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História Mary Washington Healthcare - Aparências


Escrita por: hotlyminds84

Notas do Autor


Oi gente!!! Sei que demorou (me perdoem prfvr) mas rolaram umas mil tretas na minha vida hauhahaua
Entretanto, aqui segue um capítulo tamanho bíblia como atualização. Literalmente o maior capítulo dessa fic e eu ainda estou super chocada de ter escrito tudo isso em uma manhã ><
Tem umas loucuras bem loucas acontecendo nesse capítulo, prestem atenção e acreditem nos personagens, porque eles estão entregando umas pistas bem doidas e tendo uma sensações bem loconas sobre a estória
Sem mais delongas, vamos ao que interessa :3

Capítulo 16 - Aparências


Era uma manhã cinzenta – a terceira consecutiva - quando o time adentrou o departamento de polícia de Houston para mais um dia de trabalho. Aquele caso supostamente seria pequeno, apenas algumas pistas para ajudar na caçada principal. Entretanto, quando o terceiro corpo aparecera sem metade dos órgãos e ainda nas primeiras 24 horas, eles decidiram investigar mais a fundo.

 Havia problemas maiores: nenhuma testemunha, nenhum suspeito, nada encaixando um perfil sólido.

 Hotch sentia o estômago reclamar do terceiro Red Bull seguido, bem como o peso atrás dos olhos e a dor pulsante na cabeça. Mal conseguira cair no sono ultimamente e, assim que o fazia, era engolido por pesadelos desesperadores.

 Ele estava em casa, já era madrugada, Emily dormia tranquila ao seu lado – às vezes ela estava grávida, às vezes havia um pequeno berço no quarto – e Aaron ia à cozinha ou ao banheiro. Tão logo estava longe, ouvia o barulho do gatilho sendo armado, corria para o quarto e encontrava a morena caída ao chão com as roupas ensanguentadas, os olhos sem o calor da vida.

 O despertar no meio da noite era embebido em perspiração e um respirar errático, os pulmões pedindo mais do que conseguiam aguentar. Dessa forma, o chefe desistiu do sono, preferindo por passar horas em claro tentando finalizar o caso para voltar a cabana o mais rápido possível. Em suma, ele queria ver Emily e tê-la envolta nos seus braços o mais cedo que conseguisse.

 Do outro lado da delegacia, com dois cafés equilibrados acima de um ficheiro marrom, Spencer encurtava a distância entre ele e o par de olhos azuis encobertos pelas pálpebras cansadas. Ela parecia tensa, exausta, como se não tivesse experimentado um minuto sequer de sono. Em momentos como esses, Reid se questionava o motivo de continuar ali, lutando pelos poucos instantes compartilhados com a mulher, insistindo naquilo como se ela fosse perceber o quão dependente ele tornara-se dela – e ela dele – no período desde o primeiro beijo até agora.

 Ambos não anteciparam, nem nos sonhos mais insanos, que algum dia estariam nessa situação. Escondendo o óbvio de todos e, até certo ponto, deles mesmos. Com auxílio dos cotovelos, abriu a porta do pequeno escritório cedido para que ela realizasse melhor controle sobre as notícias, tanto na TV, quanto internet e telefonemas.

- J.J.? – a loira piscou ao notar a voz do menino gênio – Está tudo bem?

- Sim, sim – pronunciou relutante – Só estou cansada.

- Eu trouxe café – sorriu de canto e esticou a mão com um copo de papel para ela.

- Obrigada – ela ofereceu e tomou posse do recipiente, bebericando o líquido fervente em meio a uma careta – Aconteceu algo?

- Só fiquei preocupado, você chegou mais cedo que nós e nem parece ter dormido.

 Um silêncio alongou-se entre o jovem casal à medida que Jennifer colocara a outra mão sobre a mesa para apoiar sua levantada. Então, Spencer capturou a breve imagem de vários machucados nas articulações, semelhantes a arranhões e focos de equimose. Respirou fundo ao notar a aproximação do corpo feminino, sendo surpreendido ao ter a mulher em seu colo sem a menor hesitação.

