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História Mas se você vier... - Frank


Escrita por: ElizabethJules

Notas do Autor


Oi trouxaaaaas! <3

Não me matem.
Calma, trouxas, apenas tenham calma.
O capítulo vai ser daqueles!

Amo vocês.
Boa leitura! <3

Capítulo 196 - Frank


Fanfic / Fanfiction Mas se você vier... - Frank

-S2-

Pov Frank

 

Semanas depois…

O tempo estava passando incontrolável, e eu ali, preso aquela sensação de estagnação.

E não era como se as coisas não mudassem, pelo contrário, de certa forma as coisas evoluíam, exceto por mim, é claro, que continuava parado ali.

A essa altura nem questionava mais o que havia acontecido com minhas pernas, nem as mudanças, nem nada, eu apenas sentia falta do meu antigo eu.

Já não me reconhecia em mim, definitivamente.

A calma, o carinho, o cuidado com todos; mais do que fisicamente, aquele acidente e experiência de quase morte afetaram principalmente o meu psicológico, meus sentimentos, até meu caráter talvez… Nem sabia mais.

Gerard estava fazendo de tudo por mim, ele sempre cedia as minhas vontades, me ouvia, me levava pra sair, me acompanhava a qualquer lugar que eu quisesse, ele estava tentando firmemente, estava sendo forte por mim e por todos nós.

Ele mantinha as crianças longe de nossos problemas, já que eu continuava desconfiando o tempo inteiro; ele cuidava de todos; se as meninas precisassem escolher um vestido, ou pentear os cabelos, lá estava Gerard, se Miles queria correr na rua, ou precisava de chuteiras para um campeonato de futebol, lá estava Gerard para comprar tudo pra ele, e acompanhá-lo aos eventos; se a casa precisasse de reparos, lá estava ele; quando íamos pra New York, o que acontecia frequentemente, eu ficava sempre tentando estar “bem”, tentando parar de pensar em que, ou com quem Gerard estaria e me focar em meus filhos, mas não dava… Eles só conseguiam falar de Gerard o tempo todo, até queriam ir ao trabalho com ele, como faziam quando eu estava em coma, mas ele sempre pedia que as crianças ficassem comigo, me fazendo companhia.

Pelo menos Gerard também mantinha os pequenos longe de nossos atritos, já que as brigas não pararam apesar de terem diminuído um pouco.

O fato é que eu estava cansado de mim, de tudo, e tudo me irritava.

Não adiantava os agrados de minha família, as ligações de amigos, as visitas de minha mãe e de Ann, as únicas que eu recebia… Nada me bastava, nem ele todo perfeito, nem nossos jantares, nem os presentes… Eu estava cada dia mais e mais infeliz e por mais que eu tentasse me conformar como antes, ser como antes, eu não conseguia, e justo agora que as coisas pareciam entrar em sintonia, eu não estava. E eu me sentia tão mal por isso, pois depois de tudo que nós passamos, que eles passaram, eu só queria corresponder e ficar em paz com minha família.

A única coisa que me dava um pouco de paz, era nadar; tanto é que passei a fazer minhas aulas de natação agora duas vezes na semana, gostava de conversar com Scott sobre qualquer coisa trivial que não me lembrasse a minha família, a minha casa, e a minha tristeza; e ele era uma boa distração; depois, eu gostava de andar de carro sozinho, por lugares que eu nem conhecia, por horas as vezes, estar na estrada era como se eu pudesse caminhar de novo; e quando eu estava em qualquer rua solitária, longe, eu chorava sozinho e acendia um cigarro. Sim, pra completar eu havia voltado a fumar, coisa que só fiz na minha juventude, e que por anos havia me afastado com convicção.

Eu não ia encher a cara, e muito menos me drogar, então aquela foi a única forma que encontrei de contornar toda aquela tensão que se fazia dentro de mim. E por alguns minutos que fossem, eu tinha paz.

