1. Spirit Fanfics >
  2. Marked By War >
  3. The War Inside Me

História Marked By War - The War Inside Me


Escrita por: Drepanaspis

Notas do Autor


um cap novo, mas já?
sim szsz
boa leitura

Capítulo 2 - The War Inside Me


Fanfic / Fanfiction Marked By War - The War Inside Me

Justin Rammon Point Of View                    Alemanha;Dresden             1940 

—Eles não podem fazer isso! — Lilian gritava, daria para ouvir sua voz de outra cidade.

—Claro que podem é o governo! Eles fazem o que querem— Tentava manter a calma, mas parecia impossível com os berros dela.

—Você é um Rammon, exija que ele retirem seu nome do alistamento!— Revirei meus olhos pela décima vez, ela não entendia que aquilo não tinha importância alguma.

—Isso não importa para eles, eles jogarão qualquer um que saiba segurar uma arma para a guerra— Falo me levantando e servindo um copo de aguá.

—Justin, você pode morrer, como pode estar calmo?— Ela pergunta com sua cara de raiva, junto com seu dom para dramas.

—Não há nada que eu possa fazer para mudar isso, eu apenar atirarei em alguns rebeldes e americanos e volto em um piscar de olhos— Dou um beijo em sua testa e vou até o quarto.

—Eu não posso perder você, Justin— Lilian fala, juntando nossas mãos.

—Eu também não quero perder você, e não irei— Falo lhe dando um beijo, tocando seus braços quentes e arrepiados.

 

Jeane Robinson Point Of View                              Alemanha; Dresden 1940                20:30 PM

As gotas de aguá percorriam minha janela, a noite veio junto com a ventania e a chuva, as nuvens eram cinzas, todos já estavam a dormir enquanto eu não havia conseguido fechar os olhos ainda, eu segurava meu chá enquanto ouvia o som acalmante da chuva, misturados com o cheiro de terra molhada.

Quando terminei meu chá pus a xícara na estante, levantei e fui ao banheiro, liguei a tornei e lavei meu rosto, minha cara estava pálida e minhas olheiras já não eram mais discretas, o cansaço me levava a sensação de que pesos estavam em meus ombros, junto a sensação de que meu corpo está caindo aos pedaços. Sequei meu rosto e me deitei na cama, eu não conseguia escapar de meus pensamentos, minha alma estava acordada, mas o meu corpo estava adormecido, e meus olhos abertos.

Eu havia perdido a noção de tempo, talvez fosse tarde, eu apenas queria dormir, não posso chegar atrasada para o trabalho, ninguém merece um sermão logo de manhã, e o ônibus não me esperaria. Então apenas fechei meus olhos, e esperei o sono vir.

06:00 AM

Os sons dos sapatos brancos eram ensurdecedores, eu odiava aqueles sapatos, meu uniforme branco e vermelho era destacado, para as pessoas reconheceram uma enfermeira na rua, ou talvez para não usarmos roupas normais em local de trabalho. Pus meu sapato e sai do quarto, todas corriam apressadas, botei meu pequeno chapéu e desci, fiquei na frente do estabelecimento, esperando todas descerem.

Somos cerca de dez enfermeiras que moram aqui, o hospital é grande, sem contar as enfermeiras que não moram aqui, são muitas pessoas que trabalham naquele hospital. Quando todas desceram, esperamos o ônibus chegar e nos levar ao nosso destino, subi as pequenas escadas e o motorista deu um sorriso estranho, como de todos os dias.

—Um belo dia para uma bela mulher— Ele fala com uma voz rouca.

—Um belo dia para um acidente de carro, não acha?— Falo com raiva, sua cara muda instantaneamente e vou ao meu acento.

—Quer um?—  Lizia me oferece um cigarro e faço que sim com a cabeça, pego o seu isqueiro e acendo.

As pessoas tem uma fantasia de que enfermeiras são como anjos, doces, gentis, bobagem! O estresse que o trabalho nos causa é tão marcante que as vezes não conseguimos lidar com nós mesmas, olhei pela janela vendo as casas destruidas, já não era tão assustador como antes, durante o bombardeio ficamos na pensão, apavoradas, temendo pela vida, como todas as pessoas da cidade.

Quando o ônibus parou joguei meu cigarro no chão e o amassei, eu adorava fazer isso. Levantei-me e desci do ônibus, não queria ficar esperando minhas colegas então entrei direto ao hospital, estava praticamente vazio, as enfermeiras do turno da noite já deviam ter ido embora, única pessoa que eu vi quando entrei foi a Annie, nossa "chefe", mas ela era apenas uma mulher mandona.

—Robinson, pacientes já irão chegar, fique na recepção— Annie falou, passando reto por mim.

Revirei meus olhos, já estava enjoada da voz daquela loira, fui a recepção e sentei-me. A única coisa que eu deveria fazer era ler papéis e chamar nomes, e claro, puxar o saco dos médicos, aquilo era o que eu mais odiava, mas era isso que eu deveria fazer ou eles dariam um jeito de abaixar meu salário, que já era pequeno.

