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História Mariana's Web (EM CORREÇÃO) - Namsan


Escrita por: DoubleLover

Notas do Autor


Apreciem com moderação
~Darkness

Capítulo 3 - Namsan


Fanfic / Fanfiction Mariana's Web (EM CORREÇÃO) - Namsan

- ...E então, o príncipe salvou a princesa, levando-a para morar em seu castelo, onde eles tiveram muitos filhos e, assim, viveram felizes para sempre. - disse minha mãe, sorrindo.

Hoseok já estava sonolento ao meu lado, eu ainda queria ouvir mais histórias, porém já estava muito tarde.

Minha mãe percebeu minha inquietude e se ajoelhou ao meu lado, se pondo a acariciar meus cabelos.

- Mamãe, não quero dormir. - murmurei e ela riu baixo.

Seus dedos delicados adentravam minhas madeixas, dando-me uma incrível sensação de exaustão. Minha mãe era mágica!

- Querida, você tem que dormir, é para o seu próprio bem. - disse ela, ajeitando os cobertores acima de mim.

- Mas eu não quero. - murmurei, o sono estava me dominando apenas pelas carícias que ela me dava.

- Está com medo? - ela me perguntou, pondo-se, então, a acariciar meu rosto.

- Sim! Eu desconfio que tem um homem mau em baixo da minha cama. Ele quer me machucar, mamãe! - disse o que não era mentira, eu tinha medo do que podia ter em baixo de minha cama.

- Sempre que tiver medo, lembre-se que eu estarei ao seu lado, assim como os anjos, lhe protegendo a qualquer instante de medo. - ela disse, sua voz doce estava me fazendo ceder à exaustão.

- O papai demora tanto para voltar, eu choro quando ele não chega... - sussurrei, eu estava quase dormindo.

Minha mãe suspirou e deu um beijo doce e demorado em minha testa, passando-me toda a proteção necessária para ter um sono tranquilo.

- O pior já vai passar, eu prometo.

Quem dera aquela promessa fosse verdadeira.

Abri os olhos, estava um pouco escuro, então era quase noite. Quando me dei conta, Jimin não estava mais ao meu lado. Eu levantei, muito a contragosto, da cama e abri meu guarda roupa, em busca de um vestido. Peguei o primeiro que encontrei e vesti.

Desci as escadas lentamente, querendo não produzir nenhum som, andando vagarosamente pela minha velha casa. Fui em busca de água, pois minha garganta estava seca, e avistei Jimin na cozinha.

Ele estava majestoso, sem a presença da camisa, vestindo apenas a calça jeans que estava usando antes de termos dormido - a mesma que eu o mandei tirar.

Ele estava lendo um livro, sentado à mesa da cozinha, com um copo de chá ao lado de si. Então, ele levou a mão ao pescoço e, levando-o aos dois lados, o estralou, ele estava cansado. Eu tinha feito ele ficar exausto!

- Oh... Estou tão envergonhada pelo que fiz antes! - murmurei, sentindo minhas bochechas esquentarem.

- Taeyoon? Você está aí? - perguntou Jimin, percebendo minha presença.

Todas as minhas tentativas para sair sem ser notada foram inúteis, Jimin tinha uma ótima percepção e eu odiava aquilo às vezes.

- Sim. - disse e fui até ele. - Você está bem?

- Acho que eu quem deveria perguntar isso. Como você está? - ele me perguntou, engolindo as últimas gotas presentes no interior do copo de chá.

- Muito mais disposta! - me espreguicei e sorri, eu estava muito melhor do que antes.

Graças ao Park Jimin Oppa!

- É muito bom ouvir isso. - ele disse, sorrindo fraco, fechando o livro e levando o copo até a pia.

- Por quê? Tem segundas intenções com meu estado? - provoquei e ele gargalhou, a risada dele era muito gostosa de se ouvir.

- Nunca! Bom, talvez... - ele deu de ombros e corou, nunca vi uma pessoa que corasse mais que ele.

E olha que nos conhecemos há oito anos!

- Anda logo! Me diga o que quer. - ordenei e ele secou as mãos após lavar o copo aonde estava tomando seu chá.

Chá preto. Era o chá que ele mais detestava, tomava apenas ao ler livros de ficção científica, ele costumava ser muito supersticioso, mas eu nunca entendi muito bem o objetivo daquela superstição.

- Quero que você saia um pouco dessa casa.  Você só sai daqui para o trabalho, para a faculdade e... Ah! Ao mercado, e muito a contragosto! - ele riu e eu me sentei, bufando.

- Insinua que não me divirto? - semicerrei os olhos para ele, tentando parecer intimidante, mas ele mesmo já me disse que aquela expressão era um ataque de fofura pelas minhas bochechas serem cheinhas.