-S2-

Era uma sexta-feira, eu tinha que ir a aula de natação e Gerard se ofereceu para me levar; eu diria que não, era o que eu sempre fazia já que aproveitava pra sair um pouco sozinho e pensar nessas ocasiões, mas ele me disse que queria conversar algo importante comigo antes de irmos para New York aquela noite, então eu permiti que ele me levasse em seu carro.

Naquele dia em especial todos na casa pareciam estranhos demais, até as crianças; eu tinha a sensação de que estavam aprontando, mas como eu sempre suspeitava de tudo, deixei estar, talvez Gerard finalmente dissesse o que era que escondiam de mim.

Então lá fomos nós, deixamos os pequenos na escola depois que Li foi em seu ônibus e fomos até o centro da cidade.

Quando paramos em frente a nosso destino, o silêncio continuou intenso no carro; nós dois estávamos nos afastando, era fato, na noite anterior Gerard havia me levado para jantar em um restaurante incrível, ele estava lindo, perfeito, fazia meu coração explodir e ao mesmo tempo doer; eu ficava dividido entre não me sentir digno dele e aceitar ou não aquele amor que… Estava bem na minha cara, mas eu não sabia se podia, se devia aceitar.

_ Frank…

_ Sim._ falei e olhei pra ele.

_ Eu sei que notou uma movimentação diferente hoje em nossa casa.

_ Sim, eu notei.

_ Mas saiba que isso vai acabar. Eu e as crianças apenas preparamos uma surpresa, um presente pra você, e hoje mesmo vou te levar até o local para descobrir o que é.

_ Ok..._ falei assentindo olhando para as minhas mãos. O que poderia ser? Nada mais me impressionava, eu estava cada vez mais apático.

_ Frank… Se tem algo em mim ou em qualquer coisa que te deixe triste, me diga. Sabe que pode fazer isso.

Olhei-o e como sempre não soube o que falar.

O que eu diria?

Ele era tão bom, estava fazendo absolutamente tudo que podia e eu começava a me arrepender por ter tratado ele mal por semanas, por ter duvidado; em todo esse tempo não encontrei nada que o comprometesse, ele apenas continuava lá firme e forte, me amando.

Eu não podia acreditar.

Desviei meus olhos marejados e abri a porta do carro.

_ Pega a minha cadeira, por favor, é melhor eu ir pra não me atrasar.

_ Frank, olhe pra mim._ ele pediu, então eu engoli o seco e o fiz _ Sei o quanto gosta de nadar, e você já vai fazer isso, mas antes me diga se eu estou fazendo algo errado?

_ Não… Você não está…

_ Então diga algo, peça qualquer coisa que te faça feliz e eu te dou._ ele disse e segurou meu rosto entre suas mãos de maneira que pude olhar bem em seus olhos _ Peça qualquer coisa, mas não me olha assim.

_ Eu… Eu não sei o que pedir. Você tem feito o que pode…

_ Mas não basta, não é mesmo?_ ele perguntou com o olhar triste e eu olhei perdido para seu rosto, para seus lábios e o beijei carinhosamente. Não sabia mais o que fazer _ Frank… Precisamos falar._ ele falou ao que eu ia o beijar novamente.

_ Agora te entendo, beijar é mais fácil que falar sobre certas coisas._ eu disse, mas não pra provocar, e sim porque era verdade _  Por agora só me deixa ir pra minha aula, depois conversamos._ pedi e ele assentiu.

_ Tudo bem, vai lá._ ele disse selando nossos lábios brevemente _ Você tem gostado bastante das aulas, não tem?

_ Sim, muito.

_ Que bom. Eu só vi seu professor uma vez, e não fui com a cara dele pra falar a verdade. Tem se dado bem com ele?_ ele perguntou sério.

_ Sim, mas… O que é isso? Ciúmes?_ perguntei e ele sorriu segurando meu rosto com uma mão.

_ Claro que não meu amor, eu confio em você._ ele disse simplesmente e eu sorri sem jeito _ Boa aula._ falou Gerd e logo saiu do carro para ir pegar a minha cadeira e lá fui eu para a aula enquanto ele voltava pra casa.