Com os pacientes chegando fui chamando seus nomes de acordo com os que iam saindo das salas de consulta, eu estava arrumando alguns dos papéis de pacientes quando Lizia parou em minha frente.

—Vamos trocar, não quero cuidar do cara com febre alta— Concordei em trocar, eu não queria ficar parada ali.

Levantei-me e segui em direção a sala de consulta que ela havia apontado, adentrei pela porta branca e o paciente estava deitado na cama, olhando fixamente a parede cinza, fui para o armário de medicamentos, peguei alguns remédios para febre alta, soro, e uma seringa.
Fui até o paciente e lhe dei os remédios, ele pegou com uma mão e lhe dei um pequeno copo de aguá, quando ele tomou peguei um plástico e enrolei envolta de seu braço, furei seu braço e pude ver a cara que o homem fez de dor, botei o tubo de soro em braço. Pendurei o soro perto do paciente e peguei a prancheta que estava em sua maca.

Eu preenchia as folhas e olhei para o lado, onde haviam as janelas de vidro, haviam homens me observando, e observando as outras salas, fiquei curiosa para saber o que estavam fazendo ali, mas eu nunca gostei de fazer meu trabalho com gente observando, então fechei as cortinas.

Terminei de preencher e deixei a prancheta na estante ao lado do paciente, sai da sala e fechei a porta, fui de volta a recepção e me deparei com praticamente todas as enfermeiras reunidas de pé, com alguns homens de farda, comecei a andar para junto com minhas colegas e fiquei parada, olhando para eles.

—Senhoritas, como sabem, a guerra está acontecendo, e neste momento, a Alemanha precisa de nossos serviços— Annie fala calmamente, mas sem conseguir disfarçar o nervosismo —E o exército precisa de profissionais junto a eles, para ajudar no que for preciso, eles solicitam algumas de nós— Isso era apenas o jeito de falar dela para dizer "algumas desgraçadas de vocês iram para a guerra cuidar de soldados desmembrados".

Cruzei meus braços enquanto os homens pegavam uma lista de nomes, e então começaram a chamar por ordem alfabética, muitas delas estavam nervosas, algumas chorando desesperadas, mas que drama! Quem precisa temer a morte?

—Jeane Robinson— Que novidade, pela primeira vez em minha vida fui chamada para algo realmente empolgante.

—Não está assustada?— Uma das enfermeiras, que eu não sabia o nome havia me perguntado.

—Não, porque eu estaria?— Pergunto me retirando de lá.

—É uma guerra— Ela fala caminhando ao meu lado.

—Sabe, eu enfrento algo pior, dentro de mim— Falo parando a sua frente, ela me encara e depois sigo meu caminho.

Justin Rammon Point Of View               Alemanha ; Dresden                              07:40 AM

Para a minha sorte, a farda do meu pai servia perfeitamente em mim, depois de alguns minutos de carro eu cheguei ao quartel, no centro da cidade, mesmo com Lilian tentando fazer de tudo para me impedir. O barulho dos soldados no lado de fora com campo era claro e alto, tirei minha jaqueta e fiquei apenas com uma blusa branca e a calça do exército.

Sai do vestuário e foi em direção do campo começar os exercícios, o sargento gritava e obedecíamos, a voz dele era tão irritante, eu tinha mais vontade de soca-lo do que de fazer as malditas flexões.

Para a minha felicidade o treinamento físico demorou menos que o esperado, os "novatos" treinariam com as armas de pequeno e grande porte, teríamos que acertas uma lata a longa distância e curta. Atirar em alvos extremamente pequeno, graças ao meu pai que havia me ensinado atirar aos 10 anos de idade, aquilo foi fácil demais, além de armas também treinamos com outros meios, como facas. Foi um pouco mais dificil, mas nem tanto. Depois do treinamento, fomos ao centro do  campo junto ao general.

—Como sabem, a guerra será dificil, os americanos não irão desistir, mas nós também não iremos!— Alguns soldados gritaram junto a ele —Serão longos dias, mas nós seremos fortes, aguentaremos, e voltaremos para casa, orgulhando nossas familias!— Ele falou por mim e todos nós fizemos sinal.

Era hora do almoço e fui ao refeitório, peguei a comida e me sentei junto a outros, pus a foto e Lilian que eu havia trazido junto a mesa, conversa ia e vinha e eu me mantinha em silêncio, meu pai sempre me disse para não fazer amizades no exército, pois nunca se sabe o dia de amanhã.

—Sua noiva?— Um homem loiro perguntou a mim.

—Sim— Respondi sem encara-lo.

—A minha é tipo isso, porém menor, porque ela é menos que todos?— Ele fala rindo de si mesmo, olho para ele.

—Não deveria falar assim, talvez nunca mais a veja— Falo pondo o garfo com comida em minha boca.

—Gostei de você, parceiro— Ele fala dando um tapa desconfortável em minhas costas. —James, e você?— Ele pergunta estendo a mão.

—Justin— Falo apertando sua mão.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...