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História Margaridas para ChanYeol - A última margarida


Escrita por: Adriatic

Notas do Autor


Hehe, oi?
PicoleDeChuchu aqui, essa é minha continha secundária, gente (posso escapulir aqui com oneshots quando a inspiração pras longs não vem) eu não presto. Mas então, vamo lá, né.
Bota leitura!♡

Capítulo 1 - A última margarida


BaekHyun costumava dar flores a ChanYeol. Margaridas. Não era exatamente dar, ele deixava em uma das nervuras do armário do grandão e corria, vezes esperava ele as encontrar, só pra olhar o moço bonito se derretendo todo com o carinho que a florzinha representava. E às vezes ele nem esperava pra sair correndo como se sua vida dependesse disso. 

E ChanYeol achava, sorria e guardava com carinho todas elas.

Mas achava.

Desde uma epistaxe, BaekHyun só o vira três vezes.

Aquele fatídico tinha tudo para ser um dia normal.

BaekHyun passara cedo na floricultura, para comprar uma única e pequena florzinha,  como sempre, aliás, a vendedora do turno matutino deveria ter raiva do colegial, sempre a mesma flor, sempre pouquíssimos won gastos, sempre o sorriso irritante; mas agora não teria mais. A deixou no armário alheio e esperou para ver a reação do outro. E ele chegou, seu coração acelerou, pegou delicadamente a flor, sorriu, BaekHyun também sorriu. Mas ChanYeol tapou logo parte do rosto com a mão, se inclinando levemente pra frente. Observou a mão em seguida.

Havia sangue nela.

 E ChanYeol faltou uma semana inteira depois disso. E BaekHyun deixou flores lá durante todos estes dias.

E quando aparecera na escola, estava de máscara e olheiras. Mas ainda sorriu ao encontrar a flor. Mas dessa vez, triste. Olhou ao redor e por um segundo encontrou os olhos do que lhe cortejava com timidez e sutileza. E ele sabia. Desde que a segunda flor apareceu, muito tempo atrás, ele sabia.

Mas tinha vergonha de falar com o pequeno de sorriso bonito. Do mesmo jeito que BaekHyun tinha de falar consigo. BaekHyun achava o mais novo tão legal, tão gentil e educado, tão bonito... Tão tão, que fora impossível não se apaixonar.

O grandão era daquele tipo de pessoa que todo mundo adoraria ter por perto. Que cativa tudo ao seu redor, que era fofo e encantador. Que transmitia acolhimento e conforto em seus movimentos desajeitados, mas ainda graciosos. Ajudava todo mundo e era um defensor da justiça num colégio de pessoas cheias de falta de ética. 

Mas se fora. Depois do terceiro dia, depois da última flor recolhida e do sorriso cansado dado, se foi.

Pra sempre.

Era leucemia. Já em um estado avançado. ChanYeol piscou e já estava vivendo seus últimos momentos de vida, segurando com extrema dificuldade uma caneta.

Houve um dia que essas mesmas pessoas sem ética arrombaram o armário de ChanYeol, que estava cheio de bilhetinhos e flores, haviam, inclusive, margaridas. Mas nenhum deles eram de BaekHyun. 

Porque Baekhyun dava flores para Chanyeol antes mesmo do armário do outro estar cheio das fúnebres margaridinhas de despedida, dava flores por gratidão, não remorso.

E neste dia, BaekHyun entrou com tudo na rodinha de pessoas, e ficou espantado com o motivo da comoção. Dentro do armário estava tudo organizado, do jeito do antigo dono deixara. E Kris, o mesmo garoto arrogante e dissimulado, que incomodava a todos, estava com um envelope branco na mão, e um sorriso sarcástico no rosto.

E BaekHyun, que sempre teve um comportamento comedido, naquela hora enxergou vermelho, nem viu, e já tinha surtado. 

"Você não pode!" Gritou, ao mesmo tempo em que avançava na mão do que segurava o papel dobrado. E BaekHyun bradou, e gritou tanto, que todos se afastaram, assustados. 

Suas pernas tremiam, seu corpo todo tremia, seu olhos estavam baços de lágrimas e os cacos de seu coração pareciam se unirem novamente. Somente pra doer como nunca antes.

