História Marry me? - Seventh

Sakura

Depois de passar praticamente a tarde inteira fazendo compras, eu finalmente consegui chegar em casa e descansar um pouco até ter que preparar tudo para a festa. Larguei tudo na cozinha e passei a procurar minha morena pela casa, ela ainda não tinha chegado, será que o estado de Hiashi era tão ruim assim? Me preocupei, mesmo que ele fosse um belo filho da puta, com o perdão da expressão, ele ainda era o pai da Hinata, e ela estava sofrendo, eu pude sentir isso quando ela me contou mais cedo o que tinha acontecido com ele.

Pensei em ligar para ela, mas desisti da ideia assim que vi a porta principal ser aberta e ela entrar no apartamento. Olhei preocupada esperando que ela me contasse o tudo. Ela se sentou no sofá e escondeu o rosto com as mãos. Ela estava exausta, eu percebia isso.

-Então? Como ele está? – pergunto me sentando ao lado dela.

-Melhor do que eu esperava – soltei um suspiro de alivio, aquele merda tinha que estar vivo para me ver casando com a filha dele e finalmente engolir aquele preconceito idiota – talvez até receba alta hoje à noite.

-Entendo, mas e ai? O que ele disse quando te viu? – perguntei esperando que ela me contasse a mesma história de sempre, que ele havia a ofendido e maltratado, como sempre fez.

-Me pediu perdão – a vi sorrir, arregalei os olhos surpresa – disse que estava arrependido por ter nos julgado quando a gente se assumiu, disse que se arrepende até hoje de ter me expulsado e que queria ter vindo atrás de mim pedir desculpas, mas era orgulhoso demais para fazê-lo.

-Hm, e ele finalmente vai me aceitar? – perguntou, curiosa.

-Tudo indica que sim, ele disse que quando saísse do hospital a gente ia conversar com mais calma, eu não o deixei falar muito, podia ser ruim para a saúde dele – sorri, vê-la feliz me deixava feliz também.

-E contou para ele sobre o seu emprego novo? – perguntei a ela e apenas a vi negar com a cabeça.

-Nosso dialogo foi curto, como eu disse o médico me orientou a não deixa-lo falar muito – ela explicou – então... como foi nas compras? – ela perguntou, mudando de assunto.

-Um saco, dá próxima vez você faz isso – resmunguei, e ela apenas riu – agora, você poderia me ajudar a arrumar tudo? – perguntei.

-Claro, nunca deixaria você fazer isso sozinha – ela sorriu se levantando – temos quanto tempo?

-Hm, deixe-me ver – pedi, olhando no meu relógio de pulso – tempo o suficiente.

-Tudo bem – ela se dirigiu a cozinha – mãos a obra...

(...)

Finalmente tínhamos acabado de organizar tudo para receber os convidados e agora eu estava esperando Hinata sair do banho, sentada na nossa cama. Eu olhava para o teto, como se fosse a coisa mais interessante do mundo, quando me dei conta de que Neji e Hanabi ainda não sabiam da festa. Me apressei para pegar meu celular e ligar para eles, em cima da hora mesmo.

-Com quem estava falando? – ela perguntou após sair do banheiro, enrolada em uma toalha e secando os cabelos com outra.

-Neji e Hanabi, me esqueci completamente deles – expliquei, constrangida.

-Entendi, e eles confirmaram? – ela perguntou caminhando até o closet, após jogar a toalha que usava para secar os cabelos em mim – coloca no banheiro para mim – ela pediu, em relação a toalha.

-Eles vêm sim, Hanabi está eufórica – sorri, e realmente minha cunhada estava radiante com o convite – Neji apenas disse que Tenten havia comentado algo sobre a festa com ele, enfim – expliquei levando a toalha de volta para o banheiro.

-Que bom – Hinata saiu do closet vestida de forma impecável, simplesmente maravilhosa – que foi? – ela perguntou, talvez por perceber a forma retardada como eu a olhava, retardada por que já estávamos juntas a dois anos, então eu devia estar acostumada com a perfeição da minha namorada, não?

-Nada, só estava te admirando – respondi me aproximando dela – às vezes eu ainda acho que você merecia alguém melhor do que eu – comentei vagamente, acariciando seu rosto delicado.

-Você é perfeita pra mim, não importa o que os outros digam, é você que eu amo – ela declarou se aproximando e me beijando rapidamente, aquilo me emocionou tanto que eu quase chorei.

Como todo o momento fofura tem que acabar, o nosso não foi exceção. A campainha soou e a Hinata simplesmente se afastou e saiu do quarto, indo receber nossos convidados. Eu soltei um longo suspiro e segui ela. Cheguei a sala a tempo de vê-la abrir a porta e praticamente todos os convidados entrarem, falta apenas Neji e Hanabi.

