— Eu o odeio, odeio, odeio. Murmurou.
— Eles exageraram nos sedativos. Colocou a mão nos cabelos suspirando.
— Não exageraram, ela odeia todo mundo mesmo. Riu o jovem advogado.
— A propósito, obrigada por ter me trazido até aqui, você estava trabalhando...
— Eu prometi a seu pai que cuidaria de você e da sua irmã, não? Acariciou os cabelos da jovem.
— Não toque na minha irmã, seu pervertido. Gritou Mônica sentada quase afundando seu dedo indicador no rosto do Menezes. — E como vim parar aqui?
— Uma senhora ligou para a ambulância e cá está você, novamente morrendo pela sua teimosia.
— E-eu não estava morrendo o letter me salvou, o letter está sempre me perseguindo!
Magali e Menezes se olharam arqueando as sobrancelhas.
— Definitivamente foi o sedativo. Completou Menezes com o rosto cínico.
— Uhum.
— Vocês não acreditam em mim? Eu tenho uma prova bem na minha bolsa. Puxou sua bolsa escorada na poltrona de Magali. — M-mas, estava bem aqui.
— Irmã... Você não tem se alimentado direito esses dias, talvez você esteja se esforçando demais e isso causou s-seu desmaio, além do mais a senhora que ligou disse que você estava sozinha.
— Você mexeu na minha bolsa? Apontou para Magali.
— Eu nunca faria isso. Abaixou o rosto fazendo a jovem de cabelos curtos se arrepender.
Um toque de celular interrompe o falatório da moça.
— Senhora Fagundes? Está compactado... Certo, certo, eu entendi. Menezes joga seu belo sorriso e abre a porta. — Cuidado na volta para casa.
Mônica se levanta e pega sua bolsa.
— Suas amigas vieram aqui, todo mundo está preocupado com seu comportamento estranho, desde que você ganhou o estágio está mudando.
— Eu mudando? Você desapareceu ontem e não me avisou para onde ia, seu ex namorado fica preocupado com você, mas está ocupada gastando saliva com outro.
— Meu comportamento não está prejudicando ninguém, diferente do seu. Magali suspirava tentando não se estressar
— Vamos embora.
Ambas saíram do hospital sem conversarem, sem se olharem, Magali estava preocupada com sua irmã e com os comentários grosseiros sobre sua sanidade.
Em casa, Mônica deitou ainda cansada no sofá, em pouco tempo dormiu.
Porém despertou logo com o insistente vento da varanda e foi até ela fechar, estava muito escuro.
— Eu definitivamente estou louca. Olhou Mônica para o letter tentando desviar.
— Está? Disse encostado no canto da varanda.
— Pare de me persegui, eu estou cansada das pessoas me chamando de louca por sua causa.
— Eu estou completamente apaixonado por você, reflexo, é inevitável.
— Meu nome não é reflexo.
Ele sorriu e a puxou contra seu corpo.
Mônica ouve a sirene e centenas de carros de polícia passam pela rua. Ele por impulso a cheirou e beijou sua orelha, ainda não confiava nela e colocou uma de suas mãos na boca da moça para silenciá-la.
— Eu ainda estou procurando um certo artefato e você está fazendo colunas despertando a ira de pessoas como você... Você vai se arrepender de tudo isso, algum dia. Soltou sua mão.
— Sim, claro, ladrão estúpido, por que você não diz logo quem é você e acaba com isso?
— Me diz uma única pessoa que acreditaria em você e nossos encontros? Heart sorriu ajeitando sua mascara. — Talvez eu não esteja aqui realmente e você está me fantasiando... É algum tipo de fetiche sexual? Quando ia bater-lhe com o cotovelo ele se afastou e se ergueu na varanda. — Pervertida.
Mônica que se distrai após ouvir alguém bater a porta e o letter some mais uma vez.
— Já vou. Foi em direção à porta. — Oi colegas de faculdade, eu não lembro de...
— Mônica, não vamos xingá-la. Aninha entrou na casa. — Relaxe.
