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História Mariana's Web (EM CORREÇÃO) - Prólogo


Escrita por: DoubleLover

Notas do Autor


Nova história, espero que gostem. Meus gostos são bem singulares, antes eu era mais romântica e carinhosa a respeito das histórias que eu fazia. Porém, como tudo um dia muda, eu decidi transformar este lado meloso em algo mais bizarro, portanto, ultimamente minhas idéias - de acordo com pessoas próximas - apresentam um conteúdo de puro horror e cenas aterrorizantes, mas, em minha humilde opinião, acho puro exagero. Enfim, se possuem estômago fraco ou são "puritanos", sugiro que não leiam essa história, mas se esse for o seu gênero ideal, espero que aproveitem e voltem mais vezes para ler cada atualização. Não me responsabilizo pelos traumas provocados, minhas histórias são de pura ficção sem nenhum compromisso com a realidade. Obrigada pela atenção e boa leitura.
~Darkness

Capítulo 1 - Prólogo


Fanfic / Fanfiction Mariana's Web (EM CORREÇÃO) - Prólogo

7 Anos De Idade

- Hoseok! Espera! - berrei para meu irmão, que corria em disparada para o alto da colina.

A cesta de palha com alimentos dentro estava muito pesada, sentia que pereceria a qualquer momento, quando meus membros superiores fraquejaram e eu deixei a cesta cair - para em seguida cair também -, mãos fortes seguraram o meu tronco, me amparando.

- Opa! Calma, estou aqui. - Hoseok disse, me passando segurança.

Eu me virei para ele e abracei seu corpo maior e mais forte que o meu, afundei a cabeça em seu peito e suspirei pesadamente. As gotículas da chuva passada que caíam da árvore sobre a colina eram perceptíveis, uma visão linda e apaziguadora, me passava tanta segurança quanto o quente abraço de Hoseok naquela estação de folhas mortas.

- Me promete que não vai me abandonar como nossos pais fizeram? - pedi para ele em meio a um momento de reflexão.

Hoseok suspirou pesadamente e beijou minha testa, movendo meu rosto minimamente apenas para olhar para ele, sua expressão era de ternura e compreensão, ele sabia o quanto eu sofria pela partida de nossos pais e tentava ao máximo me fazer esquecer aquele acontecimento.

- Mas eles não nos abandonaram, Yoona. Eles partiram para uma viagem muito longa e logo nos encontraremos com eles, lembra-se do que eu disse? - sorriu para mim, me passando mais conforto.

- Contudo, me promete? - estendi meu mindinho para ele e ele jogou a cabeça para trás, sorrindo e corando.

- Yoona... Sabe que mesmo sem esta promessa eu nunca lhe abandonaria, né? - perguntou e eu assenti, mas estendi o mindinho para mais perto dele, eu queria que aquilo se tornasse sagrado, depois de muita relutância, Hoseok cruzou nossos mindinhos e encostou nossos polegares, alegando que aquela promessa seria válida até quando morrêssemos. - Tudo bem, eu prometo. Agora vamos para a colina antes que os sanduíches de queijo esfriem!

Me levantei do chão onde estávamos ajoelhados e corri em disparada para a colina, atrás de mim, Hoseok carregava a cesta de palha com delícias em seu interior para fazermos um piquenique em pleno outono, não havia mais ninguém conosco e nem precisávamos de outras pessoas, a companhia dele para mim bastava e vice-versa. Eu só esperava que aquilo durasse para sempre.

 

 

 

 

[...]

 

 

 

 

8 Anos De Idade

- O que eu lhe ensinei mesmo, Yoona? - perguntou Hoseok pela milésima vez naquela segunda-feira.

- Devo fazer novos amigos, comer corretamente meu lanche, respeitar todos os professores e as autoridades da escola e prestar atenção nas aulas, sem conversas em plenas tarefas, pois estou indo para estudar. - respondi, automaticamente e em tom de desinteresse.

