História Shrapnel (Imagine - BTS and EXO) - Two

05/04/2020

____, Pov On:

– Quem você pensa que é pra falar comigo assim? – a garota parou na minha frente e cruzou os braços.  

– Não me importa nem um pouco quem você é. – Às pessoas ao redor começaram a se aglomerar. 

– Olha aqui sua...– Ela levantou a mão para me bater, mas a segurei e apertei.

Tudo em volta parecia um eterno silêncio, a garota no meu campo de visão me olha com uma raiva enorme tentando se soltar.

Suas amigas vem tentando ajudá-la, porém fui mais rápida puxando para mim e dando uma chave de braço na mesma.

– E então vão fazer o que? – Eu fiquei possessa de raiva, já não estava bem por ter que vir até aqui, agora mal cheguei e estou causando confusão, não esperava menos.

Uma delas tentou se aproximar e eu joguei a garota que estava nos meus braços contra ela, derrubando as duas, a última ficou em pé me olhando assustada, dei um murro nela só pra não ficar sem meu carinho. Me senti em um misto de boliche com boxe. 

– VAMOS LEVANTEM VADIAS, CADÊ A CORAGEM? E VOCÊS ESTÃO OLHANDO O QUÊ? AQUI NÃO É SHOW DE GRAÇA NÃO! – gritei exaltada. 

– ____, se controla. – D.O fala me segurando e rindo discretamente.  

– O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? – O Diretor chegou e as pessoas foram saindo.  

– VOCÊS NA MINHA SALA AGORA! – falou comigo e com a garota que me derrubou, já  que suas amigas sumiram de vista. 

– Qualquer coisa manda um sinal. – D.O fala se afastando. 

Segui o Diretor pelos corredores tentando me acalmar para o sermão que vem seguinte, e eu nem sei onde foi parar a minha bolsa, só pode ser falta de sorte.

Entrei na sala e vi meu irmão sentado em uma cadeira giratória. 

– Sentem-se. – Sentei ao lado do Kai e a garota ficou em pé ao lado da mesa. 

– O que faz aqui? – sussurrei. 

– Depois explico. – me olhou tentando descobrir porque eu estou aqui. 

– Muito bem as duas podem me explicar o que aconteceu? – questiona o Diretor, sentando em sua cadeira atrás da mesa.

– Simples, essa garota colocou o pé e eu caí. – falei dando de ombros e girando na cadeira.

– Mentira pai, ela que veio pra cima de mim. – parei bruscamente e olhei incrédula. 

– Jina por favor, aqui eu sou apenas o seu Diretor. – Cochichou para sua filha que agora encontra-se do lado dele. 

– Hum... então ela é a sua filha. – comentei pensativa, ótimo, virei babá de criança mimada. 

– Sou sim, e da próxima vez pense muito bem como fala comigo. – disparou convencida. 

– Você é uma vadia mesmo. – suspirei frustrada, ela me olhou surpresa e o Kai apenas deu um sorrisinho de lado.

Mas o Diretor de um soco na mesa e se levantou gritando: 

– OLHA COMO VOCÊ FALA COM A MINHA FILHA! – olhei pra ele sem acreditar na liberdade que ele pensa que tem, logo em seguida Kai aponta uma arma na direção dele:

– E olha como você fala com minha irmã. – levantou falando calmamente. 

– AI MEU DEUS ELE TEM UMA ARMA! – Jina praticamente gritou, sorri e saquei minha arma apontando pra ela, que esbugalhou os olhos. 

– Você fica quietinha aí, e você acha que é quem pra gritar comigo? Esqueceu porque estou aqui? – digo ainda sentada.

– Pai quem são eles?? – O mesmo permaneceu em silêncio.  

– Não vai falar? Então, seu querido pai, se envolveu com uma máfia muito perigosa de Daegu, e agora eles estão atrás dele, ou melhor, de você. – falei e senti uma tensão pairando no ar. 

– E seu pai fez um acordo com nossa máfia para protegermos você, e em troca vamos receber 80% das arrecadações de verba daqui. – Kai completa.

– Por isso estou aqui, para ficar de olho em você, porém depois de hoje eu já não sei. – Kai abaixou a arma e se sentou novamente, e eu guardei minha filhinha de volta.

– Por favor, nós temos um acordo, vocês precisam me ajudar. – suplicou. 

