História The Contract - Anel de Noivado e Descoberta Inesperada

— Ei, o que houve? – o Park estranhou o comportamento do garoto, ele estava tão contente minutos atrás, como poderia mudar de opinião tão rápido? – Achei que quisesse o anel.

— Ele é muito caro, não quero que gaste seu dinheiro atoa comigo, e ele nem mesmo vai fazer diferença, veja, o mais barato também é magnifico! – mostrou o anel que a vendedora segurava nos dedos, ele era meio grosso e tinha uma pérola enorme em cima.

Jungkook reprimiu a vontade de voltar atrás em sua decisão quando fitou o objeto e colocou o anel largo em seu dedo, apertando entre os outros semelhantes para que Jimin não percebesse que também era maior que o essencial.

— Tem certeza que não quer o outro?

— Te-tenho! – confirmou meio incerto e antes que Jimin segurasse em sua mão para analisar como ficou a peça, puxou a própria carteira e sacou dinheiro o suficiente para pagar pelo anél, não perdendo chance de pisar no pé da dona da joalheria quando seguiu em direção ao caixa.

— Ei, eu que irei pagar, não aceite o dinheiro dele! – ouviu a ordem do loiro para a vendedora ao longe, não sendo de fato atendido e ignorado com sucesso pela caixa e o noivo.

— Obrigada, senhorita. – Agradeceu a balconista, recebendo um sorriso fofo em troca ao que pegava a compra, colocava o anél folgado no dedo novamente e retirava o preço da etiqueta.

— Que isso, eu que agradeço. Me chamo Lisa – apontou para o crachá –, não sei se reparou, mas... estudamos na mesma escola. – Contou alegre.

— Ó, me desculpe, eu não me lembro muito bem de todos os nomes dos alunos do primeiro ano. – Se curvou minimamente em sinal de respeito, podendo então ouvir a risada divertida da outra, o que o levou franzir o cenho e erguer o olhar para a mesma.

— Eu sou do último ano da faculdade.

— Mas você parece ser tão nova... – teve sua fala morta na garganta quando viu a dona da loja parar do lado da funcionária e o encarar.

Instantaneamente o moreno fechou a cara e saiu pisando firme para fora da loja, ouvindo ao longe a risada de Jimin e da garota acompanhada de um ¨fofo¨, porém não deu importância e entrou na limusine, voltando a fitar o anél, agora de maneira desgostosa. — Pelo menos não é tão feio... — poderou por alguns segundos o que havia dito. — É ridículo!

[…]

Após Jungkook deixar a joalheria o Park logo lançou o olhar para o anél que o noivo havia gostado e não perdeu mais tempo, pegou o cheque e assinou rapidamente – levando em vista que estava atrasado e Jeon poderia voltar para saber o porquê de sua demora –, entregando a sócia do mesmo modo que preencheu o papel.

Pegou o talão e guardou no bolso, estendendo a mão para pegar as alianças, no entanto a mulher de meia idade recolheu a comprar e começou a bater a sola do sapato no chão, de maneira impaciente.

— Jiminie, você vai mesmo se casar? – quis saber com um bico chateado nos lábios róseos. – E ainda por cima com um homem?

Jimin revirou os olhos com o questionamento.

– Não vejo nenhum problema nisso.

– Ele só quer se aproveitar do seu dinheiro!

– Não me pareceu ser isso a alguns minutos atrás.

– Mas ele vai acabar com a sua imagem, não consegue ver?! Um homem tão influente em nosso país como você deveria ser um exemplo para todos nós e seguir os costumes tradicionais como todos os influentes desse país fazem. – Repreendeu indignada. – Com que olhos você acha que seus amigos e sócios o verão a partir do momento que oficializar esse casamento?

– Me verão como um homem de família honrado por ter um esposo tão lindo, e futuramente, herdeiros de meu grande império. – Se gabou para a sócia, vendo essa o olhar com puro deboche. Então é assim é? – E eu acho que a senhora está se equivocando muito em generalizar todos os CEO’s importantes desse país, afinal, seu ex marido é uma prova viva disso, não é mesmo?