Entrei no local, cumprimentei a recepcionista rapidamente e logo fui para o vestiário me trocar. Lá encontrei Scott que veio me cumprimentar com um beijo no rosto como sempre.

Sorri meio sem jeito, pois eu havia me aproximado dele e a essa altura podia notar um certo interesse dele por mim, mesmo sabendo que eu tinha alguém, que eu tinha uma família, mesmo assim ele demonstrava um interesse, nada invasivo, mas sempre atencioso e interessado demais em mim. E eu não fazia ideia do que ele viu em mim, não mesmo.

_ Como está, Frank?

_ Bem na medida do possível._ falei de dentro da cabine onde estava me trocando.

_ Sei que não, mas… Não vou perguntar, pode deixar. Apenas vou distrair você, como gosta que eu faça.

_ Assim é melhor._ falei sorrindo ao sair da cabine já pronto.

_ Vamos._ ele disse me olhando profundamente e seguiu comigo até a área da piscina, fui para outra cadeira, e então a aula começou e seguiu como sempre, eu com meus pensamentos longe, mas me esforçando para manter a atenção ali e melhorar, pois pelo menos eu havia melhorado muito nisso. Já conseguia nadar quase como antes.

Eu fiquei quieto o tempo todo, e quando se passaram as duas horas de aula, parei recostado a borda da piscina e respirei fundo, eu estava cansado, mas me sentindo um pouco melhor do que quando havia chegado ali.

Até aí estava tudo normal.

Até aí.

_ Você está especialmente quieto hoje._ disse Scott ao meu lado na água e eu olhei-o.

_ Você também. Por quê?_ perguntei, pois realmente ele parecia quieto demais.

_ Não quis perturbar seus pensamentos.

_ Não acho que seja só isso. Há algo errado?

Pra que fui perguntar? Pra que?

_ Na verdade sim._ ele disse sério como nunca o vi antes e antes; olhei-o já ficando tenso, pois devia ser algo grave já que lá estava ele claramente aflito.

_ O que há?

_ Não sei se devo falar.

_ Por quê? Você sempre conversa bastante comigo, se eu puder ajudar com algo…

_ Não é isso Frank, é que… Não sei se eu deveria falar sobre isso agora.

_ Isso o que?_ perguntei já me aborrecendo, não gostava de rodeios.

_ Você mexe comigo, Frank._ ele disse me pegando de surpresa. Eu já havia percebido algo do tipo nele, mas nunca imaginei que fosse verbalizar.

_ O que?_ perguntei pasmo com a sinceridade. Ele respirou fundo e se sentou na beirada da piscina ainda ao meu lado, que continua dentro desta e o olhando.

_ Vou ficar aqui porque não sei se consigo falar sobre tudo olhando nos seus olhos._ ele disse e eu olhei para cima apenas assentindo, ele olhava pra frente e então prosseguiu _ Como eu disse, você mexe comigo. Eu me preocupo com você, desde o primeiro dia que te vi até agora. Você está sempre triste e eu queria poder fazer algo, não sei se posso, sei da sua família, sei de Gerard e..._ ele falou e me olhou então _ Nada disso impediu que eu me apaixonasse por você.

_ Você não pode se apaixonar por mim._ falei apenas.

_ Sei que não, e sei que não poderia nem dizê-lo o que disse agora, sei que provavelmente vai se afastar, mas eu precisava dizer. Não estava aguentando.

_ Você não pode se apaixonar por mim._ repeti _ Olha só pra mim!_ falei indignado com aquela maluquice _ Pra começar eu sou um paraplégico, seu aluno, e sei que está acostumado a lidar com pessoas como eu, que sente pena, mas...

_ Frank, você é lindo, eu te adoro e nunca senti pena de você._ ele disse me surpreendendo mais ainda _ Você não é como meus outros alunos, eu gosto de você, de quem é, das suas histórias, do seu jeito, das poucas risadas que consegui tirar de você, do seu sorriso… Quero fazer você sorrir mais vezes...

