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História [Mar]ília - Cap. I


Escrita por: anonimous067

Notas do Autor


Ooolá, como vão cupcakes?
Espero que gostem, até as notas finais.
Boa leitura!

Capítulo 1 - Cap. I


                    Fevereiro, 2015 - 5h30AM
                  Arraial do Cabo, RJ
O alarme tocou irritante às 5h30m daquela manhã nublada de sexta-feira. Levantou-se ainda zonza – e atrasada, os “cinco minutinhos” transformam-se em vinte num piscar de olhos – e foi para o banheiro. Tirou a roupa, entrou no pequeno boxe e ligou o chuveiro gelado, arrepiando-se com as gotículas respingadas em suas pernas enquanto esperava a água esquentar. Um banho rápido, colocou uma calça jeans escura, seus velhos All Stars e um suéter fino e escuro que lhe caía bem; olhou-se no espelho, ajeitando as ondas do longo cabelo de cor peculiar (azul claro), passou um pouco de rímel e um perfume suave.
Correu à cozinha, tomou um copo de leite, escovou os dentes, pegou a mochila já arrumada e a jaqueta de couro preta, trancou a porta e saiu, tendo de voltar por esquecer o celular no banheiro.
Subiu no ônibus com o coração saindo pela boca (quase o perdera) e durante todo o caminho concentrou-se única e exclusivamente em não cair e não derrubar nada nem ninguém. Desceu em frente à escola particular no bairro de classe média-alta e se misturou aos alunos riquinhos e mimados, provavelmente as pessoas mais esnobes que conheceria em toda a vida. Subindo as escadas para o terceiro andar, entrou num corredor a esquerda para a sala 21, Educação Física.
“Maravilha” – falou consigo – “dois tempos para mim passar vergonha”.
A única coisa pior que sua coordenação motora tentando chutar uma bola de futebol eram os meninos secando sua bunda todas as vezes naquele short do uniforme. A professora, apesar de tudo, era bem gentil e agora fazia a chamada.
-Gabriela, Giovanna, Igor, Jaqueline, Júlio, Kathleen, Larissa, Marilia...
Ela ergueu a mão e respondeu calmamente ao ouvir seu nome, vendo a professora olhar por cima dos óculos de leitura para o fundo da sala e depois continuando.
- 3º ano C, desçam para a quadra. O 3º ano A está numa aula vaga, não quero ver vocês os incomodando – falou emburrada, lembrando dos incidentes da última vez.
Ela congelou. Quando todos saíram, foi falar com a senhora que ajuntava suas cadernetas:
-Professora, não estou me sentindo muito bem e...
-Nada disso, Marilia, você mente muito mal. Desça, agora!
-Mas professora...
-“Mas” nada! Vá se trocar e não se fala mais nisso.
Foi até o banheiro, mudou de roupa e prendeu os cabelos. Ao adentrar a quadra, tropeçou e quase caiu, indo até as arquibancadas enquanto sentia seu rosto esquentar pelas risadas. Ficou aliviada quando a rede de vôlei foi posta, único esporte que jogava bem. Foi para o time amarelo e ficou na linha de defesa: rebatia muito bem, apesar da baixa estatura, especialmente para uma menina de 17 anos.
O fim da partida foi marcada pelo apito estridente, mas ainda havia aula pela frente. Estava cansada, havia jogado bem e pôde descansar. Bebeu água, lavou o rosto e dirigiu-se à um canto afastado das arquibancadas, fitando um garoto de cabelos cor de mel que estava sentado do outro lado, rodeado de meninos e meninas. Não estava apaixonada por ele, disso tinha certeza. Era mais uma “atração inevitável”, mas... Quem não tinha? Guilherme estava longe de ser indesejável... Bom, eles saíam as vezes, mas nada sério, nada demais, nada além de alguns beijos e diversão, não queriam compromisso.