- Eu não disse isso, mas você sabe que é verdade. Você vive apenas para os seus estudos e o seu computador, não estou julgando, isso é admirável, mas você devia se dar uma folga. Você merece isso, trabalha tanto... - deu de ombros e veio até mim, levando a mão à maçã de meu rosto, acariciando-a.

- Você sabe porquê. - eu disse e suspirei, eu tinha que ser forte.

Aliás, se eu fosse fraca, jamais teria chegado aonde estou.

- Sim, eu sei, e estou aqui para qualquer decisão que precisar tomar, eu vou te apoiar em tudo, mas não apoio a sua decisão de ficar trancada dentro de casa. Isso não é legal, Tae. - ele disse, agoniado.

- Tudo bem! Eu saio! Mas você paga! - eu disse, derrotada, e ele gargalhou novamente.

- Eu sempre pago!

- Isso é um problema? - perguntei, semicerrando os olhos de novo.

- Não tô nem aí! - ele apertou minha bochecha, eu apertei os olhos, me irritando com aquele gesto. - Aigo! Que garotinha fofa!

- Para, Jimin! - tirei sua mão de meu rosto bruscamente e ele riu, indo para o salão. - Você soube alguma coisa dos outros meninos?

- Parece que o Taehyung está voltando do intercâmbio que fez há um ano atrás. Ele se formou em engenharia tecnológica e disse que vai me avisar quando chegar, caso queira que eu vá buscá-lo no aeroporto. - disse Jimin, pegando-me de surpresa.

- Tá brincando?! Ai, meu Deus! Eu preciso reencontrá-lo! Tenho tantas coisas para falar! Eu senti tanta saudade daquele imbecil! - eu ri e Jimin se jogou no sofá.

Como eu queria ver Taehyung novamente. Ele era um de meus melhores amigos e me ajudava a tentar reencontrar Hoseok - em sua infinita inteligência desprovida de faculdades mentais.

- Estou muito feliz por ele, muitas pessoas invejaram seu Q.I. na faculdade e ele fez poucos colegas, o suficiente para livrá-lo de alguma enrascada! - Jimin riu baixo e eu sentei ao seu lado, jogando minhas pernas por cima das dele.

- E o Seokjin? - perguntei, cautelosamente.

- Bom... Não está muito bem, a cada dia ele delira mais. - disse Jimin, tristemente.

Conheci Seokjin e Jimin no ensino fundamental, eles eram melhores amigos e me convidavam para brincar em suas casas. Foram os únicos que me ofereceram algum afeto enquanto as outras pessoas apenas julgavam minhas "paranóias".

Porém, como nem tudo são rosas, há três anos os pais de Seokjin morreram num acidente de carro enquanto estavam indo para Daegu, numa viagem de negócios. O carro ficou irreconhecível e ambos morreram por sufocamento, pois o incêndio que destruiu o carro liberou muita fumaça.

Seokjin ficou tão traumatizado que nunca se esqueceu da cena de ver os pais mortos no necrotério para fazer o reconhecimento dos corpos, então, ele enlouqueceu minimamente.

Ele não perdeu completamente a lucidez, ele apenas achava que seus pais ainda estavam vivos e algumas vezes se machucava - fisicamente e emocionalmente - por causa das lembranças. Ele tomava remédios, mas eles não eram o suficiente para fazê-lo voltar à completa razão.

Seokjin e eu compartilhamos a dor da perda e era essa dor que nos unia, ele conversava normalmente conosco, mas ora olhava para o lado e falava sozinho, ora começava a chorar compulsivamente do nada.

Seokjin sofrera muito e continua sofrendo, nós somos a única esperança que ele tem.

- Não acha que deveríamos visitá-lo? - perguntei para Jimin, que deu de ombros.

- O visitei na semana passada, parece que ele comprou o último jogo de sua saga preferida que foi lançado há algum tempo. Ele estava muito feliz e ansioso para começar a jogar. Mas isso foi antes de ele começar a chorar e destruir o quarto todo. - disse Jimin, com dificuldade, sua voz estava ficando embargada.

- E o que você fez? - perguntei, apreensiva.

- Ele tentou me enxotar, mas eu fiquei com ele até o mesmo dormir, quando ele adormeceu eu fui para casa. - disse Jimin, acariciando minhas coxas e sorrindo fracamente.

- Oh, Jimin... Sinto muito. - eu disse, comovida.

- Tudo bem, eu ainda tenho esperanças de que ele vá se recuperar logo. - disse Jimin, se levantando. - Bom! Vamos nos arrumar, você me deve uma saída!