 Ele certificou-se de estarem em total isolamento antes de pressionar os lábios contra a testa dela e receber, em troca, um suspiro estrangulado. Era quase um sinal de dor. Como mero reflexo protetor, o menino gênio a envolveu com um braço em sua costa e a trouxe para perto, a cabeça descansando sobre seu ombro, a respiração sentida na curva de seu pescoço, o perfume de rosas emanando gentil de seus cabelos. J.J. deslizou a mão dentro do colete cinza utilizado, acariciou seu peito sobre a camisa social roxa ao passo em que esfregou a ponta do nariz contra a pele dele com todo o cuidado.

- A sua mão...? – ele murmurou ao deixar seus dedos longos repousarem sobre os dela.

- Por que você ainda se preocupa? – arfou ao pressionar um beijo na bochecha de seu parceiro antes de afastar os troncos – Eu já disse que você não deve se preocupar comigo.

 A mão machucada percorreu o caminho do ombro aos cabelos castanhos bagunçados, perdendo-se nos fios macios apesar dos mesmos incomodarem seus arranhões. Era uma conexão construída aos poucos, uma ponte entre eles intensa e irrompível. Spencer sabia que aquela era sua J.J. quando ela se permitia estabelecer o contato. Ele sabia quando ela precisava dele por meio daquilo.

- Você precisa me contar as coisas – ele deixou os olhos castanhos mergulharem nas águas azuis das íris femininas – Eu me importo.

- Eu sei – ela sussurrou com um sorriso de lábios fechados.

 Permaneceram por mais tempo, os corações no mesmo ritmo - calmos, tranquilos – até uma lágrima despontar solitária e caminhar lenta pela pele branca da mulher. Reid tomou aquele minuto para notar uma breve marca vermelha em sua bochecha e um hematoma disfarçado em sua testa. Sua face transformou-se em uma confusão, os olhos expandindo-se em choque, boca entreaberta e sobrancelhas unidas. Pensou em falar algo, qualquer coisa, mas encontrou-se em uma perda total das palavras.

 J.J. estava de pé segundos após deparar-se com o rosto completamente consternado do menino de olhos castanhos. Ela sabia dos motivos de prosseguir onde estava. Ela pensava merecer aquilo. A dor a devorando por dentro pouco a pouco. Era quase como se um pedaço de si, da verdadeira menina loira da pequena East Allegheny, fosse perdido a cada dia. Cada “missão”. Cada sacrifício do caminho sem volta.

- Jayje... – ela encaminhou-se à porta e foi seguida por Reid – Quem fez isso com você?

- Não interessa – virou para expor as lágrimas em maior volume, encharcando seu delicado rosto – Você não entenderia, nunca, ninguém entenderia, e eu não quero que entendam.

 Ela segurou a maçaneta com força antes de abrir a porta com velocidade e ir de encontro ao exterior conturbado. Spencer observou os cabelos loiros desaparecerem em direção ao banheiro, a expressão consternada em inúmeros sentimentos. O detetive obstruiu sua visão e logo Morgan surgira à porta em busca dele e de J.J.

- Ei, Hotch está chamando todos na sala de reunião – os olhos masculinos procuraram pela mulher por cima dos ombros de seu amigo – Sabe onde está a J.J.?

- Ela foi ao banheiro, deve voltar em breve – respondeu ao seguir Derek em direção ao local onde todo o time se reunia.

- Reid – o tom sério de Hotch ocupou o pequeno espaço – Onde estava?

- Apenas tomando café – deu de ombros e sentou-se ao lado de Alex, a qual não deixou passar as curvas nervosas no rosto do rapaz.

- Bem, como sabem, pedi para J.J. conseguir um interrogatório com Richard Barreilles na Penitenciária Eastham, para hoje, e preciso de três pessoas nisso – fixou uma imagem do detento de cabelos grisalhos no quadro – Ele disse saber dos corpos e da máfia, mas provavelmente vai tentar conseguir um acordo, o qual não podemos conceder.

- Garcia enviou um arquivo com toda história dele e parece que esteve na Irlanda pouco antes de Doyle retornar para lá, passou cerca de três meses, retornou aos Estados Unidos para ser culpado por crimes como assassinato de mais de cinquenta pessoas e estupro de seis mulheres entre os anos de 2009 e 2011 - Blake leu alguns papéis em suas mãos – Todos eles seguem o mesmo M.O. adotado pela rede de tráfico.

- E por que ainda não foi morto? – o agente moreno questionou.