-Então... o que estamos comemorando? – perguntou Ino, Oh mulher curiosa essa, heim?

-Calma apressados, ainda falta gente e eu não quero ter que repetir o motivo da festa – expliquei e ninguém reclamou, e se reclamasse iria se ver comigo, hm – sentem-se que eu vou pegar as bebidas na cozinha.

E eles simplesmente fizeram o que eu mandei. Eu fui para a cozinha ajudar a minha pérola no que faltava e pegar algumas bebidas para levar para os convidados. Hinata vinha atrás de mim com alguns doces e salgados que só eu sabia como eram saborosos. Qualquer coisa feita por aquela mãos macias e delicadas eram maravilhosas.

Ficamos durante alguns minutos conversando, até ouvir a porta principal ser aberta. Todos nos viramos para a porta e foi com surpresa que vi Neji e Hanabi entrando no apartamento, acompanhados de ninguém mais, ninguém menos que Hiashi Hyuuga. Ele parecia fraco e andava com a ajuda de uma bengala e com os familiares próximos, caso precisasse ser amparado.

Todos nós ficamos mudos, e eu apenas vi a minha namorada correr em direção ao pai, para ajuda-lo a se aproximar e se acomodar no sofá. Neji e Hanabi vieram me cumprimentar, mas eu não prestava atenção em nada além do olhar enigmático de Hiashi.

-Faz uma festa e não me convida, Haruno? Quanta falta de educação – eu o ouvi falar, a voz levemente mais fraca do que eu me lembrava.

-Papai... – repreendeu Hinata.

-Bom, já estamos todos aqui, conta logo o motivo dessa reunião, Sakura – insistiu Karin.

-Bem gente, eu e a Hinata vamos nos casar – falei, assim, sem mistério nenhum, e fiquei esperando pela reação de cada um, mas a que mais me interessava era a de Hiashi, agora só me faltava aquele monstro querer armar barraco.

-Não são muito jovens? – eu o ouvi perguntar, e novamente fiquei boquiaberta.

-Eu apenas a pedi em casamento, Hiashi, não quer dizer que vamos casar amanhã – respondi com um suspiro – eu e ela combinamos de focar na nossa faculdade e trabalho primeiro, só depois a gente vai marcar uma data – expliquei e como se fosse uma bomba relógio, a sala inteira “explodiu” em alegria.

Um por um, todos vieram nos cumprimentar e nos dar os parabéns. Eu estava ainda mais feliz por ver que todos nos apoiavam, quer dizer... quase todos. Em momento nenhum eu desviei minha atenção de Hiashi, apenas aguardando pela fúria dele. Foi quando eu percebi que, com a ajuda de Neji, ele se levantou e se dirigiu a mim, com a filha do lado.

-Eu cometi muitos erros na minha vida, Sakura – me surpreendi, de novo pra variar, em todo esse tempo ele nunca havia me chamado pelo meu nome, aquilo sim que era uma evolução e tanto – não vou mais ser idiota a ponto de não querer enxergar algo tão óbvio – estavam todos atentos às palavras do chefão Hyuuga – de não querer enxergar que a felicidade da Hinata está do seu lado, passei tempo demais sendo um estupido orgulhoso que não me dava conta do quanto machucava a minha filha com as minhas atitudes, e eu precisei ficar entre a vida e a morte para perceber o quanto eu estava errado – senti ele segurar a minha mão, e com a outra trazer a mão de Hinata, entrelaçando nossos dedos – vocês tem a minha benção e o meu apoio – ele finalizou e eu juro que não ouvi mais nada, era como se o tempo estivesse congelado, como se eu tivesse simplesmente morrido.

Despertei do meu choque com mais uma explosão dos convidados. E sem que eu percebesse, um sorriso enorme se formava no meu rosto e eu já não consegui me conter, e simplesmente ataquei aquele velho ranzinza com um abraço apertado de agradecimento.

-Agora eu botei fé, a vida de vocês finalmente está entrando nos eixos – falou Hanabi, entusiasmada.

-Obrigada, Hiashi, era a única coisa que faltava para que a minha Hina fosse feliz por completo – eu agradeci, emocionada, vendo a minha perola desabar nos braços do primo, tamanha a emoção e surpresa com a atitude nobre do pai.

-Eu que agradeço, Sakura, se não fosse você, o que seria da minha filha? – ele perguntou com um sorriso que, por menor que fosse, já mostrava o quanto aquele homem estava mudado.