História Married with death | L.s - Capítulo 7

Harry Styles - 15/01/2014

Essa semana, comemoramos o aniversário do meu melhor amigo, o Zayn. Foi algo só para os amigos mais próximos, mas foi muito divertido. Para eles essa diversão deve ter se estendido para o dia seguinte, mas para mim, não foi assim que aconteceu. No momento que cheguei em casa, encontrei minha mãe aos prantos, repetindo para si mesma que ia procurar os papéis para o desquite.

Fiquei me perguntando, o que meu pai havia aprontado dessa vez, e juro, eu já estava bravo só de imaginar.

Me aproximei de minha mãe, e me sentei ao seu lado. Fiz carícias em seus cabelos e beijei sua testa. Ela estava tão desolada; os olhos inchados e os lábios vermelhos de tanto que ela os mordia, os cabelos arrepiados. Eu me senti tão mal por vê-la daquele jeito.

- O que aconteceu, minha mãe?

- S-seu pai... e-ele... me e-empurrou...

Suspiro. Eu não acredito que papai tenha tido coragem te tocar em minha mãe na intenção de machucá-la. Eu nunca pensei que meu pai teria coragem de fazer alguma coisa do tipo, ainda mais com minha mãe, depois de anos de casamento.

- E-ele disse que eu não posso impedí-lo dele fazer o que ele quer. Q-que sou mulher dele, mas não m-mando nas coisas q-que ele faz... q-que ele n-não está me t-traindo, e que só sai p-para trabalhar... e-eu não acredito m-mais nas palavras que ele d-diz Harry, não a-acredito...

- Tudo bem, mãe... não chore. Você vai ficar se sentindo mal mais tarde, por favor, não chore. Olha, me diz onde meu pai está agora, quero falar com ele.

- Não Harry! Deixe i-isso pra lá... eu vou me preparar para pedir o desquite e tudo isso vai acabar...

- Mãe!

Ela suspira, e então olha para a escada, sabendo que não havia me convencido.

- Está lá em cima, se arrumando para sair...

Mas continuei sentado, eu sabia a hora que deveria entrar em cena para falar com meu pai, e não seria agora. Eu esperaria ele sair, para pegá-lo no flagra.

Mas não demorou muito, logo meu pai desceu aquelas escadas à passos firmes, nem sequer olhando para mim. Mas deixa, eu não queria que ele viesse com teatro para meu lado, já basta ele descendo as escadas de jaleco e sua mala de trabalho. Eu não acredito...

Esperei ele sair, e então olhei para minha mãe e segurei em suas mãos, logo as beijando e voltando a olhá-la.

- Eu vou ver o que está acontecendo, okay? Não diga nada... eu vou precisar te desobedecer agora.

Ela assente desapontada com minha frase final e então me levanto, pego minha jaqueta e as chaves de minha moto. Por sorte, meu pai estava saindo agora. Subi na moto e resolvi segui-lo para o seu destino de todas as noites. Eu estava tão furioso por esses atos de meu pai, com tanto ódio... eu precisava descarregar minha raiva apenas quando eu o pegasse no flagra.

Franzi meu cenho assim que percebi que estávamos saindo da cidade. Ótimo, agora meu pai trai minha mãe com alguém do interior. Com tantas pessoas na cidade, ele veio trair minha mãe justo com alguém do interior? Não que eu quisesse que ele a traisse com alguém...

Suspirei. Porque to pensando essas coisas? O garoto por quem estou me apaixonando é alguém do interior, a pessoa mais perfeita desse mundo... o garoto dos meus sonhos, por quem eu não vivo sem...

Louis é tudo para mim...

Percebi que estavamos no vilarejo, e olhei para frente concentrado, percebendo que eu não havia perdido meu pai de vista. Continuei o seguindo, mas as coisas passaram a ficar mais tensas quando se aproximou a casa de alguém que eu conhecia muito bem. Louis. Meu pai estacionou na casa de Louis.

Passei a ofegar e rolei meus olhos umas mil vezes tentando acreditar no que eu estava vendo. A amante de meu pai, então, seria a mãe de Louis? Não... É demais para mim.

Deixei que meu pai entrasse primeiro, e logo em seguida eu entraria. Eu ainda não estava acreditando, e não ia ser fácil para mim quando eu o visse com outra mulher. Só de imaginar que Louis também pode estar acreditando no caralho dessa mentira, já é desastrosamente doloroso. Eu só não queria... eu não esperava. Meus olhos agora já se enchiam de lágrimas, meu corpo tremia e o ódio só me consumia mais à cada segundo. Eu simplesmente não estava em mim, eu queria falar tudo que agora está entalado aqui na minha garganta. E eu diria...

Entrei à passos rápidos e quando me aproximei daquela varanda, fechei meus olhos e lembrei de um Louis assustado, a primeira vez que nos vimos. Dei um suspiro longo e ao me aproximar da porta, ouvi choros, e reconheci aquela melodia que eu tanto amava... mas que agora estava chorosa e falhando. A voz de Louis.

Adentrei rapidamente aquela casa e Louis arregalou seus olhinhos. Meu pai estava pegando uma seringa em sua maleta e a mãe de Louis lacrimejava olhando tudo com um pouco de distância. Naquele momento eu era quem não entendia mais nada, e Louis estava palisado. A mãe de Louis exclamou "Harry!" quando me viu, e meu pai se virou. No entanto, Louis continuava paralisado... eu estava confuso, e não sabia o que pensar. Louis estaria doente e meu pai não estaria mentindo para minha mãe? Era o mais lógico de se pensar até agora, mas se Louis estivesse doente ele me contaria, e se meu pai viesse mesmo para trabalhar ele não empurraria minha mãe.