- Aparentemente ele tem influência em diversos meios, conhece as pessoas certas e sabe das informações certas – Rossi respondeu de seu lugar perto aos quadros – Precisamos de alguém para vasculhar a cela dele enquanto outros dois vão para o frente a frente.

- Blake, você fica com cela – o Chefe da Unidade ordenou em seu tom reto – Morgan e Dave vão falar com ele.

- Acho melhor a Alex e o Dave irem para o interrogatório – Spencer disse, receio em sua voz por contrariar a decisão de Hotch – Ele perdeu a esposa pouco antes de entrar nesse meio e ela assemelhava-se fisicamente com Alex, sem contar que teria a mesma faixa etária, isso pode causar um desequilíbrio e facilitar com que ele fale.

- Certo – Aaron colocou as mãos nos bolsos, sentindo o celular vibrando contra a mãos esquerda – Morgan, você vai para a cela – o nome de Garcia surgiu na tela e ele a colocou no viva voz – Garcia, todos estão ouvindo.

- Olá gatos, bom, eu gostaria de trazer notícias boas para colorir a vida de vocês com todo o arco-íris, mas... – ela estendeu a palavra de maneira dramática - Hoje não parece ser um dia de sorte para ninguém.

- Bebê, conta logo o que aconteceu – Derek colocou as mãos no quadril, preparado para o pior.

- Eu recebi uma notificação da penitenciária e, ao que tudo indica, Richard Barreilles acordou morto em sua cela essa manhã, ou melhor, não acordou – ela tomou um gole de sua xícara grande de café – E o negócio foi brutal, estilo filme de terror do século 19 e com direito a ácido sulfúrico pra esconder evidências.

- Então suponho que não tenha nenhuma evidência – a mulher mais velha perguntou com os olhos embebidos em horror.

- Nada, o corpo foi processado assim que encontraram e o estado dele está muito ruim – ela suspirou ao fechar as imagens no computador – Eu vou mandar todas as informações para os tablets de vocês.

- Obrigado, amor – Morgan agradeceu antes de Hotch desligar a chamada e prosseguir para verificar os dados enviados pela analista técnica.

 O corpo estava em estado deplorável, poucas marcas no local, nenhuma digital, nada capaz de levá-los a alguma lugar. A sensação de derrota acomodou-se. Iriam se encaminhar para mais uma noite mal dormida, no escuro, sem a mínima ideia de quem poderia ser o suspeito de ter cometido tais atrocidades. Mesmo que Richard não fosse um santo, eles precisavam dele para salvar outros civis assassinados de maneira tão cruel quanto.

 J.J. adentou a sala com um pouco mais de maquiagem no rosto e uma bandagem branca a cobrir os hematomas de sua mão direita. Ela tomava o café frio sem ao menos expressar desgosto. Era uma tentativa de parecer preocupada com algo, com pressa e ao mesmo tempo em seu tom casual de força. Fora bem sucedida para o time, falha para o olhar atento de seu parceiro.

- J.J., onde estava? – Aaron perguntou sem tirar as órbitas do foco singular no atestado de óbito.

- Fui ao banheiro e retornei à minha sala para receber um telefonema da penitenciária, Richard...

- Está morto – Derek completou ao entregar um dos aparelhos para a amiga loira – Penelope acabou de receber a chamada da penitenciária.

 As fotos atordoaram a falsa paz da mulher, destruindo ainda mais seu interior e suas paredes tão bem sedimentadas para protegê-la. Ela sabia compartimentalizar tão bem quanto Emily, mesmo ambas não tendo o mínimo treinamento para tal. Engoliu o conteúdo em sua boca enquanto esforçava-se para não regurgitar.

- Eles me deram um nome, encontrado pelo laboratório na garganta de Barreilles – fixou o olhar em Aaron entre um suspiro quase desmedido – Louise Roberts.

(...)

 Cabeleira cor de fogo, olhos verdes como duas pedras, lábios vermelhos semelhantes ao sangue, um corpo com curvas delicadas e músculos bem definidos. Seria uma descrição da mais bela das criaturas – e era – se a mesma não tivesse assassinado a sangue frio os três corpos do caso no Texas. Havia sido uma surpresa – aterrorizante - serem recebidos pela mulher turbulenta com um bebê de colo – um menino – e uma arma apontada para a cabeça do mesmo. Ela gritara que fossem embora senão atiraria na criança.

