História The Contract - Conhecendo Senhor e Senhora Jeon

— Puta merda! — Yoongi pulou da cama e logo se xingou mentalmente por ter feito tal coisa, suas costas estavam pior que a de um idoso naquele momento. Cara, suas costas estavam acabadas. — E agora?

Jungkook olhou para os lados e ao parar seu olhar no closet abriu um enorme sorriso para o amante, puxou o mesmo em direção ao guarda roupas e o empurrou dentro do local um tanto pequeno, tendo a porta de seu quarto aberta em seguida, o fazendo travar sobre o olhar afiado do pai. Essa foi por pouco, pensou.

— O que está fazendo aí, meu bebê? — O mais velho se aproximou do filho e deixou um pequeno selar em seus cabelos, subindo sua visão para trás do filho, encarando o closet que o filho tentava inutilmente esconder com o corpo. — O que tem aí den...

— O que veio fazer aqui? — Interrompeu-o, recebendo um olhar reprovador do pai. — Perdão.

— Tudo bem, meu bem, — Acariciou a bochecha do filho, lembrando-se do real motivo por estar ali. — vista-se com uma roupa formal, temos visita de negócios na sala de jantar.

Jungkook franziu o cenho, tentando pensar em quem poderia estar aquela hora da noite em sua casa, mas não veio ninguém em sua mente.

— E quem seria essa visita, papai? — Jeon mais velho riu, deixando outro selar na cabeça do filho antes de dar as costas e seguir até a porta.

— Por que está tão curioso? — Antes que Jeon pudesse responder Gong Yoo continuou: — Não me faça perguntas agora, anda ‘anda, não se deve deixar um convidado esperando na sala com os empregados.

— Mas e a omma? — Jeon Gong Yoo arregalou os olhos saindo correndo — possivelmente atrás da mulher —, deixando um filho confuso para trás.

Alguns segundos depois Jungkook abriu o closet atrás do namorado, mas não o encontrou em nenhum lugar, olhou atrás das roupas e dos cabides e nada. Por onde foi que ele saiu?

Dando de ombros Jeon aproveitou que estava ali e pegou uma calça social escura, juntamente com uma gravata listrada na tonalidade de branca e azul escura e uma camisa social azul bebê, e tirou toda sua roupa, até mesmo a calcinha, dando lugar a uma cueca boxer cinza. 

Já vestido o menino se olhou no espelho colocando a gravata e o broche, notando faltar algo para completar seu look despojado; um blazer. Então decidiu por colocar um da mesma cor que a calça, aproveitando a oportunidade para colocar seu sapato social e pentear os cabelo repartidos ao meio. 

Sorriu para o resultado no espelho e fez algumas poses sensuais com o corpo, fingindo abrir a camisa ou tirar a gravata, sendo surpreendido por um tapa fraco na bunda por sua mãe, essa que olhava o filho seduzindo o espelho risonha.

— Pode continuar, bebê, eu não estou aqui. — E rindo se aproximou do menino corado, ajeitou uma mecha caída sobre os olhos do mesmo e tirou de sua bolsa um gloss rosa, passando com leveza sobre os lábios finos e delicados do filho, sentindo um imenso orgulho da beleza do mesmo. — Você está lindo, meu bem.

— Obrigada, — Agradeceu finalmente, reparando na roupa da mais velha, essa que usava um vestido vermelho vivo cheio de decotes, um salto alto preto e os cabelos longos em um rabo de cavalo perfeitamente alhiado. — você também está linda, mamãe. — A mais velha sorridente com as palavras do filho deu uma apertada nos peitos se olhando no espelho, fazendo a mesma coisa que o filho fazia antes de ser percebido ali, seduzir para seu reflexo, deixando agora, o filho rir de si.

— Você acha? — Jungkook assentiu se sentando na cama, imaginando como é que seria se usasse um vestido como o da mãe, seria um completo desastre, porque para começo de conversa, nem peito, Jungkook tinha. 

— Oh, vocês ainda estão aqui! — E mais uma vez seu pai apareceu no quarto, mas diferente da outra vez, estava ofegante, parecia ter corrido muito. — Vamos, o convidado não pode mais esperar, são… — Levantou a manga de seu paletó, olhando as horas em seu relógio de ouro branco que nem tinha horas para falar a verdade, apenas era de ouro e de enfeite mesmo. — Não sei, mas estamos com muito minutos de atraso, agora vamos, família amada!