– O que está querendo dizer com isso? – quase rugiu as palavras de tão raivosa que havia ficado ao escutar sobre o ex.

– Estou querendo dizer que ele não poderia ter feito escolha melhor do que largar você pelo secretário. – Tomou a sacola de maneira rude da mão da outra e a deu as costas. – E eu agradeceria muito se tomasse mais conta da própria vida, pois a minha vida e do meu futuro marido, não te diz respeito. – E assim deixou a joalheria caminhando de maneira graciosa. Até pensou em sair rebolando como uma diva faria, mas isso acabaria com a sua imagem de “grande ditador”.

Logo que saiu do estabelecimento, o Park tomou o devido cuidado em guardar a caixinha no bolso, entrou no carro e sorriu para o mais novo antes de mandar o motorista partir.

Jungkook com certeza amaria o presente.

[...]

Ao contrário do esperado, eles chegaram no horário em que os sócios conversavam na porta de maneira descontraída, à espera dos amigos. Com isso, Jimin não perdera chance, logo mais estava no aglomerado de sócios – com mais novo ao lado – conversando sobre os possíveis investimentos que poderia fazer nas empresas que mais estavam lucrando no ano, deixando todos os homens animados com a notícia. Porém os CEO’s não ficaram somente naquele assunto, pois assim que surgira uma brecha no assunto, eles trouxeram suas filhas para apresentar ao prodígio, deixando o Park totalmente desconfortável por Jungkook estar ao seu lado, se prestando ao papel de olhar todas aquelas mulheres se oferecendo para o seu noivo em sua frente na maior cara de pau.

Mas diferente do imaginado, Jungkook estava fitando todas aquelas mulheres em busca da mais bonita de todas, e quando finalmente a encontrou, disfarçadamente sussurrou para mais velho que já havia a visto em algum lugar e logo saiu o arrastando até a moça de vestido curto, apresentando ambos os dois jovens. Alguns segundos depois o Park e a garota engataram em um assunto que o Jeon não fez questão de saber, pois assim que notou os pais entrando no restaurante, fez o mesmo e deixou o Park para trás.

Quem sabe ele não começa a gostar dela e o deixa em paz, pensou.

Quando entrou no local pôde notar alguns artistas famosos e outros nem tanto, notando também que decoração do salão estava impecável e a música clássica que tocava ao fundo mais ainda, deixando o garoto impressionado com tamanha beleza e gosto de quem o decorou. Aproveitou que todos ainda estavam de pé conversando e seguiu para perto das cortinas que escondiam a sacada, apreciando com os dedos o quão macias elas eram. Pareciam ser feitas de algodão.

Em um determinado momento que se seguiu com o Jeon apreciando todo o espaço, o moreno se sentiu curioso em saber se a conversa do mais velho com a garota estava fluindo, e foi nesse exato momento em que se virou para procurar o noivo, que o viu sendo puxado pela garota para uma sala mais reservada — e que claramente pelo sorriso safado da garota, não era para fazer coisas inocentes —.

Claro que pôde ver que seu noivo estava negando a “oferta”, porém a garota parecia mais insistente ainda em arrastá-lo para longe das pessoas, causando uma certa irritação no Jeon, irritação essa que o fez andar a passos rápidos até os dois e afastar as mãos delicadas da garota de perto do noivo de maneira rude.

– Onde você pensa que estava levando meu noivo?! – quis saber irritado, sem se importar se ela sabia ou não do noivado, sendo contido pelo Park antes de descesse a mão na cara da garota. Felizmente a menina saiu assustada de perto do casal, fazendo Jimin rir da ação repentina do mais novo e Jungkook fechar a cara. – Deixa ela voltar aqui ‘pra ela ver’.

Jimin riu mais ainda, recebendo uma cotovelada na barriga.

– Está rindo do que, hein?