- Podia soar um pouquinho mais sincera? E por que não sorri um pouco? - perguntou, despejando o mel em minhas panquecas.

Aquele era meu prato de porcelana preferido, pois minha mãe tinha desenhado flores sobre a superfície e deixou ao sol para a tinta secar, logo após uma demão de verniz, aquele prato ficara lindo e foi um presente de natal que recebi dela, uma das poucas lembranças de tempos felizes quando nossa família era completa e sem traumas. Olhei incrédula para Hoseok e cerrei os dentes.

- Você acha mesmo que eu poderia soar contente em plena 7:45 da manhã de uma segunda-feira, Hoseok?! - perguntei num tom de deboche e o mesmo gargalhou.

As gargalhadas de Hoseok pareciam com as músicas que costumávamos ouvir à beira da praia num quente verão, agitadas e contagiantes, eu não podia escutá-lo rir sem copiar seu gesto, o que tirou meu mau humor matinal e me pôs um sorriso no rosto. Bobo! Sabe como me alegrar!

- Era esse sorriso lindo que eu queria ver! Coma toda a sua comida para eu levá-la para a escola, não precisa ficar com medo Yoona, vai ser legal, confie em mim! - ele apertou minha mão e eu revirei os olhos.

- Bom... Isso eu já não sei, mas e se não gostarem de mim? - perguntei e ele balançou a cabeça negativamente, sacudindo as sedosas e perfeitas madeixas lisas.

- Vão adorar você e caso não a adorem, ignore-os. Onde você consegue inimigos, também pode conseguir amigos. Não concorda? - ele piscou para mim e eu franzi a testa, confusa com aquela estranha afirmação.

- ...Não. - respondi e ele riu baixo.

- Vamos logo para a escola!

 

 

 

 

[...]

 

 

 

 

9 Anos De Idade

Um baque, meus pulmões congelaram numa fração de segundos e minhas pálpebras entraram em alerta. Despertei de um pesadelo do qual nem me lembrava mais, olhei em volta e o quarto continuava o mesmo; a cama ao meu lado, os lençóis quadriculados e as paredes cor-de-creme estavam igualmente lá. Era tudo comum e indiferente, então descobri que não fora apenas o pesadelo que tinha me despertado, ao lado de minha cama, Hoseok estava mexendo em seu computador - que diversas vezes tentou me ensinar a usar e eu diversas vezes neguei por medo de ser um desastre total, como sempre - e, aos sussurros, me chamava.

- Yoona, venha aqui. - chamou e eu, ainda em automático estado de sonolência, me pus ao seu lado após retirar os cobertores de cima de meu corpo úmido pelo frio suor da estação de inverno.

- O que quer, Hoseok? - pedi, minha voz estava rouca e minha garganta seca, eu necessitava um copo d'água.

- Você quer ver uma coisa legal? - perguntou e eu revirei os olhos, desinteressada.

- Quer ir a colina a essas horas Hoseok? Perdeu um parafuso?

Sempre que ele me chamava para ver algo legal era para irmos a colina onde sempre fazíamos estimáveis piqueniques, ora para ver os navios abandonarem o porto afronte - mas distante - de nossa velha casa, ora para vê-los chegarem, degustando nossos distintos sanduíches feitos à moda vegetariana, coreana ou italiana.

- Não, não. Me deixe explicar, você sabe que a internet tem várias camadas, certo? - perguntou retoricamente, mas mesmo assim respondi:

- Sei. - balancei a cabeça lentamente, na verdade, eu não sabia de nada.

- Pois então! As camadas mais leves são acessíveis, mas censuram muitas coisas e nos mostram apenas o permitido. Porém, além destas camadas seguras, existem as camadas mais profundas, as mais conhecidas são as Deep Web e Mariana's Web. Ambas tem conteúdo não censurado e várias informações governamentais, umas mais intrigantes que outras! - disse Hoseok, digitando velozmente em seu teclado.

