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História Maré - Octopus


Escrita por: HarmonFH

Capítulo 11 - Octopus


Fanfic / Fanfiction Maré - Octopus

“- Ela está dormindo agora, não vou acorda-la para falar com você.

Levantei um pouco sonolenta ouvindo a voz de meu pai vindo da cozinha.

- Não insista! A escolha foi sua, agora me deixe criar minha filha em paz!

Encostei-me próxima ao arco que levava até a cozinha e observei meu pai andando de um lado para o outro enquanto falava ao telefone e mexia em seus cabelos.

- Eu já disse que você não irá falar com ela. Adeus! – papai falou exaltado e jogou seu celular sobre a mesa.  Encostou-se a pia e colocou as mãos sobre o rosto.

- Papai? – falei ao me aproximar – Está tudo bem?

Michael olhou-me com os olhos vermelhos, provavelmente por vontade de chorar. Suas bochechas estavam rosadas, se abaixou e abraçou-me com força.

- Você estava falando com a mamãe?

- Sim filha..

- Ela não quis falar comigo?

- Você estava dormindo princesa, não iria te acordar.

- Mas ela queria falar comigo?

-  Não meu amor, ela só disse que não irá mais voltar.”.

Acordei assustada com o barulho do despertador, levei as mãos até os olhos e os esfreguei. Olhei para o lado e avistei Veronica dormindo.

- Sete horas – constatei olhado o relógio.

Havia tido um sonho, ao qual meu pai falava que minha mãe não iria mais voltar, minha mente estava atordoada sem saber ao certo se aquilo era sonho ou lembrança. Resolvi não pensar muito sobre o assunto. Abri a gaveta do bidê ao lado de minha cama e peguei um envelope que continha a carta de minha mãe. Olhei para o envelope pensando se deveria abrir ou não.

A verdade é que sempre passei por esse momento, todos os anos desde que minha mãe foi embora, eu pegava o envelope que ela havia deixado e o encarava, porém nunca tive realmente coragem de ler o que estava escrito. Desta vez, eu senti necessidade em lê-lo, pois queria dar um fim a essa historia.

Abri o envelope e deparei-me com um papel listrado e antigo, desfiz as dobraduras do mesmo. Fechei os olhos, respirei fundo e tomei a coragem necessária para fazer o que há muito tempo eu já deveria ter feito.

Filha,                                     

Esta carta é apenas um jeito de manter-me perto à você, já que fisicamente estarei longe. Mamãe irá viajar, pois aceitou uma proposta de emprego. Quero que saiba que você é meu tesouro mais precioso e que jamais iria te abandonar. Não me despeço de uma forma melhor, pois meu coração está partido em te deixar por esses meses. Não iria suportar me despedir do seu abraço tão maravilhoso. Saiba que eu amo você e seu papai, sei que ele não irá entender minha partida, mas quero que você cuide dele, assim como ele também irá cuidar de você.
                Filha, a vida muitas vezes não nos da escolhas fáceis. Essa escolha eu não fiz apenas por mim, fiz por você e pelo seu pai. Talvez você não compreenda essa carta agora, mas quem sabe no futuro ao relê-la poderá compreender melhor sobre o que estou dizendo. Mamãe não vê a hora de voltar para poder ver aquele seu filme preferido e comer pipoca com manteiga, bem grudadinha a você. Te amo meu amor, te vejo em breve e não se preocupe, pois todas as vezes que eu ligar irei querer falar com você!”

Li e reli aquela carta varias vezes, pensei em meu sonho novamente e minha mente ainda não estava detectando o que era real e o que fazia parte de um sonho ilusório.

 Flashback ON

 “- Por que você não ligou?

- Eu ligava Lauren, eu sempre liguei, durante os 6 meses fora! Mas seu pai, nunca me deixava falar com você, pois falava que você estava dormindo, o que eu sabia que era mentira. – fiquei chocada com a informação.

Lembro-me de ouvir meu pai falar ao telefone quase em sussurros e sempre ficava triste depois das ligações, eu imaginava que fosse minha mãe, mas ele sempre dizia que ela não iria voltar e que nunca ligaria para nós..

(...)

- Papai? – falei ao me aproximar – Está tudo bem?