– Pois bem, espero que cumpra com o seu combinado, porque se eu descobrir que você está mentindo sobre qualquer coisa, não hesitarei em matar sua família toda. – Olhei meio confusa tentando entender porque ele está falando sobre mentir. 

O Diretor Dong, engoliu em seco e ficou nervoso, o que achei bem estranho. 

– Me... d-desculpa por... – interrompi a Cinderela:

– Olha só garota, só fica fora do meu caminho enquanto eu faço meu trabalho, e se contar pra alguém qualquer coisa, quem vai pagar vai ser seu pai. – a olhei diretamente nos olhos e vi a mesma hesitar concordando.

[...] 

Ouvimos alguém bater na porta.

– Isso foi apenas um aviso, nós não estamos de brincadeira. – falou Kai indo em direção a porta e eu o segui. 

Ele abriu e tinha um garoto, todos olhamos para o mesmo que disfarçou:

– Eu vim entregar uns papéis ao diretor. – falou meio baixo, parecia com vergonha.

– Posso ir Sr Diretor? – olhei com cinismo.

– Po-Po-De. – ri da cara dele e sai ao lado do meu irmão. 

– Porque estava falando sobre mentir lá dentro? – questionei sobre a fala dele a uns minutos atrás. 

– O líder do Bangtan me ligou hoje, vamos conversar mais tarde, parece que o Dong anda inventando umas mentirinhas para ambas máfias. – fiquei chocada, como ele pode fazer isso? Tá pedindo pra morrer, não é possível.

– Se cuida, qualquer coisa chama o Kyung ouviu?

– Sei me cuidar Jong-in!

– Eu sei, mas você é meu bebê. – me abraçou e se despediu.

– Ótimo cadê minha bolsa agora? – olhei em volta. 

– Aqui. – uma garota maior que eu me entregar sorrindo simpática. 

– Hum, obrigada. 

– Meu nome é Nari, somos da mesma sala e podemos ser amigas!? – falou esperançosa.

– Tanto faz. – revirei os olhos e saí andando com ela.

Entramos na sala, perdi a primeira aula e o professor mandou fazer uma breve apresentação: 

– Bom, eu Kim _____, sou de Seul mesmo, não estou aqui para fazer amizades portanto não me perturbem. – o professor olhou de canto e mandou me sentar ao lado de Nari. 

[...]

Graças a Deus chegou o intervalo, Nari se ofereceu para mostrar a Universidade melhor, chegamos até um campo onde tinha muitas árvores, uma quadra de basquete e vários banquinhos cheios de universitários. 

Reparei em três garotos que chamaram minha atenção.  

– E eles, quem são aqueles? – perguntei discretamente. Eles estão sentados na arquibancada conversando. 

– Aqueles são os garotos que entraram semana passada, são bastante misteriosos, e fazem sucesso com as garotas por aqui. Aquele ruivo baixinho é o Park Jimin, o branquelo de cabelos pretos Min Yoongi, e aquele alto de óculos é o Jeon JungKook, ele faz algumas aulas com a gente, depois te apresento. 

– Sabendo bastante sobre eles em. – comentei ainda olhando para os garotos, até que o de óculos encarou de volta.

E ficamos por longos segundos nos encarando e esperando quem ia desviar primeiro, seu rosto é completamente perfeito, os olhos por debaixo das lentes parece um buraco negro que vai te sugando pouco a pouco em uma intensão dimensão inexplicável, são infinitamente belos, arrebatam minha alma tão profundamente...

Imensamente sombrios, é prazeroso com um misto de luxúria.

Sua boca perfeitamente desenhada e avermelhada como um mar de sangue, chamam atenção de qualquer uma, sem falar na forma que seus dentes ficam fofos que nem um coelhinho quando ele sorri para os amigos e ajeita os óculos que fica caindo sobre seu nariz... perfeito. 

Ele mordeu os lábios e desviou envergonhado, me fazendo ficar com uma cara de tacho admirando sua beleza. Mas o que eu estou fazendo? 

– Vejo que você ficou fascinada. – comenta rindo, desviei meu olhar e voltei pra ela. 

– Eu estava só olhando, além do mais tenho namorado.  – falei mais para mim do que pra ela.

[...]