Até este ponto, eu não estava entendendo nada, para mim aquelas coisas não eram coerentes.

- Onde você quer chegar com isso, Hoseok? - perguntei com desconfiança.

Meu irmão era muito curioso, aliás, não dava a mínima para o velho ditado que afirma que a curiosidade apagou o gato, e não da melhor maneira.

- Quero chegar na Mariana's Web, Yoona! Lá existem muitos arquivos e documentos do governo! Existem pessoas que, assim como eu, pensam de maneira diferente! Eu posso me comunicar com estas pessoas de outros lugares, como o Líbano e a Coréia do Norte, para organizar uma revolução! Tem ideia do valor disso, Yoona?! - ele agarrou meus ombros e me sacudiu levemente, o que me deixou um pouco assustada.

Ele estava agindo feito um paranoico com aqueles olhos arregalados, estava me deixando aterrorizada. Aquele era mesmo meu irmão? Segurei em suas mãos e as afastei de meus ombros desnudos.

- Olha, Hoseok... Eu entendo que isso deva ser muito importante para você, mas se desperdiçar oito horas de sono importantíssimas, o único lugar distante aonde poderá chegar é ao centro de Seul. - brinquei, até ri para tentar contagiá-lo, mas ele não estava brincando.

Pelo contrário, falava muito sério e aquilo estava me preocupando. Ele se virou para o computador e digitou mais algumas coisas, depois apoiou o rosto na mão e suspirou pesadamente.

- Estou sem sono, apenas queria que você prestasse atenção no que eu digo mais vezes. - murmurou e eu me senti culpada.

Eu tentava entendê-lo, tentava mesmo! Mas a inteligência de Hoseok era infinitamente maior que a minha, assim como a habilidade de assimilação e compreensão das coisas.

- Eu tento, Hoseok! Mas você já sabe o quanto é difícil entrar alguma coisa nessa cabecinha aqui, não é? - acariciei seus ombros, mas ele afastou minhas mãos e voltou a digitar.

- Sim, eu entendo. Desculpe por tê-la acordado, volte a dormir. - disse, ríspido.

Tive medo de ter causado uma pequena ruptura na minha relação com Hoseok, se ele ficasse com raiva de mim, eu jamais poderia me perdoar.

- Você também Hoseok, sabe que amanhã tem que... - me interrompeu de continuar mais um de meus típicos sermões.

- Sim, sim, eu já sei. Agora, por favor, volte a dormir. - pediu e eu me deitei na cama novamente.

Mas não consegui dormir a noite toda, apenas pensando nas confusas e intelectuais palavras utilizadas por Hoseok para descrever aquele momento.

 

 

 

 

[...]

 

 

 

 

A poucos minutos de um aniversário...

- Hoseok, faltam dez minutos para o meu aniversário, você vem cantar parabéns comigo ou não? - perguntei, encostada na porta, batendo o pé no chão, impaciente.

- Já vou. - resmungou Hoseok.

Ele digitava velozmente em seu computador, estava acordado fazia dois dias e sua situação me preocupava, ele estava tão desligado do mundo real que até mesmo se esqueceu dos preparativos para o meu aniversário de dez anos, que a pouco, aconteceria. Bufei e fui até ele, pronta para virá-lo do avesso caso fosse preciso!

- Não! Você vem agora! Cansei de esperar Hoseok! Quer sair deste computador e ir lá para baixo? - grunhi e puxei seu braço.

Ele gritou, um grito grosso e enraivecido. Empurrou meu corpo contra o chão e, numa expressão nada boa, gritou comigo:

- Eu já estou indo! Me dá um tempo! - pediu e sentou-se no computador novamente, voltando a digitar.

Maldita máquina! Teria que me lembrar de jogar café nela em qualquer dia, mas muito chateada e com um nó na garganta, desci correndo para o salão, onde estavam as bexigas e o pequeno banquete que eu havia preparado - sem pedir sequer a ajuda de Hoseok. 