A aula terminou sem muita emoção, assim como o resto delas: dois tempos de sociologia, um de química e um de biologia.
Saiu com pressa, tinha de estar do outro lado da cidade em menos de 30 minutos. O ônibus parou em frente uma escolinha com paredes coloridas e um portão engradado, por onde se via o parquinho. Correu ao vestiário, guardou a mochila e voltou para a frente, levando os menores às suas salas. Estava voltando para refazer o trajeto quando cachinhos loiros correram em sua direção:
-Tia Marilia! Tia Marilia!
-Luna!
A garotinha pulou em seu colo, enlaçando-a pelo pescoço.
-Tudo bem, tia?
- Melhor agora – sorriu, mas logo sua expressão mudou – Por que não está na sala?
-Vim falar com você, tia!
-Bom, dona Luna, agora já falou! Já pra sala!
-Tá bom... Dá um beijo?
Não tinha como resistir àqueles olhos meigos. Mar abraçou-a e acompanhou até a sala, cumprimentando a professora. Luna era seu xodó desde que começou a frequentar as aulas no começo do ano, quando ela já trabalhava há alguns meses. A loirinha, assim como outras crianças do lugar, vinha de um orfanato também público. Sabia que sua mãe havia morrido de overdose e o pai a abandonou, conversara com a diretora. Queria muito adotar a criança de cinco anos que há um esperava um lar, mas agora não conseguiria – não tinha tempo, condições ou idade para tal.
Todos sabiam de seu amor, e a responsável pela casa de adoção onde Luna morava a deixava cuidar dela. Alguns fins de semana, inclusive naquele, Mar a levava para casa e mimava de todas as maneiras possíveis. Mal esperava dar a hora de ir embora para afastá-la de todas as coisas ruins, pelo menos por algumas horas.
A tarde foi um pouco cansativa, mas tudo dissipou-se quando Luna veio com a mochila cor de rosa que comprara, lembrando a diretora para onde ia.
-Pronto, Luna? Vamos embora?
-Vamos! Vamos!
Resolveram caminhar, parando para tomar sorvete e ver os filhotes de cachorro abandonados em uma caixa.
-Tia, olha que lindinho! - Era um filhote preto e branco com olhos quase amarelos, bem peludo... Magrinho, mas realmente gracioso. – Vamos levar ele, tia? Olha, ele também está sem o papai e a mamãe!
Pensou um pouco, e decidiu que não teria problema algum.
-Vamos, Luna. Pega ele!
-Sério?! - seu rosto brilhava de felicidade,estava encantada  - qual vai ser o nome dele?
- Que tal... Panqueca? – perguntou, fazendo a menina rir com o bichinho no colo.
-Por que panqueca?
-Não sei, só acho que ele tem cara de Panqueca.
-É verdade... Gostei do nome.
Elas chegaram no fim do pôr do sol, uma noite amena surgia. A porta da casa simples estava destrancada, o que significava que o pessoal não saira. Havia também um caminhão de mudança, o quarto vazio agora estava ocupado, o que era um alívio para todos: mais pessoas para dividir as contas.
-E aí pirralhaaaa! - Lucas, um garoto alto, com pele morena clara e os olhos cor de mel ergueu-a do chão – Que saudade de você!
-Tio Lukeeeeee!
-Olá também, Lucas. – ela disse, colocando o cachorro no chão – obrigado por ter me notado.
Lucas soltou Luna e correu atrás de Marilia, jogando ela no chão.
-Agora notou até demais - resmungou emburrada - cadê todo mundo? E quem é o novato?
-Os outros devem estar chegandi, e são oS novatoS! - disse enfatizando os "s".
-As duas últimas vagas de uma vez? Que maravilha! Quem?
-Gêmeos, um menino e uma menina. Estão arrumando o quarto deles, de frente para o nosso.
-Luna, vai com o tio ver o que tem pra comer?