_ Scott, pode parar por aí._ falei com minha mente dando um nó _ Eu tenho uma família, tenho um companheiro e você sabe de tudo isso.

_ Sim, mas…

_ Nós acabamos de nos conhecer, Scott. Não tem um mês que nos conhecemos e você me diz algo assim?!

_ Te assustei?

_ Sim._ reconheci.

_ Me desculpe.

_ Tudo bem, Scott, mas para com isso. Vamos esquecer e…

_ Isso eu não posso fazer, Frank.

_ Por favor, Scott…

_ Por favor, peço eu. Frank, não aja como se não soubesse, porque já dei a entender várias vezes que você é especial pra mim.

_ Eu também gosto de você, mas é como amigo.

_ Frank, vou admitir algo.

_ Ai meu Deus, o que mais pode ser?

_ Eu ouvi um dia sem querer uma conversa que você teve ao celular, falava com uma amiga, eu acho. Não ouvi muito, apenas o suficiente, e me encorajou a me abrir com você agora.

_ E o que foi que você ouviu?

_ Que você está confuso sobre seus sentimentos sobre… Ele. Que está infeliz e eu sei que não deveria me intrometer, mas eu quero fazer algo por você.

_ Você pode fazer algo por mim, pode esquecer tudo isso. Sabe, são meus problemas e… Meus sentimentos por ele sempre foram uma confusão pra mim, mas esses sentimentos existem. Eu não posso mentir pra você.

_ Eu sei disso, mas quero te provar que pode ser feliz com outra pessoa.

_ Não posso me separar dele… Eu…

_ Você não é dele, Frank. Não aja como se fosse.

_ Eu não ajo assim.

_ É o que parece. Você é incrível Frank, sei de seus filhos, sei que são prioridade, e se quiser um amigo eu estarei aqui, mas se quiser um homem que te ame e que te ajude a sair desse momento que está vivendo, eu também estarei.

_ Obrigado pelas palavras, pela ajuda, mas...

_ Eu sei, Gerard, Gerard, Gerard, você não fala dele, mas eu sei porque está nos seus olhos o tempo todo._ ele disse e eu desviei o olhar tenso _ Não queria te deixar pior do que estava.

_ Não deixou. Só estou… Tenso. Não sei como vou te encarar depois dessa conversa.

_ Da mesma forma.

_ Como?_ perguntei irrequieto _ Você se declara pra mim dessa forma e quer que eu aja normalmente?

_ Só quis ser honesto com você._ ele disse e continuei ali sem saber o que fazer _ Sei que é cedo, que nos conhecemos há pouco tempo, mas temo que se eu não faça nada pra te ajudar, eu perca você…

_ E por que se importa tanto? O que viu em mim?

_ Porque eu te amo, Frank._ ele disse parecendo sincero, mas aos meus ouvidos aquilo soou tão errado que eu nem poderia explicar o quanto. Meu coração se apertou.

_ Para com isso, por favor. Você não pode.

_ Por quê?

_ Você sabe,  e muito bem.

_ Quero saber se é porque você não quer, ou porque tem medo dele.

_ Eu não tenho medo dele.

_ Mas não é feliz com ele!

_ Não é por culpa dele!_ devolvi _ Ele é um homem maravilhoso, Scott.

_ Mas não consegue te fazer feliz, e pela ligação que ouvi, você estão juntos há tempos. Talvez… Não sejam pra…

_ Scott, para.

_ Sei que estou falando demais, me intrometendo como um professor não deveria fazer, mas como seu amigo que gosta demais de você, sinto que devo defendê-lo.

_ Não precisa…

_ Você não enxerga, Frank, mas aje como se ele fosse o único no mundo. Você é muito especial e não precisa ficar com ele se não quiser.

_ Eu o amo._ falei de uma vez _ Não está claro que se estou lutando há tanto tempo é porque o amo muito?

_ Está claro, eu sei e não peço que deixe de amá-lo, mas apenas que me deixe cuidar de você, que me deixe ajudá-lo.