Eu o esperei durante cinco dolorosos minutos, assim que o relógio de pêndulo da sala marcou meio-dia, olhei para o topo das escadas, na esperança de ver Hoseok com uma caixa de presente na mão, aquele sorriso maravilhoso e dizendo: "Feliz aniversário! Eu amo você!", mas ele não estava lá. Esperei mais tempo, só que ele não apareceu.

Fechei os olhos com força e permiti pequenas lágrimas jorrarem de meus olhos, em meus pensamentos eu perguntava-me por que Hoseok estava fazendo aquilo comigo? Por que ele estava tão estranho? E a promessa de nunca me abandonar? E foi aí que o inesperado aconteceu. 

Minhas lágrimas foram bruscamente interrompidas quando escutei passos pesados no andar de cima, me levantei rapidamente, esperançosa de que fosse Hoseok, eu estava certa, mas queria muito que não estivesse. O corpo de Hoseok rolou as escadas com muita rapidez e meu coração se apertou por eu não ter tido como ampará-lo, ele caiu sob meus pés e eu cobri a boca com as mãos para não gritar. O que tinham feito com o meu irmão?!

Sua garganta estava cortada e, com muito esforço, ele tentava respirar, mas seus lábios roxos e sua pele pálida não deixavam dúvidas, ele estava morrendo. Me ajoelhei perto dele e o movi um pouco, o suficiente para ver seu rosto agonizando de dor, mais cortes se espalhavam pelo corpo dele. Como não escutei gemido algum enquanto isso estava acontecendo?!

Os passos pesados foram se aproximando cada vez mais, até pararem ao pé da escada. Um homem de cabelos platinados, lábios cheios, pele parda e roupas pretas descia as escadas com elegância e desdém, como se amaldiçoasse cada parte daquela velha e esquecida casa. Hoseok segurou minha mão e com muita dificuldade disse a última palavra que eu ouviria dele naquele dia:

- Fuja! - balbuciou e eu abracei seu corpo, que naquele momento estava frágil.

- Eu nunca o deixarei! - exclamei, mas o corpo de meu irmão foi arrancado de mim lentamente.

- Ah, vai deixar sim. - disse o homem, sua voz era grossa e intimidadora, mas eu não tinha tempo para ficar com os cabelos arrepiados pela voz de alguém, eu tinha de salvar meu irmão!

O homem desconhecido pôs Hoseok por cima do ombro e a passos lentos foi até à porta da casa, pronto para sair.

- Não! Solte meu irmão, seu monstro! - eu socava suas pernas, mas meus socos não pareciam causar nenhuma dor nele.

- Parabéns para você... - ele cantarolou enquanto saía de minha casa, ainda com Hoseok nos braços.

- Solte ele agora! - mandei, mas ele chutou meu estômago e eu parei no salão da casa após um longo deslize pelo liso chão de madeira de carvalho.

- ...Nesta data querida... - continuou a cantarolar e, naquela voz grossa, parecia o vilão de meus pesadelos.

Eu vomitei todo o café da manhã no meio da sala, mas ainda não tinha desistido, eu rastejei até a porta de casa, apenas para ver a cena mais tristonha de minha vida.

- Não! - murmurei, meu estômago ainda doía e eu apenas queria que Hoseok me abraçasse e dissesse que tudo ia ficar bem.

Mas naquela situação, ele não podia e nem mesmo eu. O homem abriu a porta de trás do carro e, sem nenhum cuidado, jogou Hoseok lá dentro, meu irmão agonizava baixo e tristemente, eu queria que ele estivesse bem, sem aquela expressão dolorosa e torturante.

- ...Muitas felicidades... - o homem fechou a porta do carro e andou até o banco de dirigir.

- Hoseok... - murmurei dolorosamente.

- ...Muitos anos de vida!


Notas Finais


Até o próximo.
~Darkness


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