Data Terrestre: 17 de Setembro
Eu juro que há dois minutos eu estava prestes a matar o Thorson*.
Nunca testei o feitiço que usaria, apenas conhecia de cor e sabia os efeitos: vaporizar cada osso e cartilagem de um idiota como ele que chega acertando um raio nas minhas costas.
Agora eu ainda estou tentando tirar dois ursos de cima de mim, o que está me deixando irritada de outra forma.
-Que droga! Saiam logo de cima de mim. –As duas lamberam a minha cara mais uma vez. –Megara! Paladin! –Dessa vez as duas se afastaram e eu levantei. –Como em nome de Odin as duas passaram pela Bifrost. –As duas começaram a rir na forma de ursos e eu levantei. –Eu vou matar as duas.
Na mesma hora meu tio apareceu na minha frente.
-Controle-se Ur, está exagerando. São apenas crianças.
Achei aquilo engraçado.
-Tudo bem tio, eu não falei como vou matá-las. No caso é de rir, além de uma bronca. –Ele pareceu confuso e eu achei mais engraçado. –Agora dá licença. Voltem aqui.
As duas começaram a correr e fui atrás delas parecendo uma idiota.
Sei disso porque é sempre assim com essas duas, depois de alguns minutos correndo atrás delas em torno do grupo que nos observava lembrei que precisava me segurar dessa vez pelo menos e agarrei ambas pelos pelos do pescoço.
Arrastei as duas para perto do meu tio, as fiz sentar e me abaixei para falar com elas.
-Volte ambas as suas formas naturais Paladin, agora. –A ursa de olhos verdes reclamou e virou a cara. –Faça isso ou eu faço e nesse caso vão voltar nuas. –Dessa vez foi que ursa de olhos verde e castanho que reagiu, apenas para concordar com a outra. –Tudo bem, só deveriam saber que não minto. –Levantei e estalei os dedos.
Um momento de luz e as duas voltaram as suas formas humanas sem roupas.
-Por que fez isso Ur? –Paladin parecia um pequeno urso loiro enfurecido tentando me acertar alguns socos enquanto eu ria dos seus pulos para me alcançar.
-Você é a pior irmã de Yggdrasil. –Já Megara apenas ficou sentada, emburrada no mesmo lugar.
-Megara, para de ser chorona e me ajuda a derrubar essa chata. –O jeito de Paladin fomentar a discórdia era digno do nosso pai e da mãe dela.
-Tá. –E a outra sempre vai na barca.
As duas pularam sobre mim e conseguiram me derrubar no chão.
-Tudo bem, eu me rendo e prometo retirar a ameaça de matar as duas. –Ambas pararam na hora.
-Não vai mais fazer cócegas na gente? –Tudo bem, é fofo quando as duas falam juntas desse jeito e eu sou uma irmã mais velha babona.
-Vou, só não para fazer as duas passarem mal. –As duas saíram de cima de mim e começaram a pular gritando “viva” sem parar. –Coloquem roupas, por favor, não estamos em casa para agirem como animais selvagens.
Thor veio até onde eu estava e me estendeu a mão.
Quando fiquei de pé ele me perguntou um pouco desconfiado:
-Como duas crianças que juntas não tem a sua idade te derrubaram assim?
-Você usava toda a sua força com o Drake quando ele era criança ou agora com a Blake?
-Justo. Mas agora fiquei confuso, elas ficam mesmo andando pelo palácio sem roupa? –Eu sabia o porquê dele perguntar isso: minha mãe e minhas madrastas.
-Só se nossas mães não ficarem de olho.
Thor sorriu.
-Parece justo.
Eu até tinha esquecido que Drake estava ali, o problema é que meu primo é muito bom em lembrar isso quando quer.
-Alguém vai me dizer o que essas coisas tão fazendo aqui? –Felizmente não levei um raio dessa vez, só que precisei virar para encará-lo com meu tio.
-Ela chegaria amanhã Drake, você já sabia disso. Infelizmente tivemos um incidente com uma ponte de outro mundo e seu avô enviou sua prima com o dispositivo para fechá-la, parando o princípio de invasão.
-E quem garante que não foi a família dela que fez isso? Estão todos aqui não é?
-Eu espero que não. Vou ficar muito irritada se minha mãe vier pra cá.
-Não fale comigo sua farsa ambulante. Você não passa de uma abominação que não é nem um gigante de gelo e nem uma asgardiana.