Jeon Soo-yeon sorriu terna para o filho e então o puxou com suavidade pelo cotovelo, o colocando ao lado do marido e se colocando ao meio dos dois, traçando os dois braços em volta do braço de cada um, suspirando feliz por se sentir completa ao lado de seus bens mais preciosos, tirando o dinheiro, lógico.

Então com pressa a família seguiu até a escada espiral, desceram a mesma de cabeça erguida e se direcionaram a sala de jantar, sendo seguidos por alguns empregados da casa, e assim que chegaram a porta prontos para entrar Yoongi apareceu atrás do mais novo, depositando discretamente um papel em seu bolso antes de abrir a porta para os Jeon. 

Percebendo o papel Jungkook desprendeu-se de sua mãe com um pequeno curvar pedindo desculpas para os progenitores e recuou sem mais e nem menos para entrada da casa, deixando os pais de “queixo caído” de vergonha para trás. Chegando lá Jeon puxou o pequeno pedaço do bolso e leu do que se tratava, franzindo o cenho em seguida.

“Me encontre na cozinha, preciso de sua ajuda.”

Preocupado com o que poderia estar acontecendo na cozinha Jungkook seguiu a passos rápidos até o local, não encontrando nada fora do lugar, todos estavam fazendo suas devidas funções com cautela e não havia motivos para estar ali. De qualquer forma se encostou ao lado de uma pia e ficou olhando em volta, percebendo finalmente que tinha um pequeno probleminha, a pia do outro lado da cozinha estava entupida e um dos funcionários não estava conseguindo resolver o problema e ao que pôde notar, aquela pia era a mais utilizada por estar mais perto dos fogões. Jungkook suspirou dobrando a manga de sua camisa social, indo até a pia e pedindo para que o funcionário voltasse a sua função anterior.

Sem pressa Jungkook analisou a pia cheia de água suja e panelas, encontrando o pequeno probleminha d’baixo da marquiza, parecia que alguém tinha amarrado algo de propósito no cano flexível, para que a água não descesse e assim, atrasasse o trabalho dos empregados. Interessante. 

— Tire isso daqui! — Ordenou para a presença atrás de sua pessoa e logo alguém se abaixou até estar com a cabeça d’baixo da pia, desamarrando o fio envolvido no cano, e assim que fora feito a água na pia desceu tranquilamente enquanto Jeon sorria orgulhoso de si mesmo, claro, isso até bater seu olhar nas costas alheias. 

Aquele terno era muito caro para ser de Yoongi, ou um de seus funcionários — não que eles recebesse pouco, mas era muito caro —, aquele terno era tecido escuro Slim, do mesmo pano que seu blazer e um dos tecidos mais caros da Coréia. 

Ao subir seu olhar para a pessoa se levantando de costas percebeu a cabeleira loira e então sorriu, era Yoongi. Talvez Yoongi houvesse juntado dinheiro para o agradar comprando aquele terno, pensou Jungkook abraçando o amante que havia travado no lugar, parecia tenso com algo. Talvez pelo presença dos funcionários observando aquela cena, mas Jeon decidiu ignorar o serviçais e o abraçar com mais força.

— Obrigado, meu amor. — Sussurrou no pé do ouvido do namorado, esse que estremeceu de leve, finalmente ajeitando sua postura ao se virar de frente para Jungkook com olhos arregalados, na mesma situação do Jeon, mas por motivo totalmente diferente.

O loiro estava de olhos arregalados por tamanha beleza alheia, o garoto pequeno em sua frente tinha os olhos negros como a noite, os lábios finos bem delineados, e o rosto, céus! Parecia de um anjo, e mesmo que o homem nunca tenha visto um, jurava que estava presenciando um ao vivo, agora mesmo na sua frente. Descendo o olhar por breves segundos sentiu seu coração falhar uma batida, aquele menino estava com o broche da família Jeon e Park não poderia estar mais contente. Aquele broche de ouro era o mesmo que o pai do garoto a sua frente estava dizendo ter dado mais cedo ao filho no aniversário de 19 anos, na semana passada.