Eu não sei o que pensar, apenas continuei calado e esperando aquilo tudo passar. Meu pai pareceu engolir seco, mas continuou seu trabalho. Louis precisava de atendimento urgentemente, porque senão meu pai teria interrompido para falar comigo.

...

- O que você veio fazer aqui? - meu pai disse, mas não me incomodei em responder. Minha atenção estava apenas em Louis que começou a chorar enquanto eu me aproximava dele que estava deitado no sofá. - Harry, ele acabou de ter um desmaio, afaste-se.

- Desmaio? - falo dando uma breve olhada para meu pai e volto a olhar Louis. Ele ja havia desmaiado em minha frente, mas disse que foi sua pressão e que não era nada grave. Mas outro desmaio? Isso não ta certo... tem alguma coisa errada.
Ele ainda chorava, mas os motivos do seu choro eram exatamente o de eu estar ali e de estar vendo ele naquele estado. - Eu preciso que me explique...

- Harry, saia... pelo b-bem de nossa a-amizade!! - Exclamou o menor. Pelo bem de nossa amizade? Eu não conseguia entender.

- Eu não vou sair, eu preciso que me explique.

- Harry, Louis está fraco... por favor. - Jay disse me fazendo virar para ela por um instante.

- Exatamente. Ele está fraco e eu quero entender o que aconteceu com ele. Eu preciso saber e vocês não estão me ajudando.

- Ele quer saber, mãe... - Louis murmurou e eu o olhei franzindo meu cenho. - Eu quero acabar com toda essa mentira.

- Louis...

- Mãe... já chega, eu vou morrer mesmo, que diferença vai fazer?

Eu tentei ficar calmo e entender que aquela frase dele foi apenas um exagero, mas me pareceu mais real do que o próprio real... meu coração acelerou e num instante eu já estava ofegante, e com a mão no coração. Louis podia morrer, é isso?! Eu não... posso acreditar.

- E-eu... não estou entendendo... - murmurei.

- Harry... - ele segura em minhas mãos e olha em meus olhos, pegando um pequeno impulso para se sentar. No momento em que os olhos de Louis começam a derramar lágrimas, não posso negar, eu tambem chorei. Uma tristeza, desespero...

- Eu tenho Leucemia, Harry. Meus desmaios estão constantes, minhas enxaquecas já nem amenizam... as minhas tonturas já são os motivos pelos quais eu nem me levanto mais. Satisfeito? Pode ser difícil para você agora, mas você não faz ideia do que ta sendo para mim, do que já foi para mim... todos esses anos isolado, tudo o que eu queria era alguém como você, para minhas companhias da tarde, para sorrir novamente e ter a essência da felicidade mais perto de mim, por mais que seja impossível alcança-la. E agora que você já sabe a verdade sobre mim, já pode sair daqui... sumir da minha vida, e nunca mais aparecer... eu nem sei porque estou te mandando, se sei que é isso mesmo que vai fazer... afinal, quem vai querer ser amigo de alguém pode levar o farelo a qualquer momento? Que tem os cabelos caindo e que logo ficará careca. Que voce sabe que uma hora essa pessoa vai cair e não levantará mais. Harry, sai daqui.

Todas aquelas palavras já fizeram meu rosto enxarcar de lágrimas. Como ele poderia ter pensado esse tipo de coisa de mim? Só porque sou um garoto da cidade, não quer dizer que eu não tenha um coração. Louis está completamente errado, completamente.

- Primeiramente, Louis... eu quero te dizer que eu não sou o monstro que você tá achando que sou. Eu tenho um coração e agora ele está doendo demais, como eu nunca havia sentido antes. E sim, você está certo quando diz que é difícil porque realmente, é. Louis... eu me apaixonei por você de uma forma inexplicável... você se tornou a minha respiração e eu não consigo pensar em outra coisa que não seja em seu rosto, seus lábios rosados e em seu jeito. Eu me apaixonei tanto, com tanta intensidade, que doença nenhuma é capaz de desfazer esse sentimento. Você está com uma doença que não tem cura, mas sabe o que eu to disposto a fazer? Ser pra você o que você nunca teve, ser pra você alguém que você tem sido para mim, especial. Eu não me importo quanto tempo você vá passar ao meu lado, eu não quero pensar nisso... eu só me importo nas coisas que podemos fazer com você aqui, com seus pequenos bracinhos envolvidos em meu pescoço, ficando na pontinha do pé para me dar um beijo, o beijo que eu to sonhando todo esse tempo. Eu pretendo olhar para o seu rosto todos os dias e me orgulhar de você ter sido forte e ter conseguido ficar ao meu lado por mais um dia, eu... eu só quero dizer que não importa quanto tempo passe, eu quero ser seu, e você meu... eu tenho sido para você um amigo, mas eu tenho sonhado em estar com você de uma forma que vai muito mais além. Acontece, que eu não sei mas respirar, se não sentir o suave cheiro da sua respiração todos os dias, o cheiro suave e doce que eu tanto amo. Eu quero sentir seus pequenos lábios finos tocando nos meus, a sua testa colada na minha e o beijinho de esquimó depois de frases de amor e sinceridade. Você é... tudo, pra mim, Louis.

Falei tudo despejando, da maneira mais sincera possível. Eu precisava desabafar e melhor, precisava ter certeza do que eu sentia e essa certeza eu tive quando falei tudo olhando nos olhos dele. Eu o amo, amo desde seus pequenos defeitos até os maiores. Desde as suas pequenas coisas até as maiores. Eu não consigo viver sem ele.

- H-Harry... eu simplesmente... não sei o que dizer....

- Só me responda, Louis. Você quer estar do meu lado e enfrentar tudo o que vier, todas as dificuldades, todos os momentos de agonia, ao meu lado? Você... Louis Tomlinson... quer namorar comigo?

- É tudo que eu sempre sonhei.