-Eu espero que retire isso sobre a minha filha ou vou mostrar a você como é enfrentar uma deusa guerreira irritada e grávida. –Ouvir a voz da minha mãe não foi melhor do que comprovar que ela estava lá.
Ela, minhas madrastas e meu pai, ele com a maior cara de quem perdeu uma bela de uma briga para as três, novamente.
Na mesma hora a minha irritação explodiu e eu ignorei por completo a presença de todos mais uma vez indo na direção da minha família. Provavelmente eu já estava azul.
-Mas o que, em nome de Odin, você está fazendo aqui sua doida varrida? Eu falei que você deveria ficar em repouso no palácio e fazer exercícios leves, não atravessar mundos como uma teimosa perfeita. –Depois olhei para Verity e Encantor. –E vocês duas por que não a impediram de vir? Eu não pedi para não deixar essa doida inventar história e fazer besteira? –Até olhei para a cara do meu pai, mas era tão óbvio que ele não teve chance contra as três que decidi ignorar aquela parte. –Tudo bem, só me digam quem foi a criatura energúmena que mandou Heimdall abrir a Bifrost para minha ilustre e desmiolada mãe? Também quero saber como o meu tio fez a burrada de obedecer?
-Foi Odin que mandou seu tio abrir a ponte. –Meu pai estava tão calmo ao dizer isso que eu até duvidei antes de ver a cara da Encantor rindo.
Sabe quando as pessoas dizem que deuses não morrem, eu quase morri de medo naquele momento enquanto ouvia meu tio, Drake, Wolf e Jason rindo.
Juro que meu sangue congelou mais que o de costume.
-Não se preocupe que ele disse que sabia que antes de descobrir de que a ordem era dele você iria xingá-lo e que queria ver isso. –Meu pai realmente parecia querer debochar da minha cara com toda aquela calma, depois ele olhou para meus irmãos. –É dessa forma e não com perguntar sobre a virgindade da sua irmã que vão realmente deixá-la abalada. Aprendam com o seu avô.
E dessa vez mesmo minha mãe e meu pai riram de tudo aquilo.
Thor se aproximou tentando parecer mais sério.
-Isso é sempre assim?
-Pior.
-Quanto?
-Imagine pegar seu pai e qualquer uma das esposas dele na mesa do escritório ou da biblioteca no ato no meio do dia. –Meu tio me olhou confuso. –Já aconteceu comigo pelo menos uma vez para cada uma das três, não é legal.
-Eu sinto muito. –Ele realmente parecia sentir muito mesmo.
Notei alguém se aproximando e pedi a Odin que não fosse o Drake novamente, por isso agradeci mentalmente quando vi um homem em um traje de metal, outro em um traje azul com uma estrela no peito, um de visor vermelho e roupa preta, uma mulher loira em roupas brancas e uma ruiva em roupas pretas.
-Thor, podemos conversar com a sua sobrinha um pouco? –O de azul com a estrela parecia ser o líder.
-Claro. –Meu tio parecia bem mais animado com a minha presença que de costume. –A Ur é uma deusa peculiar no nosso mundo, ela não pode ou consegue mentir de fato, apenas com as irmãs em brincadeiras e mesmo assim isso é restrito. Então podem perguntar de tudo para ela sem medo.
O homem de azul estendeu a mão e retribui o gesto, mas notei que aquele homem era forte.
-Seu nome é Ur? Só isso? –O cara de ferro parecia desconfiado.
-Sim. Como muitas mulheres em Asgard eu não disponho de sobrenome.
-Sua mãe é Sif mesmo? –Bem desconfiado.
-Acredite me pergunto isso às vezes por que os dois brigam muito todos os dias. Ainda que meu irmão por nascer seja a prova que eles se entendem o bastante para ter filhos. Uma vez a cada vinte anos, o que de ser o suficiente.
-Você tem vinte anos? –A ruiva parecia surpresa.
-Dezenove, é uma das minhas poucas formas de fazer piada a coisa dos vinte anos.
-Já veio a terra antes ou já teve contato com outros humanos? –A loira parecia simpática, porém cuidadosa.
-Nunca vim para a terra, mas a Verity é humana e minha madrasta, assim como meus meio irmãos Jason e Megara são semideuses. Sem falar nos filhos do tio Thor e a esposa dele, não que eu veja a Jane com frequência.
-Você é a deusa da Verdade e Sinceridade, como? –E o cara do visor tem algum senso de humor.