Subiu as escadas de dois em dois degraus, chegando ao corredor com três portas de cada lado (dois quartos e um banheiro), entrando na terceira da direita, quarto que dividia com Lucas, seu melhor amigo desde sempre. Trocou de roupa, vestindo short e regata e ficando descalça, saiu e quarto e bateu na porta do outro lado. Moravam em uma sociedade estudantil, programa da cidade, o que tornava o aluguel baixo e a estadia agradável. Os cômodos eram pequenos mas bem aconchegantes, principalmente depois que Aline, que estudava design de Interiores e arquitetura, chegou.
-Olá, você deve ser Marília!
A garota parada na porta com certeza era uma das mais lindas que já vira na vida.
Alta e dona de um corpo perfeito, tinha curvas e traços delicados. Os cabelos longos e lisos e os grandes olhos pretos, muito pretos, davam um contraste maravilhoso com a pele pálida. Vestia roupas parecidas com as dela, e seu sorriso estava hipnotizando-a. Mar se obrigou a sair de seu transe instantâneo para responder, mas tinha certeza de que podia observa-la por tempos sem enjoar.
-Sim, sou eu, muito prazer!
-Bom, eu sou Alana, o prazer é todo meu! Arthur, vem aqui conhecer a menina do quarto da frente! - gritou - não liga pro meu irmão, ele parece bicho do mato as vezes.
Elas deram risada e, atrás de Alana, surgiu um vulto ainda mais alto.
-Olá, eu sou Arthur... - disse sem jeito, mas simpático. - você é a Marília?
Ele era muito parecido com a irmã, magro, com os cabelos um pouco bagunçados e o rosto sujo de pó. Estava sem camiseta e de bermuda, e Mar estava abismada com a beleza dos dois.
"Quando a genética é boa..."
-Vocês precisam de ajuda? - Ela estava tentando decidir qual dos dois era mais bonito, mas não era capaz de opinar.
-Bom, estávamos colocando cortinas na janela. Se puder ajudar ele, vou buscar as últimas caixas no caminhão.
-Claro, claro.
A garota saiu e Arthur subiu na escada com ela segurando.
-Você estuda onde? -perguntou, ajeitando seus óculos.
-Rosa dos Ventos. Vocês vão estudar onde?
-Rosa dos Ventos também, eu pelo menos. Alana vai fazer o técnico integrado de enfermagem, por isso mudamos.
-3º Ano C?
-Sim...
-Bem vindo ao hospício então.
-Como sabia?
-Minha sala é a única com vagas no 3° ano.
Nesse momento, sua irmã voltou:
-De quem é a fofura no andar de baixo?
-A loira? É minha.
-Espera, já tem filha? - Ele perguntou, incrédulo.
-Não, quero dizer, não biológica pelo menos. Luna é de um orfanato da cidade, fica na escola onde trabalho.
-Ela é linda!
-Agora até eu quero conhecer ela. Fiquei sabendo que hoje é dia de pizza...
-Verdade, vamos descer pra comer, as outras pessoas devem estar chegando, já - disse Mar, se dando conta da hora.
-Vão vocês, quero aproveitar que tem feirinha na praia para conhecer a cidade
-Vê se toma cuidado, Alana - ele parecia ser bem protetor com ela.
Desceram para o térreo, onde Lucas, Luna, Panqueca, Aline, Matheus, Jeferson e Cristina estava sentados na sala de estar, esperando o entregador.
Todos se apresentaram, e logo ouviram a buzina, Alana saiu para passear por aí.
Quando todos se satisfazeram, Marília levou Luna par tomar banho e a colocou para dormir com o cachorrinho.
Lucas logo subiu também, a casa estava ficando silenciosa outra vez.
-Vamos levar Luna à praia amanhã, Luke?
-Vamos, Vamos, claro... Gostei da ideia.
Vamos dormir?
-Vamos, estou exausto.
Os dois deitaram juntos, cada um para um lado, já que Luna e Panqueca acabaram pegando a cama toda.
-Boa noite, Luke...
-Boa noite, Mar...


Notas Finais


Bom, e agora? Paro ou continuo?
Espero opinião de vocês!
Beijos de luz, cupcakes, até a próxima! ❤


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