História Marvel Universe: All Different World. - Wolf. - Instintos de Lobo.

Data Terrestre: 02 de Outubro

Odeio quando as coisas dão errado.

Especialmente quando a Ur interfere com essa cara dela de “por que tenho que limpar a sua sujeira?” antes de realmente dar à bronca.

O que na verdade tá demorando muito, o que em geral é mau sinal.

-Só pra ter certeza, o quão ferrado nós estamos, irmãzinha?

Até me assustei quando ela bagunçou meu cabelo.

-Nem um pouco Wolf. –Acho que ela percebeu que eu estava confuso. –Apesar de o Jason ter perdido a calma, não é como se eu não esperasse isso. Então no geral, vocês agiram bem. –Ela parecia muito cansada para quem praticamente só dormia e comia a quase uma semana.

-O que você tem?

Mas ela apenas negou com a cabeça.

-A terra é bem diferente de Asgard, acabei não pensando nisso quando viemos e meus poderes estão um pouco sensíveis. –Ur suspirou realmente cansada. –Pelo menos eu espero que seja isso e não algum problema.

Até pensei em dizer a ela que não havia mais dúvidas de que eram problemas, só não era nada inteligente fazer isso agora. Então deixei Ur ir para o quarto dela antes de ir para o meu pegar uma toalha de banho e pegar o caminho da piscina do Stark.

Não é que eu pudesse ignorar a nossa situação desastrosa em Asgard ou mesmo a falta de lógica em virmos para Midgard justamente as vésperas de Odin anunciar o noivado arranjado de Ur com Drake, que ele e meu tio achavam que ninguém sabia mesmo quando todo o reino já falava disso.

Mesmo meu pai parecia tentar arruma uma saída para esse problema, o que deve ser a principal razão para ele mandar Daniel passar um tempo com a gente. Imagino o que tia Sif deve pensar dessa ideia da sua filha, provavelmente a pessoa que ela mais ama no universo, prometida para a única pessoa que chegou perto de matá-la.

Mesmo que Drake seja filho do ex-marido dela, Sif não tem nenhum elogio para os dois, ainda que ela se de bem com a tia Jane. É estranho que com todos os defeitos do Drake, todos gostam da Jane e mesmo com os planos de Odin, ele foi um bom avô.

Assim que cheguei à piscina da torre, que por sorte ficava no andar de baixo do que eu ocupava com meus irmãos, me senti feliz. Não é como se gigantes de gelo combinassem com água, mas a vantagem de ser só metade gigante de gelo é que eu posso pular na água sem congelar o prédio todo.

Joguei minhas roupas, a toalha e os sapatos em uma cadeira, então pulei na água. Não havia muito para fazer na torre que eu goste. Nadar é uma das poucas coisas que não me deixam entediado ou nervoso, comer e cozinhar as outras duas.

Não sei ao certo quanto tempo fiquei ali, porque Ur costuma dizer que para um lobo eu pareço mais um peixe. Não que seja mentira, eu realmente perco a noção de tempo na água, só não fico surdo a quem se aproxima.

-O que você tá fazendo?

Não me assustei ou precisei parar de nadar antes de chegar à borda da piscina para saber quem era, porque reconheceria aquela voz em qualquer mundo.

Por isso quando alcancei a borda e vi o rosto corado de Alexandra Romanoff, senti meu peito se agitar.

-Estou nadando, não quer entrar?

Tudo que ela fez foi fingir não ligar para o meu convite.

-Não sou burra, sei quando alguém está nadando. Quero saber por que tá fazendo isso pelado?

Dessa vez eu acabei rindo, o que a fez recuar um passo pelo rosnado, então achei que era melhor sair da piscina de uma vez.

Notei Alexa fica mais vermelha, especialmente quando andei na direção dela para pegar minhas roupas que estavam ao seu lado. Só que ao invés de pegar as roupas ou a toalha resolvi provocar a ruiva com aquela situação.

-Sendo sincero, não tenho isso que vocês chamam de “roupa de banho” e mesmo que tivesse não usaria. –Ela recuou um passo e não me movi. –Se quer saber, nem a Ur ou o Jay usam roupas quando estão trancados sozinhos nos seus quartos. Ou achou que Megara e Paladin eram as únicas com essa mania na minha família?

Dessa vez ela pereceu irritada.

-Idiota. –Então ela saiu apressada.

Eu realmente não estava me ajudando com a ruiva, só que se eu fosse bom com as palavras como a Ur poderia ajudá-la mais.

Pensar nisso não me ajudaria também, então enrolei a toalha na cintura e subi para a cobertura porque estava morrendo de fome. Acabei dando de cara com um baita grupo reunido ali. Tinha o Stark, o Tristan, a Pepper, a Alexa, a Christine, a Alexandra Rasputin e o Nate acompanhados de uma garotinha morena, além de um grupo desconhecido com duas ruivas e um cara moreno.