_ Como eu poderia sabendo dos seus sentimentos?

_ Frank, me diz uma coisa, você é indiferente a mim?

_ Claro que não. Você sabe que eu gosto de você, como amigo.

_ Me acha feio? Tenho algo errado?

_ Não, você é bonito e tem muito mais coisas em comum comigo do que ele, eu não deixei de reparar, mas… Além do meu momento difícil, eu tenho um laço de muito tempo com Gerard e…

_ Frank, me magoa você falar essas coisas…

_ Então vamos parar de falar nisso, pronto.

Ele tocou meu rosto me surpreendendo.

_ Frank… Eu nunca mais volto a falar dos meus sentimentos, nunca mais, porém se me prometer algo.

_ O que?

_ Que vai ser feliz com ele.

Baixei meu olhar.

_ Isso eu não posso prometer.

_ Por quê?

_ Não sei se vou conseguir. É provável que não, mas…

_ Olha só pra você. Está fazendo de novo.

_ O que estou fazendo?

_ Agindo como se fosse um objeto dele. Frank, você pode dizer não, pode dar um tempo, pode terminar, pode fazer o que quiser. Não precisa continuar se não quiser.

Fiquei sem saber o que dizer. Eu não sabia mesmo o que seria de mim, e nem se conseguiria melhorar minha relação com Gerard e ele não era a primeira pessoa que me dizia aquilo, que eu agia como se fosse de Gerard.

Aquilo tudo estava tão errado.

_ Não sei o que fazer…

_ Não quero de pressionar a nada, quero apenas deixar claro que estou aqui para o que precisar.

_ Obrigado._ falei.

_ Vou esperar por você Frank, até o momento que precisar.

_ Não faça isso.

_ Já pensou em dar um tempo com ele? Não falo por mim, mas sim por você. Acho que seria bom pra você ver que consegue ser independente, que pode cuidar de si mesmo agora e… Que ele não é o único homem no mundo.

Mas pra mim era._ pensei ponderando também sobre o que Scott dizia, o mesmo que minhas amigas e até minha mãe em uma de nossas conversas.

Tomei uma decisão aquele momento, uma louca decisão, insana, mas eu tinha que fazer aquilo se quisesse seguir em frente com o que tinha em mente.

Olhei-o.

_ O que foi, Frank?

_ Eu pensei sobre o que me disse e talvez você tenha razão.

_ É mesmo? Achei que seria mais difícil de compreender, você parecia tão convicto e…

_ Mas preciso que me ajude, Scott. Nunca vou saber se não tentar.

_ Eu nem acredito, Frank._ ele disse _ Vai mesmo…

_ Você disse que eu podia contar com você, então...

_ Sim, pode contar pra qualquer coisa._ ele disse parecendo preocupado com o que eu decidiria, então falei logo.

_ Me beija.

_ Tem certeza?_ ele perguntou surpreso.

_ Faça antes que eu desista._ eu disse segurando no pescoço dele ao que seu rosto estava próximo ao meu.

Scott olhou em meus olhos e eu assenti para que prosseguisse, e ele prosseguiu, invadiu meus lábios com tudo, como se esperasse por aquilo há séculos. E eu senti aquilo como um erro tão grande que me embrulhou o estômago, não por ele, mas por ter ousado fazer aquilo com uma única pessoa em minha mente, Gerard.

E foi naquele momento, naquele memorável momento que eu ouvi:

_ Frank!

Era Gerard, gritando.

Levei um susto me afastando de Scott rapidamente e quando me dei conta, Gerard já tinha puxado Scott que se colocara de pé e como era de se esperar, Gerard agrediu ele, o acertou com um soco bem no rosto, dessa vez eu que comecei a gritar.

_ Para, Gerard! Para!_ eu gritava enquanto Gerard e Scott se agrediam ali, mas como Gerard era maior e com certeza estava com muita raiva, ele acabou por encher a cara do outro de socos.