-Boa pergunta. Nunca descobri isso, pode ser uma daquelas ironias do cosmo. Minha mãe entrou em trabalho de parto no que seria o dia 01 de Abril para os humanos, meesmo eu só nascendo no dia dois. Ainda por cima filha do deus da mentira e com esses poderes que me impedem de mentir, só não é mais irônico que o par formado pelos meus pais.
-Então, por que veio para a terra além do pedido do seu avô? –O da estrela parecia sério.
-Só por ele mesmo. Eu não tinha a menor vontade de vir, só que Odin ia ficar me falando para vir até me dar uma ordem real e resolvi encurtar a briga. Além disso, eu teria que vir uma hora acompanhando o Jason que sempre quis conhecer a terra natal da mãe e como o Wolf sempre anda com ele isso meio que estava no roteiro da minha vida.
-Você fala de uma forma diferente. –Ele parecia confuso agora.
-Em Asgard quase todos falam assim.
-Não é isso. –Ele pareceu um pouco constrangido. –Parece um pouco com como as pessoas falavam quando nasci, mas tem um pouco de hoje em dia.
Analisei um pouco melhor os cinco e tentei lembrar algo sobre a terra que li há muito tempo.
-Você é o cara que ficou preso no gelo. O que lutou e... Capitão América! Acertei? –Ele parecia desconfortável com o que falei e acabei lembrando o que tinha lido sobre ele. –Desculpe. Eu não pretendia ofendê-lo, é que eu nunca me interessei muito por vocês da terra, mesmo minha mãe tendo me feito estudar sobre seu mundo um ano todo da minha vida.
-Então não conhece muito sobre nós? –O homem de visor havia estranhado o que disse.
-Conheço bastante das plantas e aninais, são interessantes. Não tenho muito interesse nos humanos, vocês parecem ser confusos demais e nunca pretendi vir para cá porque não tenho um histórico familiar muito bom.
-Então, apesar de tudo, você é só mais uma adolescente normal com pais chatos. –O homem na armadura fez piada e eu lembrei quem ele era.
-Não sei se é assim que me enxerga Homem de Ferro, eu trabalho para Odin desde que tinha dez anos como Paladina dele. Eu já fui para uma batalha antes dos seus filhos entrarem na puberdade. –Ele não respondeu, ainda que parecesse desconfortável e dessa vez eu não me importava, por isso olhei para a ruiva. –Você é do grupo dos dois se não me engano, tem o nome de um animal interessante, não lembro o nome.
-Viúva Negra, é uma aranha.
-É mesmo. “Venenosa e mortal, mas muito habilidosa com armadilhas, a Viúva Negra é uma aranha que causa admiração e medo nas pessoas.” –Acabei citando o livro que tinha lido sobre o animal. –Acho que li que você era espiã e uma pessoa com vários truques, alguém muito confiável. Ou será a tia Jane comentou isso em um jantar naquele ano?
-Posso dizer que independente de qual seja a descrição é simples e justa. –Reparei que ela parecia não ter se ofendido. –E você é sincera demais.
-Desculpe. É a consequência do meu poder, às vezes sou inconveniente e pareço grossa ou arrogante. –Olhei para os dois que faltavam em dúvida. –Sinto muito, não lembro seus nomes. Sei que são de um grupo humano parcialmente odiado por parte das pessoas por nascerem com poderes latentes e que tem vários grupos entre vocês. Sei que alguns apoiam a coexistência e o auxílio aos sem poderes, assim como os que odeiam os humanos e querem matar todos. Lembro que se chamam mutantes, não é?
Ambos sorriam e a mulher loira segurou a minha mão.
-Meu nome é Emma Frost e ele é Scott Summers. Meu poder é ler mentes, se me permitir posso fazer isso com você?
Eu estranhei o pedido, mas não vi por que negar.
-Fique à vontade.
-Pode baixar seus escudos então? –Como?
-Que escudos? –Eu realmente não entendi.
-Não são seus não é? –Emma olhou para meu pai. –Loki, isso não vai ajudá-la.
-Não fiz porque quis. –Meu pai se defendeu de um jeito que pela voz eu soube na hora o que era.
-Mãe! Encantor! Sério mesmo? –Nem precisei encarar as duas para saber a cara que faziam: de quem é culpado.
-Do jeito que você é cabeça de vento, achei que precisava te proteger de alguma forma, Encantor só me ajudou com seu pai e o feitiço. –Minha mãe nem parecia abalada.
