História Married By Contracte - Kim Bon-Hwa - Slava

Kim Bon-Hwa POV ON

Winter acordou com o capeta hoje, não era possível um corpo tão pequeno ser tão irritante, isso vai contra todas as leis que possam existir! Mas mesmo assim, incrívelmente, meu bom humor permaneceu intacto.

Tomei um banho rápido e coloquei um vestido florido azul, uma jaqueta preto com branco e um all star. Amarrei o cabelo em um rabo de cavalo alto, pegueium óculos escuro e sai de casa (LINK NAS NOTAS FINAIS). Fui de skate até o destino, casa da minha avó não era tão perto, mas eu precisava andar um pouco livre, eu me sentia levemente, talvez bastante, sufocada em ter que andar com seguranças o tempo todo, então peguei meus fones plugando-os ao celular e dei impulso no skate.

[...]

Parei na frente da casa da minha avó, respirei fundo, fazia certo tempo que não vinha aqui, o caminhão da nostalgia me atropelou por um segundo, passava aceleradamente em minha mente vários momentos da minha adolescência nessa casa, momentos até da minha infância, espantei esses pensamentos, peguei meu skate e fui até a porta tocando a campainha, a qual logo fora atendida, quando minha avó me viu deu um sorriso enorme e me abraçou.

_Minha querida - ela disse me abraçando fortemente, muito carinhosa - Quanto tempo! Fico feliz que tenha vindo - ela disse quando separamos o abraço.

_Também estou feliz em te ver - falei dando um beijo na bochecha dela, nós entramos na casa e eu fui tirando os óculos escuros.

As horas passaram correndo, eu ajudei ela com o restaurante que tinha, depois almoçamos apenas nós, foi muito divertido, comemos conversamos e rimos muito, pintamos um pouco no ateliê dela e agora estávamos na sala conversando cantando e tocando no antigo piano do meu avó.

_ Toque alguma música sua e das meninas - ela pediu e eu comecei a dedilhar o piano fazendo soarem as primeiras notas.

Quando acabei fechei o piano e sentei ao contrário no banco do piano virando para ela. Sorri boba olhando chão, parecia que foi ontem quando nos  fomos a primeira vez para o estúdio gravar as vozes e treinar a coreografia na sala de dança, me sentia orgulhosa pelo que eu e as meninas conquistamos.

_O que foi querida? - minha  avó perguntou sentando ao meu lado no banco do piano com um sorriso dócil.

_Nada, só estava me lembrando do nosso debut - disse e ficamos quietas por um tempo.

_Slava, eu tenho algo sério para te falar - ela disse com um tom sério pouco costumeiro dela, o que me fez automaticamente ajeitar a postura.

_O que seria vó? - perguntei receosa.

_Filha, eu te amo muito, mas do que posso por em palavras, você sabe que tudo que eu faço e pensando no seu bem certo? - ela perguntou, eu apenas confirmei com a cabeça, completamente travada de medo do que seria isso - Slava, querida, sabe que eu só quero sua felicidade certo? - ela perguntou, mas parecia não querer a resposta, porque continuou de imediato - Por isso eu tomei essa decisão. Eu recebi uma proposta de casar você com uma garoto muito bom, inteligente e provavelmente legal e carinhoso - ela disse e eu fiquei longos minutos tentando entender o que aquelas palavras juntas em uma frase significavam.

_O-oque?! - perguntei sussurrado quando voltei a realidade - Você fez isso sem nem me consultar? sem ter a mínima consideração pela minha opinião?

_Amor, seja genrosa, eu fiz isso pensando no seu bem - ela disse e eu me acalmei me sentindo mal por falar daquele jeito com ela.

_Desculpa - falei abaixando a cabeça - Com quem eu vou casar? - perguntei calma.

_Park Jimin - ela disse e eu praticamente chorei de rir.

_Ai vó - falei secando as lágrimas com uma expressão divertida e um sorriso aberto - Essa foi ótima, eu caí direitinho, mas da próxima vez tente achar alguém que não seja tão óbvio para se pregar uma piada comigo - falei parando de rir e respirando com dificuldade.

_Não foi uma piada - minha avó falou seria.

_Sério, para, eu não vou cair - falei sorrindo divertida.

_Estou falando sério - ela falou séria como eu nunca vi ela ser antes, meu sorriso desmanchou no mesmo momento, assim como o sol que entrava pela janela.

_Vó, como pode fazer isso você sabe que eu odeio Park Jimin? - eu disse me levantando- Tem que desfazer esse contrato!

_Não dá querida, o acordo já foi fechado, está tudo marcado - ela disse juntando as mãos nervosamente.

_E eu não acredito! - disse quase como um grito em desespero, me esquecendo de como se respira por um breve momento, levantei colocando a jaqueta e o óculos no caminho até a porta.

_Onde vai?-  minha avó perguntou me seguindo.

Eu  não respondi, apenas saí pela porta da frente correndo.

[...]

Estava a alguns minutos sentada em uma pista de skate não muito longe da casa da minha avó, minha mente fervia em mil pensamentos. Olhei envolta, me lembro que geralmente era aqui que fazíamos as competições de rap na minha época de underground.

Me sentia cada vez mais perdida naquela tarde extremamente quente. O sol batia contra minha pele me fazendo suar, mas a única coisa que eu conseguia pensar era  como minha avó pode fazer isso comigo? Ela tirou completamente minha liberdade de escolha praticamente me vendendo para um garoto que ela simplesmente nem conhece. Ela que sempre defendeu que todos são livres para escolher o que querem de suas vidas, não importa o que os outros achem ou façam.

Me encolhi em cima da rampa sentindo uma lágrima correr pelo meu rosto, fiquei assim alguns minutos, até sentir uma gota de água pingar sobre meu cabelo, levantei o rosto, começava a chover, em poucos segundos a chuva virou um real dilúvio, mas eu não me importei, apenas fiquei lá sentindo a chuva molhar minha pele. Era uma sensação agradável, como se pudesse lavar todo o meu ódio e tristeza.