Michael olhou-me com os olhos vermelhos, provavelmente por vontade de chorar. Suas bochechas estavam rosadas, se abaixou e abraçou-me com força.

- Você estava falando com a mamãe?

- Sim filha..

- Ela não quis falar comigo?

- Você estava dormindo princesa, não iria te acordar.

- Mas ela queria falar comigo?

-  Não meu amor, ela só disse que não irá mais voltar.”.         Flashback OFF.

Senti meu celular vibrar e despertei-me de meus devaneios.  Olhei o nome que aparecia no visor da tela, era uma mensagem de Camila. Olhei novamente o horário. Sete e quarenta.

- Droga! – levantei-me procurando uma blusa para me aquecer. Peguei um moletom preto e fui até o banheiro, fiz minha higiene matinal e em seguida fui até a cozinha preparar um café instantâneo.  Só então resolvi responder a mensagem de Camila.

Camila: Hey Lolo, já estou pronta esperando por você!

Sorri ao deparar-me com a forma que Camila se referia a mim, ela havia encontrado um apelido diferente e único.

Lauren: Me atrasei um pouquinho, logo chego Camz.

Entrei em meu carro, com a caneca térmica na mão, verifiquei se estava tudo comigo e então resolvi dar inicio a minha “jornada”. Já havia se passado uma semana desde o ocorrido com Ralf. Não o vi desde então. Camila e eu estávamos cada vez mais próximas, sempre que surgia uma folga ou oportunidade eu ia visita-la na faculdade, já que descobri que lá era praticamente sua segunda casa. Por enquanto estávamos apenas nos conhecendo e trocando algumas caricias nada tão compromissado. Hoje eu iria mostrar para Camila o Pillar Point, mostrar para ela o que faz parte de mim e quem sabe conhecer um pouco mais dela também.  Camila tem sido uma pessoa maravilhosa em minha vida e não posso negar que ter ficado com ela mexeu ainda mais comigo.

Ao som de ‘Could You Be Loved - Bob Marley’, cheguei até a entrada da casa dos Cabello’s. A garota já estava a minha espera com uma pequena mochila nas costas. Sorri ao vê-la. Estacionei o carro e sai do mesmo para abrir a porta para que ela entrasse.

- Senhorita – fiz um gesto como se fosse seu chofer, a morena riu e depositou um beijo em minha bochecha antes de entrar no veiculo.

- Alguém havia pedido para não se atrasar hoje, ou pelo contrario iria perder os Swell’s maravilhosos do Pillar Point. – a morena zombou-me e rimos.

- Desculpe, não tive um sonho muito agradável e acabei me atrasando por isso.

 - Com o que sonhou? – a garota perguntou interessada.

- Com meu pai e minha mãe..

- Você quer falar sobre isso?

 - Bom, eu não sei muito bem se foi um sonho de fato ou uma lembrança da infância, mas basicamente era meu pai falando ao telefone com minha mãe e pelo que parecia ele não queria me deixar falar com ela e quando perguntei ele havia dito que ela não voltaria nunca mais.

- Seus pais são separados?

- Na verdade meu pai já é falecido e minha mãe nos abandonou quando eu tinha sete anos. – contei, Camila pareceu um pouco desconfortável com a situação.

- Sinto muito – disse.

- Ah tudo bem, não é como se eu não soubesse lidar com isso – a deixei mais tranquila.

- Mas sua mãe voltou?

- Agora sim, pra ser mais exata nesse momento ela está na cidade. A primeira vez que a vi depois de ter me abandonado, foi aquele dia em que você estava em minha casa.

- Isso explica muita coisa – disse mais para si, porém consegui ouvir.

- Como assim?

- Bem, aquele dia eu fiquei um tanto quanto assustada com a troca de olhares de vocês, senti o clima pesar na hora. – falou um pouco acanhada.

- Era de se esperar que fosse assim..

- Por que ela abandonou vocês?

- Não sei, ficamos de conversar sobre o assunto.

- Deve ser uma longa historia.

- Ela me deixou uma carta quando saiu de casa – Camila abaixou o volume do radio para que fosse possível prestar atenção no que eu dizia. – Eu nunca tive coragem de abri-la.. Na verdade essa coragem me veio hoje pela manha..

- Ela se despediu por uma carta? O que dizia nela?

