhei um panfleto ao qual informava: "Em memória de Sion Milosky - O "Prêmio Memorial Sion Milosky" é dado ao competidor que exibe caráter inegável na água, mostra o mais alto nível do surf e apresenta características profundas que colocam os outros diante deles no espírito de grande Onda de surf".

- Sim, estou! 



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