-Sua filha não é cabeça de vento Sif. Ela é inteligente e tem uma habilidade mágica fora do normal, só é um poço de desatenção para o mundo todo que nem mesmo as três fontes de Yggdrasil poderiam curar. –Encantor sabe ser cruel com as palavras.
-Hum... –Eu nem sabia se podia me defender daquilo.
-Isso é verdade, não é mesmo? –Emma parecia se divertir.
-Provavelmente, eu nunca reparei para ter certeza.
-Você só pode falar a verdade sobre o que sabe?
-Ou o que me falaram e nunca ouvi outra versão, mas sei detectar quando estão mentindo. Trabalho bastante no tribunal de Asgard por isso. –Pensar naquilo me cansou.
-Difícil?
-Exaustivo.
-Pode ler a mente dela agora Emma, já tirei os feitiços. –Era a voz do meu pai e me virei para encará-lo sendo fulminado com os olhares da minha mãe e madrasta. –Que foi?
Voltei a encarar Emma que havia se ajoelhado e fiz o mesmo.
-Relaxe e feche os olhos. –Ela esticou a mão na minha direção, mas fiz que não.
-Tudo bem, mas acho melhor por precaução não segurar minha mão ou me tocar.
Emma concordou e então eu senti um leve desconforto nos meus pensamentos, algumas coisas antigas vieram à tona na minha mente. Algumas que eu nem deveria lembrar.
Um dia antes do meu primeiro aniversário. O primeiro choque da minha mãe quando fiquei azul por conta de um resfriado asgardiano. O nascimento dos meus irmãos. Minhas primeiras palavras e passos. Minha primeira aula. A minha coroação oficial como princesa e a determinação natural da minha função de deusa. Minhas primeiras magicas e treinos de luta aos cinco anos. A primeira vez que encontrei com Drake, Thor e Jane.
Uma tarde agradável com Frigga nos jardins. Uma cavalgada com Odin. Minha condecoração pelo termino dos estudos avançados práticos e teóricos em estratégias e magias, além dos estudos históricos quando tinha nove anos. Minha oficialização como Paladina dois meses antes do meu aniversário de dez anos. Minha primeira batalha aos dez com a vitória do nosso exército e minha discussão com Odin para que ele não me dê-se medalha alguma por aquilo. Acabei levando uma baita bronca por brigar com ele.
O nascimento da Paladin foi naquela época.
Megara nasceu menos de um ano depois dela. Meus irmãos terminando seus estudos e graduações para serem ordenados quando eu tinha doze anos. Eles pediram para serem meus subordinados mesmo podendo comandar suas próprias tropas. Nossas batalhas juntos no ano seguinte.
Então o raio e eu senti a dor como se fosse real. Vi Drake e seu rosto transbordando ódio enquanto sua boca se movia, mas minha mente parecia lenta e meus ouvidos não escutavam nada além de um zunido forte. O raio tinha me deixado surda e sem equilíbrio. Outro raio e mais dor, dessa vez o grito foi meu no presente e não da lembrança.
Minha mente voltou ao lugar em que estava e meu corpo ficou congelado tremendo no mesmo lugar, em pânico pela vivacidade da lembrança.
-Desculpe, eu sinto muito. Não imaginei que a ligação fosse ser tão forte. –Me forcei a olhar para a voz trêmula de Emma que tentava me tocar.
-Se afaste. –Minha voz era como um animal acuado.
-Ela só quer te ajudar. –O Capitão tentou segurar minha mão, dessa vez Thor segurou a sua mão.
-Ur está em estado de Gigante de Gelo e o contato com a pele deles pode matar uma pessoa, mesmo um asgardiano. É preciso outro gigante ou um grande feiticeiro que possa se defender para tocá-los. –Os dois mutantes pareceram entender e abriram espaço.
Na mesma hora senti uma mão na minha testa e reconheci a energia fria do meu pai.
-Respire. Encantor está terminando um feitiço para aliviar o choque.
Minha madrasta ficou na minha frente e estendeu a mão na minha direção tocando minha testa com cuidado enquanto meu pai afastava meu cabelo.
-Pronto minha querida. Isso vai te ajudar. Peço desculpas, não notarmos que a magia estava enfraquecida a esse ponto.
-Que magia? –Reconheci a voz do homem do visor, Scott.
-Uma magia de memória que alivia os sintomas de uma lembrança traumática, no caso só não termina com a raiva dela pelo Drake, se bem que isso seria pedir um milagre. –Encantor parecia irritada com isso mais do que eu.