– De nada... – aos poucos parou de rir e puxou Jeon para a sacada, se certificando antes de que não haveria ninguém ali perto para seguir os dois.

Logo após que verificou não haver ninguém passaram pelas cortinas e, o loiro não perdeu tempo, agarrou seu moreninho pela cintura e sorriu safado, fazendo Jungkook se arrepiar dos pés à cabeça, com a respiração do mais velho batendo em seu pescoço. – O que acha que meu menininho ciumento deveria ganhar, hm? – Inclinou a cabeça afim de beijar o mais novo, porém Jungkook desviou do contato de modo instantâneo, mantendo uma distância segura dos lábios do outro.

– Eu não estava com ciúmes, e eu teria feito isso por qualquer outra pessoa que esteja em uma situação como aquela. — Argumentou tentando voltar para dentro, porém Jimin o puxou de volta com suas mãos pequenas e gordinhas, fazendo Jeon bufar e revirar os olhos. — Não me beije.

— Você é meu esposo — sussurrou próximo ao ouvido do outro de maneira arrastada. —, e como tal deve suprir as minhas vontades.

Jungkook instantaneamente se virou e ficou frente a frente com o noivo, desacreditado no que havia acabado de ouvir. Jimin por acaso estava achando que ele era algum tipo de boneco sexual?

— O que quer dizer com isso?

— Que eu vou te beijar mesmo assim.

O mais novo fez menção de desviar do contato do outro, mas quando Jimin deslizou os dedos por seu braço até parar na nuca, Jeon travou. O loiro riu internamente com aquilo e deixou um selar sobre a epiderme lisinha do mais novo, selar este que logo se tornou pequenas mordidas pela pele alva. Jungkook logo fechou os olhos com força e procurou com as mãos os ombros alheios, apertando o local como meio de discordar com a decisão do Park de o agarrar sem sua concordância.

Cansado de brincar somente com aquela área, Jimin desceu as mãos para o quadril do moreno e fez menção de agarrar a bunda do garoto, porém mudou de rumo e agarrou a base da camisa do mais novo, abriu os dois últimos botões e sentiu o corpo estremecer ao enlaçar o outro nos braços, sentido o contato quente das mãos com a pele alva que Jungkook possuía.

— Ji-jimin. — Repreendeu ao sentir as carícias nas costas subirem cada vez mais, porém empurrou o mais velho quando esse se aproximou de seus lábios. — Eu disse não.

— Qual o problema em eu te beijar? — fitou o outro seriamente, tendo Jungkook desviando o olhar para o chão.

— E-eu… ér.. eu preciso ir no banheiro. — Tirou os braços do mais velho de si e quando viu que esse não iria o segurar de novo por estar confuso, correu para o salão, ajeitando a camisa no caminho. Procurou o banheiro com o olhar, e quando o achou andou à passos apressados até o mesmo, sem fazer questão de olhar para trás.

Entrou no banheiro perdido. Jungkook poderia ter facilmente ignorado Jimin e a garota, assim escapando de um casamento infeliz com alguém sem escrúpulos e que somente pensa em si mesmo, mas não. Jeon teve que deixar suas emoções falarem mais alto e acabar de vez com a sua oportunidade de acabar com aquilo de uma vez.

Yoongi ficaria decepcionado se soubesse o que fez.

Frustrado o garoto seguiu para onde estava as pias do banheiro e lavou o rosto, segurando a vontade de chorar por ter sido mais uma vez fraco. Jungkook era um fraco por ceder ao Park. Jungkook era um fraco por ter se deixado levar pelos momentos que Jimin poderia lhe proporcionar. E Jungkook era fraco por não conseguir manter seu alto-controle quando lembrava que tinha alguém que amava.

Diferente de Yoongi que era doce em todos os toques e carícias, havia Jimin, aquele que deixava Jeon extasiado por querer mais e mais, o deixando a beira da loucura, mesmo não admitindo. Céus, Jeon se sentia tão nojento por querer receber toques dos dois homens.