Eu me desesperei de vez, e passei a chorar fortemente me lembrando do antigo Gerard, ainda mais pelo fato de eu estar ali na água e por ainda que por um momento, eu tenha me esquecido que minhas pernas não funcionavam; eu senti vontade de sair correndo e ir lá separar eles, mas não podia, apenas fiquei gritando feito um louco.

_ Calma, Frank. Eu já estou dando um jeito nesse aproveitador, ele nunca mais vai ousar tocar em você. Nunca mais vai desrespeitar você.

A recepcionista entrou ali e só ficou gritando assim como eu, pedindo que parassem, e eu já preocupado, pensando que uma tragédia poderia acontecer, decidi dizer logo.

Eu precisava fazer Gerard parar de bater no outro.

_ Gerard! Para agora! Gerard!_ gritei nadando até a cadeira depressa e saí pela rampa com esta. Ele parecia surdo, eu veria agora se estava ou não _ Gerard, pare. Scott me beijou porque eu pedi. Eu permiti que ele me beijasse._ falei mais baixo, mas de uma vez.

Gerard parou naquele instante e largou o outro no chão de qualquer jeito, se levantou e me olhou parecendo entorpecido.

Olhei para Scott. Meu Deus, ele estava se levantando com a mão no rosto, ele estava péssimo.

Que desastre.

Eu estava tão acostumado a ir pra lá sozinho que justo naquele dia esqueci que Gerard ia me buscar.

_ Você não deveria ter feito isso, Gerard!_ falei secando meu rosto, já ali parado a frente dos dois.

_ Repita o que disse._ ele pediu e eu fiquei em silêncio _ Repita o que disse se for verdade!_ ele gritou dessa vez e eu fechei meus olhos por um momento. Que situação horrível.

_ Eu permiti que ele me beijasse. Scott não teria feito se eu não pedisse.

Gerard me olhou de uma forma tão decepcionada, tão triste que eu preferia mil vezes que ele gritasse comigo, me xingasse, qualquer coisa, menos aquele olhar de desapontamento. Ele nunca havia me olhado daquela forma, nunca em toda vida. Meu coração se partiu só de olhar nos olhos dele.

_ Vá se trocar, eu estarei te esperando no carro._ ele disse apenas e deu meia volta para sair dali.

_ Senhor Way…_ se arriscou a dizer Scott.

Por que ele não ficou quieto?!

_ Você cale a sua boca porque eu não tenho nada pra falar com você!_ gritou Gerard o olhando furioso e então saiu por fim do local.

Eu estava aos prantos, assim que Gerard se foi eu cai no choro.

Depois de uns instantes de silêncio a moça disse algo.

_ Scott, você está bem?

_ Sim, eu estou._ disse ele vindo até mim _ Pode ir Suzy.

A moça saiu assim que ele a dispensou.

_ Frank, vai ficar tudo bem. Se ele fizer algo…

_ Se ele fizer algo? Scott, olha o que ele fez com você!

_ O que nós fizemos também não foi correto nesse momento. Eu sinto muito por…

_ Não, quem sente muito sou eu. Eu que te coloquei nessa confusão, e por minha culpa te aconteceu isso.

_ Não foi sua culpa, não se preocupe comigo.

_ Eu vou me trocar, tenho que ir._ falei e segui para o vestiário onde me troquei e depois fui para a minha cadeira com a ajuda de Scott que estava lá pra me ajudar.

Eu fiquei com muita pena dele, estava muito machucado.

_ Sinto muito pelo que aconteceu, Scott. Eu…

_ Não se preocupe, já disse. Vou ficar bem logo.

_ Se cuida._ falei saindo do vestiário.

_ Você também. Se ele fizer algo, me avise, tem meu número.

_ Ele não fará nada, não se preocupe._ eu disse e ele assentiu _ Tchau, Scott.

_ Tchau, Frank._ ele disse e então eu segui para fora daquele local.

Estremeci quando cheguei a calçada e vi Gerard em seu carro no estacionamento solitário, ele estava chorando em silêncio.