-Tem a ver com o acidente que o Jason comentou? –Aquela voz era da garota, a ruiva que cumprimentei antes do Drake aparecer. –O que quase matou ela.
Senti Thor ficar desconfortável e os outros confusos com o que Alexa falou.
-É. Acidente. –Raiva e o sarcasmo na voz de Emma eram tantas que quase confundi com a da minha mãe ou da Encantor.
Senti meu corpo ficar leve e parar de tremer quando a lembrança se tornou turva e distante, quase um sonho ruim.
Acabei sentando no chão.
-Lembra-se do que aconteceu? –Encantor sempre perguntava isso quando terminava.
-Sim. Mas parece que foi há tanto tempo, quase um sonho.
-Muito bem, tente manter assim e se acalme, sua cor e seus poderes estão normalizando. –Até ela parecia mais calma agora.
-Ur! Ur! Tá bem agora?! –Mal tive tempo de pensar quando Paladin e Megara pularam em cima de mim e me abraçaram com força.
-Estou sim. A Encantor já me fez um remédio. –Senti a aproximação de Verity apoiando minha mãe com ajuda de Jason e escoltada por Wolf.
-Pelo menos alguém nessa família não leva minhas broncas por mentir, não é mesmo Ur?
-Alguém tinha que te fazer esse favor Verity. –Ela riu. –Como está mãe?
-Sinceramente melhor agora que Encantor tratou de você. –Ela tocou meu rosto já normal parecendo preocupada. –É o único momento que me arrependo de ter me dedicado a guerra e não a magia.
-Que é isso? Sem você, eu e meus irmãos não saberíamos atirar uma pedrinha, muito menos lutar. Deixa a magia para Encantor e o papai, a diplomacia para a Verity e aproveita as lutas que vai ensinar para o meu irmão.
-É abusada como o pai, não é? –O comentário das três me fez sorrir.
-Provavelmente. Aliás, por que vieram para cá afinal?
-Buscar essas suas irmãs que fugiram do palácio e levar os soldados para Asgard. –Meu pai parecia aborrecido. –Eu falei que eu bastava para fazer isso, mas quem disse que seu avô e essas três me escutam?
-Desceram aonde que não vi?
-Heimdall teve a brilhante ideia de nos mandar para o norte e de lá usamos magia para chegar aqui, disse que seria interessante se fosse surpresa. –Então dessa parte Verity discordou pela forma como falava.
-Vocês vão acabar me matando. –Tentei parecer menos cansada do que me sentia.
-Bom, agora precisamos mesmo ir e sua mãe aqui tem que voltar para o repouso. Seu irmão parece um tornado de energia e nem nasceu, vai que essa agitação dá mais energia para ele. –Esqueci que Verity pode ser bem engraçada quando quer.
-Nem sonha com isso. –Ouvi minha mãe reclamar.
Meu pai pegou Paladin e Megara do meu colo, levantando em seguida.
Precisei da ajuda do Wolf para fazer isso.
-Aproveitem seu tempo aqui. Sei que vamos aproveitar bastante o palácio vazio esse tempo. –Foi tudo que ouvi os quatro falarem juntos.
Na mesma hora a lembrança das cenas de agarramento deles me veio à mente, mas meus irmãos gritaram a mesma coisa que eu e ao mesmo tempo.
-Por Odin fechem as portas, elas são crianças ainda.
Na mesma hora a Bifrost levou os seis embora com os soldados.
-Tenho pena das duas. –Wolf não era um santo, só que ele tinha noção de não ser louco com a educação das nossas irmãs.
E nós sabíamos que tínhamos outras coisas para fazer agora, por isso voltamos a encarar os humanos.
-Então, agora que o caos foi embora, podemos voltar a conversar. –Tentei parecer animada.
-Tudo bem, porém acho que já é hora de irmos a outro lugar. –Scott parecia muito mais calmo apesar de tudo. –Como a torre Stark fica aqui perto acho que é o melhor lugar, tudo bem?
Ele havia tomado a liderança sem estranhar e agora que parecia ter muitas das respostas que queria acho que tinha alguma confiança em mim.
Além disso, acredito que Emma mostrou as minhas lembranças para ele, especialmente sobre o Drake. Se bem que dessa parte eu não gosto muito de pensar.
Definitivamente não era o motivo que queria para alguém confiar em mim.
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—
Continua...
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No próximo capítulo: Steve.
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