— Eu preciso de ar. — murmurou para si próprio, tendo seu momento de reflexão cortado por dois homens desconhecidos entrando no banheiro, ambos pareciam rir enquanto falavam sobre algo que Jungkook não estava afim de saber, muito menos ouvir.

Jungkook deu uma última olhada em seu reflexo no espelho e ajeitou o cabelo devidamente antes de seguir até a porta. E ele estava a ponto de passar pela mesma quando ouviu o nome do Park soar na última cabine do banheiro, e então não resistiu, deu a meia volta e ficou escondido atrás de uma marquise, esperando ouvir ao menos um pouco da conversa que rolava por ali.

— O que será que aquele “galinha” do Park vai anunciar hoje?

— Não sei, mas espero que depois não venha dar encima da minha filha, ela não é nenhum tipo de brinquedo que ele usa e depois descarta.

— Ele ainda age como um adolescente cheio de hormônios. Não adianta, alguém precisa fazer algo á respeito disso.

— Ninguém pode mudar quem ele é, uma vez vagabundo, sempre vagabundo.

— Tenho pena de quem for se casar com esse homem um dia.

Depois de ouvir aquelas palavras Jungkook poderia facilmente sair pela porta do banheiro e humilhar Jimin na frente de todos, mostrando o quão mentiroso ele se mostrou em sua frente e — provavelmente — na frente de sua família. No entanto, o senso de defender o maior se fez mais presente, o obrigando a sair de onde se escondia e seguir até onde os dois homens conversavam.

— Olá senhores. — Ditou formalmente, se curvando em forma de respeito, sendo correspondido da mesma forma. — Devo dizer que acidentalmente estava lavando minhas mãos e acabei por ouvir uma parte da conversa dos senhores.

— E quem é você? — o homem que aparentava ser mais velho quis saber, fazendo Jungkook esbanjar um sorriso convencido nos lábios para o homem de fios grisalhos.

— Sou noivo de Park Jimin — disse convicto. —, e espero fielmente que suas ofensas não venham ser proferidas contra meu futuro marido novamente, se não…

— Oras garoto, e o que te faz acreditar que é o único na vida daquele homem?! — o outro praticamente gritou, assustando Jeon brevemente, porém não se deixou demonstrar e manteve a pose. — Ele prometeu a mesma coisa a minha filha, disse que iria se casar com ela e depois a largou como se não fosse nada. Me diga, o que te garante que ele não irá te dei…!

— Cale a boca! — cortou o outro com a respiração descompassada, não poderia acreditar que Jimin fizera tamanha crueldade, ele não seria capaz daquilo, certo? — Se hoje estão aqui reunidos nessa noite é porque ele irá oficializar nosso casamento, e tudo, absolutamente tudo que ele fez no passado, não importa, a única coisa que importa é que eu serei o seu esposo. E devo lhes avisar, senhores — pronunciou com desdém —, se voltarem a falar essas palavras outra vez, vocês serão os primeiros sócios da empresa Park a irem à falência.

— Isso é uma ameaça?!

— Não, — jogou os cabelos que caíam em seu olho para trás. — Isso é um aviso.

Depois de responder os dois e sair do banheiro, Jeon pôde finalmente soltar a respiração de nem ao menos sabia que segurava. No entanto, seu momento de paz não durou pouco mais de alguns segundos, pois logo mais um clarão se fez presente em seu rosto, fazendo-o fechar os olhos por alguns segundos.

— Aí está ele. — Ouviu a voz do noivo ao longe e quando se deu conta do que estava ocorrendo, o mesmo já estava ao seu lado o puxando pela mão para algum lugar, lugar este que descobriu ser o centro do salão quando abriu os olhos.

— Jimin, o que está fazendo? — sussurrou confuso para o Park. Aqueles olhares raivosos estavam o deixando sem graça, principalmente o de um garoto de fios castanhos ao lado de seus pais.

— Estou oficializando o nosso noivado.

E assim Jungkook corou outra vez quando Jimin tirou do bolso o anél de noivado que ele queria, mas que era caro demais para Jeon levar.