Era errado olhar o que não era seu. Era errado fuçar coisas dos mortos -ninguém sabia o quanto doía pensar assim, mas era a verdade. Ainda que ChanYeol vivesse em sua mente. 

Mas ele desdobrou o papel.

 E começou a devorar com os olhos os hangul tortos e quase incompletos. Pareciam terem sido escritos com mãos trêmulas. Talvez estivessem como as suas próprias quando foram grafadas no papel. Do envelope caiu uma begônia, já murcha, e um botão da farda do colégio*. Que BaekHyun imediatamente apanhou do chão, segurou com a mão desocupada, depois fechou-a com cuidado, tentando não quebrar as pétalas já secas; querendo manter aquilo longe de todos, manter para si e somente si. 

 "Querido Moço Das Florzinhas, eu te agradeço por cada uma das pétalas que me destes, cada uma das pétalas mesmo. Porque  são muitas coisas pelas quais tenho que te agradecer.  Sério. Eu queria ter te dito isso antes, mas esse cancro me levou. Ou não levou, não sei. Mas eu não vou poder te falar isso pessoalmente. Me desculpe. Deve estar doendo, mas eu não quero que você se sinta mal. Sabe, ultimamente eu vinha passando por problemas na família,  e depois de uma discussão, quando eu deitava a cabeça no travesseiro, eu só pensava na próxima flor branca que você deixaria para mim. Eu sei que você deixaria ela lá. E isso era a minha única certeza. Tão branquinha quanto o seu sorriso. É. Eu sei. E eu quero que você saiba, BaekHyun, que todos os meus sorrisos eram seus. Todas as batidas aceleradas do meu coração também. 

Eu não sei onde vou estar quando ler isso. Mas eu sei que você deve estar mal, ou ressentido. Por favor, não fique. Sorria, continue iluminando o mundo com o seu Sol, e viva por mim. Celebre cada segundo. Porquê... quando você vier pro lugar desconhecido, e eu espero que seja o mesmo em que eu estou, eu vou querer te encontrar. E se eu tiver voz, eu vou te dizer, se não, eu vou te tocar, e se eu ainda não puder fazer nada disso, eu vou te olhar, e você saberá. Que a felicidade que você plantou em mim virou uma margarida gigante. Do tamanho do meu amor por você. 

Park Chanyeol."

E BaekHyun caiu, simplesmente. Caiu e agarrou suas pernas, junto dos pertences de ChanYeol, que na verdade eram direcionados a si. Chorou, chorou como uma criança, no corredor mesmo, não se importou com nada. 

ChanYeol lhe contara o que aconteceu.

Retribuía seus sentimentos.

Sabia quem era.

Mas não estava vivo para poder sentir tudo junto com o outro.

Estava derrotado. Somente. Se levantou, e fechou a porta escancarada do armário,  encostou a testa no metal gelado e, entre lágrimas,  sorriu. Afinal, ChanYeol havia reivindicado isto a ele. E não poderia negar nada ao outro.

E naquele dia, quando BaekHyun saiu do colégio, fugido e triste, uma brisa suave, mas gélida, tocou seu rosto.

Jurou que pôde ver ChanYeol, com sorriso grande e roupas brancas, parecia estar livre e feliz. Livre de toda a fatiga que a vida lhe trazia. Livre da doença. Livre do mundo imundo que parecia querer destruir em pedacinhos sua pureza. Mas não parecia livre do amor que sentia pelo outro.

Mas a imagem desvaneceu-se tão rápido quanto surgiu. E a brisa também se foi. 

Mas não sentia-se sozinho, durante todo aquele tempo, não sentiu. Era a primeira vez.

E em um suspiro decidiu-se.

Esperaria a eternidade que fosse.

Esperaria por ChanYeol.

Assim como ChanYeol esperaria por si.


Notas Finais


HMHM. ACHAM QUE COLOQUEI BEGÔNIA E O BOTÃO NA CARTINHA DO CHAN PORQUÊ? VÃO PROCURAR O SIGNIFICADO, VÃO.
Eu achei bem sad, mas fazer o quê, ne? Alguém leu? O que achou?
Vitória Marina ama uma carta, não é mesmo?
Xoxo❤🌸


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