— Somos suas duas amigas mais fiéis. Denise sorriu. — Não iremos acusá-la de nada, querida.
— Não? E o que vieram fazer aqui?
— Viemos dizer que você não é totalmente louca. Aninha senta-se no sofá. — O Heart ele apenas rouba museus, nunca ouvimos nada sobre roubo de dinheiro ou artigos de luxo, apenas museus e obras da mitologia miquilina.
— E daí? Roubar dinheiro seria fácil rastrear, ele não pode ser tão burro a ponto de tomar de uma vez só, e também é bem mais fácil negociar no mercado negro com o dinheiro desconhecido, dinheiro de gente poderosa não é rastreado.
— Sobrenatural, fofa. Denise deu um peteleco na cabeça da morena. — Pare de ser tão cética, desde quando é natural alguém levar tanta bala e aparecer no dia seguinte com o corpo perfeito.
— Colete?
— Estamos decepcionadas. Ambas disseram.
— Eu não vejo sentido no que ele faz e o interesse pela mitologia miquilina é por ser bela e antiga, talvez seja apenas um aficionado.
— Mônica, Mônica, pare de ser tão dogmática.
— Ah. Desistiu de debater.
Ainda achava repugnante e sem sentido, desde que Heart apareceu a cidade tem sido amplamente vigiada, é perigoso ficar até tarde na rua, a polícia está ficando doente com isso e a violência com civis comuns aumentou. O heart não se importa de matar alguém que atrapalhe seus objetivos.
— Vocês podem pelo menos me dar o conteúdo da faculdade que perdi?
— Sim. Aninha pegou um papel da bolsa. — O professor perguntou por você, ele disse que você ainda não entregou todo o relatório da sexta.
...
Horas e horas.
Menezes estava derrotado do trabalho, tirando seu terno.
DESTRAVE, GRANDE HEART! HAHAHAHAHA. TU ÉS TÃO NOBRE.
— Minha cabeça! Segurou a cabeça com as duas mãos enquanto caia de joelhos.
— Cebola. A sombra de um cientista de cabelos loiros com óculos lhe apareceu. — Quando não chegar a tempo, aplique a injeção por si mesmo. Aplicou uma injeção em seu braço.
— Obrigado. Caiu, batendo a cabela no tapete da sala. — Eu não encontrei a injeção.
— Não estava no lugar que coloquei, pensei que você tinha mexido.
— Foi Heart quem escondeu. Seus braços musculosos estavam fazendo força para levantar, mas foi um esforço em vão a injeção era mais forte que o advogado.
— Entendi, ele é obcecado pela sua vizinha dentuça, ela vai acabar com ele se ele der corda e por consequência você será preso por roubo de patrimônio histórico, afinal...
— Não sou eu. Gritava consigo e o cientista saiu de perto ainda vendo os efeitos agirem.
— O que é isso? Mostrou-lhe uma esfera vermelha com números cravados.
— Uma tentativa de achar o que queria, mas pegou o objeto errado, eu não sei o que ele quer, mas ainda não achou, existe outro mascarado na cidade.
— Está alucinando? O cientista estalou os dedos. — Não existem registos de ninguém além de um vermelhinho de cosplay.
— Eu vi, certo? Disse agressivo. — Algo assustou o Heart quando salvou a dentuça, eu vi uma capa negra.
— Certo, certo. O cientista sorriu. — Eu espero que vingue seus argumentos, vou procurar a fundo sobre isso, porque é um amigo meu e também porque quero saber se ainda não está louco.
Menezes se levantou e sentou na mesa da cozinha ainda nervoso com as intenções que o seu segundo lhe provocava.
— O seu segundo, é você, dome seu segundo eu... Ele é você, tudo que ele faz é sua segunda personalidade.
O cientista se despediu do orgulhoso advogado que se recusava a tê-lo como seu eu, ele era muito correto para acreditar que roubaria algo enquanto estivesse em transe da sua outra personalidade.
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