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História Married with death | L.s - Capítulo 2


Escrita por: laycts_

Notas do Autor


É bom não esquecer as datas, elas podem ser importantes em algum momento.

Boa leitura, anjos.

Capítulo 3 - Capítulo 2


Louis Tomlinson - 14/06/13

Ontem havia sido um dia estranho, melhor dizendo, a noite foi estranha. Eu estava ficando com dor de cabeça de ter que escutar a gritaria de Lottie com Fizzy, as duas estavam brigando feito loucas aqui em cima e então decidi descer, e ler um livro na varanda para ver se me relaxava.

Acontece, que começou a chover, e eu fiquei mais tranquilo de ficar na varanda, até porque, quem seria o louco de sair com uma chuvarada dessas? Mas quando vi uma moto parando na frente de minha casa, um rapaz de jaqueta preta de couro e uma camiseta branca, calças escuras e botas pretas... meu coração disparou de tanto medo naquele momento, eu senti que ia ser levado dali, ou que ele me mataria. Eu havia ficado em estado de choque, e o pior, eu não conseguia nem chamar por alguém... eu podia morrer ali, que ninguém me ajudaria. O que me faz achar ainda mais que sou um inútil, que dou trabalho para todos.

Mas quando aquele garoto falou comigo, eu esqueci qualquer tipo de pensamento que me fazia acreditar que eu morreria. Ele tinha um timbre de voz forte, grosso, mas ao mesmo tempo era calmo e acalentador... eu nunca havia ficado tão perto de alguém que não conheço, assim, desse jeito... sem contar que eu estava sozinho, e quando fui apresentado para Niall e seu irmão mais velho Jacob, eu estava rodeado de pessoas ao meu lado, na qual eu confio. Não é à toa que eles são meus melhores amigos, eu só... morro de medo de perde-los caso descubram minha doença.

Mas, do jeito que conheci Harry, eu nunca havia conhecido ninguém antes. Eu tenho medo de me aproximar das pessoas, eu ja tenho parentes e amigos suficientes para cuidarem de mim, não preciso conhecer outras pessoas... e mentir para essas pessoas. Por isso, quando Harry me elogiou, eu achei que o melhor a fazer ali, seria me afastar urgentemente. Eu sei que não deveria ter deixado-o sozinho, naquela chuva, mas... eu só estava evitando criar laços de amizade com ele. Eu não suportaria ter que fingir para mais uma pessoa que sou normal, porque não sou. Eu só sou um doente que está morrendo, com uma doença que não tem cura...

Nos meus 11 anos, ouvi minha mãe falando para Charlotte não comer melancia quando estiver nos seus dias de mulher, pois dizem que a melancia faz com que o sangue da menstruação se transforme em água. Eu ri tanto de Charlotte, que cheguei a ter dor de barriga. Eu zoava tanto ela. Eu era uma criança, que ria de tudo, e pra mim aquilo tudo era muito engraçado, pois Lottie é louca por melancia. Eu só não esperava sentir isso na pele, literalmente. Ou melhor... eu não esperava que corresse por minhas veias. Minha mãe sempre diz, que eu sou seu menino de ouro. Menino de ouro? Eu dou tanto trabalho, são remédios tão caros, como posso ser um menino de ouro se sou o causador dessa família não ir para frente? Porque se não fosse eu e essa maldita doença, meus pais já teriam juntado seu dinheirinho para comprar uma casa na cidade, e abrir o açougue do meu pai, que foi sempre seu sonho. Eu estraguei tudo.

Eu não queria ser esse fardo para minha família.

Suspirei. Senti cheiro de frutas, e resolvi descer para pegar uma para comer. Logo ouço o liquidificador, minha mãe estava a fazer suco. Sorri levemente, e desci um pouco mais às escadas, parando ao meio para respirar fundo e controlar a tontura.

- Por favor, eu preciso muito falar com ele... - ouvi uma voz soar da sala, mas continuei com os olhos fechados. Ainda estava tonto.

- Louis está dormindo, e... nós nem conhecemos você, Louis sempre nos apresenta seus amigos. Por favor, volte outra hora. - dizia mamãe.

- Louis!! - Exclamou a outra voz. Logo reconheci aquele desespero. Meus olhos se abriram, e se arregalaram por conta do que eu estava vendo. Harry. Harry estava ali, em pé... e queria falar comigo.

Suspirei. Eu não acredito, ele não pode estar aqui. Nós não nos conhecemos direito, e ele já está na porta de minha casa, querendo conversar comigo.