Não acredito que comprou, ele é muito caro! — disse surpreso e emocionado, ele queria tanto aquele anél.

— Desculpa, eu não conseguia ver ele no dedo de outra pessoa que não seja você. — disse se ajoelhando, ouvindo exclamações surpresas e outras felizes por parte dos amigos.

— Não precisa se ajoelhar.

— Precisa sim, amor.

Se antes Jungkook já estava vermelho, ficou mais ainda quando viu Jimin tirar o antigo anél de seu dedo e colocar o outro com direito a um beijinho.

Alguns segundos depois o Park se pôs de pé e sorriu quando um Jeon todo coradinho pegou o outro anél de noivado e colocou em seu dedo, repetindo sua mesma ação de beijar a mão. Assim que ambos estavam um olhando para o outro de mãos dadas, o mais velho pediu com o olhar para beijar o mais novo e, assim que recebeu um sorriso como resposta, não tardou a se aproximar e a findar a única distância que o separava dos lábios do mais novo.

O moreno sorriu durante o ósculo quando ouviu as palmas dos convidados se fazerem presente, e bastava somente mais um pouco para puxar o mais velho para mais perto, afim de aprofundar mais ainda o beijo. Isso claro, se não fosse por ter aberto os olhos por um instante e avistado Yoongi o fitando. Ele estava completamente molhado e parecia decepcionado com o que via.

Naquele momento o coração de Jungkook estava completamente despedaçado e não mais correspondia o ósculo.

E Jimin percebeu isso, por isso se afastou e segurou sua face chorosa e distante de tudo entre as mãos, ficando desesperado quando chamou pelo mais novo e esse começou a tremer e a cambalear para trás, para que, no fim, desmaiasse nos braços do noivo.

— Alguém me ajuda, pelo amor de Deus!

[...]

Ainda confuso, a consciência de JungKook foi recobrando aos poucos, e o moreno se forçava a abrir os olhos, lutando contra seu corpo que insistia em permanecer naquela mesma posição. Olhou de relance para o local onde estava, um pequeno escritório, com as paredes em tons pasteis e um grande carpete cinza no chão, as cortinas grandes e pesadas que cobriam a enorme vidraça, escondendo a lua que refletia no céu. Viu então que estava deitado num sofá de couro, não muito confortável, e a sua direita estava Jimin, com os fios loiros um tanto bagunçados e caídos sobre seus olhos, o mais velho dormia com a respiração um tanto pesada, mas mantinha uma expressão preocupada em seu rosto.

O Park trajava sua camisa social branca, com os primeiros dois botões fora das casas e as mangas arregaçadas, foi então que notou que lhe faltava o terno bem alinhado que sempre usava, este que o loiro havia usado para cobrir o noivo desacordado.

Um tanto envergonhado, JungKook tentou se mexer, mas sua cabeça ainda latejava de dor, e então flashes dos acontecimentos passados vieram em sua mente, fazendo o moreno se levantar rapidamente ao lembrar de Yoongi.

— JungKook! Finalmente acordou! — olhou para sua direita, onde o Park o encarava atentamente, sua feição numa mistura de felicidade e preocupação — Você desmaiou em meus braços, fiquei tão preocupado.

— Onde estamos? — perguntou com a voz ainda fraca, fechando os olhos ao sentir os dedos do Park lhe acariciarem o rosto — Por quanto tempo eu estive desacordado?

Jimin se sentou ao seu lado no sofá, puxando o corpo do menor para mais perto do seu, até que a cabeça do moreno estivesse sobre seu peito. Beijou – lhe a testa, e então os fios escuros. O loiro podia finalmente se acalmar, esteve tão preocupado com o desmaio repentino do noivo, que no momento em que o mesmo caiu em seus braços, o Park já imaginava inúmeros motivos, e de alguma forma, todas as suas prováveis conclusões apontavam a si próprio como o causador de tudo, e tais pensamentos o assustava. Mas agora que o Jeon estava ali, daria a seu cérebro o devido descanso que merece.