O que eu fiz?

Meu coração chegava a doer de tantas coisas que eu estava passando só naquela manhã.

Gerard em algum momento olhou em minha direção e secou seu rosto, logo saindo do carro, então eu me aproximei e me sentei no banco, ele guardou minha cadeira e entrou no carro novamente.

Tudo isso em completo silêncio, e seguimos assim até chegarmos em casa.

-S2-

Quando chegamos na casa silenciosa, ele me levou para nosso quarto, e finalmente quando chegamos lá, eu disse algo, não aguentava mais o silêncio dele.

_ Podemos falar agora?

_ Sim, a casa está vazia, Angie foi fazer compras, deve demorar.

Assenti e então prossegui:

_ Você não devia ter feito aquilo.

_ Eu não devia?_ ele perguntou me olhando finalmente.

_ Você machucou ele!

_ Eu achei que aquele idiota estava se aproveitando de você, Frank!_ ele gritou e depois respirou fundo antes de prosseguir com certa dificuldade _ Na hora não me ocorreu que… Você quisesse aquilo.

_ Gerard, não é o que pensa.

_ Então o que é, Frank? É você quem me sufoca o tempo inteiro, cheio de ciúmes e desconfiança, e é você quem faz isso?!

_ Me deixa falar, Gerard._ pedi e ele se calou _ Sim, foi um erro. Eu pedi que ele me beijasse porque eu precisava, mas nunca aconteceu antes.

_ Precisava por quê? Posso saber?_ ele perguntou.

_ Porque eu finalmente percebi que o que todos têm me falado é verdade.

_ E o que todos tem falado?

_ Muitas coisas, por exemplo que eu sempre agi de maneira submissa a você, e que talvez devêssemos dar um tempo.

_ Quem disse isso?!

_ Não importa, a única coisa que importa é que eu percebi.

_ Depois daquele idiota te dizer?

_ Não, Gerard. Não foi por ele nem por ninguém, mas por mim! Eu senti que deveria cuidar da minha vida, fazer umas mudanças.

_ Então resolveu começar por beijando aquele cara?

_ Não significou nada, Gerard.

_ Só agora, depois de muito pensar eu me dou conta, você estava beijando ele, você o beijava! Não estava sendo agarrado como eu pensei. E pra falar a verdade achei aquele professor muito estranho para o seu lado, mas como confiava cegamente em você, não me importei. Agora vejo que me enganei.

_ Meu Deus do céu, Scott é só um amigo. E sim, Gerard, ele tem sentimentos por mim, ele me disse…

_ Eu notei.

_ Mas ele sabe que eu te amo. Eu não tenho nada com ele, só aconteceu esse beijo hoje porque eu quis, ele nunca me desrespeitou.

_ Então me explica por que pediu que ele te beijasse. Eu estou confuso Frank. Estava achando que não me amava mais, mas agora que disse… Não entendo mais nada.

_ Eu já disse, Gerard. Eu precisava tentar aquilo. E por favor, vamos falar de nós. O que aconteceu com Scott não importa, e sim a nossa relação que está uma porcaria.

_ Uma porcaria?_ ele perguntou parecendo triste e eu me arrependi da escolha de palavras que fiz na pressa.

_ Bem…

_ Frank, eu estou tentando fazer o melhor por você, por nós. Pela primeira vez na vida quando achei que ficaríamos bem, VOCÊ simplesmente parece não querer estar comigo, nem com as crianças. Você parece infeliz conosco.

_ Eu não estou bem, Gerard. Eu não estou!_ gritei caindo no choro, mas de raiva e desespero _ Eu reconheço seus esforços, mas sejamos realistas, não está dando certo!

_ Queria saber o que há de errado Frank. Eu até perguntei a seu psicólogo se você estava com depressão ou algo, mas aquele incompetente diz que precisava de mais tempo para dar um laudo.

_ Está vendo, Gerard? Não gosto da maneira que me trata!

_ Não gosta que eu me preocupe com você?