- Sim, foi a única coisa que sobrou dela para mim – mudei a música que estava tocando para uma mais animada - Apenas que ela me amava, que sempre ligaria para falar comigo e que precisou viajar, pois aceitou uma proposta de emprego.  

- E seu pai? O que houve com ele?

- Meu pai era surfista, inclusive um dos melhores dessa cidade. O lugar onde estou te levando era muito bem frequentado por ele e mesmo sendo o lugar onde ele nos deixou é o meu lugar preferido.

- Eu sinto muito mesmo.. – Camila disse e tocou minha mão que estava próximo ao cambio.

- Nós estávamos o vendo praticar surf, era nessa mesma época do ano, onde ocorrem as Mavericks ondas gigantescas. Meu pai era mestre em surfa-las, tinha um conhecimento nato para isso. Porém nem tudo sai da forma que imaginamos e como ele sempre dizia “Surfar ondas normais é sua performance quando tudo dá certo. Agora, surfar ondas grandes é um jogo diferente. É a sua performance quando tudo dá errado.” Talvez a performance dele não foi suficiente para nenhuma das ondas.

- Você já surfou alguma dessas ondas?

- Nunca! – soltei uma risada anasalada - Mas irei, é meu maior sonho estar no topo daquela onda e me sentir viva.

Observei Camila sorrindo com a minha empolgação. Fomos conversando sobre o evento que eu iria participar, falei das etapas e de como o mesmo funcionava. Conversamos mais um pouco sobre o passado e nem percebemos quando já havíamos chegado ao nosso destino.

Estacionei o Chevy e descemos do mesmo. Peguei minha mochila e minha prancha, segurei a mão de Camila para que ela me acompanhasse. Quando chegamos ao pico onde era possível ver as ondas nitidamente, Camila ficou encantada e bastante surpresa. O sol já estava radiante e as ondas não estavam tão gigantes, mas mesmo assim ainda eram fora do tamanho normal.

- Você é louca de querer surfar isso.. – dei risada ao ouvi-la e sentei-me na grama.

- Isso não é nada, pena que nos atrasamos. – falei tristonha enquanto observava a morena sentar ao meu lado – As ondas são melhores e maiores as seis, sete da manhã.

- Maiores do que essas? – perguntou surpresa.

- Pode apostar, talvez o dobro. – ri com a cara que a mesma fez.

- Por isso é tão burocrático entrar nesse evento. Você pode não sair viva dele.. – disse pensativa. – Já pensou nisso? Não tem medo?

- Sim, mas não penso no pior. Penso no que provavelmente sentirei estando no topo de cada onda que eu conseguir dropar.

- Você é louca! – riu e fez um sinal negativo com a cabeça.

Sorri ao admirar aquele sorriso lindo da latina ao meu lado, a morena percebeu meus olhos sobre ela e suas bochechas ruborizaram. Nossos olhos fixos um nos outros, sorri de lado e desfiz o espaço entre nós, colando meus lábios nos da morena. Suas mãos vieram de encontro a minha nuca, acariciando levemente meus cabelos. Senti um pequeno arrepio transcorrer sobre minha espinha, sorrimos entre o beijo. Meu coração palpitava a cada movimento de nossas línguas e o calor subiu sobre minhas pernas. Parei o beijo de imediato para não ultrapassar a linha de raciocínio que ainda restava em mim. Não por achar que fosse errado desejar o corpo de Camila, mas por não querer que esse momento acontecesse assim.

 - Vamos surfar? – falei levantando-me e tirando minha camisa, deixando amostra a parte de cima de meu biquíni preto.

 Camila olhou-me com olhos quentes, fazendo-me corar. Desviei meu olhar da latina e fui de encontro a minha prancha.

 - Você sabe que eu não surfo.

- Mas eu irei te ensinar – sorri ao oferecer minha mão para que a latina levanta-se.

- Não, negativo – riu nervosa – Sou um desastre e jamais teria coragem de surfar aqui.

Olhamos para as ondas se desmanchando na beira da praia, olhei a imensidão azul em minha frente e senti o vento que antes era forte, um pouco mais calmo.

- Relaxa, a correnteza está mudando e as ondas ficaram mais mansas agora.

- Como tem certeza disso? – perguntou-me já em pé ao meu lado.

 - Digamos que eu sei das coisas – pisquei e a morena sorriu.