-Nossa! Isso tudo é pra mim?

Como a Pepper e o Tristan já estavam meio acostumados com o meu jeito e comentários idiotas acabaram rindo, os outros pareceram confusos.

-Que bom que apareceu Wolf, sabe dos seus irmãos? –Como disse, Pepper nem liga mais para o que eu falo.

Dei de ombros indo para o bar.

-O Jay vai ficar trancado no quarto um tempo. –Encarei todos ali. –Ele é meio sensível sobre a sexualidade dele porque tem gente bem idiota em Asgard, como alguns conselheiros do nosso avô.

-Conhecemos alguns idiotas assim por aqui. –Não sabia quem era a garota ruiva nova, mas gostei dela.

-E a Ur tá sensível pela mudança de ambiente então até acalmar os poderes dela não espere vê-la. E não se aproximem do quarto dela para não serem congelados. Exceto se tiverem um corpo de diamante ou fogo, o que não sei se resolve.

Ninguém falou nada enquanto eu pegava a garrafa de uísque ou enquanto fui até a cozinha do outro lado da parede do bar e depois quando voltei com um pouco de comida.

-Servidos?

Todos negaram.

Foi só quando comecei a beber e comer que Tony reagiu.

-O que exatamente você tá comendo?

Olhei para ele um segundo engolindo o que estava na boca.

-No básico é só pão, mas os acompanhamentos variam. Tem atum, sardinha, salada, pasta de amendoim, doce de leite, chocolate, morango, mel, ovo e frango.

-Isso é nojento. –A reação de Tony me fez rir. –Qual a graça?

-É isso ou a carne congelada na pia para o jantar.

E acho que foi só ai que ele lembrou que no primeiro dia que ficamos aqui Pepper quase precisou comprar o estoque de carne inteiro do mercado porque eu, Jay, Ur e o Daniel sempre fomos seres que realmente precisam de carne para viver.

-Quem é você? –O homem que não sei o nome parecia realmente curioso.

-Ele é um dos filhos do Loki do qual te falei Peter. –Pepper na verdade é uma das poucas pessoas que parece não se importar com quem é meu pai. –O nome dele é Wolf e a mãe é a Encantor. O Jason é o irmão mais novo dos que estão na Terra e a mãe dele é uma humana chamada Verity.

-A mais velha, Ur, é filha do Loki com a Sif. –Achei engraçada a forma como Christine parecia gosta da minha irmã. –Já o Daniel é filho do Flash Thompson, o Venom, com a Gamora e ele tem um simbionte.

-Alguém falou o meu santo nome?

E como sempre, Dan apareceu do nada. Nesse caso do duto de ventilação como uma gosma cinza

-Sentiram a minha falta meninos e meninas? –E apesar do tom divertido do meu amigo, notei que o tal de Peter parecia apreensivo com a forma ainda não humana do meu amigo. –Caramba. Você é o Peter “Homem-Aranha” Parker, não é?

E antes que Dan assumisse a forma humana o tal de Peter pulou sobre ele.

-Você não vai ferir minha família!

Eu até pensei em dizer que não tinha como o Dan ferir alguém, não que o cara fosse me ouvir, então eu cai na porrada com os dois. Acho que no meio da confusão levei dois ou três socos do meu amigo, mas tudo bem, nada fora do comum.

Na verdade aquilo teria durado o dia todo se minha irmã não tivesse aparecido e usado um feitiço paralisante nos três para depois separar o Peter de mim e do Dan.

-Qual o problema com os três? São idiotas ou só retardados? –Então ela encarou Peter. –Ouvi tanto sobre você que imaginei alguém mais esperto e adulto, especialmente pela sua idade.

Eu realmente queria rir, só que o feitiço dela não deixava. O que não melhorou quando foi a minha vez.

-Wolf, que você é meio lerdo eu sei, não é novidade para ninguém. –E eu fiquei com mais medo quando ela agarrou meu pescoço. –Mas já falei pra parar de entrar em brigas idiotas ou vou perder a calma com você.

Se bem que fiquei mesmo foi com pena do Daniel no momento que ela tirou ele do feitiço e meu amigo tomou a forma humana. Especialmente porque a raiva de Ur estava estampada na cor azul da sua pele.

-Sério Dan? Precisa mesmo aparecer na forma de uma gosma para o cara que lutou contra o simbionte do seu pai quando ele ainda estava quebrado?

E, contrariando toda a lógica, tudo que Dan fez foi mostrar a língua para minha irmã. A língua gigante do simbionte. O lado positivo foi que o feitiço acabou se desfazendo porque ela perdeu o foco.