_ Não gosto que se meta em tudo como se eu fosse uma criança!

_ Só faço isso porque sinto que precisa que alguém cuide de você nesse momento.

_ Mas eu posso me cuidar sozinho!

_ Como, Frank? Como se tem dias que você nem quer sair da cama?

_ Mas isso vai mudar a partir de agora. Eu vou cuidar de mim e de todos como sempre fiz!

_ Frank, para de agir assim. Você… Pensa em terminar comigo?

_ Sim, pra falar a verdade eu penso. Como disse, eu não estou bem, e acho que preciso dar um tempo de você pra me colocar em ordem._ falei e ele pareceu mais triste ainda, nada disse então prossegui _ Sinto que está tudo errado, Gerard. Eu te amo, mas…

_ Mas o que? Seja sincero, Frank.

_ Tudo está uma droga! Eu detesto essa casa, detesto essa cadeira enorme que comprou pra mim, e nós somos um casal que nunca dá certo, nós nem transamos!

_ Nós não transamos porque eu não sinto que posso, Frank. Você está sempre triste, ou cansado, ou esquivo. Eu não vou te forçar a nada.

_ Por isso mesmo!

_ Por isso mesmo o que?!_ ele perguntou e me olhou nos olhos _ Você queria que eu agisse como antes? Feito um louco e te forçasse a algo?

_ Eu não sei, Gerard! Só achei que a essa altura você já teria feito…

_ Não, Frank!_ ele gritou _ Como pode querer algo assim, você ficou louco?!

_ Só achei que talvez fosse uma salvação para nossa relação.

_ Nem tudo na vida é sexo, Frank!

_ Sim, tudo é sexo! _ gritei _ Pra nós dois sempre foi assim.

_ Você consegue se ouvir?_ ele perguntou _ Consegue?!

_ Não grita comigo e para de me olhar desse jeito. Eu odeio!_ falei secando o meu rosto.

_ O que quer que eu faça? Me diz alguma coisa, Frank, peça qualquer coisa. Eu não tenho mais ideia do que fazer pra te agradar!

_ Só tem uma coisa que você não fez, e é isso que vai fazer agora se quiser salvar essa relação.

_ O que?_ ele perguntou.

_ Nós vamos transar e se eu não conseguir, dane-se, pelo menos eu tentei!

_ Frank, o que? Você quer… Agora?

_ Sim, tem algo mais importante pra fazer?_ perguntei tirando meu casaco e depois a camisa, ele negou com a cabeça _ Então tira a roupa e vai pra cama.

_ Não vamos fazer isso agora!

_ Precisamos tentar! _ gritei _ Antes eu tinha medo de não conseguir, de não sentir, mas eu preciso fazer isso agora, não só pra descobrir se vou sentir as mesmas coisas fisicamente, mas… Pra saber de verdade se ainda sinto o mesmo por você.

_ E você pretende descobrir tudo isso transando comigo?!_ ele perguntou parecendo indignado.

_ Sim, Gerard! É isso ou nada, é pegar ou largar.

_ Eu aceito.

_ Então vem aqui e me beija._ falei e ele não esperou nem um segundo a mais, se sentou em minhas coxas e segurou meu rosto e meus cabelos me beijando desesperadamente, do jeito que eu gostava.

Sorri entre o beijo de tirar o fôlego, de arrepiar, sentia falta daquela sensação tão singular, tão quente.

Sentia tanta falta que estava quase sufocando ele de tanto beijá-lo.

Que raiva de mim!

Tudo fugiu do meu controle, de novo!

-S2-


Notas Finais


Foi muito tenso, eu sei, mas... Vocês ainda não viram nada.
Porém, PORÉM, essa situação não vai se prolongar muito, ok?
Sei que está tudo um horror, mas vai passar, vai passar.

De novo: não me matem.
E não se preocupem com Scott, ele não vai mudar nada.

POV SECRETO: https://spiritfanfics.com/historia/um-novo-eu-10986457

Comentem o que estão achando.
Até o próximo.
Beijoooos! <3


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