Virei-me para pegar uma garrafinha d’agua em minha mochila e ao voltar, deparei-me com uma Camila apenas de biquíni, amarrando seus cabelos em um rabo de cavalo. Fiquei estática com a visão do corpo esbelto da morena ao meu lado. Principalmente pela parte mais avantajada de trás. Afoguei-me com a água que tentava tomar e a latina olhou-me sugestiva e riu. Meu corpo todo arrepiou-se, então balancei a cabeça de forma que meus pensamentos já impuros fossem embora.

 - Então vamos? – perguntou-me.

(...)

A garota parecia confiante e não demonstrou medo em nenhum momento em que tentou surfar, conseguiu ficar de pé três vezes sem cair. Enquanto ela usava minha prancha de surf eu a acompanhava nadando ao seu lado. Foi um grande progresso, passaram cerca de uma hora, ao qual ficamos entre beijos, brincadeiras, risadas e aprendizado.

Estávamos de volta em Santa Cruz, combinamos que iriamos em um pub com nossos amigos mais tarde, deixei Camila em casa e segui para oficina de Troy, pois ele havia me mandado uma mensagem falando que precisava conversar. Achei um pouco estranho, Troy não era o tipo de amigo que não desabafava ou que compartilhava de sua vida pessoal. Sempre foi muito na dele, reservado, mesmo entre amigos.

Ao chegar na oficina, a mesma estava fechada, apenas com a pequena porta ao lado aberta. Senti um gelo percorrer meu estomago. Estacionei o Chevy do outro lado da rua. Entrei no lugar, o mesmo estava totalmente vazio. Juntei as sobrancelhas e senti um desconforto tomar conta de mim.

- Troy? – chamei-o, porém não havia ninguém ali.

Olhei para os lados e estava tudo escuro, exceto por uma fresta de luz que vinha de outra porta, onde era o escritório de Troy. Com os pés firmes no chão me dirigi até o local, abrindo a porta minimamente após dar três batidas de leve na mesma.

- Troy? – chamei ao vê-lo concentrado em algo em seu notebook.

- Laur, entre! – disse com um sorriso doce.

- Está tudo bem? Vi que a garagem da oficina está vazia – abracei o garoto alto e loiro.

- Em partes sim, mas preciso de sua ajuda. – falou.

- Em que? – questionei aflita.

- Bem, te chamei aqui, pois tenho uma proposta para você. – disse ao levantar-se e servir-me com um copo d’agua.

- Proposta?

- Eu irei embora de Santa Cruz, e preciso que alguém tome conta disso aqui pra mim. – falou calmo – Então, pensei que você poderia fazer isso, usando esse espaço para construir a loja de surf que você queria. – sorriu.

- O que? – falei perplexa – Como assim você vai embora?

- Recebi uma oportunidade de estudo em Nova York, não posso negar. – Troy pareceu tristonho em suas palavras.

 - Mas, você ama isso aqui Troy.. e a..

- Allysson não sabe ainda.. – sentou-se, sua voz estava por um fio – Preciso da sua ajuda nisso. – aproximei-me do garoto e sentei-me ao seu lado – Ela irá ficar muito chateada e não vai compreender os motivos de eu estar indo.

- Vai sim! Ela é sua namorada, tenho certeza que ela entendera seus motivos.

- Não vai Lauren – disse firme – Eu meio que já tinha tocado no assunto, mesmo sem saber se era certo minha partida, mas ela agiu como uma doida e.. – deu uma pausa – Ela está gravida! – disse rápido.

- O que? – era muita informação para uma pessoa só, sem falar que Troy não era de desabafar, mas agora estava jogando todas aquelas notícias em cima de mim.

- Eu sei que pode parecer demais para você, desculpa por não te contar isso antes.. – falou envergonhado – Você sabe como são meus pais, eles iriam me matar se eu não fosse para essa maldita faculdade, sem falar que eu iria perder tudo isso aqui.

Os pais de Troy eram donos de uma construtora em Nova York, eles tinham muito dinheiro, porém Troy sempre foi desapegado a essas coisas e preferiu vir morar em Santa Cruz com seu avô. Mas era bancado por seus pais, ele tinha a oficina, pois era um trato que havia feito, se pudesse sobreviver de seu próprio trabalho, seus pais não o colocariam dentro da empresa, ao qual ele odiava trabalhar. Mas a oficina não dava o lucro esperado e na maioria das vezes precisava recorrer ao seu pai para fugir do vermelho.