Seu sorriso malicioso me tirou dos eixos, o seu otimismo iluminava todas as horas de meu dia, eu gostava demais dele, muito mesmo.




[...]




- Uau. - Jimin sussurrou ao me ver descer as escadas. - Você está...

- Sabia que não devia ter passado maquiagem, isso é ridículo! Eu pensei que você fosse gostar, mas eu não estava raciocinando direito, eu só fiz o que fiz porque... - falei tão rápido que tropecei nas palavras.

Eu tinha certeza de que estava mais vermelha que um tomate! Jimin tentava conter o riso, mas meu nervosismo entregava que aquilo não era comum para mim.

O sexo era comum para nós dois - apesar de a cada dia Jimin me surpreender muito mais -, mas não saídas. Eu não sabia o que fazer nem como agir, por isso apenas me deixava levar.

- Acalme-se, Taeyoon. Você nem sabe o que eu ia falar. - ele foi se aproximando devagar.

- Posso ter uma idéia. Que eu estou ridícula, que devo trocar de roupa e muitas outras coisas desse tipo. Aliás, o que estou fazendo aqui?! Preciso ir me arrumar! - disse, muito nervosa e ansiosa, pronta para subir as escadas.

Mas antes que eu pudesse pular o primeiro degrau, Jimin me puxou pelo pulso para ele e me deu um beijo inesperado, mas que fora bom, fora realmente bom.

Ainda bem que o batom que eu estava usando era matte, seria lastimável ver aqueles belos lábios carnudos e apetitosos sujos de batom logo numa saída - bom, nem tanto.

Ele se afastou de mim, mas manteve suas mãos envolvendo minha cintura, causando-me leves arrepios na espinha, ele causava aquele efeito em mim. Olhou profundamente em meus olhos e seus lábios se entreabriram apenas para revelar o sorriso mais encantador que eu já tivera visto.

- Você está linda, você é linda, do jeito que você é. Agora podemos ir? - ele perguntou, me soltando.

A falta de seu toque me tirou um pouco a estabilidade, eu queria que ele me abraçasse de novo! Eu tinha certeza de que minhas bochechas adquiriram a cor de um vermelho rubro, pois eu estava demasiada envergonhada com meus pensamentos.

Eu só sabia pensar naquilo?!

- Obrigada e... vamos! - sorri, tentando parecer animada, segurei sua mão e entrelacei nossos dedos.

Saímos da velha casa juntos e seguimos andando para o rumo que nos levaria ao porto de barcos ou para o centro de Seul. Jimin insistiu em fazer-me uma surpresa e tive certeza de que era só para me irritar, ele sabia que eu odiava surpresas.

- Para onde vamos? - perguntei pela milésima vez, creio eu.

- Você verá. - ele sorriu vitorioso e eu revirei os olhos. - Você fica tão fofa irritada!

- Acho que se você me visse por dentro quando estou assim engoliria essas palavras. - murmurei e ele parou bruscamente, adquirindo uma carranca de repente e eu soube que tinha pegado pesado. - Desculpe.

Voltamos a andar, sem pronunciar mais palavra alguma. Ele me guiava pelos verdes campos que os arredores de minha casa possuíam, mas que pouco duravam, pois o bom cheiro da natureza logo fora substituído pelo cheiro enjoativo do asfalto em pleno anoitecer.

Nossas respirações mudavam pelo contato de nossas narinas com a poluição de repente, não nos lembramos de trazer nossas máscaras, mas não era tão importante, pois eu achava que o lugar para onde iríamos não era tão longe.

Nos distraímos no caminho pelas conversas aleatórias - mas duradouras - que tivemos, mas em nenhum momento desviamos do caminho. Eu notava as mudanças enquanto andávamos, a paisagem industrializada do centro de Seul fora substituída por uma mais calma e aconchegante, então logo soube onde estávamos.

Estávamos no parque de Namsan.

O estranho foi que, apesar daquele lugar ser um ponto turístico, ele estava praticamente vazio, poucas pessoas passavam por ele e as que passavam estavam muito distraídas ouvindo músicas ou lendo livros.

Observei bem o lugar, um pouco mais à frente de nós estava a montanha de Namsan, um pico de 262 metros de altura, tinha certeza de que quando alguém chegasse lá em cima seria dominado pela paz interior.

- E então? - Jimin me olhou, soltando minha mão.

Sua expressão era um misto de ansiedade e vitória, como se ele só precisasse escutar algumas palavras para saber que fez a coisa certa levando-me até lá.

Eu estava tão encantada com a visão daquele lugar que deixei as palavras saírem de dentro do meu coração:

- É lindo.


Notas Finais


Até o próximo
~Darkness


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