Park Jimin nunca tinha acreditado em amor a primeira vista, mais agora… Cara, acreditava até em fadas se o garoto de cabelos escuro pedisse.

Já Jeon olhava o outro de olhos esbugalhados por não ser Yoongi em sua frente, mas sim o bilionário Park Jimin, em carne e osso o encarando sem pudor algum. Sem reação o moreno se manteve calado e quieto até ouvir o barulho do cano da pia estourando no chão, assustando todos presentes. Fazendo com quê Jungkook quase tropeçasse pra trás e caísse no meio da água suja vazando, mais para sorte do Jeon Jimin foi mais rápido, o erguendo com um braço só, colando ambos os peitorais e membros, causando um leve arrepio para os dois garotos, que acabaram por colidir os lábios pelo impacto causado por breves segundos antes do Jeon desviar o rosto para outra direção.

Jeon agarrou o terno no ombro de Jimin por puro reflexo e se manteve com os olhos fechados desde que foi erguido no ar, só os abrindo quando Park o pôs no chão seco fora da cozinha, e pediu desculpas por ter deixado os lábios colidirem.

— Não precisa se desculpar, eu que agradeço por não deixar que eu me suja-se, e olha, com consequência você se sujou todo, Senhor Park! — Mais se embolou nas palavras e gaguejou do quê falou e Park achou aquilo uma graça.

— Nanh! Só sujei os sapatos agora, o meu terno quem sujou foi um dos empregados da casa, não se preocupe com isso e… Veja! — Apontou para a roupa do mais novo. — Eu acabei por te sujar de vinho cartuxa também. — Riram descontraindo.

— Ah, vejo que já conheceu o Senhor Park, meu bem. — Seus pais chegaram sorrindo e acompanhados por empregadas de nariz em pé. Elas devem ter contado todo o ocorrido para os seus pais — do jeito que são fofoqueiras — e ganhado um aumento pelo sorriso que estavam esboçando.

Os dois concordaram em um murmuriu e logo pôde se ver a silhueta de Yoongi aparecer na entrada da cozinha com a camisa social suja de vinho e em uma das mãos estava um terno novinho em folha no cabide.

— Por aqui, Senhor, deixe-me guia-lo até o quarto de hospedes, onde dormirá essa noite, para que assim posse se trocar. — Pediu Yoongi com a voz cansada, recebendo em troca uma negação de Soo-yeon antes de qualquer coisa.

— Não será necessário, empregado, Jungkook também está sujo e creio eu que ele irá querer trocar roupa também, certo, bebê? — Jeon assentiu sobre o olhar afiado do namorado e do Park. — Então leve Jimin para o seu quarto e dê a ele um terno melhor, esse aqui não irá combinar muito bem com ele. — Tocou no terno que o Min pegou e revirou os olhos a ver que o terno estava sem marca alguma de roupa. — Jogue isso fora e venha limpar a bagunça que você fez na sala de jantar, agora! — Sussurrou para Yoongi.

Jimin olhou para Jeon mais velho recebendo um aceno positivo para ir ao quarto do filho do casal, então, sem mais delongas ofereceu seu braço para o garoto que logo pegou o guiando para as escadas, não antes olhar Yoongi, este que agora partia do local de cabeça baixa e completamente exausto.

Se aquilo doeu no coração de Jungkook? E como, mas não podia o abraçar e nem dizer que iria cuidar do mesmo, não ali na frente de todos, mas depois que Park fosse para o quarto de hóspedes iria até o quarto do amante em secreto, para o embalar em seus braços com amor e carinho de baixo do chuveiro.

Mas tinha algo que o incomodava, Min estava encharcado de vinho assim como Jimin e ele queria saber o porquê, mas nada, como sempre, passava em sua cabeça avoada.

— … aí você tinha que ver, sua mãe arregalou os olhos na direção do seu pai sem palavras e o serviçal estava tão distraído que confundiu a taça com o meu colo e me molhou todo! — Jeon voltou sua atenção para o homem de 28 anos todo animado contando algo e sorriu sem jeito por não ter prestado atenção na conversa, parecia ser algo bastante engraçado porque o outro estava rindo e apontando para a própria roupa e… Pera.

— Pera, quê? Quem te molhou?!

— Eu já disse, o serviçal!

— E como ele se molhou?