- Eu preciso ir, estou só me afundando aqui.. De que forma iria criar um filho sem ter ao menos dinheiro para pagar as contas básicas? – disse triste – Eu preciso garantir meu futuro com minha pequena, se é que ela irá me perdoar por estar partindo.

- Troy.. – segurei sua mão e olhei seus olhos azuis cristalinos – Allysson é uma baixinha teimosa, mas tenho certeza que ela entenderá, ainda mais diante de toda essa situação. Ela não irá deixar de te amar, pois não é como se você estivesse a abandonando, é? – o garoto fez um sinal negativo com a cabeça – Então, o amor de vocês é mais forte que isso e irá seguir firme e forte até que você consiga o que precisa e volte. E quanto a sua oficina, bem, é a coisa que você mais ama fazer, então eu cuidarei dela com muito prazer.

- Muito obrigada Laur – o garoto abraçou-me forte – Você é minha melhor amiga e eu não poderia escolher alguém melhor para tomar conta disso pra mim.

Sorri e acariciei seus cabelos.

- Você vai ao Pub hoje mais tarde? – perguntei mudando de assunto.

- Sim, preciso me despedir de todos..

- Mas quando pretende viajar?

- Daqui a dois dias.

(...)

O The Octopus Pub era um lugar muito aconchegante, todo revestido de madeira e com várias referências de marinheiro, em certos momentos a sensação que tínhamos era de estar dentro de um barco e em outros dentro do mar, pela luz azul que refletia no teto. Estávamos todos sentados em uma mesa de madeira redonda, exceto por Troy que ainda não estava presente.

Camila e Dinah riam de algo que Normani dizia. Enquanto eu prestava atenção em Allysson, a mesma parecia nervosa, pois não parava de balançar as pernas e olhar para entrada do local.

 - Ei – direcionei-me a baixinha. – Está tudo bem? Precisa de algo?

- Não, só estou preocupada.. – falou sem animo – Troy quase não falou comigo hoje e até agora não chegou..

- Relaxa, ele pode ter tido um dia cheio, mas logo estará aqui. – falei confortando-a.

- Meu Deus, você é péssima nisso – disse Dinah rindo e referindo-se a Camila.

- Do que estão falando? – Ally perguntou tentando entrar na conversa para se distrair. Fiz o mesmo.

- Camila não sabe flertar. – Normani pronunciou-se e a morena deu um tapa em seu braço. – Ouch!

Olhei para Camila e a mesma estava vermelha feito tomate, ri com graça e fiquei pensando em como elas haviam chegado a esse assunto. Será que Camila havia dito o que estava rolando entre nós?

- É claro que sei flertar! – disse um pouco irritada.

- Como vocês tiveram essa conclusão? – Ally perguntou risonha.

- Por que ela mesma disse que gostaria de dar umas investidas maiores em um certo alguém, mas não sabe como!! – Dinah a dedurou.

- Cala boca Dinah!

Ri com a cena. “dar umas investidas maiores em um certo alguém” espero que elas estejam falando sobre mim.

- E quem seria? – questionei, lançando lhe um olhar sugestivo.

Porém, fomos interrompidas por uma garçonete.

- Olá meninas, já decidiram o que irão pedir? – perguntou olhando fixamente para mim.

A moça era loira, dos olhos castanhos esverdeados.

 - Eu quero um cosmopolitan, por favor! – Dinah pediu.

- Para a mim o mesmo – falou Normani.

- Uma água por favor! – foi a vez de Ally.

A garota anotou os pedidos e direcionou seu olhar para mim novamente, sorriu e perguntou..

- E para você senhorita?

 - O que você me sugere? – perguntei.

A loira me olhou e com um sorriso malicioso respondeu..

- Para você, que tal um Sex on the beach? – piscou.

Senti minhas bochechas esquentarem enquanto ela sustentava o olhar sobre mim. Todos estavam atentos aquela conversa. Sorri sem graça.

- É uma boa sugestão, mas vou querer um Jack Daniels. – direcionei meu olhar para Camila que aparentemente fuzilava a loira pelas costas. – E pra você Camz?