- Você?! O que está... fazendo aqui? - Perguntei baixo, descendo as escadas bem devagar. Harry me olhava, não parava de me olhar, e eu já sentia minhas bochechas corando. Não gosto de ser encarado desse jeito, não gosto que as pessoas fiquem reparando em meus defeitos. - P-por favor... não me olhe assim. - Falo baixo, abaixando a cabeça e me sentando devagar no sofá.

- Eu... oh, perdão... eu posso entrar? Por favor... eu só quero bater um papo com você, prometo que vou manter a mesma distância de ontem.

Harry disse, e mamãe nos olhava com certa curiosidade. Fiquei ainda mais nervoso, e olhei para os lados pesando em alguma coisa para falar. Não conseguia pensar em nada, apenas naquilo que eu não queria dizer. Que acabei dizendo.

- Deixe-o entrar, mamãe. - Falei me condenando mentalmente por ter feito isso. Suspiro, e desvio o olhar para a mesinha de centro. Mamãe murmurou um "vou deixar vocês à sós", mas posso ter certeza que dona Jay ficará atrás de algum móvel, ou alguma porta para escutar nossa conversa. Isso soa estranho, eu não sei nem de quem o Harry é filho, e nós vamos ter uma "conversa".

Vi que Harry deu um sorriso largo e, céus... ele tem dois buraquinhos no rosto que são tão fofos, eu queria poder cutuca-los agora.

Ele se aproximou, e se sentou no outro sofá, mantendo a mesma distância de anteriormente.

- Eu... hm... não tenho o que dizer...

- Mas você veio da cidade, até a minha casa, como não tem o que dizer?

- É que... bom, ontem eu percebi o quanto você ficou assustado por eu ter chegado de surpresa e todo atrapalhado... e você também disse que não é acostumado a conversar, eu achei que visita-lo seria uma boa, para trocarmos ideias, bater um papo, sabe...conversar.

- Não! - falo me assustando comigo mesmo. Eu nunca havia aumentado o tom de voz desse jeito. - eu não estou entendendo você, que se deslocou de sua casa para vir conversar comigo sobre... nada? Olha... eu não te conheço direito e a única coisa que sei sobre você, é que seu nome é Harry, o garoto que se protegeu da chuva em minha varanda...

- É isso... eu quero conversar com você, te mostrar o quanto é bom conversar de verdade com outra pessoa. O quanto isso ajuda a relaxar, o quando é bom para esquecer do mundo, dos problemas...

Problemas...

- Ontem, percebi que você é tão solitário. Você me parece ser um garoto incrível demais para ficar sozinho...

- Eu não sou sozinho! Eu tenho minhas irmãs, minha família e meus dois amigos, já são o suficiente para a minha vida compli... é, suficientes...

- Eu quero te retribuir por ter deixado eu me proteger daquela chuva, sendo um bom amigo para você...

- Eu já disse que eu tenho dois amigos, eles são suficientes... Harry, vai para a sua casa... não perca seu tempo comigo.

- Não é perca de tempo. Sabe... quando eu te olhei, senti que eu precisava te ajudar...

Ninguém pode me ajudar. Ninguém pode tirar essa doença de mim, e não é mais um ou menos um que me fará achar que eu sou alguém comum de verdade.

- Não... você não sentiu, agora já pode ir...

- Eu não vou enquanto não me disser que eu poderei te ver todos os dias, para conversarmos sobre tudo, de tudo um pouco. Eu te garanto que não vais se arrepender.

Me senti um derrotado. Assenti com a cabeça e me levantei, olhando para o lado um pouco triste. Suspirando logo em seguida.

- Você gosta de pássaros?

- Pássaros? - Respondi. Eu amo pássaros, se eu pudesse voar como eles, já teria dado a volta ao mundo, pelo menos isso, já que sei que estou morrendo. Aproveitaria cada segundo que ainda me resta de energia. - Eu gosto.

- Então acho que você vai gostar de um amiguinho que trarei para você amanhã.

Meus olhos agora eram curiosos e pareciam brilhar. Quem é esse garoto? Porque tudo isso? Porque eu? Com tantas garotas por aí que gostam de falar, porque ele tinha que bater na porta justo da minha casa?

- Eu...

- Shh... não precisa dizer nada, só que vai aceitar meu presente.

Não consegui conter um pequeno sorriso em meus lábios, e revirei os olhos levemente. Assenti ao que ele diz e dei mais um passo para trás.

- Eu aceito.


Notas Finais


Eu espero mesmo que estejam gostando, estou escrevendo com muito carinho.


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