-Não é novidade que eu e o Garuda gostamos de nos mover pelos canos nessa forma. Assim como não é minha culpa o cara ser meio idiota. –Então Daniel fez o de sempre e agiu como se o que estava acontecendo não fosse importante ou que Ur estava brava. –Falando nisso, gostei da roupa.

Foi quando me dei conta que minha irmã estava usando um daqueles roupões humanos, que ficavam muito pequenos nela, o que me fez gargalhar. Pelo menos Ur já estava bem mais calma ou resolveu que não valia a pena continuar aquela conversa, por isso foi até a Pepper.

-Pode me arrumar mais uma daquelas telas digitais para acessar informações? Meus poderes estão temperamentais e acabei quebrando outra.

-Fique tranquila. Mando outra para o seu quarto daqui a pouco. –Pepper nem ligava para o quão poderosa Ur era, na verdade parecia se divertir com isso. –Use o tempo que precisar para se adaptar e aos seus poderes.

-Obrigada.

E antes dela sair da sala Daniel ainda fez um comentário realmente perigoso.

-Até mais tarde Flor de Gelo.

E embora muitos ali não tenham notado, eu e meu amigo pudemos ver claramente o momento em que Ur se arrepiou com o apelido e principalmente conteve o impulso de voltar para abraçar Dan.

Assim que ela sumiu pela porta o primeiro comentário veio de Christine.

-Coitada dela com você fazendo esses comentários. Se bem que, era só ela deixar os problemas em Asgard irem para Hel e ficar com você.

Sorri diante da forma como a loira colocou a situação, mesmo que a própria Ur não quisesse admitir que resolver seu problema era simples assim.

Por isso voltei a comer enquanto ouvia as apresentações as minhas costas.

-Agora que a confusão já foi resolvida, quero apresentar Daniel Thompson. –Pepper realmente é muito mais calma que o Tony para essas situações.

-Pode me chamar de Garuda se for uma missão.

-É o nome do seu simbionte? –O tal de Peter ainda parecia desconfiado.

-É sim. Ele também queria te conhecer sabe, o cara que quase foi melhor que meu pai para o Venom.

Ouvi uma risada e para a minha surpresa era do Tony.

-Sabe garoto, acabei de ver que é bom ter você aqui.

Me virei a tempo de ver Tony dar um tapinha nas costas de Dan e depois levar um tapa da esposa no ombro.

-Então Dan, essa é a Annie May, pode chamar ela só de May. É a filha caçula do Peter. –Fiquei feliz em ver Tristan falar depois de tanto tempo e foi bom saber o nome da ruiva mais nova. –E essa é a Mary Jane, a esposa dele. O Peter tem filhos gêmeos de uma namorada com quem quase casou, mas eles estudam fora do país.

Daniel abraçou as duas mulheres e depois o próprio Peter de forma animada.

-É realmente bom conhecer vocês. Meu pai conta várias histórias sobre vocês e a guerra, ou, pelo menos, até o Loki salvar todo mundo, porque depois as coisas sempre ficam vagas e confusas.

-Como todas as histórias deles de depois da guerra. –Comentei distraído e todos me encararam. –Que foi? Vocês não são os únicos que tem segredos, ou acham que se quer imaginamos por que tia Sif realmente acabou aceitando ficar casada com Loki? Ou como ela aceitou de boa meu pai casar mais duas vezes? Ou mesmo como minha mãe e tia Verity sempre parecem guardar um segredo com a tia Sif?

Notei que Christine, Rasputin e Nate parecerem um pouco tensos, como se sentissem algo estranho ou soubessem de algo quando a garota morena que ainda não sabia o nome falou.

-Já que ninguém vai me apresentar eu mesmo faço isso. –Ela pulou em cima do sofá. –Meu nome é Rose Frost e eu sou...

-A meia irmã da Christine. –E logo que eu e Dan terminamos de falar todos nos encararam. –Ela tem o cheiro da irmã. –Claro que as respostas conjuntas não ajudavam.

Então fiz sinal para o Dan cuidar de tudo.

-Não é nada demais. O Wolf é meio que um lobo e eu sei o suficiente de magia para reconhecer parentesco, sem falar que o Garuda tem um filtro para cheiros digno do meu amigo ali. –Depois ele foi até onde eu estava sentado e pegou alguns lanches prontos para comer.

Claro que o silêncio mortal ficou mais alguns minutos na sala antes de alguém resolver falar algo.

-Acho que temos que ficar no meu apartamento na torre Tony. Tem problema? –Notei que a pergunta de Peter levava a outra questão, teríamos mais companheiros.

Encarei Dan que também parecia preocupado.

De repente entendi porque Ur não parecia nada animada com perspectiva de conhecer humanos em Midgard.

Especialmente quando mesmo eu não conseguia ignorar a sensação de que algo estava para dar terrivelmente errado.

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Continua...

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No próximo capítulo: Natasha.