— Ainda estamos no restaurante — explicou, ainda acariciando seus cabelos — Assim que você desmaiou, meu amigo, que é o dono daqui me disse para traze – lo para seu escritório. Por sorte, um dos convidados era médico, tomei a liberdade de pedir para que ele o examinasse, e ele me disse que sua pressão caiu, talvez a falta de alimento junto de um choque repentino. Me desculpe, eu apenas queria fazer uma surpresa te pedindo e noivado na frente de todos.

Jeon encarava os olhos preocupados de Jimin, por um momento pensando se ele realmente era, ou já foi, o tal “galinha” que todos imaginavam. De fato, o loiro parecia se tornar outra pessoa perto de si, sem toda aquela frieza e rigidez em sua voz, pelo contrário, com jungkook eram apenas palavras doces e o calor de seu corpo, além do carinho em excesso que o Park lhe proporcionava. Mas em meio aqueles pensamentos, a culpa acertou – lhe como um soco ao compara – lo com Yoongi, o pobre Min parecia ter ficado tão chocado com a cena presenciada, que o coração do moreno se apertou, fazendo – o se arrepender amargamente de ter gostado daquele beijo, e de todos os outros que já trocara com o bilionário.

— JungKook? — acordou de seus pensamentos com a voz do Park lhe chamando — Está tudo bem? Ainda se sente mal? — perguntou, levando sua destra até a testa do mais novo, constando que ele ainda se encontrava um pouco febril — Quer que eu chame de volta o médico?

No entanto o moreno negou, alegando que apenas se sentia um pouco cansado, nada que mais alguns minutos de descanso não resolvessem. Pediu para que pudesse ficar sozinho e deitar, recebendo um simples manear de cabeça do loiro, mesmo que a contragosto, que pegou suas mãos, beijando as costas das mesmas, e então saiu, deixando o Jeon mais novo sozinho, aflito em meio a seus pensamentos.

JungKook se jogou novamente no estofado, suspirando alto enquanto encarava a aliança em seu anelar, se sentia incomodado com o fato de querer sorrir, ele não deveria estar feliz com aquilo, então por que seu coração dizia o contrário? Park foi o homem que lhe “comprou”, ele tinha que odia-lo com todas as suas forças, mas qual o motivo de sempre se render ao charme do loiro? Tudo que o mais novo queria era viver tranquilamente ao lado de seu amado, por que a vida tinha que ser tão injusta consigo?

Suspirou mais uma vez, fechando os olhos com força enquanto tentava esquecer de tudo por alguns minutos, talvez se dormisse de novo, acordaria e seus problemas desaparecessem. Mas toda sua paz se foi no momento em que ouviu a porta ser bruscamente aberta, seguido do som da mesma se fechando num estrondo, e passos apressados em sua direção. Jungkook bufou irritado, aparentemente o Park não conhecia a palavra “sozinho”.

— Jimin, eu pedi para ficar sozinho... — resmungou sem ao menos encara – lo. Recebendo uma risada falha em resposta. O moreno arqueou a sobrancelha, abrindo os olhos minimamente, arregalando – os ao ver quem realmente estava consigo — Yoonie.

O loiro o olhava seriamente, as roupas ainda molhadas por conta da chuva, os olhos avermelhados e inchados, e um coração despedaçado em seu peito. O Min se encontrava destruído com a cena presenciada algumas horas atrás, por isso esperou que o Jeon mais novo estivesse sozinho na sala, para que pudesse finalmente confronta – lo, mas ver o Park trancado durante todo o tempo com seu amado lhe deixava ainda pior, e quando o bilionário finalmente saiu, não perdeu tempo em entrar, desesperado por respostas.

— JungKook — o mais novo estremeceu com a voz falhada do loiro, entregando o quanto estava arrasado, o Jeon não conseguia encara – lo nos olhos tamanha a culpa e vergonha que sentia, então se encolheu ainda mais no sofá — Precisamos conversar.