 Minutos de tensão seguiram - envolvidos no choro do pequeno nos braços de sua mãe e de uma criança maior presa a uma cadeira alta - até Blake atravessar o chumbo em um tiro limpo pelo crânio, fazendo com que a figura caísse ao chão em um barulho alto. Derek e J.J. carregaram as crianças para fora com carinho, a segunda com tanto zelo que parecia quase fruto de um remorso excruciante. Tal detalhe, mais uma vez, não passara despercebido pelo olhar atento do gênio de olhos castanhos e, dessa vez, a mulher mais velha conseguira captar a mesma essência.

 Da maneira mais trágica e inesperada, Houston chegara à sua conclusão faltando somente um dia para o novo ano. Morgan comprara uma passagem de última hora para visitar sua mãe e irmãs. Reid, J.J. e Hotch embarcaram no jatinho de volta para a Virgínia.

 O último, após passar a primeira hora do dia de número 1 na companhia do pequeno Jack – o qual dormia depois de brincar de modo incessável com os filhos de Sean -, pode enfim encaminhar-se ao encontro de Emily e do pedaço de ambos crescendo em seu ventre. Era tarde e ele teve de tomar todos os cuidados para não se perder no caminho tortuoso da floresta. Estacionara na pequena propriedade por volta das duas da manhã, os olhos ardendo em exaustão, os ombros pesados em saudades.

 Os cabelos negros subiram a escada em silêncio, percebendo uma luz no quarto de hóspedes e recordando da visita da grande Embaixadora. Com todo o silêncio possível, adentrou a escuridão da suíte de Prentiss, um sorriso imediato brotando em seu rosto com a visão indefesa da mulher que ele amava incondicionalmente. Despiu-se das vestes de festa e jogou o pijama em si sem muito cuidado. Ao deslizar para debaixo das cobertas, ele usou um braço forte para envolvê-la pela cintura, a palma pertencente àquele membro se pôs a acariciar o bebê. Em uma semana, ela havia ganhado um pouco mais de peso, e Aaron não conseguiu esconder a felicidade em acompanhar cada pequena nuance no corpo dela.

- Hmm – ela grunhiu em seu sono, abrindo um olho para receber a visão das covinhas de Hotch – Você...

- Cheguei à tempo, sim – beijou a bochecha dela com carinho – Feliz ano novo.

- Feliz ano novo – ela ofereceu ainda letárgica.

 Apenas sorriu ao cair no sono novamente com a única certeza de estar protegida pela presença tão suave de Aaron Hotchner.

 Por outro lado, Dave havia convencido Blake a ficar na cidade para as festas. Seria um bom modo de quebrar a loucura experimentada nos últimos meses, descansar, aproveitar aquela tentativa de relacionamento. Ela aceitara, é claro, com um sorriso no rosto e um bolso cheio de esperanças em um tempo livre. O homem de cavanhaque a levara para jantar em um restaurante italiano famoso, estendera os planos da noite em um pequeno salão com bebidas e boa música. À meia noite, ao som dos fogos de artifício, ele deslizara uma peça de ouro em seu anelar e selara o pedido quieto com um beijo terno.

 Porém, no segundo dia de 2013, a mulher acordou sozinha no quarto de hotel luxuoso. Um toque de tristeza invadira sua breve solidão e ela procurou o celular em busca de respostas. Havia uma mensagem perdida na caixa postal.

- Alex, eu sei que não avisei antes de sair, mas isso foi inesperado. Ele estava na cidade e me convidou para um bar, provavelmente irei chegar pela manhã, vou visitar a casa dele nos arredores. Espero que tenha dormido bem. Eu te amo, um beijo.

 A agente mais velha respirou fundo e caiu com a cabeça no travesseiro confortável. Rossi mencionara a existência do rapaz há alguns meses, expressara seu desejo em conhecê-lo, perdera horas preciosas de sono imerso em devaneios. Todavia, algo dentro dela gritava que era extremamente suspeito o jovem brotar no estado tão próximo do fim de um caso tão confuso, estranho.

  Coçou a têmpora com a única certeza de seu companheiro estar na presença extraordinária de Caleb Rossi.


Notas Finais


É isso por hoje, gente!
Qualquer comentário é bem-vindo!

Ps: eu precisei dar filhos pro Sean Hotchner pq sim ahuahauh


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