Estávamos conversando distraídas e de repente sinto uma pancada contra minhas costas, me virei e vi que um garoto acertou a bola em mim, ouvi umas risadas de fundo, mas ignorei chega de confusão por hoje. Ele fez um sinal para eu devolver a bola enquanto zombava.

Abaixei delicadamente percebendo olhares,  peguei a bola e joguei de volta com força acertando diretamente no alvo, que ficou com o rosto vermelho pela pancada.

Sinto uma mão no meu ombro e me viro: 

– Ele te machucou? – perguntou um daqueles três garotos, acho que o tal de Min alguma coisa.

– Não, ele é fraquinho demais pra machucar alguma coisa. – respondi rindo. 

– OOOOOOH – ouvi todos gritarem e o garoto ficar constrangido. Simplesmente dei as costas e saí andando, mas senti alguém segurar meu pulso.

Olhei e era os três de novo, já ele estava bem na minha frente, me segurando, malditos olhos negros tão profundos quanto minha alma obscura. 

– Se ele mexer com você de novo, pode chamar um de nós. – observei-os à minha frente, porém não consegui desviar meu olhar dele, seus olhos me hipnotizam e eu poderia ficar horas e horas olhando. Tomei um choque de realidade e puxei meu braço bruscamente. 

– É... obrigada, acho que não vou precisar de vocês, porém quem sabe. – soltei um sorrisinho e dei as costas sentindo o olhar deles em mim, porque estou nervosa? Qual é, cadê a Nari?

[...]

As últimas aulas foram até interessantes, peguei minhas coisas e saí apressada, dando de cara com o Soo me esperando. 

– Que susto Soo. 

– Desculpe. – deu meio sorriso.

– ___? 

– Oi? – me virei dando de cara com a Nari e ele novamente, mas o que é isso agora, perseguição?

– Esse é o Jeon, nosso colega de classe às terças e quintas. – Olhei para ele e sorri observando suas expressões.

– Olá. – falou e logo se encolheu desviando o olhar, não entendo como ele consegue ver minha alma e depois ficar extremamente tímido, tudo isso em milésimos segundos.

– Ah, prazer, e esse é o meu...

– Namorado, muito prazer Kyung Soo. – D.O entrou na minha frente, céus o que ele tá fazendo? 

– Por que não me disse que namora o famoso Kyung Soo? Poxa as meninas daqui pensam que ele é solteiro. – Nari fala sorrindo, D.O me puxa para frente e segura na minha cintura olhando para o Jeon, que me olhou estranho com um misto de decepção.

– Eu sou muito reservado, mas agora que ela está aqui, não tem porque esconder, né princesa? – D.O beija o canto da minha boca e eu fico tensa imaginando se por acaso o Sehun descobre, e do jeito que ele é ciumento, é capaz de arrancar a cabeça do Soo fora e ainda vai sobrar pra mim.

– Pois é né, meu namorado é muito reservado, mas agora não tem como esconder bebê. – falei tentando sorrir e não encarar aquele rosto que...

– Cof Cof...– os dois na minha frente olharam para alguém atrás de nós.

D.O e eu nos viramos, eu simplesmente gelei dos pés à cabeça.

– Se-Sehun... voltou mais cedo? – perguntei tentando disfarçar, o que está acontecendo hoje?

Ele continuou sério nos encarando e ficou um silêncio assombroso entre nós, Nari e Jeon olham sem entender, D.O está sem expressões e eu pedindo a todos os deuses possíveis, que o Sehun não surte. 

– Namorados é? – colocou a mão nos bolsos e nos encarou novamente esperando uma resposta. 

– Eu esqueci de falar outra coisa Nari, esse aqui é o Sehun, meu outro namorado, e nós três namoramos. – Sorri e puxei ele para o meu lado, observando a cara de espanto de todos presentes. Acho que eu piorei a situação.

 O Jeon me olha diretamente nos olhos, como se soubesse que estou mentindo, eu não sei explicar o que está acontecendo comigo, mas é como se ele lesse minha alma e conhecesse minhas fraquezas, meus medos, todos os meus profundos demônios e cicatrizes do passado, perante ele eu pareço um livro aberto, uma ovelhinha que se perdeu e anseia voltar para seu pastor que quer entendê-la, decifrá-la pouco à pouco, como um violão desafinado, um carro sem freio, uma alma perdida que precisa do seu condutor...

Afinal, quem é você Jeon Jungkook?

____, Pov Off.