A garçonete virou lentamente até tirar seus olhos sobre mim.

- Gin Tonica. – respondeu ríspida.

- Ok! Logo estarei de volta com seus pedidos. – a loira se direcionou para mim – Qualquer coisa é só me chamar – piscou novamente e saiu rebolando.

 - WOW! Isso sim foi um flerte, você deveria pedir umas dicas à ela Mila! - Dinah disse entre risos.

Era visível o desconforto da morena, pois a mesma não esboçou nenhuma reação a não ser raiva diante da cena. Camila levantou-se e saiu. Todas as olharam sem entender nada.

- Perdi alguma coisa? – Troy disse ao chegar e se sentar junto a nós.

Allysson, sorriu ao ver o garoto loiro. Os dois se cumprimentaram com um beijo rápido e Troy pareceu pedir desculpas silenciosamente para Ally. Ficamos conversando por alguns minutos enquanto as bebidas não chegavam. Camila ainda não havia voltado, pedi licença e fui atrás da latina.

Camila estava no banheiro, não havia ninguém ali. A latina estava lavando suas mãos distraída. Cheguei por trás dela fazendo-a dar um pulo de susto.

- Você quer me matar? – disse séria.

- Desculpa, não quis te assustar..

 A morena nada disse, afastou-se em direção a secadora.

- Está tudo bem? – perguntei hesitante.

- Uhum – respondeu simples.

- Não parece..

Camila fingiu não ouvir-me e saiu em direção a porta, mas eu a segurei impedindo-a.

- É por causa da garçonete?

 - O que você acha? – lançou-me um olhar seco.

 - Você está com ciúmes? – perguntei rindo.

- Claro que não! – disse rápido – Só achei muita ousadia daquela..

- Ei – sorri – Não foi nada demais, você está exagerando.

- Pra você, que tal um SEX ON THE BEACH – disse ironicamente imitando a voz da garota. – É uma boa sugestão.. Jura, nada demais?

Olhei para o morena perplexa com a cena de ciúmes mais linda que já presenciei. Soltei uma gargalhada e a garota fechou a cara disparando tapas em meus ombros.

- Isso não tem graça! – falou irritada sem para com os tapas.

Segurei firme seus pulsos, e pressionei seu corpo contra a parede gelada do ambiente. Nossos olhos se encontraram e a luxuria já estava presente neles. Olhei cada detalhe de seu rosto, sentindo meus lábios salivarem com vontade do seu beijo quente.

 - Você fica tão linda com ciúmes – disse.

- Você é ridícula! – tentou se desprender de mim, porém fui mais forte e rompi qualquer espaço entre nós.

Nossos corpos se chocaram e iniciamos um beijo urgente e ousado. Nossas línguas dançavam uma dança feroz e avida. As mãos de Camila foram de encontro aos meus cabelos, agarrando-os. Enquanto as minhas, deliciavam-se em um toque possessivo sobre suas curvas. Peguei a morena em meu colo, fazendo suas pernas entrelaçarem minha cintura. Girei nossos corpos em direção a bancada de mármore que havia ali, deixando a morena sobre a mesma. Iniciei uma sequência de beijos em seu pescoço, indo em direção a seu tórax. A blusa de ceda que Camila vestia, havia um decote avantajado, dando-me uma visão perfeita de seus seios. Estávamos com a respiração afoita e ouvi a morena soltar o ar abafado. Subi novamente meus lábios de encontro ao seus. Senti suas mãos por baixo de minha camisa. Camila quis desfazer-se da mesma, porém ouvimos passos aproximando-se do local e paramos nosso ato rapidamente.

- Até que enfim achei vocês – Normani apareceu. – As bebidas já estão na mesa.

 - Já estávamos indo – falei enquanto lavava as mãos.

- Ok! Venham rápido, se não vai esquentar e bebida quente é péssimo!

A morena saiu do banheiro e encontrei o olhar de Camila sobre mim, sorri e depositei um beijo em seus lábios. Fomos em direção a saída, mas antes a latina disse em meu ouvido.

- Não pense que isso ficará assim, ainda não terminamos nossa conversa.. – mordeu a ponta de minha orelha e saiu rebolando em minha frente. 


Notas Finais


Comentem o que vcs estão achanado!! :D

bjos de luz.


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