— Oh, essa é a melhor parte! — Começou em meio a risadas. — Depois que ele me molhou o Senhor Gong Yoo deu um grito para o despertar, e em vez dele levantar a garrafa, ele segurou ela de cabeça para baixo e molhou todo o sapato. E eu até apontei para a garrafa, mas ele estava tão avoado que achou que o vidro estava quebrando e então ergueu-o mais para analisar melhor, e acabou por se molhar todinho de vinho! 

Jungkook fingiu uma risada baixa e então ao chegar no quarto engoliu em seco, Park já havia chegado se achando o dono do mundo tirando o terno preto e a camisa social cinza sem se importar se o mais novo via ou não sua nudez. O moreno até fechou a porta e tentou avisar ao Park que ali tinha banheiro, mas parou no lugar ao ver o mais velho tirando a última peça de roupas olhando no fundo dos seus olhos e… Puta merda! Era grosso e grande e tinha veias e saltadas e era rosado e Jungkook tinha namorado.

Jeon deu as costas ao mais velho no mesmo instante que lembrou de Yoongi e um pouco tímido tirou seu blazer, sentindo estranhamente um calor muito perto de seu corpo, mas ignorou começando a tirar a gravata e em seguida começou a desabotoar a camisa, sentindo um cheiro amadeirado com jasmin preencher suas narinas, o cheiro estava perto, perto até demais, então, um pouco com vergonha de olhar o que o mais velho fazia girou seus calcanhares e se deparou com Jimin cara a cara consigo, esse que lhe encarava por breves segundos, antes de descer o olhar para seus botões e desabotoar-los sem pressa, deixando o garoto mais tenso ainda.

Qualquer um que olhasse para os dois naquele momento pensaria o que não deve, mas parece que Park estava tão focado em tirar os botões do mais novo que nem percebeu as encaradas em seu “amigo”, ou fingia pelo menos, porque discreto o mais novo não estava sendo. 

Mais quase no último botão Jimin decidiu erguer o olhar para o mais novo, fazendo Jungkook acordar para a vida e corar se afastando a procura da maçaneta, e quando a encontrou saiu o mais rápido que pôde do quarto, deixando um Park risonho para trás em busca de algo para vestir e ir atrás do mais novo.

Já no andar de baixo no escritório do marido, Soo-yeon chorava com as dividas da família em mãos, sem saber como reagir. Para ela a herança deixado do pai de seu marido nunca iria acabar, e muito menos que a empresa de sua família fosse falir assim do nada, estavam completamente falidos e sem nada, tinham apenas a mansão e a casa de praia nos EUA, que já estava sendo tomada pelo governo, ao que pôde ver da carta mandada pelo próprio governo americano.

— Céus, Jungkook é a nossa última esperança. — Se ergueu do chão limpando todas as lágrimas que borravam sua maquiagem. Teria que falar com o filho.

— Querida, você está aí? — Gong Yoo perguntou meio inserto se deveria, ou não, abrir a porta de seu escritório. Mas ao receber um murmuriu positivo da esposa se pôs a entrar, sendo recebido em um abraço forte e acolhedor da mais velha.

— Amor, o que vamos fazer?!

— Eu não sei.

— Mais eu sei! — Recuou do abraço, deixando sua posição erguida, incomodando um pouco o marido que franziu o cenho, esperando pela proposta da companheira. — Iremos casar Jungkook com o Jimin.

— Não. 

— Mas essa é nossa últi…

— Não importa, não iremos casar nosso filho com ele! — Debateu imaginando o quão louca era sua esposa ao sugerir aquilo.

— Tudo bem, — Soltou um riso amargo, rodando o marido enquanto fingia um soluço, que logo se tornou um choro. — então eu serei sua amante e tirarei tudo que conseguir de Jimin, isso claro, pelo bem de nossa família.

— O que?! — Agarrou a cintura da mesma, a puxando de encontro a si. — Isso jamais! — Soo arfou sobre o toque possessivo de seu marido e não pôde conter o sorriso ao ouvir o que o mesmo lhe disse em seguida. — Jungkook irá entender… isso, isso é pelo bem de nossa família, não é?

— É pelo bem de nós três, mais principalmente pelo bem dele, amor. — Sussurrou no ouvido do marido. — Eu te amo.

— Eu te amo mais.